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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

30
Jul21

Problema da coluna


Pacotinhos de Noção

rudall30-AdobeStock_cover.jpgNão venho perguntar se há por aqui ortopedistas ou neurocirurgiões. Também não venho queixar-me de lombalgias nem de hérnias discais.

Estes problemas da coluna são mais indicados para um otorrino e até para um psicólogo ou até, quem sabe, um psiquiatra.

Quando este problema da coluna ataca tenho várias sensações. O meu canal auditivo estremece, começo a ter palpitações no coração tal é a camadinha de nervos, e começo a pensar em atitudes que conhecidas por pessoas consideradas normais, poderiam ser apelidadas de agressivas e até destemperadas. É aqui que entraria em acção o psicólogo, que me deitaria numa marquesa, me diria para ter calma e ouviria todos os impropérios que tenho a dizer por causa da maldita da coluna... É que já não a aguento, às vezes dá vontade de agarrar numa marreta e esmaga-la bem esmagadinha. Mais ninguém faria nada dela. Alguns argumentarão que esmagar a coluna me iria trazer outros problemas, mas quem sofre do mesmo mal que eu, muito provavelmente também já imaginou cometer um acto tão tresloucado como este.

Às vezes fico dias sem ter contacto com esta chatice, mas mal sinto a maldita da coluna, a calma que senti durante uns dias, depressa desaparece.

É verdade, do psiquiatra não falei.

O psiquiatra não é para mim, é para os atrasados mentais que continuam a não querer usar auscultadores e que me obrigam a "gramar" com o esgoto sonoro que teimam em meter aos altos berros nas suas colunas bacocas que transportam ao pescoço e que até parecem barris, como os que usam os cães São Bernado, nos desenhos animados. A grande diferença é que os cães São Bernardo representam a segurança e a salvação e quem usa estas colunas representa três faltas. Falta de gosto, falta de respeito e falta de educação.

Percebo que o facto de serem um gebos desgraçados, os obrigue a terem que chamar à atenção de qualquer forma, mas porque é que não vão para mimos? Não fazem barulho, o branco e preto fica bem a quase todos e até podiam ir ganhar uns trocos na rua Augusta. Mas vendo bem esta minha sugestão até me sinto envergonhado. É que um mimo é um artista e para se ser artista tem que haver método, talento e trabalho e essas são coisas que alguém, que se dá ao trabalho de incomodar seja quem for, com a música foleira que gosta de fingir que ouve, não sabe o que é, nem nunca saberá.

Poluição sonora também é poluição. Se chateiam o pessoal por causa dos sacos chateiem também estes mentecaptos... Olha, dêem-lhes um pontapé no "saco"!

 

 

28
Jul21

Imbecilidade olímpica


Pacotinhos de Noção

olympics620.jpg

Uma das notícias que durante o dia de hoje teve maior divulgação, foi o facto de nestes jogos olímpicos se ter batido um recorde. Não é na natação, não é no atletismo e não é no halterofilismo.

Estes jogos olímpicos têm mais de 160 atletas que são LGBT.

Fico um bocado confuso porque sabendo que os jogos olímpicos são pura competição, não sabia que a competição tinha mais valor tendo em consideração se gostamos de pessoas do mesmo sexo ou não! Nem sequer sabia que havia uma competição a esse nível.

O atleta britânico de saltos para a água sincronizados Tom Daley, depois de se sagrar campeão olímpico, aproveitou a conferência de imprensa para afirmar que "neste momento se sente muito poderoso por ser um homem homossexual e ainda assim ter conseguido ser campeão olímpico". A confusão instala-se de novo. Não sabia que o ser-se homossexual faz com que fisicamente não se seja tão apto como um heterossexual! Vamos supor então que se o Rocky Balboa fosse homossexual, provavelmente não teria conseguido ganhar ao Apollo Creed? E a Rosa Mota e o Carlos Lopes, teriam menos capacidade de maratonistas? Ficariam a meio da prova?

Reparem que todo e qualquer membro LGBT que afirme que se sente orgulhoso por "mesmo sendo gay conseguir chegar a campeão olímpico", está a ser o mais preconceituoso possível para com toda uma comunidade. É um preconceito com o intuito de ser positivo, mas não deixa de ser preconceito. Na minha opinião é até mais grave porque tem uma carga pesadíssima de condescendência...

-"Ai tão gira, gosta de mulheres mas é muito feminina na dança sincronizada"

-"É homossexual mas segura nos alteres como se fosse hetero"

Esta condescendência aplica-se a tudo e é sempre igualmente feia:

-"Vocês, de leste, são mesmo inteligentes. Vem para um país diferente e aprendem a língua tão bem"

-"Os africanos têm a música e a dança entranhada... Não sei, parece que vem da pele ou está-vos no sangue"

Conheço pessoas de leste que estão cá há 20 anos e não percebem puto de português e conheço pretos que a cantar são uma desgraça e até têm dois pés esquerdos.

Mas voltando ao recorde batido nestes jogos olímpicos.

Competências não se podem confundir com tendências e ao falar de tendências não estou a falar do ser-se ou não homossexual. Estou a falar na tendência crescente de se meter os pés pelas mãos, de se pensar que tudo tem que ver com tudo, e não é verdade. Tom Daley diz que sempre pensou que não conseguiria ser ninguém por ser homossexual. Isto prova que ser imbecil não é exclusivo de heterossexuais. Existem, e existiram, pessoas importantes e vencedoras que sendo homossexuais nunca o viram como entrave. Dou como exemplos Tim Cook, que é presidente da Apple, e Harvey Milk, que sendo gay em 1970, nuns E.U.A. conservadores e extremamente preconceituosos, conseguiu ainda assim vencer em eleições, um cargo de elevada importância em S.Francisco. Defendeu os direitos dos gays e acabou por ser assassinado por isso, mas ele não chegou onde chegou por ser gay, assim como Tom Cook. Chegaram por serem competentes.

Incomoda-me ter conhecimento de heterossexuais que discriminam a comunidade LGBT, mas incomoda-me ainda mais os membros da comunidade que não a respeita, e não se respeitam, utilizando a sua sexualidade como estandarte e como forma de extra validação.

 

 

26
Jul21

Um abraço ao Nuno


Pacotinhos de Noção

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Morreu o Capitão de Abril, Otelo Saraiva de Carvalho.

Capitão de Abril que se diz, foi um dos mentores da revolução, mas também Capitão de Abril que por ele, se tinham metralhado os fascistas todos no Campo Pequeno. Por ele, o orgulho português de se ter conseguido uma revolução sem sangue, passaria a ser a vergonha de um banho de sangue que teria sido possível evitar, tal como se evitou, aliás.

Este Capitão de Abril lutou para se livrar das amarras de um Governo ditatorial e opressor, um Governo que fazia o povo viver na base do medo.

Já nasci na liberdade. Nasci na década de 80 e nunca soube o que foi viver em ditadura. Sou dos que alegam que conhecem quem nela tenha vivido mas que afirmam nunca terem sentido medo, e dos que teve até um pai vários anos na Guiné, a lutar numa guerra que não era a dele, mas que ainda assim diz que o período em que sentiu mais medo foi de 80 a 87.

O período em que o valoroso Capitão de Abril, o que agora se finou, por não gostar da democracia que a revolução ditou, tentou engendrar um plano para impor a anarquia que imaginou.

Assaltou bancos e carrinhas de valores. Foram roubadas somas que convertidas para a moeda de hoje ascenderiam aos 5 milhões de euros. É obra.

Morreram 17 pessoas em assassinatos à queima-roupa e atentados cobardes. O mais cobarde deles todos aconteceu em 1984, e matou um bebé de 4 meses que dormia no seu berço. Um bebé que ainda não tinha dentes, ainda não tinha sonhos, ainda não tinha ideologias e que ainda não tinha aprendido a dizer nem pai nem mãe. Mas tinha um nome. Era Nuno. O bebé Nuno morreu porque tinha um avô que era, segundo as FP25, um fascista, porque não aceitou juntar-se a uma cooperativa. Preferiu pagar uma renda para alugar umas terras para poder trabalhar para si, em vez de trabalhar para uma cooperativa que tinha ligações as forças comandadas por Otelo. Como retaliação ao fascista rico, que de tão rico morava numa casa onde dormiam todos ao monte, as FP25 colocaram uma bomba na parede que dava para o quarto onde todos dormiam. O bebé teve morte imediata.

Estas forças armadas clandestinas existiram para fazer fortuna própria sob um manto de justiça social. Tudo o que fosse empresário era uma potencial vítima, mas a verdade é que quem mais morreu às mãos de Otelo e companheiros, foram forças de segurança pública e cidadãos anónimos.

Dois GNR, por exemplo, foram mortos como forma de vingança, por terem conseguido evitar um assalto perpetrado por este braço armado.

Atenção que o Otelo chegou a cumprir alguns anos de pena por estes crimes, mas Mário Soares concedeu-lhe uma amnistia, traindo assim a memória de todos a quem as FP25 decidiram tirar a vida.

Morreu o Capitão de Abril Otelo Saraiva de Carvalho... Já foi tarde.

22
Jul21

Decidam-se


Pacotinhos de Noção

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Tem circulado esta imagem, com esta notícia, pelas redes sociais. Na Argentina passará a ser reconhecido o trabalho das mães, que ficam com os seus filhos em casa, e será contabilizado para efeitos de reforma. Este reconhecimento tem a duração de 1 ano, o que a mim me parece escasso, mas 1 ano sempre é melhor que nenhum e quem crítica sou eu, um português que vive inserido num sistema que nem nunca colocou esta hipótese em cima da mesa.

Agora vamos à parte com a qual não concordo.

Esta medida é catalogada como uma vitória feminista e é apenas orientada para as mães. É impressão minha ou vejo aqui uma feminilidade tóxica, de uma sociedade que delega o homem para segundo lugar e que despreza o papel desse mesmo homem como pai e que poderá também querer ter a alternativa de ficar a tomar conta dos seus filhos? Então mas isto dos direitos funciona só para um dos lados?

Não são respeitados os direitos da mulher e é uma vergonha, não são os dos homens e é uma vitória feminista.

Por essa ordem de ideias significa que o magro insultar o gordo, o branco ser racista com o preto e um bronco ofender um homossexual é uma desgraça, mas um gordo insultar um magro, um preto ser racista com um branco e um homossexual ofender um bronco é uma vitória das ideias que, neste caso, os agressores defendem?

Sei que é um exemplo arcaico, mas quero com isto dizer que não pode haver dois pesos e duas medidas. A justiça das acções tem que sofrer de igualitarismo.

Em relação a esta medida devo dizer que não a vejo como uma vitória feminista mas sim uma vitória social. Afinal de contas os primeiros anos de um filho deveriam ser juntos dos pais e não entregues a pessoas, que fazendo o seu melhor, por mais que se esforcem não são pais e que estão a formar crianças que desde cedo se habituam a ser institucionalizados. Dai achar que o acompanhamento de um dos pais, caso quisessem, deveria ser até aos 5 anos de idade.

Voltando à questão do feminismo há mais um ponto que me chama à atenção.

Então uma das principais lutas das mulheres, não foi durante anos e anos não quererem ser encaradas como simples parideiras, que o seu papel não poderia ser apenas o de donas de casa e de mães e que queriam ter o seu lugar no mercado de trabalho... E quando finalmente parece que a coisa se está a compor, afinal uma vitória do feminismo é voltar dois passos atrás, voltando para casa a tomarem conta dos filhos?

21
Jul21

Uma questão de educação


Pacotinhos de Noção

Polish_20210721_182005317.jpg

O ser humano é estúpido. E pronto é só isto.

Resumidamente é isto mas de verdades de La Palisse está o Mundo cheio, por isso convém contextualizar.

Já desde miúdo que desenvolvi um demasiado forte sentido crítico. Não encaro esta característica como uma virtude e sim como um defeito. É mais forte do que eu e julgo que mais cedo ou mais tarde desenvolverei uma úlcera nervosa, tal mexem comigo situações do dia-a-dia.

A falta de educação está cada vez mais generalizada e com esta história da pandemia parece que se tornou ainda mais forte. No meu entender "o novo normal" de que tantos falam é só um normalizar da anormalidade que já antes existia mas que muitos tentavam esconder. Agora nem vale a pena porque "amanhã posso ter que ficar em casa", ou "a vida são dois dias e o isolamento são 14", por isso é preciso ser-se uma trampa nos dois dias em que se anda à solta.

Tenho visto de tudo e nem tudo se justifica com o vírus do COVID. Desde uma javarda que no supermercado tira a máscara para falar ao telefone e ao mesmo tempo espirra para cima dos artigos nas prateleiras, desde clientes que insultam quem está num balcão porque, por exemplo não admite ter que fazer pré-pagamento, e até a empregados de balcão que atendem mal clientes porque onde se estava bem era no "lay-off".

A tantas vezes proclamada República das Bananas ainda não foi proclamada, mas aquilo que mais vejo são macacos tontinhos e egoístas que querem muito ser vacinados porque as férias deles são mais importantes que tudo. Mais uma vez repito, esta não é uma questão que se prenda com a pandemia. O vírus foi o que deu o mote para que a vergonha, que já pouco existia, fosse completamente eliminada.

Reparem por exemplo nas questões dos testes rápidos nos restaurantes. Testes que eram cobrados a 5€, agora passaram a valer três, quatro ou cinco vezes mais, e muitas das vezes são as próprias farmácias a cobrarem estes valores. Já tínhamos visto situações semelhantes aquando da escassez de máscaras e álcool gel, e a coisa torna a repetir-se. Faz-me um pouco de confusão que existam autoridades de regulamentação para tanta e tanta coisa, e nestes casos não. Mas por um lado percebo bem porquê, o IVA de 20€ é muito mais apetecível do que o IVA de 5.

Posso ir contra a corrente e falar também nos médicos e enfermeiros do SNS, por exemplo. Estão a ser catalogados como heróis e era assim que deviam ser vistos, caso aquilo que fazem fosse altruísta. Mas a verdade é que hoje existem mais pessoas a morrer por causa de outras enfermidades do que de COVID, e é mais fácil ganhar um prémio bom no Euromilhões do que conseguir consulta num centro de saúde, porque todos os esforços são canalizados para a vacinação. Não porque se queira acabar rápido com o bicho, mas porque horas a vacinar são horas extraordinárias.

Todo o quadro de beleza, entreajuda, compreensão, apoio ao próximo e altruísmo, aos poucos e poucos vai-se transformando num feio quadro de naturezas mortas mas em que o que é retratado não são frutas ou flores. É uma humanidade podre e decadente que poderia ser colocada bem no centro da Idade Média e que não ficaria a dever em nada, aos "grunhos" que por lá viveram.

Será toda a gente assim?

Não, não será. Mas aqueles que não o são sentem-se sozinhos, desesperados e desamparados, porque a sociedade onde vivem, e da qual fazem parte, está apoiada em alicerces tortos e instáveis e sentem que nada podem fazer porque são uma minoria que se vê abafada pelos urros e gritos de uma imensa maioria cuja principal preocupação é a de se agora no Verão podem ou não beber umas "jolas" na esplanada, ou ir passar o fim-de-semana ao Algarve.

Se não fosse o egoísmo e falta de educação, não só cá mas no Mundo inteiro, não estaríamos dois, de não se sabe quantos anos mais, a sofrer. Basta colocar os olhos na Islândia.

Quem argumentar que a Islândia tem pouca população... Também os Açores e a Madeira.

20
Jul21

Sei quem foi mas não me acuso


Pacotinhos de Noção

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Agora foi o Ministro do Ambiente e Transições Energéticas, João Pedro Matos Fernandes, que foi tramado pelo seu motorista. Então não é que o raça do homem se pôs a "voar" a 160 km/h numa nacional onde o limite é 90, e a 210 numa auto-estrada em que o limite é "até bateres num trabalhador"!

O Ministro já prestou declarações afirmando que nem deu por isso mas que não se preocupem porque o culpado, que não é ele, já levou um puxão de orelhas. O culpado obviamente que é o motorista.

Não é o mesmo motorista do Cabrita, esse deve estar a tentar atropelar jardineiros sem o conhecimento do patrão, mas começo a ficar preocupado com este padrão.

Sócrates foi tramado pelo motorista que andava a transportar malas de dinheiro para o estrangeiro, sem o seu conhecimento.

Cabrita foi tramado pelo seu motorista que acelerou que nem um louco, por sua livre e espontânea vontade, acabando por atropelar um tipo que teve o topete de vir a falecer.

Matos Fernandes foi tramado pelo seu motorista que sofre do mesmo mal do motorista de Cabrita, mas sem a parte do atropelamento, mas porque não calhou.

Então e qual o ponto comum nestes três casos?

Os mais distraídos cairão no erro de dizer que o ponto comum é o facto de serem motoristas a tentar tramar pessoas de bem, mas como anteriormente disse, estão distraídos. Não são pessoas de bem, eram o Sócrates, o Cabrita e o Matos Fernandes. Indivíduos sem espinha dorsal, sem respeito por nada nem ninguém e que têm imensa dificuldade em assumir seja o que for.

Sócrates e Matos Fernandes sei que têm filhos, Cabrita desconheço, mas admitamos que até tem... Assumem-nos como seus ou colocam também as responsabilidades nos motoristas? Parece uma pergunta descabida, mas já estou por tudo.

Os governos PS são sempre vítimas das circunstâncias. Tudo que de mau lhes acontece, acaba por ter sempre um culpado comum que é o "Não fomos nós".

Culpados da queda da Ponte de Entre-os-Rios?

Governo PS - Não fomos nós

Culpados da chegada do FMI "Troika" a Portugal em 1977, 1983 e 2011?

Governos PS - Não fomos nós

Culpados do buraco financeiro criado pelo BES?

Governo PS - Não fomos nós

Culpados dos incêndios de Pedrógão em 2017 e do grande incêndio de Outubro, também em 2017, totalizando 111 mortos?

Governo PS - Não fomos nós

Culpado da recuperação económica de Portugal, que se deu em 2016, depois de entre 2011 e 2015 se terem feitos cortes de salários, congelamento de pensões, aumentos de impostos?

Governo PS - Não fomos nós... Quer dizer, a parte da recuperação económica fomos nós, o resto não... Foi o Passos Coelho.

Aquilo que com o passar dos anos, em que vamos tendo governos PS verifico é que sendo um governo socialista, demonstra uma falta de respeito pela sociedade e pelo ser humano em geral. Somos tratados como números e algo de descartável.

Economicamente a época de Passos Coelho foi dura. Na verdade foi duríssima, mas agora quando a factura dos confinamentos surgir, é que vamos conseguir perceber o que é um verdadeiro lobo com pele de cordeiro e ainda vamos ter muitas saudades do Passos Coelho, que nos salvou de um Sócrates mas que não sei se salvará de um Costa.

Voltando à questão dos motoristas, penso que se devia tentar desmantelar esta rede obscura de motoristas que tentam descredibilizar Ministros do Governo PS. Está mais que visto que é uma cabala e não me admirava nada que o outro tipo em Espanha e o de Reguengos de Monsaraz, que se atiraram para cima das esplanadas, sejam agentes motoristas dessa dita rede.

Importa saber se no banco de trás dos carros destes tipos vinha algum ministro, a passar pelas brasas.

 

18
Jul21

Ai se fosse comigo...


Pacotinhos de Noção

Vamos falar da inoperância dos dois senhores da GNR que pouco ou nada fizeram, em Reguengos de Monsaraz?

Aproveito já para aplicar um valentíssimo "Ai se fosse comigo...".

Uns aplicarão o deles dizendo que davam um ensaio de bastonada naqueles tipos, outros que sacavam a arma e desatavam aos tiros, outros que fariam valer a sua autoridade, outros que chamariam logo reforços. Já eu aplico o meu da seguinte forma: Ai se fosse comigo, vos garanto, tal como eles borrava-me todo mal visse aparecer o carro cheio de labregos, como apareceu, mas ao contrário dos GNR's que lá ficaram (e muito provavelmente foi por essa razão que o indivíduo já foi detido) eu fugia dali de uma maneira que até batia com os calcanhares no rabo. Afinal de contas não teria como saber se vinham mais, se estavam armados, a que é que estavam dispostos. No final acaba por ser apenas uma questão de aritmética. Dois homens, sejam PSP's, GNR's, GOIS, Rambos, serão sempre menos que uma catrefada dos outros, e uma catrefada dos outros não são só os que saem do carro e os que estavam na esplanada. A catrefada são os que já referi, mais as pessoas que assistiram, as que filmaram, e todos os outros milhões que iriam ver o vídeo e que iriam fazer juízos de valor.

No vídeo vemos que os guardas pouco ou nada fizeram. Vemos que um deles pede reforços, e que o jagunço se mete no carro e atropela três pessoas porque a GNR não o impediu.

Vamos imaginar que um dos GNR's saca da arma e dispara para o tipo que está a causar distúrbios, assim como fazem nos E.U.A. Não teria acontecido o atropelamento, mas nessa altura entrariam em acção os justiceiros dos agressores, que são fracos e oprimidos. Defensores daqueles que não respeitam a autoridade e que quando essa mesma autoridade faz valer a sua força têm logo o pessoal das redes sociais a servir de almofada de conforto, criticando as acções das forças de segurança, afirmando que "polícia bom é polícia morto", que "são heróis porque têm armas" e que "num mano a mano já não são tão homens". Tudo isto não são invenções, qualquer um minimamente informado sabe que é verdade, e se disser que não então é mentiroso.

A inoperância dos dois GNR's, é consequência da caça as bruxas que se tem intensificado de cada vez que a autoridade tem que fazer uso da força. Já sei que eventualmente aparecerá alguém a contar uma história em que a polícia usou de força excessiva. É um facto que nalgumas situações poderá haver abuso de autoridade, mas na grande maioria não, o que há são sempre indignados e indivíduos anti-sistema que têm sempre que tentar deitar abaixo as forças da autoridade apenas porque são, precisamente, autoridade. Esquecem-se que por detrás de uma farda há uma pessoa, com medos, com vida própria e com familiares.

Rui Rio, como já vem sendo hábito, mandou um tiro ao lado. Em vez de questionar o Primeiro-Ministro do porquê da falta de atitude dos GNR's, colocando assim parte da culpa nos dois agentes, deveria antes ter perguntado ao Sr. Costa e ao Sr. Cabrita porque é que existem tão poucos efectivos em todas as polícias do nosso país, não permitindo assim grupos de rusga mais numerosos.

Mas mais uma vez quem sofrerá é o mexilhão. Enquanto os responsáveis deste país (Primeiro-Ministro e Ministro da Administração Interna) fingem não ser nada com eles, a GNR já iniciou um processo de averiguações para, caso se verifique, instaurarem processos disciplinares ao dois agentes.

Vai chegar a altura em que não teremos quem nos defenda, e a culpa será nossa, por os tratarmos e deixarmos que tratem tão mal.

14
Jul21

Convicções plastificadas


Pacotinhos de Noção

American-Beauty.jpgSe ainda existissem videoclubes o filme Beleza Americana (American Beauty, para os "tugas" cuja primeira língua é o inglês) estaria escondido lá mesmo no fundo da loja, bem depois dos filmes para maiores de 18 e até dos portugueses "Mustang" e "Amo-te Teresa". Primeiro por causa de todo o burburinho em volta do Kevin Spacey, depois porque tem aquela mítica cena do saco de plástico esvoaçante, que hoje seria impensável e poderia até levar ao cancelamento do filme. Proibição não, que não vivemos em ditaduras, apenas cancelamento.

Era eu miúdo, ali pelos anos 90, e a luta era a favor do plástico. Tinhamos que usar plástico em vez de madeira. As árvores dão-nos o oxigénio e o desmatamento avançava a galope. O papel também tinha que ser evitado ao máximo. Quase que deixou de haver embalagens de papel, passou tudo a ser de plástico, os americanos eram umas bestas porque só usavam sacos de papel e até os testes na escola eram feitos numas folhas recicladas acastanhadas. Nas escolas havia a recolha de papel, que geralmente ficava em contentores à espera que os viessem buscar o ano inteiro. Parecia o Banco Alimentar, mas para o papel.

Ao que parece as árvores, essas bestas, têm vindo a proliferar pois agora os talheres de plástico passaram a madeira, as palhinhas são de papel e um tipo que vá buscar um take away a um restaurante, ou bem que leva uma marmita para a comida ou tem que comer a caixa de plástico, para ser sustentável.

Bem sei que há-de existir alguém a dizer que o plástico é um mal para o Mundo e para toda a Humanidade.

É um mal por agora, mas este agora vai demorar quanto tempo, conseguirão responder-me? Não conseguindo é fazer o favor de se montarem nas vossas sustentáveis trotinetes eléctricas, cheias de plástico, e podem ir andando.

Não quero parecer agressivo, na verdade a sugestão de vos pedir para irem andando foi apenas para poder introduzir a piada/alfinetada da trotinete, mas começa a incomodar-me que tanta gente que fuma e lança as suas beatas para o chão, me aponte o dedo por causa de um saco de plástico que, vos posso garantir, nunca atirei ao mar. Assim como nunca cuspi para o chão nem tentei dar asas a uma máscara.

Estas modas e proibições fazem-me sempre lembrar os vegetarianos que tem os seus cintos e botas de cabedal, ou cujos carros têm estofos em pele. Ou aqueles que criticam a "pegada ecológica" de todo e qualquer um, mas que têm como passatempo viajar e por mais que eu pise, a minha pegada ecológica nunca vai ser tão grande como a deles, porque o consumo de combustível dos aviões que eles apanham para os seus passatempos não faz pegada na ecologia, calca-a.

Posso elaborar mil teorias e dizer que isto é o "lobby" das madeireiras a tentar criar lucro próprio, com a conivência dos vários Estados, mas na verdade acho que não. Mais uma vez acho que, na falta de melhor, existe uma franja da população que quer à viva força impor as suas vontades, e como é uma minoria acabam por depois conseguir agregar uma grande maioria de

pessoas sem personalidade que, na falta de guia espiritual, escolhem uma causa como guru.

A partir de agora serei considerado um marginal, de cada vez que pedir um saco seja onde for. Se estiver na fila da farmácia e pedir um saco, vão existir mais olhares reprovadores do que aqueles que existiram para o toxicodependente que passou à frente de todos para ir buscar seringas gratuitamente. Dirão que ele está a tratar-se mal a ele e eu a tratar mal o ambiente. Depende da perspectiva, pois senão vejam:

- Comprei um saco de plástico e tenho o hábito de o reutilizar. Mesmo que seja para utilizar como saco do lixo sei que aquele saco vai ter uma percentagem de reutilização. Essa reciclagem vai criar gases comburentes que serão lançados para a atmosfera, mas e na reciclagem do papel, nas várias lavagens químicas do material, não há problema? E na produção de papel, no fabrico da pasta de celulose, os químicos utilizados são inócuos? Sinceramente não sei.

- No caso do toxicodependente a humanidade também sofrerá. Reparem que as seringas não são para injectar penicilina no rabinho. Não se espantem mas a verdade é que ele se vai drogar. Com que dinheiro comprou a droga? Terá roubado alguém, roubado a reforma da mãe? Se calhar não, provavelmente trabalha e ganha o seu ordenado, mas ainda assim comprou droga e daquilo que sei a droga não se vende em supermercados. Tem que se contactar com gente que comete crimes e cuja produção dos estupefacientes utilizou trabalho escravo e muitas vezes infantil...

Como se vê é apenas uma questão de perspectiva e basta também usar um bocadinho de populismo, admito, mas não inventei nada do que disse.

Aproveito e acrescento também que mais uma vez o Estado faz dos portugueses gato-sapato. Entrou em vigor uma lei em que em qualquer estabelecimento comercial não pode oferecer o saco, seja ele de plástico, papel, cartão, crochet. O cliente terá que o pagar pois a oferta é proibida... Ia dizer "proibida não, cancelada", mas aqui o proibido é mesmo a palavra correcta. Esta lei serve apenas para gerar riqueza para o estado. Cada saco tem o seu IVA, e o IVA do plástico é tão bom quanto o do papel.

14
Jul21

Ao futebol só vou com guarda-costas


Pacotinhos de Noção

zslip96aexgtm4wt_1626063748.jpegDesde o final do Euro 2020 que se tem falado dos ataques racistas aos jogadores ingleses por não terem ganho, ao jogadores italianos, por terem ganho, e aos adeptos italianos, porque os jogadores ingleses perderam e os italianos ganharam. A questão do racismo aqui interessa-me pouco. Não porque tenha uma gravidade diminuta, nada disso, é na verdade gravíssimo. Não lhe dou a devida importância porque o crime aqui cometido, o racismo, é apenas mais um no meio de tantos outros. Além do racismo temos, agressões, roubos, vandalismo, invasões no estádio e até tentativas de homicídio com recurso a armas brancas...

Devo confessar que desde que Portugal foi afastado, também eu me tinha afastado do Euro, não tenho visto notícias por falta de tempo e desse modo mantive-me na ignorância. Fiquei a saber destas agressões na página do  de Instagram do @carapau_desportivo. São vergonhosas mas não são nada a que nunca cá se tenha assistido.

É curioso que aqueles que pior se portaram sejam os de terras de sua majestade, com lordes, duques e duquesas. Os que são conhecidos por serem a nobreza do planeta, quando tudo o resto é plebe. Mas quem segue o futebol sabe que nisto de se ser grunho, besta e anormal, não é exclusivo da nacionalidade e sim da idiotice. O desporto, que é considerado rei, consegue ser rei de uma população de seres cuja capacidade de utilizar talher ainda está por descobrir. Acham que apreciar futebol é apanhar pielas antes do jogo, andar nas bancadas a desfilar as panças peludas e gregoriadas e no fim saltarem para cima uns dos outros, como se dum ritual de acasalamento se tratasse, caso ganhem, ou então saltarem e agredirem os outros, como se em vez do acasalamento estivessem a disputar território.

O espectáculo do futebol é algo de bonito quando bem jogado mas também quando bem apreciado. Pagar por um bilhete não dá direito a que se molhe a sopa a torto e a direito, nem é validação para puxar da ficha da caixa dos neurónios para que assim se mantenha desligada.

No Reino Unido, quando jogam lá só entre eles, existe um sistema que não permite a entrada de hooligans. Uma vez que o jogo entre Inglaterra e Itália foi lá disputado, porque é que não foi implementado esse sistema.

Justificações para estas atitudes não há, agora impressões há muitas, e aquela mais forte com que fiquei é que, e embora seja triste de ver, o maior mal do futebol são os adeptos e os estádios deveriam continuar vazios.

A corrupção no futebol é o pior? Não. Todos devem ser punidos, mas na corrupção tens um só bandido, numa claque tens centenas e aleijam mais.

12
Jul21

Morreu Constança Braddell


Pacotinhos de Noção

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"Porquê, meu Deus, porquê?"

Este foi o comentário que me levou a querer escrever estas linhas, porque a resposta é óbvia e porque o intuito da pergunta é o mesmo, sempre que morre alguém que foi assunto nas redes sociais.

O porquê é porque a rapariga estava doente. Na verdade estava até muito doente, e foi precisamente por isso que acabou por ficar conhecida. Ela quando fez o seu pedido de ajuda não estava à procura de mais seguidores, de fãs, de patrocínios. Estava à procura de uma solução para a sua morte anunciada. Infelizmente não conseguiu.

Não desenvolvi qualquer tipo de empatia ou antipatia por esta rapariga. Não a considero guerreira, considero apenas uma desafortunada que teve uma doença que lhe tirou a vida. Tentou viver, e tantos que tendo a vida por garantida não o tentam. Mas não lhe foi permitido. Não o foi por ninguém em especial, mas sim pelas circunstâncias e por obra do acaso. Será justo? Não é certamente. Principalmente para a família e verdadeiros amigos que a acompanharam e que lhe sentirão a falta. Para ela será indiferente. Já partiu e não sente a dor que sentia, nem a dor que cá deixou. Para mim, que não lhe era nada, não a conhecia nem costumo entrar em dramas de redes sociais, o dia segue como todos os outros com a genuína esperança de que o que a afectou nunca afecte nenhum dos meus.

Às pessoas que neste momento inundam o Facebook, o Instagram e todos os similares com "RIP's", "descansa em paz" e "porquê, meu Deus, porquê?", tomem vergonha na cara e apaguem a porcaria que escreveram, com o intuito de ter gostos ou serem "trends". Ela não vai ler, e os verdadeiros amigos e principalmente a família, não querem nem saber aquilo que vocês pensam, porque a totalidade dos seus pensamentos está no facto de que perderam alguém.

O que escrevo não é novidade para ninguém. As redes sociais são um mundo cor-de-rosa onde as mães são super-mães, as férias são espectaculares, o pôr-do-sol é sempre bonito as relações são magníficas, e em que se sente sempre muito a morte de alguém. Isto desde que seja possível mostrar tudo isso, porque se não for, conforme não o é no mundo real, então não vale nem a pena dizer "Bom dia", "Por favor" ou "Muito obrigado".

Palavras para a Constança Braddell não tenho, para a família, que não conheço, também não, para vós que vivem destas aparências tenho uma:

HIPÓCRITAS.

 

 

 

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