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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

30
Mai22

Os famosos não andam lá muito famosos


Pacotinhos de Noção

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Longe vão os tempos em que ser-se famoso eram sinónimo de encanto, fascínio e exclusividade.

Evitei até agora falar do caso Johnny Depp/Amber Heard, porque não quis de alguma forma influenciar o julgamento, e, porque temia que se um ou outro lessem o meu post, podiam ficar melindrados comigo, e uma amizade tão forte poderia ficar abalada. Sou amigo de lhes frequentar a casa e fazermos brincadeiras parvas e tudo. Uma vez, a Amber até apostou comigo que eu não conseguia fazer uma coisa em cima da cama deles. Eu ganhei a aposta, e eles mandaram um edredão para o lixo. O que vale é que devia ser do IKEA por isso não era assim tão caro.

Este julgamento, e os relatos de tudo o que se passou, mostram que grande partes das vezes ser famoso e rico só difere de um anónimo e pobre, porque a capacidade de não se ter limites é maior e, ao contrário do que se possa pensar, os limites são algo de positivo, pois são eles que nos impedem de sermos estúpidos, inconsequentes, arrogantes e idiotas, e com estes quatro adjectivos consegui caracterizar alguns famosos. Muito basicamente é isto que os diferencia porque depois, bem vistas as coisas, a desgraça é toda a mesma.

Este assunto veio-me à cabeça ao observar a família do Gonçalo Quinaz, que apareceu hoje no Big Brother para lhe prestar apoio. Aqui impera um pouco a futilidade, mas quando imaginamos a família de alguém "FAMOSO" não estamos à espera de um tipo de calções e meias puxadas, uma mãe com um vestido que parece um repolho cor de vinho, demasiado curto para os joelhos que tem, de alguém que vestiu uma camisa, essa sim, cor de repolho e outro alguém com uma camisa que parece feita de retalhos.

Não esperava ver a família real inglesa, até porque essa também tem uns podres bastante malcheirosos, mas esperamos sempre um pouco mais. E a questão nem é por ser em Portugal, conforme demonstrei no início deste texto, e também não tem que ver com dinheiro. O Cristiano Ronaldo tem dinheiro que não acaba mais, e isso comprou-lhe gosto? A ele ou a alguém da família? A Georgina, por exemplo, é tão deslumbrada, e acaba por ter tão mau gosto, que ser for comprar a mala mais cara que houver na BIMBA E LOLA, tenho a certeza que a única coisa que vai aparecer é a BIMBA, a LOLA, com vergonha, há de ter ido dar uma volta.

As redes sociais são também um dos motivos pelos quais aqueles que dantes eram distantes e inalcançáveis, e sobre os quais pouco saberíamos, agora estão aqui mais ao pé, não hesitam em falar e dar opiniões, por mais escabrosas que possam ser, mas que depois permitem que o tal "glamour" se desmorone e nos dê a sensação real de que eles são apenas mais uns.

São poucos os famosos a quem isso não acontece. Posso dizer, por exemplo, que no caso do Herman José isso não acontece.

O motivo de tal não acontecer, mesmo o humorista partilhando tanto da sua rotina diária, é porque tudo aquilo que ele mostra tem gosto, tem requinte, mesmo que esteja apenas a mostrar os pepinos que tem na sua horta.

26
Mai22

O trabalho do Milhazes


Pacotinhos de Noção

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Esta informação poderá ser toda recolhida e confirmada na internet, mais especificamente na Wikipédia.

José Milhazes rumou à União Soviética em 1977. A ideia inicial seria a de estudar e voltar ao seu país de origem, mas logo após se formar, em 1983, acabou por casar e ficou pelas terras dos czars. Voltou em definitivo a Portugal em 2015, o que significa que passou 38 anos pelas terras de Tolstoi, autor, aliás que Milhazes traduziu para português, por entre outros tantos, em que também fez o mesmo trabalho.

Ao longo das décadas passadas na Rússia, Milhazes tornou-se jornalista e, consequentemente, colaborador, e correspondente para rádios e jornais como a TSF, o Público, Agência Lusa, RDP e mais tarde a SIC.

Lançou mais de uma dúzia de livros, variados artigos científicos e tem também já uma extensa carreira como historiador.

Ultimamente era visto semanalmente, como comentador, no programa da SIC Notícias, Invasões bárbaras, apresentado por Iryna Shev, e em que partilhava mesa com Olivier Bonamici e Giuliana Miranda.

Como podem agora observar, o título "O trabalho do Milhazes" não tinha o intuito de ser um trocadilho para brincar com a tradução feita pelo jornalista no Jornal da Noite, deixando Clara de Sousa escandalizada, Nuno Rogeiro divertido, e todo um país que reclama para si um intelecto superior, ao afirmar que não vê programas como o Big Brother, por exemplo, por não gostar do que representa e daquilo que por lá se diz, mas que vai aos píncaros da emoção por haver uma constatação do Milhazes ao afirmar que os jovens russos num concerto, em plena Rússia, repetem que "A guerra que vá para o c@r@Ih0", ignorando que José Milhazes o fez para sublinhar a coragem daqueles jovens, perante as forças policiais comandadas por um ditador que, até agora, não tem tido qualquer pudor em bater, invadir, prender, matar.

Esta mensagem de Milhazes foi remetida para segundo plano, e aquilo que gerou memes e transformou o jornalista no novo herói português foi a reprodução de um palavrão no horário nobre na SIC.

Para alguém com uma carreira tão rica e tão extensa como a de José Milhazes, ser reconhecido e vangloriado apenas devido a um palavrão, haverá de ser muitas coisas, sendo que a principal será a frustração. 

Força Milhazes, és bem mais que aquilo que agora te querem imputar, e se por acaso continuarem a chatear-te com essa treta, manda, mas é toda a gente para o...

25
Mai22

Promessa é dívida


Pacotinhos de Noção

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Por coincidência, hoje, por volta das 22:00, altura em que o meu filho de 4 anos foi dormir, naquele lusco-fusco sonolento e delirante das crianças, ele virou-se para mim e perguntou o que eu fazia se aparecesse um homem com uma pistola para lhe fazer mal.

Esta pergunta veio a propósito de, segundos antes, ele ter tido medo e eu, confortando-o, garanti-lhe que não precisa temer nada, pois protege-lo-ei sempre.

Respondi que se tal acontecer meto-me à frente e nada se passará. A mim também não, que tenho ossos de ferro.

Apertou-me para confirmar que tenho estrutura óssea forte o suficiente, e agora dorme, relaxado e sentindo que está protegido. Dorme ele e a irmã de ano e meio, um sono inocente e despreocupado, sem saberem que, agora, em todos os cantos do Mundo, há crianças que choram, que sofrem, que morrem. Não sabem e nem pretendo que saibam. Este Mundo nojento em que vivemos há de parecer-lhes um paraíso, enquanto for possível que a ingenuidade não lhes seja conspurcado pela dura realidade.

A garantia de protecção que fiz ao meu filho, pretendo cumpri-la, mas certamente que os pais das 18 crianças, com idades entre os 5 e os 11 anos, que foram hoje assassinadas no Texas, também quereriam ter protegido os filhos deles. Não conseguiram, e esta é daquelas vezes em que a genuinidade do "não queria estar no lugar deles", é da mais pura que pode haver, e também da mais cruel.

Salvador Ramos, 18 anos, ele próprio um tipo que ainda devia cheirar a leite, tinha acesso a armas que lhe permitiram cometer esta loucura. Foi abatido pela polícia e eu só espero que tenha sofrido, porque quem mata crianças não faz, para mim, sentido que continue a viver.

Haverá sempre quem defenda que ele poderia ter problemas psicológicos, mas o problema psicológico de que ele sofria tinha um nome… maldade.

Sigam o meu raciocínio. Se este tipo era maluco porque é que não foi antes invadir um bairro problemático, onde até guerras de gangues há? Ou uma esquadra, ou um quartel, por exemplo? Não foi porque sabia que a hipótese de resposta era grande. Crianças são um alvo fácil e que não responde.

Hoje, também por um acaso, assisti à cena de um rapaz, dos seus 16 anos, a acabar o namoro com uma miúda da mesma idade.

Ela chorava copiosamente. Não implorou, mas tentou muitas vezes o contacto visual com aquele que, até há segundos atrás era o seu namorado. Conseguiu-o várias vezes e há de ter constatado o mesmo que eu, e que era a falta de empatia, de sentimento, de compreensão e até de companheirismo daquele que com ela já havia partilhado sentimentos.

Nem uma festa, nem uma mão no ombro para servir de apoio. Nada.

Vomitou as palavras que tinha a vomitar e no fim do seu discurso de rescisão sentimental, afasta-se com um desdém e uma frieza que nos levam a pensar que ele não deveria nem namorar uma pedra, quanto mais uma rapariguinha.

Dei mais este exemplo porque em ambos os casos se vê um traço característico e comum a ambos.

Nenhum mostrou nenhum tipo de ligação afectiva, remorso, consciência, e, infelizmente, a ideia que me dá é a de que cada vez mais isso acontece. Tenho visto muitos jovens que demonstram dar mais importância a um penteado ou a um smartphone do que a outra pessoa.

E quem devemos nós culpar por causa destas situações? Não vos sei dizer, nem tão pouco sei dar um palpite que se pareça com uma solução. Tenho a opinião de houve muita falta de amor, muita falta de ouvir dos pais um amo-te cheio de intenção de continuar a amar.

Eu tento fazer a minha parte, e diariamente digo aos meus filhos que os amo e eles também me o dizem a mim. Não é uma troca de galhardetes e sim uma partilha de sentimentos que espero que construa alicerces de valor nos meus filhos.

Sim, eu sei que este é mais um post a falar de criancinhas e no quão importantes elas são, mas de facto são e se não andarmos por cá para os proteger, então nada nesta vida vale a pena.

19
Mai22

Opiniões que nos definem


Pacotinhos de Noção

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Nalgumas situações as redes sociais acabam por ser como a realidade. Diariamente nos cruzamos com gente que não interessa e temos duas opções, ou engolimos, ou mandamos dar uma volta.

Não vou divulgar o "nome" da pessoa em questão porque receio que exista sempre alguém que a possa importunar, mas sei perfeitamente que ela vai ver este post, e ainda bem.

Esta é uma senhora com quem estou quase sempre em desacordo. Adora o Costa e os Governos PS. Gostos são gostos, e tal como ela, mais de 50% dos votantes tiveram a triste ideia de votar em quem enterra consecutivamente o país. A falta de gosto é ainda mais flagrante quando mostra que é das tais senhoras de meia-idade que continuam seduzidas pelos cabelos grisalhos de Sócrates. A certa altura defendia que o SNS é maravilhoso, mas pouco tempo após o proferir foi operar as cataratas à CUF, em vez de usufruir daquilo que tanto diz apreciar. Para finalizar, e para mim, foi a gota que transbordou o copo, desde que começou a guerra na Ucrânia já demonstrou não ser a favor de algumas sanções, que o Zelensky é o demónio na terra e agora insinua, como as imagens demonstram, que os ucranianos são nazis, conforme o próprio Putin defende.

Se em todos os outros assuntos posso compreender que existam opiniões diferentes da minha, neste caso da guerra não é sequer admissível que se veja o outro lado da mesma moeda. É um assunto em que não se pode ficar em cima do muro.

Quem tiver o mínimo de dúvida em condenar Vladimir Putin, mesmo não o afirmando, como no caso do PCP, aliás, das duas uma, ou é estúpido, ou é idiota, e são pessoas assim que me repugnam e deixam-me aziado, e com os quais não pretendo ter o mínimo de ligação, quer seja no dia a dia, quer seja aqui, neste mundo virtual onde o anonimato até me dá a cobarde coragem de dizer a esta senhora o quanto ela não tem noção de quão pouco humana consegue ser. E é até a amostra de que quem gosta de animais não tem que obrigatoriamente ser boa pessoa. Bem sei que aos 50/60 anos, viver com gatos nem sempre é opção, é apenas a consequência de uma vida de amargura, arrogância e estupidez, mas ainda assim fica sempre bem mostrar que se tem muito amor pelo Nóquidó e pelo Riscas.

Alguns estarão agora a perguntar-se o porquê deste destaque a alguém que é anónimo, que assim se manterá e que provavelmente não merece o tempo que gastam ao ler estas linhas. Os motivos são dois.

O primeiro é porque o Pacotinhos de Noção nasceu por causa destas pessoas. Serve de escape para falar sobre situações e elementos da sociedade, que vivem entre nós, julgam e comportam-se como se fossem a última bolacha do pacote, mas só porque não tem a noção que aquilo que defendem e aquilo que acreditam faça delas, sim senhor, a última bolacha do pacote, mas é um pacote de bolachas de Água e Sal velho e bolorento, com aquela bolacha que todos rejeitaram e está até toda esmigalhada.

O segundo é porque ao observar as fotos desta pessoa, a ideia que dá (e aqui até posso estar enganado) é a de que trabalha num estabelecimento de ensino. Não sei se como auxiliar ou professora, não é importante, mas aquilo que importa é que alguém que não consegue discernir do que é facto e do que é propaganda, do que é uma desculpa esfarrapada para invadir um país e do que é real, e que não consegue compreender que morrem pessoas, incluindo crianças, crianças com quem trabalhará e como tal até deveria haver um laço mais afectivo, no lugar do coração deve ter uma pedra e no lugar do cérebro apenas vácuo e deveria ter sido submetida a importantes testes psicotécnicos para que em vez de trabalhar com miúdos, trabalhasse com... sei la, calhaus.

15
Mai22

Os ucranianos estão acima de mim


Pacotinhos de Noção

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No andar por cima do meu vive um casal de ucranianos. Já cá estão há cerca de 6 anos e sempre foram uma trampa de vizinhos.

Barulhentos, incómodos, e até cheguei a ter que chamar a polícia e ameaçá-lo pessoalmente após ele ter batido à mulher que tinha anteriormente.

Isto era tudo verdade até dia 24 de Fevereiro deste ano. Nesse dia fatídico Vladimir Putin decidiu invadir a Ucrânia e a minha perspectiva em relação a este casal mudou como da água para o vinho.

Se ele bater na mulher, há de ter as suas razões, se às 2:30 da manhã decidirem martelar só tenho que compreender que a melhor altura para pendurar quadros é de madrugada, e se por acaso o tipo se lembrar de andar a cuspir cascas de pevide pelo prédio e no elevador, como já havia feito antes, não me custa nada pegar numa pá e numa vassoura e ir lá limpar. Afinal de contas eles são ucranianos e merecem toda a minha admiração e solidariedade pela luta que intentam pelo seu país.

Lembrei-me de falar deles agora porque fiquei muito contente com a festa que à meia-noite decorria no andar por cima do meu. O barulho era um bocadinho demais, pareciam porcos a guinchar, mas por mim tudo bem. Ainda por cima para comemorar a vitória da Ucrânia no festival da canção.

Isto realmente há coisas do catano! Quem quiser agir de má-fé vai dizer que a música ucraniana não estava nem nas 6 melhores, mas que como agora o que interessa é enaltecer tudo o que tenha a "marca" Ucrânia, eles ganham até nos jogos de matraquilhos, e sem jogar.

Mas eu não, eu suponho que a Ucrânia ganhou agora por coincidência! A música de quem ganhou, e era obviamente a melhor, só pertencia à de um país em guerra por coincidência. Certamente que se estivesse tudo bem, a Ucrânia ganharia à mesma, afinal de contas a música deles é uma autêntica ode.

Depois desta palhaçada toda vamos então falar a sério?

Para mim a importância de um festival Eurovisão da canção é igual a zero, mas o que é um facto é que é um evento que tem muito pouco de canção e demasiado de política, ou alguém terá aqui a coragem de dizer que a música da Ucrânia ganhou por ter a melhor música, e não por ser o país que está em guerra, e consequentemente na boca do Mundo? Já aconteceu o mesmo quando ganhou o barbudo vestido de mulher, a gorda vestida de galinha e agora com os ucranianos que só ganharam com o voto do público.

Não é desta forma que se ajuda o país, e acaba por ser injusto para todos os outros participantes. Se era para ter este final então nem valia a pena tanto tempo gasto. Atribuíam logo o prémio à Ucrânia e acabou. E agora fica já aqui definido que o próximo Nobel da paz será para o Zelensky, nem é preciso pensar muito. Se for com votação do público, então está mais que garantido, são apenas isso mesmo, situações ridículas. Quem vai com muita sede para fazer o bem, ou para ajudar quando a ajuda não foi solicitada, acaba depois por ter retornos que não estava à espera. É como os autocarros que iam daqui até à Ucrânia para ir buscar refugiados, mas que voltavam depois  vazios porque não havia refugiados para trazer.

Não minimizo a luta e o esforço da Ucrânia. Isto de que falo é completamente à parte. Passa-vos pela cabeça que a frente militar ucraniana fez uma pausa nos combates para assistir ao festival. Ou mesmo que isto não tenha acontecido, julgam que a primeira informação que vão amanhã transmitir aos soldados é:

"Meus caros, uma série de tipos decidiram fazer cantiguinhas para ir ao festival para vos dar alento. Não iam ganhar, mas o público tem tudo o que é ucraniano como coitadinho e decidiram dar uma abebia. Agora que receberam esta preciosa informação, vamos de imediato tomar de volta tudo aquilo que os russos nos ocuparam... Obrigado Eurovisão."

Já centenas de pessoas previram que o desfecho do festival seria este, o que prova que o Mundo está cada vez mais formatado. Tantas individualidades, tantas teorias de que "eu sou eu, os outros são os outros", mas no final é tudo o mesmo, têm todos as mesmas atitudes de carneirada.

Lembrem-se, se o Zelensky ganhar o Nobel da paz, foi aqui que leram essa previsão, primeiro.

Mais uma vez as pessoas são extremistas. Agora tudo o que é russo e todos os russos são bandidos, e tudo o que é ucraniano e todos os ucranianos são coitadinhos. Alerto-vos também, e o que vou dizer não será bem-visto por muita gente, mas no meio dos refugiados veio também muita gente que não vale nada, não se iludam, e dentro da Rússia, existe também muita gente que tenta informar a população e divulgar as enormidades que Putin faz, correndo até risco de vida.

Mas não foi disto que vos vim falar, foi da enorme vitória dos ucranianos na Eurovisão...

Isto faz-me lembrar uma bela frase polémica, do Salvador Sobral, dias depois de também ele ter ganho este prémio, mas que a falta de reacções, a essa frase acaba também por dar-lhe razão. A frase é, e passo a citar: "Eu sinto que posso fazer qualquer coisa que vocês aplaudem. Vou mandar um p€id0 para ver o que é que acontece".

Com a Ucrânia, actualmente, acontece a mesma coisa.

13
Mai22

Mamadou Ba, onde estás tu, pá?


Pacotinhos de Noção

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Na madrugada de 5ªfeira, 12 de Maio, a PSP abateu a tiro um indivíduo alemão que, munido de facas, agrediu e sequestrou um homem. Ao que parece este tipo era bastante grande e ainda conseguiu ferir um polícia. Foram feitas várias tentativas para que a resolução fosse pacífica, mas acabou por não ser possível, e a PSP foi obrigada a agir.

Perdeu-se a vida de alguém que ameaçava a vida de outrem. Para mim a PSP agiu em conformidade e de forma sensata... MAS, e nestas situações há sempre um enorme "MAS", e se o agressor, em vez de alemão fosse um indivíduo de raça negra?

Será que já teria vindo a público o grande defensor das causas raciais, Mamadou Ba?

O facto da pele do indivíduo que morreu ser clara não lhe dá o direito que a associação SOS Racismo venha dizer que foi um crime de ódio, ou desnecessário, ou que a polícia utilizou de força excessiva disparando primeiro e falado depois? Ou o SOS Racismo discrimina consoante a cor da pele e não defende brancos, ou hispânicos, ou chineses?

Não me interpretem mal, eu não penso que tenha sido cometido qualquer erro por parte da PSP, aquilo que faço é aproveitar esta notícia para sublinhar a incoerência e a hipocrisia de Mamadou Ba, de partidos como o Bloco de Esquerda, e da SOS Racismo. É que os argumentos que lancei atrás não foram inventados por mim, são argumentos que já vi utilizados pelo dirigente da SOS Racismo.

Tenho plena consciência de que em Portugal existe mais racismo do que aquele que o cidadão comum imagina, mas não tanto como Mamadou Ba quer fazer crer.

E isto acontece porque tem mesmo que existir racismo, ou pelo menos é assim que as figuras da associação esperam que se mantenha, porque se não houverem números expressivos que justifiquem manter-se aberta uma associação deste tipo, então acabam-se os financiamentos.

Não se iludam, Mamadou Ba e a SOS Racismo são como os sindicalistas e os seus sindicatos. Fazem barulho, muita das vezes, não porque seja necessário, mas, porque têm que se mostrar, visto que há cotas que têm que se cobrar.

Este é um assunto que tem sempre que ser mexido com pinças, porque há pessoas com susceptibilidades muito frágeis e aproveitam logo para começar a disparar acusações de racismo para tudo o que é lado.

Como é habitual, nos posts que coloco no Instagram, faço questão de mencionar as pessoas visadas no texto. Mamadou Ba não será excepção, e caso o senhor leia isto e tenha a infeliz ideia de dizer que sou racista, eu terei então que utilizar da minha forte capacidade argumentativa e dizer um magnífico "quem diz é quem é", e neste caso, mesmo sendo a afirmação infantil, é a mais acertada que poderia fazer, na hipótese de essa situação vir a acontecer.

12
Mai22

"Noblesse Oblige"


Pacotinhos de Noção

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Não sou uma pessoa de séries. Prefiro filmes, mas ainda assim tenho as minhas preferidas.

Uma das mais recentes é a "After Life", da autoria de Ricky Gervais, que desempenha também a personagem principal. Conta a história de um homem para quem viver já não faz o menor sentido, após ter perdido a sua mulher... Mas não é a história central desta série que me levou a referir a mesma, e sim uma característica que Tony, personagem de Gervais, tem e que admito, agrada-me. Agrada tanto que gostaria até imenso de conseguir pô-la em práctica, muito embora não possa ser considerada uma qualidade. Aos olhos de grande parte das pessoas é até considerada um defeito.

Tony tornou-se uma pessoa completamente intransigente, que não tolera a idiotice, a estupidez e a falta de noção. O único "frete" que ainda se força a fazer é o de entrevistar pessoas pouco normais, para o jornal local onde trabalha, mas de resto nada passa.

Situações tão simples que já nos aconteceram, como o carteiro que não coloca as cartas no sítio correcto só porque teria que dar mais uns passos, ou o carro que não pára na passadeira, merecem a reprovação do jornalista, e ele não se coíbe de a demonstrar, coisa que nós, comuns mortais, a maioria das vezes evita.

Somos desde miúdos habituados de que temos que ser simpáticos, positivos, flexíveis, e afirmo que na grande maior parte das vezes até o sou, mas admito ser algo que me custa bastante, e cada vez mais porque para manter essas três características, quase sempre temos que fazer aquilo que muitos chamam de "engolir sapos", coisa que a todos custará.

Pois, ontem, não por deliberação imposta, mas mais por impulso, fui intransigente e soube-me que nem ginjas.

Uma das situações foi numa das minhas constantes incursões a superfícies comerciais. Fui fazer umas compras ao Minipreço perto do trabalho e, azar dos azares, estava pejado de miúdos da escola secundária.

Estando já eu na fila para pagar, fila que, entretanto se estendeu bastante e iria ter este vosso amigo como próximo elemento a ser atendido, dei por mim a levar com bafo de "pita" mal-educada que, ao passar por mim, exclama para o seu namorado um verso, que não rimando, seria música para o humorista Fernando Rocha.

Disse então a poetisa, e passo a citar:

"— F*d@ss€, achas que vou ficar na fila por causa de um donut?"

Achei mal. Achei mal pelo palavreado e pelo elevado tom com que o proferiu, achei mal por fazê-lo tão perto de mim, que senti o bafo ao Chocapic que comeu ao pequeno-almoço, e achei mal pelo pouco caso que fez do Donut, que não tendo a consistência de uma Bola de Berlim ou de um papo seco, é uma iguaria que serve para matar o ratinho e a vontade de doces. É certo que não tem um valor nutricional elevado, mas tem um valor monetário baixo, mostrando ser uma óptima opção de lanchinho.

Mal acabou de arrotar esta pérola a miúda olha para mim, como primeiro elemento da fila, próximo a ser atendido, e pergunta-me se acho que ela pode passar à frente por causa do Donut, ao que eu, amavelmente, como é meu hábito, lhe respondi que era óbvio que não. Foi para o fim da fila e espero que esteja lá até hoje.

Se a situação fosse outra, ou se se tivesse desenrolado de maneira diferente, muito provavelmente até deixaria, mas só o facto daquela pequena labrega pensar que o tempo dela era mais precioso do que o de todos os outros que estavam na fila, e a maneira chula como falou, fizeram-me ser intransigente, rude e seco, e tenho que vos admitir que me soube muitíssimo bem.

A outra situação que aconteceu foi com a nobreza, dai o título do post, e não, não é um nobre como o Castelo Branco, é daqueles a sério, o que até acaba por ser um pouco mais ridículo.

No meu trabalho tenho clientes de todas as áreas, de todos os credos e de todos os estratos sociais.

Tenho uma Srª Dª Marquesa que me encomendou um trabalho com urgência. Na altura aceitei, como especial favor, mas ficou combinado que o motorista da senhora só o viria buscar quando eu lho dissesse, visto que não o conseguiria concluir no período de trabalho normal.

Acabei perto das 22:00 e normalmente saio às 19:00.

Quando liguei ao motorista ele disse que afinal não o poderia ir buscar  e ficava para o dia a seguir..."Ordens da Marquesa". E que até nem fazia mal porque na realidade a Srª Dª Marquesa havia cometido um engano e não precisava daquilo com tanta urgência, tinha mais uns dias de margem.

Fervi e não engoli.

Telefonei à Marquesa, que, aliás faço sempre questão de tratar por Dona Teresa, (não respeito muito títulos bacocos) que me confirmou que realmente naquela hora já não lhe dava muito jeito, já estava recolhida e dispensara o motorista.

Desfolhei a minha lista de desagrados, afirmando que perdi horas de convívio com os meus filhos, que é um desrespeito exigir um trabalho com urgência, mas depois não o recolher porque não lhe dá jeito, não avisar que afinal o prazo mudara, e pode ficar ciente que da minha parte não terá mais nenhum tipo de favor.

Escusado será dizer que esta atitude, da qual até me orgulho, a ela, para já, não lhe fez mossa nenhuma. Teve a cara de pau de tentar colocar a culpa no motorista, dizendo que "ele não é muito normal, desconfia até que o homem tem um pouco de autismo", e também em mim, dizendo que devia ter conseguido acabar o trabalho mais cedo.

O que nos passa pela cabeça após ouvir estes argumentos é algo que a tal "noblesse oblige" a que não seja nem possível escrever, sob pena de terem sido inventadas novas formas de ofensa que possam até dar cadeia, mas mais uma vez aconteceu que sendo completamente intransigente, e não deixando por dizer aquilo que aquela velha decadente merecia ouvir, senti-me bem e sem aquele nervoso miúdinho das situações chatas, que nos causam um pequeno incómodo e nem sabemos bem porquê.

04
Mai22

A mulher de César é uma badalhoca


Pacotinhos de Noção

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Sempre ouvi dizer que "À mulher de César não basta ser séria, há que parecê-lo", mas se a mulher de César for uma empresa portuguesa do sector energético, então deixa de ser séria e passará a ser uma badalhoca da pior espécie.

Isto porque neste primeiro trimestre de 2022, a petrolífera Galp, conseguiu aumentar os seus lucros em 496%... Sim, senhor, não é gralha e até repito, 496%. E isto sucede devido à guerra na Ucrânia e consequente aumento dos preços. Acontece que muito provavelmente este lucro, no segundo trimestre, poderá crescer ainda mais, se tivermos em consideração que o Governo baixou o ISP dos combustíveis, que se traduziriam numa quebra final dos preços de cerca de 15 cêntimos, mas que, na prática, diminuiu apenas por volta de 8, porque as gasolineiras decidiram absorver parte dessa descida de imposto, conseguindo assim ganhar mais 7 cêntimos por litro, engordando um bocadinho mais os seus cofres.

O Governo já deu a entender que a ASAE irá fiscalizar esta situação, mas o que é verdade é que a ASAE não tem nenhum tipo de poderes para impor que determinada empresa cobre este ou aquele valor, por um produto ou um serviço que oferece. O mercado é livre e uma das características do mercado livre é essa mesma, não terem o dedo de instâncias exteriores à empresa a definirem preços.

E perguntam os meus amigos: "Mas o Governo não poderia criar leis que não permitissem este tipo de abusos?", ao que eu responderia: "Mas vocês são estúpidos?!"

Peço desculpa por esta ofensa que poderá até parecer gratuita, mas reparem apenas no seguinte para que percebam como essa pergunta não faz sentido.

Um dos vogais do Conselho de Administração da GALP é Adolfo Mesquita Nunes, ex-secretário de Estado do Governo PSD-CDS.

Até Janeiro deste ano, Carlos Costa Pina foi membro do Conselho da Administração da Galp. Outro ex-secretário de Estado, desta vez do Governo PS de Sócrates. Renunciou ao cargo ao ser acusado no processo das PPP, processo esse que demonstra que Carlos Costa Pina beneficiaria concessionárias rodoviárias nas negociações de novos contratos para as concessões das SCUT.

Aqui temos dois exemplos da GALP, mas se formos procurar na EDP, na Mota-Engil, na Efacec e em muitas outras empresas, temos uma imensidão de ex-governantes, alguns sem a mínima preparação para os cargos que ocupam, que ocupam cargos de grande relevo. E atenção que são de todos os quadrantes políticos, que aqui a democracia é mesmo democracia, todos mamam.

Mesmo o caso recente do ex-Ministro das Finanças, João Leão, que aprovou um financiamento no valor de 5,2 milhões de euros para o ISCTE, sendo depois nomeado vice-reitor da mesma instituição, mal saiu do Governo, mostra que as ofertas de emprego a ex-governantes não carecem de envio de currículo e posterior entrevista, porque as reuniões que seriam necessárias ter já foram acontecendo previamente, enquanto benefícios podiam ser atribuídos.

Claro que depois tudo não passam de patranhas, de cabalas, de mal-entendidos, que só quem esteja de má-fé é que pode acreditar, mas por mim falo, e se é má-fé que se exige, então a minha está no máximo dos máximos.

E é por isto, meus queridos leitores, que quem está no Governo, seja qual for a cor partidária, nunca vai mover uma palha para mudar seja que lei for, visto que o tipo que matar a galinha dos ovos de ouro, depois teria que comer apenas canja de galinha velha, e sopa, daquilo que me dá a perceber, é comidinha para pobres.

02
Mai22

Dia da Mãe


Pacotinhos de Noção

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Ontem foi Dia da Mãe.

Não coloquei aqui nenhuma foto da minha, nem lhe mandei 1000 beijinhos. Primeiro porque a minha mãe não tem redes sociais e depois porque não tenho a melhor mãe do Mundo. Podia dizer que sim, mas estaria a mentir. É que, segundo vi, já muita gente tem aquela que é A MELHOR do Mundo, e se é essa a melhor, então a minha não deve ser, até porque está cheia de defeitos. De qualquer forma, mesmo com defeitos e no meio de tantas melhores mães do Mundo, a minha é a minha, e gosto dela assim. Se lhe mudaria algo? Sim, mudaria. Mudaria a conta bancária, e passava a ser um daqueles filhos de 40 anos que vivem à custa da mãe. Pedia-lhe para me abrir uma empresa toda na moda e dizia ser uma "start up". Bem pensado, não?

Ontem foi aquele dia magnífico, em que às 12:45 os filhos vão buscar as mães velhotas aos lares, para às 13:00 já estarem no restaurante a almoçar, e logo às 14:30 já poderem ir largam o entulho novamente na instituição, que o Dia da Mãe é ao Domingo e ainda pode ser que dê para aproveitar alguma coisinha do dia.

Podiam ter levado a velha à casa da família, mas sem o barulho dos restaurantes havia a hipótese de ter que conversar, e ai a velha mãe podia perceber que é já uma carta fora do baralho, não contando a sua opinião nem para escolher o papel de embrulho do Natal.

E levando a progenitora até à casa de família, o Piruças podia sentir-se incomodado, porque não está habituado à "belha", e como ele, embora de 4 patas, é um membro da família, não o vamos incomodar.

Não escarrapachei em qualquer rede social o quanto gosto da minha mãe, ou o quanto a minha mulher é uma mãe magnífica, porque não tenho nada a provar, e desenganem-se se pensam que fazem parte desta equação, porque a principal pessoa a quem não tenho nada a provar, e nem sequer preciso de o fazer, é a mim mesmo.