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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

04
Mar22

Bosta de Elite


Pacotinhos de Noção

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Tenho que admitir que estou um pouco saturado do assunto da guerra na Ucrânia.

Não que o assunto não seja importante e da maior relevância, e acho mesmo que deve ser falado, mas não por mim, porque penso que não acrescento nada de novo ao assunto, e, porque é algo que genuinamente me deprime e deixa ansioso.

Custa-me a compreender que em 2022 exista um tipo que invade outro país, que permite que se bombardeiem hospitais e maternidades sem sequer pestanejar. Eu não sei se ele é ou não pai, mas já foi filho e em princípio é um ser humano, logo haveria de ter um pouco mais de consciência humanitária.

Mas para esgotar o assunto vou referir que hoje vi duas coisas interessantes.

Uma foi algo que me passou pela cabeça, mas em traços mais drásticos ainda. Há um tipo oferece 1 milhão de euros a quem conseguir capturar Vladimir Putin. Eu sugiro antes que se faça um "Crowdfunding" mundial, e que em vez de 1 milhão se ofereçam 1000 milhões de euros, a quem lhe der um tiro no meio da testa.

Não sou um tipo violento, nem acredito que violência seja normalmente a solução, mas nestes termos parece-me que ficava o caso arrumado, e morreria um para sobreviverem milhares.

E esta ideia de morrer um para sobreviverem outros surgiu-me também devido à segunda coisa interessante que vi hoje nas notícias.

Parece que um grupo de portugueses se juntaram e vão, como voluntários, combater na Ucrânia. Isto assusta-me porque constato as coisas de vários prismas, e o mais doentio é o deste grupo de portugueses. Sigam o meu raciocínio.

Os ucranianos combatem porque a isso são obrigados. Estão a invadir-lhes o país e têm que combater. Fugir não é grande hipótese, sob pena de poderem ser considerados desertores.

Os russos combatem também porque são obrigados. Um russo, na idade militar, que se recuse a combater é imediatamente preso. Falo de soldados normais, não falo de tropas especiais, como as tchetchenas, por exemplo, que são, na verdade, mercenários que ganham a vida guerreando.

É até por este motivo que as tropas ucranianas têm sido o mais condescendentes possíveis para com os soldados russos capturados, pois sabem que a hipótese que lhes é apresentada é aquela e não têm como fugir.

O que me assusta nos portugueses voluntários é que, numa guerra onde quase ninguém queria estar, eles vão porque querem andar aos tiros, sob o manto da defesa do território ucraniano. Se querem ajudar façam voluntariado, que ajudem os refugiados a seguir o seu caminho e a entrar em contacto com os seus familiares, ou a servir refeições quentes. Recordo que não vão andar aos tiros para o ar, vão lá para matar russos invasores, o que digamos, não é o tipo de voluntariado mais agradável de se fazer. Mas eles querem fazê-lo, eles querem ir lá para a Ucrânia ceifar vidas, e a minha pergunta vai no sentido de conseguir saber se, neste momento, a vida de um russo vale menos do que a de um ucraniano?

Atenção, eu não estou com isto a querer dizer que as tropas russas deveriam ser recebidas com florzinhas nos canos das Kalashnikov. O povo invadido tem que se defender, dado que aquele é o seu país. Mesmo quando vão países de fora, participar num qualquer conflito, só o fazem porque estão também munidos de soldados que vão numa determinada missão, e o trabalho deles acaba por ser esse, agora um grupo de amigos que tão depressa se juntam ao fim de semana, para comer leitão, como se juntam para ir para a guerra a mim assusta pois, significa que existe mais gente a achar piada a andar aos tiros, do que só o Putin. E estão mais perto do que aquilo que provavelmente desejaríamos.

 

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