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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

24
Jun22

Jéssica


Pacotinhos de Noção

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Esta não é uma página criminal nem pretende ser uma filial da CMTV, mas de cada vez que há a notícia da morte de uma criança, às mãos de um adulto, a raiva que em mim cresce tem que ter um escape, e a escrita acaba por ser um pouco desse escape. O que escrevo nada ajuda, e a criança já morreu, mas há opiniões que me apetece dar e perguntas que me apetece fazer.

Todo o caso me mete nojo, e ninguém sai dele sem culpas, a não ser a criança, que não sendo culpada, foi a que pagou com a vida.

Estão detidas três pessoas. A suposta ama, que é afinal bruxa, o marido, e a filha da bruxa. Falta neste lote de miseráveis pelo menos mais uma pessoa. A mãe da Jéssica.

O motivo que levou a bruxa, e toda a sua corja, a sequestrar a criança durante 5 dias na sua casa, foi uma alegada dívida de 400 €, da mãe da Jéssica. A que se deve esta dívida? Pagamentos que não foram feitos à bruxa, enquanto ama? Pagamentos que não foram feitos à bruxa, enquanto bruxa?

Aquilo que se sabe é que a mãe de Jéssica, que quando deu à luz uma criança, que não pediu para nascer, assinou automaticamente um contrato redigido pela natureza, pela sociedade, pela vida e pelo amor maternal, que estipulava que ela, como gestante e progenitora haveria de proteger aquela menina contra tudo e contra todos, contudo em vez de o fazer preferiu "meter a menina no prego", como garantia de que haveria de pagar a dívida que tinha.

Se quisermos ser mais compreensivos podemos alegar que os três criminosos sequestraram a menina. Não deixaram que a mãe a levasse sem trazer o dinheiro que devia, e a mãe até foi buscar a Jéssica, passado 5 dias... e foi porque lhe disseram para a ir buscar, após a colocarem às portas da morte.

5 dias?! 5 MALDITOS DIAS?! Não foram 5 minutos nem sequer 5 horas, foram 5 dias.

Uma mãe normal, e consciente, impedida de levar a sua filha, não entrava em desespero e não se dirigia logo à polícia? Estou a dizer algo de muito esquisito ou extraordinário? Não é coisa que qualquer pessoa que ame um filho faria? Ou num acto mais tresloucado, vendo a sua cria usada como moeda de troca, não cometeria uma loucura e não entraria em confronto com estes bandidos?

Sabe-se também que, estando a filha sequestrada na casa da bruxa/ama, a mãe, no Domingo à noite, antes da morte da filha, foi toda alegre e contente, a uma festarola. Enquanto a mãe se divertia, a Jéssica, de apenas 3 anos, muito provavelmente era alvo de tortura e pancada, porque a senhora que a pariu a deixoy como garantia de uma dívida. 

O que é um facto é que Jéssica estava já sinalizada pela Segurança Social como sendo uma criança em risco, e o risco definido pela S.S. não teria nada a ver com a ama, certamente.

Que dizer da forma como está estruturada uma família quando, em entrevista à CMTV, o padrasto da menina, confessa que nem sequer sabia que ela estava na casa da ama há 5 dias... Como não sabia? Não vivia na mesma casa da criança? Não reparou que faltava alguém? É padrasto, mas quando se junta com alguém, por amor, e tendo esse alguém uma filha bebé, acabam por se criar laços e vínculos.

Surgem notícias que, entretanto a mãe já mandou fora roupas e brinquedos, da filha recentemente morta... Atenção, não falo de um vizinho ou de um conhecido, falo da própria filha, e a princípio não nos queremos separar tão rápido das coisas de alguém que seria o nosso bem mais precioso.

Hoje, no velório, a mãe (admito que até me custa classificar a mulher de mãe) montou um teatrinho, levando uma boneca da filha no colo, e caminhando encostada a alguém, de tão debilitada que estava, mas logo à frente, ia o padrasto, a caminhar todo estiloso e com um à vontade de quem vai comprar tabaco, aproveitando as câmeras para enviar recados ao Hernâni Carvalho.

Poderei também estar a ser um pouco picuinhas, mas nos vídeos que já vi da miúda, e algumas das fotografias que encontrei pela internet, mostram-na frequentemente em ambientes de tabernas, cafés, e festas regadas a cervejas. É o ambiente próprio para crianças? Não me parece.

Mais uma vez este caso mostra que os mais desprotegidos são as crianças, e menos protecção têm ainda quando os pais se estão a borrifar para eles.

Neste assunto tudo é revoltante, desde a família assassina até à mãe e ao padrasto que acabam por ser coniventes e também cúmplices por não terem logo avisado as autoridades. É culpado o Estado, por sinalizar crianças em risco, mas não fazer nada, para as proteger, passando assim as crianças de sinalizadas como em risco para sinalizadas como mortas.

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