Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

28
Set21

O regresso da "Querida Júlia"


Pacotinhos de Noção

mw-320.jpg

Caso estejam a pensar que falo do extinto programa das manhãs, apresentado pela Júlia Pinheiro, estão redondamente enganados.

A querida Júlia de que falo é outra. Era aquela Júlia que vinha acompanhada pelo querido Rui Zink, pelo querido Manuel Serrão, pelo querido Miguel Esteves Cardoso e até pela, por mim um pouco menos querida mas ainda querida por estar incluída neste "bouquet", Rita Blanco.

Hoje foi para o ar o primeiro episódio do "podcast" d'A Noite da Má Língua.

Infelizmente, o Miguel Esteves Cardoso não embarcou nesta magnífica viagem no tempo, mas tenho esperança que futuramente nos faça uma surpresa.Bonito bonito foi ouvir de novo, 25 anos passados, todas juntas estas vozes tão conhecidas, que têm na boa disposição e na assertividade das suas opiniões a fórmula vencedora, e que tanto sucesso fez no passado. Sucesso esse que certamente se irá repetir.

O curioso é que ao começar a ouvir o episódio senti-me como quando ficamos sem estar com um amigo durante muito tempo, mas que quando o encontramos a conversa surge e flui com naturalidade. Aqui a conversa surgiu, da parte dos emissores com a fluidez que lhes era característica e eu absorvi como sempre o havia feito. Com gosto e ávido de mais.

Há 25 anos estes tipos ajudaram um adolescente a formar as suas opiniões, a definir os seus pontos de vista e a compreender que a política não teria que ser algo aborrecido.

Lembro-me bem do pequeno segmento programático que era a atribuição dos prémios da Má Língua. De início, quando ainda não se sabia bem o que era o programa, eram ainda alguns os vencedores que recusavam o prémio, que não recebiam a Júlia e que eram até desagradáveis. Mais tarde, quando a fama já os precedia, era habitual os visados dos prémios mostrarem o seu sorriso amarelo, muito "contentinhos" com a oferta e havia até alguns que coleccionavam os cilindros de ponta esférica cravejados de bicos.

Fiquei, e estou, genuinamente contente por ter um dos meus programas preferidos de volta. Foi o precursor de programas como o Governo Sombra, agora Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer, o Eixo do Mal e outros que entretanto até deixaram de existir. Mas nenhum conseguiu nunca ter o "Je ne sais quois" que "A Noite..." tinha.

Fico também contente por ter a Júlia Pinheiro de volta a um formato que é aquele que de facto lhe fica bem. Fui já entrevistado duas vezes pela comunicadora, em contextos diferentes. Foi sempre muito simpática e profissional, e mesmo sabendo que trabalho é trabalho, não conseguia deixar de pensar que a Júlia Pinheiro, que tinha ali à minha frente, era aquela que políticos, alguns até com os cargos mais elevados do país, temiam e evitavam.

Não tem desprimor nenhum apresentar um programa da manhã ou da tarde, e esse é ainda o formato que Júlia Pinheiro está a fazer, mas tenho que admitir que este género de programas está demasiado bem servido nalgumas das caras de quem os conduz, aqui personificado na Júlia Pinheiro e no Manuel Luís Goucha, noutro caso concreto.

Mas não é disso que queria escrever.

Queria apenas regozijar-me e informar que a Noite da Má Língua voltou, no formato "podcast" e para terem acesso basta pesquisarem no Spotify, por exemplo.

Vou ficar a torcer para que dure pelo menos tanto tempo como o de há 25 anos durou, que o MEC se venha juntar aos seus compinchas, e que daqui a pouco tempo passe de novo para a SIC generalista, para podermos assim ficar tontos com as opiniões inebriantes do Rui Zink, as gargalhadas estrondosas do Manuel Serrão e o mau feitio da Rita Blanco, que tem no Serrão o seu saco de pancada preferido, e vice-versa. Isto tudo conduzido pela Júlia Pinheiro que julguei que já não mais ia rever e que é, esta sim, a Querida Júlia que tanta faz falta à televisão. 

11 comentários

Comentar post