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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

05
Mai21

Perdoai-lhes televisão, pois eles não sabem o que dizem


Pacotinhos de Noção

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Sou um adepto confesso da televisão. Sinto sempre algum asco pela falta de agradecimento e pelo "cuspir no prato em que já se comeu", quando ouço alguém afirmar que vê cada vez menos, porque pensam que não tem qualidade. Vejo as coisas de outro prisma.

As pessoas não assistem televisão porque estão cada vez mais preguiçosas. Querem tudo "mastigado" e pronto a consumir. Prova disso são as imensas quantidades de séries que nos são injectadas incessantemente. Existirão séries de qualidade, com certeza, mas a qualidade aumenta substancialmente se for possível ver numa qualquer plataforma de streaming. Se passar na RTP, ou noutro canal qualquer, já não é assim tão boa. Esquisito, não é? Não... Dizer que se viu na Netflix dá outro estatuto. É o estatuto de rebanho, porque acabam por seguir a moda que todos seguem.

Tenho novidades. Séries como Black Adder, Alô Alô, Seinfeld, Cheers, Dexter, Breaking Bad, Friends, Quem sai aos seus, deram todas na televisão e foram todas feitas para essa mesma televisão e perduram todas na história do audiovisual. Já as de agora, uma vez que são feitas em barda, têm o seu grande sucesso mas são de consumo rápido e para serem de memória efémera. Mal comparado são como os "Los del Rio" com a Macarena, ou o "Psy" com o Gangnam Style. Todos os tocam durante um tempo e depois todos os esquecem, para sempre.

Um dos argumentos é que a televisão estupidifica. É verdade. Quando estupidifica mais é naquela altura em que se argumenta que ela estupidifica.

A televisão informa, instrui, esclarece, faz sonhar e ajuda também a discutir opiniões. Além de ser uma autêntica janela para o Mundo. Apenas temos que escolher o que ver.

Quero ver alguém afirmar que se sentiu mais estúpido, depois de ver um episódio do maravilhoso "Portugalmente" do Luís Osório, ou qualquer outro dos seus documentários. Ou uns mais actuais Governo Sombra, Irritações ou Eixo do Mal. Ou com o "Herman Enciclopédia", do Herman ou os episódios dos "Gato Fedorento".

Aprendi imenso com concursos como o "Quem quer ser milionário" do Carlos Cruz, a "Arca de Noé" do saudoso Fialho Gouveia ou até o Palavra puxa Palavra, com o António Sala.

E hoje em dia, o "Traz Prá Frente", com o Alvim, o Markl, a Inês Lopes Gonçalves, o magnífico Júlio Isidro e o Álvaro Costa, só não serve de fonte de curiosidades e informações se não quiserem.

Na televisão há de tudo, é apenas preciso saber escolher, mas a maioria das pessoas não está para isso. Preferem colocar a cabeça enfiada no ecrã de um smartphone ou de um computador e ficar alheios de tudo. Até da família.

Mesmo nessa questão a televisão acaba por ser mais amigável, pois é muito mais simples pais e filhos se sentarem em frente a um televisor e passarem algum tempo, até a partilharem o mesmo espaço, do que cada um pegar no seu aparelho e desaparecerem para os seus cantos acabando por ficarem a viver com estranhos.

Em termos de informação vão dizer que é tudo uma vergonha, mas dizem-no porque só têm a CMTV na ideia. Mas até a CMTV tem o seu mérito. É um facto que acabam por ser sempre os primeiros a chegar.

Mas dizer que a SIC NOTÍCIAS, não tem qualidade, e grande parte da TVI24, é uma desfaçatez. E depois temos, por exemplo, o 6ª às 9, na RTP com a Sandra Felgueiras. Programa de jornalismo de investigação de clara isenção e qualidade.

Não defenderei mais a minha dama. Acho que deixei bem explícito aquilo que penso e relembro que antes da internet a televisão já existia e de uma forma ou outra sempre ajudou a formar e a informar. Não sejam por isso ingratos com ela.

 

 

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