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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

22
Jul21

Decidam-se


Pacotinhos de Noção

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Tem circulado esta imagem, com esta notícia, pelas redes sociais. Na Argentina passará a ser reconhecido o trabalho das mães, que ficam com os seus filhos em casa, e será contabilizado para efeitos de reforma. Este reconhecimento tem a duração de 1 ano, o que a mim me parece escasso, mas 1 ano sempre é melhor que nenhum e quem crítica sou eu, um português que vive inserido num sistema que nem nunca colocou esta hipótese em cima da mesa.

Agora vamos à parte com a qual não concordo.

Esta medida é catalogada como uma vitória feminista e é apenas orientada para as mães. É impressão minha ou vejo aqui uma feminilidade tóxica, de uma sociedade que delega o homem para segundo lugar e que despreza o papel desse mesmo homem como pai e que poderá também querer ter a alternativa de ficar a tomar conta dos seus filhos? Então mas isto dos direitos funciona só para um dos lados?

Não são respeitados os direitos da mulher e é uma vergonha, não são os dos homens e é uma vitória feminista.

Por essa ordem de ideias significa que o magro insultar o gordo, o branco ser racista com o preto e um bronco ofender um homossexual é uma desgraça, mas um gordo insultar um magro, um preto ser racista com um branco e um homossexual ofender um bronco é uma vitória das ideias que, neste caso, os agressores defendem?

Sei que é um exemplo arcaico, mas quero com isto dizer que não pode haver dois pesos e duas medidas. A justiça das acções tem que sofrer de igualitarismo.

Em relação a esta medida devo dizer que não a vejo como uma vitória feminista mas sim uma vitória social. Afinal de contas os primeiros anos de um filho deveriam ser juntos dos pais e não entregues a pessoas, que fazendo o seu melhor, por mais que se esforcem não são pais e que estão a formar crianças que desde cedo se habituam a ser institucionalizados. Dai achar que o acompanhamento de um dos pais, caso quisessem, deveria ser até aos 5 anos de idade.

Voltando à questão do feminismo há mais um ponto que me chama à atenção.

Então uma das principais lutas das mulheres, não foi durante anos e anos não quererem ser encaradas como simples parideiras, que o seu papel não poderia ser apenas o de donas de casa e de mães e que queriam ter o seu lugar no mercado de trabalho... E quando finalmente parece que a coisa se está a compor, afinal uma vitória do feminismo é voltar dois passos atrás, voltando para casa a tomarem conta dos filhos?