Pantomineira do PAN
Pacotinhos de Noção
Para se ser moralista é preciso ter imensa moral, para se ser deputada do PAN há que ter um misto de moral e falta de vergonha na cara.
Inês Sousa Real, deputada do PAN, que se bate bravamente contra a agricultura intensiva, o uso de plásticos nas produções horticulas e fruticulas, e também pela produção local, quase que conseguiu fazer bingo ao acertar ao lado, em grande parte das coisas que defende.
Veio a saber-se que a deputada, e o seu marido, foram donos de duas explorações agrícolas de frutos vermelhos que são pouco amigas do ambiente, utilizam pesticidas, plástico nas embalagens, practicam agricultura intensiva e o principal alvo de negócio é a exportação, quando o PAN defende ferozmente o negócio local.
Atenção, eu escrevi "foram" porque de facto a deputada já não é a dona deste negócio desde 2013, e foi isso que serviu como justificação.
Uma justificação que demonstra ainda mais a hipocrisia, e até a muita falta de carácter, quando se verifica que Inês deixou de ser dona da empresa apenas porque fez uma cedência de quotas, e estaria tudo muito bem se a dita cuja cedência não tivesse sido feita à própria sogra, o que significa que nos dias de hoje a líder parlamentar do PAN, continua ligada às empresas.
Bonito isto, não é? É o tão bom e interessante "Chico Espertismo".
O verdadeiro problema de se ser tão extremista é esta incongruência.
Qual o fundamento de se ter tão extremo, quando defendemos determinados ideais que devem ser impostos a outros, mas que quando deveriam ser impostos a nós então deixam de fazer sentido? Será este apenas mais um caso de "em casa de ferreiro espeto de pau" ou um simples querer "sol na eira e chuva no nabal"?
Não temos aqui um caso de corrupção, de branqueamento de capitais ou de enriquecimento ilícito. Não temos um crime de lesa - pátria, e se colocarmos a mão na consciência a gravidade deste caso é apenas relativa.
Era pior se esta pessoa tivesse na sua luta a defesa pelos animais mas depois, nas férias de Agosto, abandonasse o seu cão apenas porque não lhe dava jeito levá-lo consigo. Há muita gente que faz este gesto, infelizmente, mas pelo que se sabe, e até agora não sairam notícias que nos fizessem acreditar no contrário, nenhuma amora, framboesa ou mirtilo foram abandonados à sua sorte, e por essa razão está tudo bem, ficando eu mais descansado.
Por fim gostava só de referir que afinal Portugal não é um jardim à beira mar plantado mas sim um pomar, e um pomar com tantas tentações como o de Adão e Eva e aos quais há muitos a não resitir.
Só assim de repente lembro-me de 3 casos envolvendo frutas.
Este, o da Margarida Martins e os famosos casos da fruta, imputados ao FC do Porto.
Uma coisa é certa, de falta de vitaminas ninguém se pode queixar.