Quantos são?
Pacotinhos de Noção
Agora sim, a coisa pia mais fino.
O líder do quase extinto CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, mostra a verdadeira razão porque é um Chicão e não um Chiquinho, ou um Chiclete.
Chiclete não é, porque essa a gente "mastiga e deita fora", e deitá-lo fora é coisa que não parece que vá ser assim tão fácil a Nuno Melo. Só se for deitado fora quando levantarem a mesa, e ao sacudirem aquela toalha velha, gasta e cheia de buracos que é o CDS, o líder vá por lá esquecido no meio, como se fosse a rolha de cortiça daquele vinho fraquinho que já se bebeu, mas que acabou e ninguém mais quer repetir.
Chiquinho também não é porque andou no Colégio Militar desde os 10 anos, o que fez dele o equivalente a um Rambo. Um Rambo do Restelo ou Alvalade, é certo, mas ainda assim um Rambo.
Que o Colégio Militar é um portento a criar homens valentões é um facto. Assim de repente, alguém que me lembro que também é um pupilo do mesmo colégio, e por isso um perigo para se andar à batatada, é o Rui Santos. Sim, esse mesmo, o do futebol. É outro que parece um totó, mas se lhe chega a mostarda ao nariz... Cuidado, é capaz até de vos chamar energúmenos.
Chicão, assim todo eriçado e rabugento sem medo de ninguém, fez-me lembrar o Valentão Loureiro, um boneco do Contra-Informação e que era a caricatura do Major Valentim Loureiro, cujo jargão era "Quantos são, quantos são? Não tenho medo de ninguém." O líder do CDS também não sabe ao certo quantos são, mas sabe que não são muitos, porque foram abalando do partido, mas achei piada a esta caricatura que o próprio criou de si e até penso que o José de Pina, conhecido guionista do Contra, devia reunir os colegas e começar mais uma série do programa. Esta personagem pelo menos já está criada, a única coisa que poderá dar mais trabalho é a questão do nome, até porque Chicão já é nome de boneco articulado e por isso usá-lo na mesma seria falta de originalidade.
Mas não desesperem porque tenho uma sugestão. Sugiro que o boneco se chame Chicuzão. É um nome caricato e adapta-se bem ao visado, porque só mesmo sendo um grande cuzão é que conseguiria fazer a maior parte dos militantes do antigo partido de Paulo Portas, baterem com a porta.
Este trecho da entrevista do Observador, em que vimos Chicão em acção, tem apenas alguns segundos, mas é uma montanha-russa de emoções.
Há a indignação de lhe perguntarem se tem medo, há a raiva crescente ao longo da resposta, e depois há a birra que o entrevistado faz quase questão de fazer. Com atenção até quase que vemos lágrimas nos olhos do Rambo Chicão, e um certo beicinho, que ele conseguiu controlar com o "Por amor de Deus", com que acaba o pouco que se viu.
Quanto ao percurso militar de Francisco Rodrigues dos Santos... Aos 10 anos ingressou no Colégio Militar e depois, talvez aos 17/18 anos, foi para a frente de combate, nessa Guerra malvada que é a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Muitas vidas lá se perderam. Se por noitadas ou festas académicas não interessa, mas perderam.
Quem se riu muito com o "percurso militar" de Chicão foram pessoas, como, por exemplo, o General Ramalho Eanes.
Peço desculpa, aqui estou claramente a mentir, porque todas as pessoas sabem que o General não ri. Não é por mal, apenas não sabe como se faz, mas se soubesse riria com gosto, certamente.