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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

28
Abr23

Infelizmente, quem ri por último...


Pacotinhos de Noção

O vídeo divulgado pelo Observador tem uma gravidade já grandemente explanada por alguns comentadores políticos, mas que, ao que me parece, não viu ainda abordada a vertente mais perigosa nisto tudo. O engrandecimento do CHEGA.

Ao vermos estas múmias políticas numa situação, em que mais parecem vorazes hienas na esperança de conseguir engolir um pedaço de carne putrefacta, só me vem à memória os tempos em que andava na escola. Invariavelmente havia um tipo com o qual não simpatizava nem um bocadinho, e como eu quase ninguém. Era rude, despropositado, porcalhão, mal-educado, fumava charros que se fartava, claramente tinha piolhos e banho era coisa da qual não gostava. Em suma, era o tipo de pessoa de quem queria distância, pois os seus princípios não se coadunavam com os meus. Ignorava-o e pronto, estava tudo bem, ele não me chateava, e eu até me esquecia da sua existência. É um bocadinho triste, é verdade, mas cada um tem que saber viver com as escolhas que faz, e caso haja o mínimo de respeito, até se vai vivendo bem.

Ora, a coisa ganha outro tipo de contornos, quando os betos ranhosos da associação de estudantes, se uniam.

Com as suas calças bege, camisas cor de rosa e sapatos de vela, ou “mocassins”, juntavam-se com o intuito de fazerem o seu “bullying” de retardados, para que mais tarde se pudessem rir, e vangloriar, junto das suas Caetanas, Madalenas e Rosarinhos que, num pequeno aparte, acabavam por ser as namoradas-rodízio, pois a cada 2 meses trocavam de namorado, mas nunca saindo daquele restrito grupo.

Embora continuasse a não gostar minimamente do tipo charrado, a verdade é que me incomodava muito mais aquele grupo de privilegiados, que só se comportavam daquela maneira porque estavam em manada, e também pelo motivo que, invariavelmente, o director da escola era amigo, ou um bom conhecido, dos paizinhos daquele grupo. O outro podia ter todos os defeitos e mais alguns, mas o mérito de não ser cobarde não lho podíamos tirar.

O que não rara vez acontecia, era esse tipo maltrapilho, acabar por vir a ser o próximo presidente da associação de estudantes, porque, tal como eu via a atitude dos "Bernardos", também o resto da escola via, e na altura de ir votar, nem tinham em atenção as propostas, votavam naquele que foi vilipendiado.

Bem sei que poderá ser uma comparação disparatada, mas foi precisamente o que senti. Santos Silva, um político que é tudo menos recomendável, usa do seu cargo de Presidente da Assembleia para fazer fretes ao PS. Neste vídeo não tira os olhos embevecidos de cima de António Costa. Chega a ser confrangedor tanto charme e amor que lhe transmite, e aquele auto-elogio de como teve "a fúria de um tipo gelado", para mostrar ao Tó como fez frente ao Ventura, só precisava que ele se pusesse de joelhos, para lhe fazer um felácio político, que acabariam com muitos "sim, sim, sim"... Isto só não aconteceu porque a jactância afirmativa estava reservada a Marcelo Rebelo de Sousa, que empolgado como estava, não se coibiu de, também ele, tecer considerações, esquecendo que é o Presidente de TODOS os portugueses, não só dos que votaram PS ou PSD. Os do CHEGA, mesmo não tendo votado nele, e sendo indivíduos que têm algum défice cognitivo, também merecem respeito... Não de mim, que não sou ninguém, mas do Presidente da República, acho que é o mínimo que é exigido.

Estas situações não mudarão nunca o meu sentido de voto na direcção de um partido como o CHEGA. Votar num André Ventura é  jogar à roleta russa com 5 balas no tambor. A hipótese de não dar buraco é quase nula, mas isto é a minha convicção, que sou um ser iluminado, esclarecido, com uma inteligência muito acima da média e que para ser realmente perfeito só me falta ser um tipo gelado. O cidadão comum provavelmente não pensará assim. Vai apenas pensar que, tal como o Ventura, têm sido alvo de pancada deste Governo, com cortes, aumentos, perda de qualidade de vida, falha nos serviços, e por simpatia na dor, irão dar o seu voto ao vitimizado mais próximo. Aposto que isto se vai sentir nas próximas sondagens.

Para concluir gostaria só de sublinhar aquilo que este vídeo representa.

Representa um bando de raposas velhas, que não respeitam nada nem ninguém, não respeitam o povo, não respeitam as outras facções políticas, os outros partidos.

Têm um conluio bem montado para que PS consiga continuar a mamar na teta de Portugal, fazendo com que estes velhos de tanto leitinho gordo, tenham uns níveis de colesterol nos píncaros, mas este colestrol converte-se em dinheiro, em influência e em favores. Depois, quando confrontados com as atitudes que tiveram, e com aquilo que disseram, não têm pudor em dizer que não é verdade, que foi tirado do contexto ou que foi mal interpretado. O vídeo não escalpelizado ao pormenor, porque ainda não vi ninguém a referir aquilo que António Costa, o piadista, diz quando Santos Silva fala em "vice-presidências". Consigo ouvir claramente o vosso Primeiro Ministro a falar em Almirante, e Almirante de doca seca. Pois se no que diz respeito a presidências o Almirante qu se diz que pode vir a ser candidato, é só um, quer-me parecer que até Gouveia e Melo foi alvo desta codrilhice de velhas políticas.

Mas essa já seria outra história...

26
Mar23

Desilusão...


Pacotinhos de Noção

Há decepções que nem o mais empedernido dos corações está pronto para ter.

É muito triste quando se percebe que havia, no guru espiritual, muito mais intenções, do que apenas ajoelhar para rezar 

A banda sonora foi escolhida a dedo, e fica o desafio... Contenham as lágrimas, se conseguirem. 🥺

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02
Nov22

Tudo tem um lado positivo


Pacotinhos de Noção

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O que têm em comum as eleições no Brasil, o C0VlD19, o crescimento do CHEGA, e a guerra na Ucrânia?

Curiosamente é algo de positivo. Ninguém adivinha? Eu digo.

Estas situações, umas mais graves, outras mais chatas, nenhuma agradável, serviram para fazer sair das suas tocas todos os anormais, idiotas, retardados e descompensados que nem sequer sabíamos existirem... E alguns podem estar mais perto do que poderíamos imaginar. Pode ser um colega de trabalho, um vizinho, um amante, o dono do café que frequentamos, ou até um familiar.

Quando partimos de conceitos pré-definidos como a justiça, a honra, a bondade, o senso comum, a consciência e até a inteligência, esquecemos que poderá existir um grande número de pessoas que não se regem por nenhum desses conceitos e que, se há uns tempos se apercebiam que calados eram poetas, agora passaram a ter para si que aquilo que defendem, e em que acreditam, por mais estúpido e bárbaro que possa ser, é passível de ser vomitado para uma sociedade que, de tão politicamente correcta, passou a afirmar que todas as opiniões são válidas, e isto não é verdade. Se realmente é positivo saber quem são os estupores que nos rodeiam, para assim estarmos de sobreaviso acerca dessas pessoas, dar tempo de antena, e rastilho para a sua pólvora, é estar a fazê-los acreditar que aquilo que dizem, vale mesmo a pena.

Vamos a exemplos caso a caso, que é para isso que realmente aqui estamos.

 Agora que já acabaram as eleições, posso dar a minha opinião sem cair no risco de mudar as intenções de voto. Podem até achar que minto, mas a par da Globo, o Pacotinhos de Noção é o órgão de comunicação que mais influência a intenção de voto no Brasil. Se estiver a mentir, que o "N" deste teclado deixe já de fucioar…  

Dizia, nas eleições no Brasil ficou bem claro que malucos existem aos milhões.

Lula é um corrupto, e isso está mais que provado e comprovado, mas a alternativa a este corrupto é um maluco que quer armar, ainda mais, um país onde o crime violento, recorrendo a armas de fogo, é dos mais elevados em todo o Mundo, um país que por ano tem mais mortes ligadas a armas de fogo do que alguns países que estão em guerra há vários anos.

Milhões de brasileiros queriam para presidente um tipo que ameaça jornalistas, adversários e que não tem nenhum pudor em exprimir o seu apoio a Vladimir Putin. Um tipo que encara a homossexualidade como uma doença e que defende que "o pobre só é bom para votar". Queriam dar o segundo mandato a alguém que lança a atoarda da corrupção, mas que tem o filho envolvido em casos que são tudo menos claros. O problema aqui não é Jair Bolsonaro. Que ele é maluco e perigoso já todas as pessoas perceberam... menos os 58 milhões que votaram nele, e que defendem agora protestos violentos, para contestar esta eleição. A única diferença entre Lula e Bolsonaro é a prisão. Um já por lá passou, o outro AINDA não.

Já os maluquinhos dos negacionistas do C0VlD acho que nem têm nada de novo que se lhes aponte. Todos sabemos as alarvidades que disseram e agora, pasmem-se, andam todos orgulhosos a dizer que falsificaram testes e certificados de vacinação. Isto não poderá ser encaixado numa moldura penal qualquer? É que há aqui falsificação de documentos. No meu entender, a justiça deveria actuar sobre estes indivíduos. O que mais me surpreendeu foi ter dado conta de que até conhecia alguns negacionistas. Pessoal que até parecia equilibrado, mas que bastou haver uma pandemia e "soltaram a franga", elaborando teorias conspirativas e afirmando que os culpados disto tudo eram "ELES", e que "ELES" até nos iam implantar chips. Que "ELES" inventaram isto para matar os velhotes e poupar nas reformas... Os velhos que conheço devem ser todos muito resistentes, porque não houve um que tivesse lerpado com a pandemia, para eu agora ter uma história para contar.

A negação da invasão da Rússia à Ucrânia é algo que ainda estou para perceber. Quem defende isto, é negar as evidências, ou então quer contrariar só para chocar. Neste caso concreto eu nem demoro tempo a discutir, porque não há nada para discutir. Quem defenda Putin defende o indefensável e, muito sinceramente, devia barrar a cara com fezes, ao conseguir ter o descaramento de tentar sequer argumentar algo que não seja a condenação de tão vil ataque.

No final vou dar-vos um exemplo de como alguém, que por acaso até é meu familiar, consegue ser de tal forma idiota que nem daria para ser inventado.

Esta pessoa não admite que simpatiza com o CHEGA, mas todas as suas ideologias vão de encontro às do dono da falecida coelha Acácia.

Há uns meses houve uma discussão entre famílias rivais de ciganos no Almada Fórum. Um indivíduo saca de uma arma, dispara dois ou três tiros e um dos tiros acerta, precisamente, no joelho da sua filha de 5 anos. Esta minha familiar condena os tiros, condena a luta entre as duas famílias, e mais... condena a menina de 5 anos, porque é filha daquele pai. Esta minha familiar tem filhos da mesma faixa etária que a menina, que não pediu para nascer, não pediu para ser filha de um estúpido que anda armado em centros comerciais, nem tão pouco pediu para levar com um balázio no joelho, dado pelo próprio pai. Mas para esta minha familiar a miúda tem culpa, porque nem devia estar com o pai no Almada Fórum. Já disse que a menina tinha 5 anos, não já? É que não conheço muitas crianças de 5 anos que tivessem a presença de espírito de dizer ao pai: "Desculpa lá, pai, mas não quero estar aqui contigo. Vou sair do Almada Fórum e vou já apanhar o autocarro para o Monte da Caparica."

Curiosamente isto é o tipo de pessoa que depois também acaba por ser mais ou menos negacionista, segundo palavras dela, mais ou menos racista, mais ou menos homofóbica, mais ou menos a favor do Putin, mais ou menos completamente parva e estúpida.

Tal como em quase tudo na vida, há males que vêm por bem. Não é que este bem nos faça sentir melhor, afinal de contas acabamos por nos aperceber que estamos rodeados de gente que se houvesse uma "Noite de Crime", como no filme "A Purga", nos viriam bater a porta, e não seria para pedir Pão por Deus. Assim já sabemos quem são esses malucos. É esse o lado positivo.

27
Jul22

Dr. Venturanstein


Pacotinhos de Noção

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Este post é particularmente dedicado à Irma Ribeiro, ao AGIR, à Carolina Deslandes e a toda uma geração "woke" que tem a sua motivação nas lutas bacocas que só servem para sentirem que o sangue corre-lhes nas veias. Afinal de contas são a geração que tem já a papinha toda feita e que, acabando o último nível do GTA, fica sem grande coisa para fazer. Quando se tem 13 ou 14 anos, ainda se pode dar o benefício da dúvida, e tapar o sol com a peneira dizendo que "quando crescerem entram nos eixos", mas temos aqui já pessoas adultas e com filhos, que servem até de influenciadores de malta mais nova.

O que me leva a escrever isto é a mais recente polémica acerca da música interpretada pela Irma, escrita pelo AGIR, cuja ideia surgiu numa conversa da intérprete com a Carolina Deslandes, e que no final foi dançada pela Rita Pereira, acusada de apropriação cultural, porque o fez usando umas tranças africanas... 

Só abordo este assunto dada a importância que tem e o contributo que pode dar para a nossa sociedade actual - NENHUM.

Deixem de ser idiotas.

Percebo que, por exemplo, o AGIR tenha uma herança pesada, ou não tenha sido o "Depois do Adeus", do seu pai, que serviu de senha para despoletar o 25 de Abril, mas isso não significa que a vida de todos tenha que ser uma luta, ou pelo menos uma luta a cada instante.

Enquanto perdem tempo com parvoíces como a apropriação cultural, a identidade de géneros ou uma emancipação feminina levada a níveis de ridículo, o verdadeiro perigo vai crescendo a olhos vistos, como se de um cancro se tratasse, e um daqueles malignos que espalha metástases para tudo o que é sítio.

Os assuntos que falei atrás  são - não assuntos-. A apropriação cultural é das coisas mais estúpidas de sempre. Se eu gostar de tranças não posso usar porque são africanas, se gostar de kizomba também não posso dançar porque não sou preto? Isso é estar a colocar a cultura africana num nicho que não se quer. Então se durante anos se lutou, a sério, para que deixasse de ser um nicho, agora quer-se voltar atrás? A cultura não tem donos, a cultura pertence a todos, e quem a usa homenageia, não se apropria. Por essa ordem de ideia só os ingleses poderiam jogar futebol, críquete e basquete, porque foram eles que inventaram. Se outros o fizerem, então é apropriação cultural. E já agora o Chuck Norris tem que ser cancelado, porque em todos os filmes, e séries, que fez utilizava artes marciais que, como sabemos, são orientais... Apropriação cultural, claro está.

Enquanto perdemos tempo à procura de cabelos em ovos temos no parlamento um partido que já foi de um só homem, que é agora de 12, e segundo as últimas sondagens poderá aumentar, e muito.

André Ventura e o seu CHEGA, já deixaram de ser o bobo da corte para serem aquele oficial da Casa Real que está bem perto do Rei, na esperança de mais cedo ou mais tarde conseguir espetar a sua faca, e tomar o poder.

Não se iludam, que André Ventura não é o monstro inútil que muitos idealizam, e sim o Dr.Frankenstein que cria o monstro, e lhe dá vida. O monstro, esse, está entre nós. Andava envergonhado e adormecido, à espera da descarga eléctrica que necessitava para se erguer e balbuciar os seus grunhidos, e é isso que acontece. Basta ver nas redes sociais, e até no dia-a-dia, em que encontramos cada vez mais acéfalos racistas, xenófobos, machistas, preconceituosos e homofóbicos, e que se assumem sem vergonhas. Alguns até são juízes e professores universitários…

Eu tenho que admitir que em tempos até já admiti que Portugal não era um país racista, mas hoje não consigo fazer a mesma afirmação com tanta certeza como outrora. Assim como não me arrisco a dizer não haver homofobia.

Alguns dirão que estes sentimentos retrógrados surgem precisamente porque existe uma geração "woke", que quer à viva força fazer com que aceitemos tudo obrigatoriamente.

Não sei se será isso. Acho, isso sim, que este tipo de animal sempre existiu, mas tinham vergonha de abrir o bico porque julgavam ser uma minoria, mas com o surgimento de um CHEGA, e de coisas como a pandemia, que fez com que grande parte das pessoas não queira deixar para amanhã o que pode ofender hoje, meteram as manguinhas de fora. A Maria Vieira é uma prova disso mesmo. Uma pessoa que tantos tão bem-queriam, que se embeveciam pelo facto da senhora tratar dos seus cães como elementos da família, e agora ela mostra que é alguém com uma mente completamente desequilibrada, e que de simpática tem muito pouco.

Voltando ao assunto do "woke" devo dizer que sim, são uns chatos do caraças, é um facto. Parecem aquela velha que quer sempre levar a dela avante, e está sempre a falar das maleitas que tem, mesmo quando o assunto é outro, e até mais importante, e tal como a essas velhas, também não os suporto, mas há-de passar, espero.

Acabo agora como comecei, dirigindo-me às mesmas pessoas do princípio, que sendo elas figuras públicas, conseguem ter um alcance que um simples anónimo não terá. Coloquem a mão na consciência e vejam o perigo que têm pela frente e com o qual, mais tarde ou mais cedo terão que lidar, e julgo que o ideal é que lidem o mais cedo possível. Não sou alarmista, é um perigo real e o caso do Putin e da Ucrânia é o exemplo perfeito de como ignorar o óbvio nunca dá bom resultado. Ventura com o poder nas mãos será a ruína deste país, conforme agora o conhecemos. O retrocesso será catastrófico, e o racismo, a homofobia, o machismo e o nacionalismo tóxico vão atingir níveis incomportáveis. Deixem-se de lutas menores, de tentativas de afirmação que, perante aquilo que nos ameaça, serão apenas migalhas. Temos que garantir o básico e o essencial da convivência humana. Que cada um ame quem quiser, que o Governo do país trate todos os que cá estão de igual forma, e que ter quem nos governe não seja sinónimo de ter quem nos agrilhoe. Acreditem que já estivemos bem mais longe disso, e parte dos portugueses são culpados, sem sequer imaginarem que também poderão sofrer às mãos, daqueles que hoje defendem, e julgam ser um salvador da nação e dos bons costumes.

23
Jul22

Não existe título que emoldure isto


Pacotinhos de Noção

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Volto a tocar neste assunto, e quem não estiver interessado tem sempre a opção de não o ler.

Aqui não falo sobre a guerra, sobre a invasão de um país pelo vizinho, nem se há armas enviadas ou não enviadas. Agora estou apenas a colocar-me na pele deste homem e a sentir os pêlos da nuca arrepiados.

Sim, bem sei que esta é uma notícia que já não é fresca, mas se eu ler uma notícia, ou vir uma foto, de um pai a segurar a mão do filho morto, mesmo que essa notícia ou essa foto tenham 50 anos, a sensação que terei será exactamente a mesma, porque me coloco no lugar deste pai.

Esta imagem não vale por mil palavras, não vale nem por um milhão, porque por mais palavras que se digam, estas não chegarão para justificar a morte de um filho, nem para confortar o coração deste pai. Não consigo, nem quero imaginar a dor que ele estará a sentir. Coloco-me no seu lugar mas não o quero fazer. É injusto bem sei, assim até parece que o abandono na sua dor, mas só de me imaginar na mesma situação julgo que não viveria nem mais um segundo, pois o meu coração bate pelos meus filhos e sem eles não existiriam razões para bater. Mas não estamos aqui para falar de mim, nem sequer estamos para falar no pai do Dmytro. Reparo agora que nem percebo bem porque estamos aqui, eu a escrever e vocês a ler. Talvez por solidariedade com este pai, talvez para sublinhar mais uma vez a estupidez de uma guerra sem justificação e que vai ceifando cada vez mais vidas, em que doendo todas, as de crianças doem ainda mais forte.

Há mais guerras noutras partes do Mundo? Haverá certamente, e se houver imagens difundidas das mesmas, a tristeza que sentirei será a mesma. Não sou director de nenhum canal de informação e como tal não tenho a responsabilidade de falar de todos os conflitos que possam existir. Falo apenas daqueles sobre os quais me chegam informações e penso ser assim com todos nós. Claro que os meios de comunicação divulgam apenas aquilo que mais vende, mas eu não acredito que o principal objectivo seja o do lucro e da venda fácil. Dentro de uma qualquer redacção poderá existir um mentecapto cuja língua que fala é a dos cifrões, mas o grande núcleo de repórteres e jornalistas são pais como nós, e também terão sentido esta notícia como um murro no estômago.

Suporto cada vez menos as pessoas. De dia para dia demonstram que pouco valem e valores são coisas que não têm. Ainda assim não lhes quero mal, mas depois há uma franja de idiotas que ficam a dever muito ao ar que respiram. Falo obviamente de Putin, a quem a morte será o menor dos males, e em que a mesma será festejada um pouco por todo Mundo, e depois acrescento também pessoas que defendem Putin e a sua invasão, apenas porque se lembraram que o que lhes dá tempo de antena, é sempre contrariar o grosso da sociedade, quer seja na política, problemas sociais, gestões de pandemias, e neste caso concreto. Falo agora de pessoas como a execrável Maria Vieira, em que o papel que melhor desempenhou até hoje, é o de pessoa estúpida e idiota, que cada vez que abre a boca, o que de lá sai faz uma ETAR parecer um jardim com flores frescas, e de Alexandre Guerreiro, um suposto ex-espião que provavelmente o que mais lhe proveu espiolhar, foram as ceroulas com que Putin dorme, para poder copiar e usar iguais. A vontade que este homem demonstra em defender todos os passos dados pelo ditador russo, tornam isto até num caso claro de paixão cega, do Alex pelo Vladi. Desconfio que Guerreiro poderá até sonhar com o urso russo, cavalgando em tronco nu por entre bosques e vales, em direcção ao estuporado comentador português que, quando está mesmo prestes a levar um repenicado beijo do "czar wanna be", acorda sobressaltado lembrando-se que na Rússia não há cá dessas mariquices de homens com homens... É crime e dá direito a prisão.

Sei que todos têm o direito à sua opinião, é um direito que se lhes assiste, mas quando a opinião é abominável, penso que esse direito deixa de fazer sentido. Não se deve amordaçá-los porque de outra forma não ficaríamos a conhecer quem são, afinal, os malucos, mas já que estão tão do lado do Putin, deportava estes débeis para o centro do conflito na Ucrânia, pois assim poderiam melhor perceber o terror que passam aquelas populações. Mas isto se calhar era ser pior que eles, contudo sempre ouvi dizer que "Quem com ferro mata, com ferro morre."

23
Jun22

Espectáculo de aberrações


Pacotinhos de Noção

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Quem for leitor habitual do que escrevo saberá serem algumas as vezes em que abordo assuntos tratados no programa Extremamente Desagradável. Tendo eu um blog, e página de Instagram, com o nome "Pacotinhos de Noção", e sendo os visados daquela rubrica de rádio, personalidades que necessitam de doses cavalares de noção, julgo que esta parceria abusiva, da minha parte, acaba por ser natural.

Nos programas de 2.ª e 3.ª feira, ouvi algo que pensei estar banido já há muitos anos. Os espectáculos de aberrações. Aqui não há o homem elástico nem a mulher barbuda, apenas um homem parvo e uma mulher estúpida. Pelos epítetos aplicados até poderiam chegar lá, mas como um dos intervenientes não é assim tão famoso, o melhor é dizer-vos quem são. Falo de Maria Vieira, a "Parrachita", a Marilyn Monroi do André Ventura, a meia leca que é louca e meia.

E falo também de Sérgio Tavares... Quem?! Perguntarão vocês, ao que vos respondo que não sei, mas estive a pesquisar um pouco, e entre o NADA e o MUITO POUCO lá está este grandioso comunicador do mundo actual, que ninguém conhece, mas que, ao que parece, tem muito sucesso nas redes sociais, principalmente a ser bloqueado pelas mesmas, por dizer tanta estupidez e barbaridade.

Como um maluco a falar sozinho é apenas um maluco a falar sozinho, Sérgio convidou a Parrachita para serem comentados assuntos da actualidade e passou assim a existir uma conversa de malucos.

Deram uma lambidela por todas aquelas que são algumas das mais populares teorias da conspiração. Desde as vacinas do Covid, o próprio Covid, a Nova Ordem Mundial, a criação da guerra na Ucrânia por parte da NATO, a de que é o marido da Maria Vieira que lhe escreve os posts, o Grupo Bilderberg, enfim, tudo e mais alguma coisa.

Mais uma vez dá para perceber que estes conspiracionistas estão de mal com o mundo, e querem à viva força fazer o sangue correr-lhes nas veias, mas tenho más notícias. É que as alforrecas não têm sangue, são apenas uma massa gelatinosa, muito incómoda, e que têm uma curiosidade comum ao Sérgio, à Maria Vieira e a todos os outros como eles, e que é a de que o mesmo orifício que serve de boca também serve de ânus, o que confirma aquilo que tantos dizem, e que é o célebre "quando abrem a boca, ou entra mosca, ou sai..." E vamos então a algumas dessas saídas, para perceberem o calibre de retardados com que lidamos.

Não vou parafrasear "ipsis verbis", mas o contexto é exactamente o que descreverei. Foram ditas coisas como:

 "— Adoro o meu Bolsonaro"

"— Castração química não, deviam era cortar logo tudo"

"— Agora até já é possível casar homens com homens"

"— Os epidemiologistas da Covid mereciam morrer"

"— A varíola dos macacos é transmitida pelo rabo"

"— Já só falta legalizar a pedofilia e não estamos longe disso quando permitirem casamentos entre adultos e crianças como nos países muçulmanos"

"— O Milhazes mandou todos para o c@r@1h0 e é um aldrabão porque o Putin é apenas um conservador, nacionalista, contra a eutanásia, e contra a ideologia de género..."

"— Portugal manda dinheiro para a Ucrânia e os nossos pensionistas vivem debaixo da ponte"

"— A verdade acerca da varíola dos macacos é que só existe devido aos homossexuais"

"— Uma vez apanhei uma parada gay na rua e até fiquei doente "

Admitam lá que estão maravilhados com estas pérolas que vos dou.

Isto não é um qualquer bloco humorístico, são mesmo duas pessoas desprezíveis à conversa e que, infelizmente, são uma amostra da população que se vai alargando mais, o que é bastante assustador. É assustador imaginar que temos um partido com assento parlamentar e com reais perspectivas de crescimento para as próximas eleições. Houve uma altura em que todos riram e acharam divertido ver no André Ventura o palhacinho que não era para considerar, mas a percepção que tenho é que existe muita gente inconsequente que votou, e pondera votar nesse palhacinho.

Aquilo que posso desejar é apenas que a outrora acarinhada Maria Vieira, agarre nesta Maria Vieira podre e azeda, e faça mais espectáculos degradantes como aquele em que cantou o "Happy Birthday ao André Ventura. É que não foi só a Marilyn Monroe que andou as voltas na tumba, os estômagos de todos os portugueses também, e pode ser que cause um asco tal, que na hora de votar até se afastem do quadradinho do CHEGA.

10
Jan22

O tamanho não importa


Pacotinhos de Noção

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Nos debates de ontem a grande questão foi o tamanho do programa do André Ventura.

Devo dizer estar à espera de mais. Um tipo tão cheio de si, tão gabarolas e depois vai-se a ver e tem um micro programa.

Não sei que carro é que o Andrézinho terá parado à porta, mas estou em crer que não será um Mercedes, porque ele não é cigano nem recebe o RSI, mas a avaliar pelo pequeno tamanho do seu programa, terá que ser de grande cilindrada. Afinal de contas todos sabemos que um grande carrão mais não é do que um programa político com rodas, para andar na estrada e fazer os eleitores olharem e quererem dar uma voltinha.

04
Jan22

Debates são mais que as mães


Pacotinhos de Noção

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Falta pouco tempo para as eleições e se existe desta vez algo de que não nos podemos queixar é da falta de debates.

Vão acontecer cerca de 30. Não sei se os vou conseguir acompanhar a todos, mas aos dois primeiros fiz questão de ver e já cheguei a uma primeira conclusão. Estamos lixados. Tendo em consideração o que vi, a melhor análise é esta. Não sei se o Público ou o Expresso querem pegar na minha válida afirmação, mas é o que me apraz dizer.

No embate entre António Costa e Rui Tavares do LIVRE, tivemos oportunidade de ver quase um ritual de acasalamento, em que o fundador do LIVRE era o macho, de orgulho ferido, e António Costa era a fêmea difícil e que não se sente convencida com o que o espécime masculino tem para lhe oferecer.

Rui Tavares corre atrás do prejuízo. Nas últimas eleições conseguiu eleger um deputado, feito meritório e poderia até alavancar o partido de forma a um dia almejar ser uma força política a ter em conta, mas deram vários tiros no pé.

O primeiro foi a escolha de quem os representaria.

Pelos visto no partido não fazem testes psicotécnicos e escolheram Joacine Katar Moreira, que nos testes, claramente, não passaria na parte do "psico". 

Depois apalhaçaram a sua representatividade no Parlamento, com a história provocatória do assessor de Joacine, que decidiu ir de saia para o hemiciclo, o que me chocou e a tantas outras pessoas.

Em relação às outras pessoas, não posso saber o que as chocou, em relação a mim, posso dizer que o choque não esteve na saia, mas na fraca escolha de uma saia plissada comprida, azul escura, conjugada com umas meias verdes de cano médio. Não combina, não faz sentido e só por isto o lugar deveria ter sido posto à disposição. Se queremos marcar impacto, ao menos que se marque com estilo, mas não marcou. Aquilo que transpareceu foi claramente o uso de saia, não como indumentária usual, mas apenas usada como acessório que pretendia ser disruptivo em relação à maneira de vestir dos deputados. Ora num parlamento em que nos devíamos preocupar mais com a índole dos intervenientes, do que com a farpela que envergam, a atitude foi só parva.

Parvo foi também, mais uma vez, Rui Tavares, que escolheu alguém difícil de controlar, não por ser de forte convicções, mas sim por ter fortes convulsões de linguagem, dizendo tudo como os malucos, e de forma mais alucinada do que os próprios malucos, e perante tal volatilidade o historiador decidiu retirar o apoio político a Joacine.

Para ela tanto lhe vez, o lugar dela estava guardado, mas a verdade é que a representatividade do partido acabou e já muitos se esqueceram que o LIVRE existe.

Isto justifica a apatia de António Costa, no qu diz respeito ao adversário que tinha no debate. Preferiu ignorar as investidas de Tavares, que fez quase juras de amor, desde que pudesse fazer parte de uma nova Geringonça, mas António Costa não lhe fez caso. Devo até dizer que foi indelicado e mal-educado, ignorando o oponente que ali tinha e aproveitando para mandar recados a Rui Rio, fazendo propaganda política barata.

O outro debate colocou frente a frente Catarina Martins e André Ventura.

É devido a debates como este que depois, pessoas com um bocadinho menos de clarividência, optam por votar CHEGA.

Catarina Martins foi insossa, monocórdica, secante e bastante desagradável.

Referiu-se várias vezes ao adversário como o candidato da extrema-direita, o partido da extrema-direita, a extrema-direita isto, a extrema-direita aquilo, ignorando que o BE também pode ser conotado como partido de extrema-esquerda, mas que não se referem assim ao mesmo porque é deselegante.

Bem sei que o alvo da deselegância é André Ventura e o CHEGA, mas haver a mínima hipótese de fazer estes dois elementos passarem por coitadinhos, que é uma das formas fáceis de ganhar votos, é estar a entregar o ouro ao bandido.

A líder do BE falou, acusou e foi populista. Parecia a narradora de uma história para crianças e quis fazer crer que o Lobo Mau estava à sua frente sendo que ela seria o caçador que o ia esventrar, mas a verdade é que se pareceu mais com a avozinha débil que se deixou abocanhar, pois lançou atoardas que foram de fácil resolução para André Ventura, dando-lhe até deixas importantes para poder ele lançar assuntos menos claros e esclarecidos por parte do BE, como o caso Robles, por exemplo, e que Catarina Martins não justificou.

Várias vezes a líder esquerdista foi também apanhada em falso, lançando dados para a mesa que demonstraram não ser correctos, mais concretamente no que diz respeito a propostas no parlamento contra a corrupção, que o doido adepto de Viktor Orban rapidamente tratou de desmentir com factos.

A verdade é só uma, André Ventura ganhou este debate, e isto para a democracia é perigoso. Não podemos fazer quase nada, por a democracia ser isto mesmo, temos que dar voz a todas as facções, desde que não sejam criminosas, por mais idiotas que nos possam parecer, mas cair no erro de tentar usar as mesmas armas que eles é assinar a própria sentença.

Catarina Martins tentou ser populista, até citou várias vezes, diga-se que de forma ridícula e bacoca, o Papa, mas não deixou nunca o adversário sem palavras e em situação menos confortável, já ela escondeu-se por detrás de um discurso com bastante aparência de falso e muito mal ensaiado.

Temo que a continuar assim, o CHEGA vá conseguir conquistar votos a todos aqueles que estão ainda indecisos, desiludidos ou indignados.

Quero assistir ao debate de hoje entre Rui Rio e André Ventura e tenho curiosidade em ver como se sai João Cotrim de Figueiredo nos debates, mas como é óbvio não irei analisar todos os debates, para não vos causar fastio.

Como reparam aqui é possível analisar o Big Brother Famosos, as eleições e assuntos em geral. Isto porque burro não é o que vê o Big Brother, nem inteligente é o que lê Maquiavel. Inteligente é quem vê Big Brother e pesquisa quem é Maquiavel no Google.

E depois desta minha demonstração de superioridade intelectual despeço-me cheio de arrogância e amizade.

04
Ago21

D.Sebastião! Volta que acabou a folga


Pacotinhos de Noção

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O português sente necessidade de ter um herói e como heróis não os há aos pontapés, acaba por tentar a sua sorte de várias maneiras.

A selecção ganhou o europeu, foram homens para França, voltaram heróis. O Salvador Sobral ganhou o festival, voltou herói. Os enfermeiros, médicos e bombeiros desempenham as funções a que se propuseram e são heróis.

Os feitos de todas estas personagens têm os seus méritos, alguns bastante valorosos, mas à conta de tanto apelidar de heróis tudo e todos, quando realmente precisamos de um, acabamos por ficar confusos com tanta abundância heróica e depois dos "noves fora nada", ficamos sem nenhum.

A verdade é que está a chegar a uma altura em que convém que surja um herói e é importante que ele comece a vestir a sua capa e as cuecas por cima das calças, para vir desempenhar a sua missão.

O nosso país está as portas de uma crise que vai ser dificílima e estamos a braços com um Governo que já se começa a sentir colado à cadeira do poder. Sensação perigosíssima para nós, que somos o mexilhão.

Na busca desesperada por quem nos possa salvar podemos acabar por cometer erros crassos que depois dificilmente conseguiremos emendar.

Nunca cheguei a falar de André Ventura e do seu Chega. Não é um assunto tabu mas sou dos que pensa que se dá demasiado destaque à personagem. O tipo não é nada burro, muito pelo contrário, e aproveita qualquer nesga de publicidade para aparecer. Seja ela boa ou má, afinal de contas má publicidade também é publicidade e Ventura sabe rentabiliza-la como ninguém.

Este tipo de exposição que lhe dão traz perigos. Qualquer pessoa de mais idade, que veja num boletim de voto uma cara conhecida, não vai querer saber de programas ou propostas. Vai colocar a cruz na cara conhecida. Chamo a atenção para o facto de que temos um Presidente da República que ganhou a Presidência por ser popular e não ficou popular por ser Presidente.

A verdade é que a nossa demanda por heróis não está fácil. Rui Rio é uma nódoa.

Enquanto presidente da Câmara Municipal do Porto mostrou-se um homem de coragem que não fugia ao confronto, mas agora parece um meigo "poodle" que aguarda com paciência uns biscoitos que lhe sejam atirados pelo Costa.

Não tenho preferências partidárias. Ser de esquerda ou direita é colar-me a uma posição com a qual não concordo. Se houver uma proposta de direita interessante há que a aproveitar, se a proposta afinal for de esquerda idem idem aspas aspas.

O D.Sebastião já se sabe que não voltará, e temo que o nosso fado venha a ser doloroso de formas que ainda nem imaginámos. Uma pequena amostra disso mesmo foram a quantidade de pessoas e pequenas empresas que se viram completamente descalças aquando destes confinamentos obrigatórios. Vem lá uma bazuca, mas não se iludam, ela vai disparar para o lado errado e o tiro vai passar bem longe de quem precisa.

Existem dois políticos portugueses que julgo terem sido mal aproveitados. Por coincidência são ambos de direita e estiveram ligados ao PSD. Como já afirmei isso a mim diz-me pouco. Olho para a obra feita e aquilo que ficou.

O primeiro é já um hábito ser ridicularizado quando na verdade deixou trabalho por onde passou. Em Lisboa, Pedro Santana Lopes lutou contra quem tentou embargar a obra do túnel do Marquês. Quem por lá passava tempo infindável nas horas de ponta, rápido se apercebeu da importância do feito. Costa e Medina, com as alterações no Marquês e com a construção desenfreada de ciclovias, quase que conseguiram anular o escoamento de trânsito que o túnel passou a permitir, mas continua a ser uma enorme mais-valia.

Como Primeiro-Ministro esteve apenas 5 meses. Jorge Sampaio, Presidente na altura, resolveu dissolver o Parlamento, não deixando assim que o Governo continuasse. Quem quiser poderá hoje calcular que foi uma jogada política para levar Sócrates ao poder... Resultou bem.

A outra figura é "persona non grata" dos portugueses, mas fez aquilo que foi obrigado a fazer, e na altura de começar a recolher os louros, apareceu Costa e recolheu-os por ele.

Pedro Passos Coelho recebeu a herança pesada de Sócrates que chamou a troika e com ela negociou, tendo já presente que provavelmente não iria ser ele a aplicar as medidas acordadas. Passos Coelho aplicou-as e doeram-nos na pele. Trabalhámos muito e ganhámos pouco. Houve cortes e apertos de cinto, mas anos de despesismo tinham que ter as suas consequências. Ainda assim ganhou nas urnas o seu segundo mandato, mesmo que sem maioria absoluta. Vários partidos de esquerda uniram-se para votar uma moção de censura ao Governo. Foi o início da Geringonça e o fim da era de Passos Coelho.

Recordo que mal tomou posse, o Governo PS de António Costa, começou com despesismos mas não retrocedeu na maior parte de cortes e impostos que Passos Coelho tinha imposto, aquando da troika.

Não sei se será Passos Coelho o nosso D.Sebastião. Sei isso sim, que os combustíveis estão a preços nunca vistos, que o desemprego está a aumentar e que a propaganda política não tem vergonha e começa a ficar parecida com propagandas ditatoriais.

Peço apenas que coloquem o Chega como carta fora do baralho. A brincadeira de votar num maluco teve consequências nos E.U.A.

Era bom que o maluco aqui não chegasse ao poder.