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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

20
Abr23

Ficou tudo estúpido


Pacotinhos de Noção

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Hoje almocei num restaurante chinês.

Durante o almoço apareceu uma senhora que afirma ter-se esquecido, há uns três dias, de uns óculos caríssimos no restaurante, e que vinha buscá-los. Tanto a dona, como a funcionária, afirmaram não ter dado por nenhuns óculos, nem ninguém lhos entregou. A dona dos óculos parte para a ignorância, o que claramente não lhe custou, e afirma, com todas as certezas, que os óculos se não aparecem é porque eles não querem, e que ou chama a polícia, ou dão-lhe 480 €, que é o valor dos óculos.

A conclusão desta situação não interessa muito, mas posso dizer-vos que a minha mulher interveio nesta situação, alertando a tipa para o facto de estar a ser rude, mal-educada e de estar a incomodar quem ali estava para almoçar.

Conclusão, a tipa não levou óculos nem dinheiro. Saí do almoço contente, e orgulhoso da minha mulher porque, por pouco que tenha sido, fez justiça a quem estava a trabalhar, e há-de tê-los feito sentir um bocadinho melhor, porque tiveram quem intercedesse por eles. Amanhã tenho que lá voltar, porque me esqueci lá de uns óculos.

Li uma notícia na página do Público, no Instagram, que informava que a Índia se tornou no país com maior densidade populacional, ultrapassando a China.

Primeiro comentário:

- "Por isso é que já estão distribuídos por Portugal" -

Resposta a este comentário:

- "deal with it. Castigo por colonizarem Goa por 452 anos" -

Temos, portanto, a amostra de como está dividida grande parte da população...

Por um lado, uns bacocos da direita racista e xenófoba, que antes de haver CHEGA, estavam metidos debaixo do seu pedregulho, não opinando sobre nada. Ignoram que têm família em França, no Luxemburgo, ou na Suíça, mas aceitar estrangeiros no seu país é que nem pensar. Agora, sentem que a idiotice que lhes tolda o pensamento, se está a alastrar, e vomitam o seu fel sempre que têm oportunidade.

Pelo outro temos a esquerda radical, cuja existência é mais tolerada pela população, porque a mesma julga que ganzados e associações de antigos estudantes do Chapitô não representam perigo, mas representam. Como são mais esquivos e cínicos, que a extrema-direita, conseguem ir comendo pelas beiradas do prato, chegando quase sempre aos seus intentos, por mais idiotas que os mesmos nos possam parecer. É assim que acabam por surgir cancelamentos, e leis que correspondem apenas aos ideais de alguns, mas que tem que ser seguidos por toda uma sociedade.

Perto da minha casa existem dois parques. Um mais pequeno, que é o infantil, e uns metros mais adiante um enorme, que tem até um parque canídeo.

A verdade é que o parque para os cães está sempre vazio, porque tem muito mais piada ver os cães a invadir o parque infantil, mijando contra os baloiços, onde a miudagem vai brincar, e largando as suas poias na relva, que invariavelmente vão sendo esquecidas pelos donos. De qualquer das formas, mesmo que não o sejam, é muito pouco higiénico que um cão possa defecar na relva onde crianças vão brincar, porque há meninos que gatinham, outros que rebolam no chão, e mesmo tendo sido o bolo fecal recolhido, há sempre resquícios que podem ficar... Caraças, se houver alguém que não concorde com isto, palavra de honra que combinamos um almocinho, largo-vos uma poia de cão no prato, tiro com um saquinho, e quero ver se continuam a usar o mesmo! Não me lixem, pá!!!

Mas continuando.

Usar trelas e açaimes nos cães é coisa de torturador, e o que constantemente tem acontecido são cães, que no parque infantil das crianças, se atiram às crianças, porque ficam excitados com os gritos e com a correria, ou então, naqueles que ficam apenas eufóricos e que querem brincar, mas que não medem a força (é natural, são animais) e empurram crianças de 2 e 3 anos para o chão.

O mais irritante nisto tudo é o aborrecimento que sempre é gerado quando algum pai pede ao dono do cão, que lhe coloque a trela, por exemplo. Afirmam que os seus cães são de confiança, e que as crianças até podem brincar com eles, não lhes passando pela cabeça que;

Primeiro - um animal será sempre um animal, nunca se pode confiar a 100%, e há sempre notícias que confirmam isto como sendo verdade.

Segundo - existem pessoas, muitas

na verdade, mas que de escondem para não serem julgadas, sejam elas adultas ou crianças, que NÃO gostam de cães.

E não gostam, não por serem os vossos. Não gostam porque não gostam, e pronto.

 

Este pequeno ramalhete de histórias, todas reais, têm um denominador comum e que é a forma pouco civilizada com que as pessoas agora de comportam.

Isto agravou-se depois da pandemia, e a razão que encontro para tal é o facto de as pessoas terem estado fechadas em casa, mas não terem estado em família. Cada um tinha o seu telemóvel, o seu tablet, o seu computador, e a pouca capacidade que tinham para socializar, esfumou-se. Em frente a aparelhos que lhes dão a sensação de que, de facto, são alguém importante (uma falácia), começaram a ficar tão convencidos, e tão cheios de si, que depois, quando tiveram ordem de soltura, passaram a ser ainda mais egoístas e pouco civilizados, pois, segundo aquilo que foram apreendendo, nas frases motivacionais das redes sociais, "eles são quem verdadeiramente conta", "tu estás sempre primeiro", e outras coisas que tais.

A mim o confinamento também mudou. Estou muito mais rabugento, mais refilão e mais intolerante (não à lactose nem ao glúten), e porquê? Na minha opinião é porque tenho que conviver com pessoas como as das histórias que vos contei.