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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

08
Abr23

Está tudo controlado!


Pacotinhos de Noção

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Há quem tente diminuir aquilo que se passa com a TAP.

Se porventura nem souberem do que falo, então lamento. Lamento porque, em parte, o estado em que este país se encontra, é também a vocês que se deve, que preferem as polémicas das revistas cor de rosa, dos reality shows, e que hoje estão deprimidos porque o Benfica perdeu. Todos esses são temas de uma importância tão relativa, que nem sequer deviam ser mencionados. Coisas como a vergonha do que se passa com a TAP, interfere directamente convosco. Foram injectados 3 mil milhões de euros, numa empresa onde a grande generalidade dos portugueses nem põe os pés, porque a condição económica que lhes assiste, apenas lhes permite voar em companhias de baixo custo.

O dinheiro colocado na empresa, por si só, é já um escândalo de proporções enormes, mas o que se vai descobrindo aos poucos, dá-nos a clara sensação de que se levantarmos o véu, vamos ter uma ainda maior desagradável surpresa.

Aquilo com que nos deparamos é que este governo é um polvo de enormes tentáculos, é uma teia que tudo engloba e tudo controla. Os ministros, secretários de Estado, assistentes de ministros, todos eles participam num conluio de tal forma engendrado que há depois

indemnizações, pré-reformas, transferências entre empregos, que são tudo menos claras e que soam só a troca de favores, e pancadinhas nas costas.

Que não se iluda, ou se tente enganar a si mesmo, aquele que dá como desculpa que "comem todos do mesmo tacho", ou que são tudo cabalas engendradas para denegrir a imagem de governantes, e por consequência, do PS. Peço que façam um pequeno exercício de memória e que se recordem que esses eram também os principais argumentos utilizados por José Sócrates. Sim, esse mesmo Sócrates que depois se descobriu que com Manuel Pinho, Ricardo Salgado, Henrique Granadeiro, Carlos Santos Silva, tinham montado uma rede de influências com uma tal grandeza que parecia que nada nem ninguém estava livre de sair prejudicado, dos desfalques destes senhores. O José Sócrates que tinha num dos seus pupilos o agora mentor desta nova corja, que tem no seu ninho a sede do PS, no Largo do Rato.

Curiosamente António Costa tem-se conseguido manter, mais ou menos, na sombra de estas polémicas.

Admito que não consigo perceber como, uma vez que é sabido que dentro do partido o homem é o suprassumo e nada ali se passa sem o seu aval e consentimento, mas o vosso Primeiro-ministro sempre foi um homem que teve uma óptima relação com os meios de comunicação, conseguindo assim sempre passar por entre os pingos da chuva. E em política, como todos nós sabemos, ter os órgãos de comunicação do nosso lado, é meio caminho andado para o sucesso. Reparem que nem sequer sugiro que António Costa é privilegiado por ter como o seu irmão o director geral de informação da SIC, Ricardo Costa, que, quanto a mim, sempre se mostrou sério e isento, colocando até o seu cargo à disposição, quando António Costa ocupou o lugar que ainda hoje detém.

Mas o secretário-geral do PS nem precisa de tentar jogar essa cartada do irmão, porque com tantos anos de poder, o Partido Socialista já criou uma rede tão extensa de influências que se o Costa político quiser, consegue pôr o Costa jornalista na rua, apenas com um estalar de dedos.

João Galamba, Pedro Nuno Santos, Fernando Medina, são seguidores daquilo que Costa ensina, e que tem já longa escola de doutrina, iniciada em tempos por José Sócrates. Por um lado é até compreensível que assim seja, afinal das contas foi António Costa que os ensinou a movimentarem-se bem neste lodo pestilento e malcheiroso que é a política portuguesa. Aquilo que me custa um bocadinho mais a perceber, é como o Sr.Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sendo tão popular entre os portugueses, tendo uma taxa de aceitação tão alta como aquela que já teve, se deixou também envolver neste vórtex de tramas, esquemas, combinações, que em nada dignificam a nossa república, e a própria democracia. Custa ainda mais a perceber, quando sabemos de antemão, que as cores partidárias de Marcelo são opostas à força do Governo, o que nos levará a pensar então que realmente, os tentáculos de Costa, e do PS, são muito mais fortes e abrangentes do que aquilo que nos é possível imaginar, tendo até arranjado forma de ter o presidente refém das suas vontades.

Tal como tinha dito, não expliquei nada do que se passou na comissão de inquérito da TAP. Se não sabem, é porque, certamente, têm ignorado as notícias que diariamente nos têm chegado e, meus amigos, posso apenas dizer o seguinte, se o povo teima em ser ignorante, o governante obviamente que não vai perder tempo instruindo-o, quando pode perfeitamente aproveitar esse tempo para o roubar. 

03
Abr23

Alexandre - O Grande (idiota)


Pacotinhos de Noção

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Quem me lê sabe que não suporto a Cristina Ferreira. Já escrevi acerca da pessoa várias vezes, e sobre os mais variados temas, mas nenhum deles foi o seu aspecto físico. Posso até dizer que a Lady Di da Malveira é uma parola a vestir, e que o seu registo constante de gritaria é cansativo e abimbalhado, mas estas são características da prova do seu mau gosto, ou da sua franca necessidade de sempre se fazer sentir, e pronto, ficamos por aqui…

A Maria Botelho Moniz nem nunca foi mencionada nos meus textos.

Como apresentadora do Curto Circuito achei que não se enquadrava, como comentadora da Passadeira Vermelha, parecia-me justa e ponderada, como apresentadora de programas de “day time” devo admitir que não faço ideia porque não vi um único episódio do programa que ela apresenta. Posso dizer que vi, há já uns anos, a sua entrevista ao Daniel Oliveira no Alta Definição, e nela a apresentadora colocava as cartas todas na mesa. Como sofria ainda pela morte repentina do noivo, como vivia os seus medos e como lutava constantemente contra o seu peso.

Gostaria só de voltar a referir que não tenho, por hábito, classificar as pessoas pela sua aparência física, mas aqui abrirei uma exceção.

Alexandre Pais.

Jornalista há quase 60 anos, é um velho porco, careca e cheio de rugas, que faz lembrar uma ameixa seca e sem sabor. Dada a sua provecta idade há-de ter os testículos a baterem-lhe nos tornozelos, utilizando a pele dos mesmos, para melhor se cobrir nas noites frias de inverno.

Faz questão de colocar na sua biografia que é pai da jornalista Teresa Pais, infelizmente já falecida. Haverá de o ter feito em jeito de homenagem, é compreensível, mas Teresa, mesmo não estando já no mundo dos vivos, é a prova de que o seu pai nem sempre olha para o seu umbigo, quando escreve as suas crónicas.

No seu último texto, Alexandre, coloca no foco Maria Botelho Moniz, criticando-a por, naquilo que é a sua interpretação, a apresentadora ter falta de cuidado na sua aparência, quer naquilo que veste, quer no peso que tem.

Quanto à roupa não tenho nada a dizer. As figuras públicas estão mais que habituadas a que a sua forma de vestir seja alvo de escrutínio, havendo até passadeiras vermelhas para mostrar os trapos que envergam, em determinada ocasião. Quanto aos quilinhos a mais, pergunto?

Maria Botelho Moniz participará nalgum triatlo, nos Jogos Olímpicos ou nos Jogos Sem Fronteiras?

A sua capacidade como apresentadora fica limitada, caso tenha peso a mais?

Alexandre Pais tem conhecimento que actualmente já existem implantes capilares?

Teresa Pais, a filha falecida do cronista, sofrendo de um claro caso de obesidade (basta ir ao site de Alexandre Pais e observar as fotos de família) tinha constantemente no seu progenitor um crítico do seu peso ou pelo contrário, “em casa de ferreiro, espeto de pau”?

Para arrematar a crítica a Maria Botelho Moniz, Pais sugere que o desleixo da apresentadora pode ter ido buscar fonte inspiracional a Cristina Ferreira, pois, ao que parece, também ela é desleixada por não frequentar ginásios, ficando assim com os seus braços flácidos…

Alexandre, Alexandre, a palavra flácido não me reporta aos braços da Cristina Ferreira. Reporta-me antes a uma sua parte pudibunda, que certamente apresenta uma flacidez fora de série, o que o deixa revoltado, tendo assim que atacar o corpo de duas mulheres que trabalham, que vêm o seu trabalho bastante mais reconhecido do que o seu, gostemos de como o fazem, ou não.

Li alguns textos de resposta à crónica deste idiota, e devo dizer que não concordo com aquilo que grande parte defende, e que é a dúvida de que se Alexandre diria o mesmo acerca do Fernando Mendes, por exemplo. Tentaram transformar isto numa luta feminista e vilipendiam todos os homens, como se fosse um dado adquirido que TODOS têm este tipo de opinião. Pois que não posso falar por todo um género masculino, mas daquilo que me vou apercebendo, Alexandre Pais há-de ter escrito este texto mais a pensar num público feminino do que num masculino, porque a grande parte dos homens ligam tanto a isso como ao tampo da sanita colocado para baixo. As mulheres são as primeiras a criticar o corpo umas das outras, às vezes da forma mais dissimulada possível, mas que é rapidamente identificada pelas outras mulheres porque, no final das contas, também elas fazem o mesmo.

Cristina Ferreira já reagiu, dizendo que ainda não sabe se agirá judicialmente contra Alexandre Pais. Ultimamente a Tininha das bifanas tem tido laivos de ditadora. Já numa entrevista com Goucha, defendeu que quem a criticava deveria ser alvo de processos judiciais, o que é, no mínimo, ridículo, pois todos temos o direito a exprimir a nossa opinião, por mais estúpida, idiota, fútil e vazia que possa ser. Depois há é que saber viver com os estilhaços da porcaria que se escreveu.

Para terminar queria também pedir para terem um bocadinho de calma com este velho porco, que avalia as apresentadoras pelo tipo de corpo que apresentam… Peço calma, pois ele até pode nem saber bem a porcaria que fez… É que grande parte da sua carreira foi feita em jornais desportivos, e se é para ser preconceituoso, eu aproveito e sou com ele, afirmando que jornalistas desportivos, nem são bem jornalistas…

26
Mar23

Desilusão...


Pacotinhos de Noção

Há decepções que nem o mais empedernido dos corações está pronto para ter.

É muito triste quando se percebe que havia, no guru espiritual, muito mais intenções, do que apenas ajoelhar para rezar 

A banda sonora foi escolhida a dedo, e fica o desafio... Contenham as lágrimas, se conseguirem. 🥺

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24
Mar23

Oposição Demissionário


Pacotinhos de Noção

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Estou triste… Aliás, estou cada vez mais triste. As urgências pediátricas fecham, as maternidades também, não há médicos suficientes para os utentes e nos centros de saúde não há papel para cobrir as marquesas. 

Os professores estão em greve e parece não haver fim à vista. Querem reaver o que perderam e receber o que ainda não conseguiram, querem trabalhar perto de casa, querem não levar tareia dos alunos, dos pais dos alunos, dos amigos dos alunos e de quem mais se lembre de lhes levantar a mão. Desejo comum aos médicos que, na urgência de atender as urgências, às vezes lá estão mais desavisados e levam uma bofetada de um utente, vinda não se sabe bem de onde.

A CP faz greve, a TAP tem vontade de fazer, e s Soflusa não faz nada porque os barcos eléctricos, que custaram milhões, não têm baterias. Já os da Marinha têm bateria… Têm uma bateria de problemas para resolver. Tantos que os marinheiros recusam até em ir ao mar e, tal como diz o ditado “Marinheiros em Terra, tempestade no ar”, e foi isso mesmo que aconteceu, foi para o ar a tempestade do Vice-almirante, a puxar as orelhas aos marinheiros indisciplinados. Escusado será dizer que deu barulho.

Barulho fazem os sindicatos. Não interessam nem quais, nem de quem. Interessa, isso, sim, que são muitos, diria até que são demasiados, o que acaba por não fazer sentido, pois se a luta é dos professores, para quê haver vários sindicatos? À partida querem todos, o mesmo, que é defender os seus pagantes de quotas… Ou será que não! Será que existem outros interesses, camuflados pelos sindicatos? Não sei, não percebo nada disso, apenas mandei para o ar.

Quem não se manda para o ar é esta oposição balofa e inoperante, e é por aí que fundamento o título deste texto, porque toda a oposição, que se deveria fazer sentir numa altura como esta, está completamente demissionária. Não abrem a boca, não se manifestam, não fazem uma proposta, não apresentam ideias, nem uma moção de censura ao Governo tentam aprovar no parlamento.

Adepto do partido A, B ou C, não sou, mas sou adepto de tirar o que está podre e meter nova opção, mas que opção?

É Luís Montenegro, um tipo com ar de vendedor de carros vigarista, que tomará as rédeas do país? E para o ajudar a segurar essas mesmas rédeas, vai contar com a ajuda de Ventura, e de um partido perigoso, e populista, como é o CHEGA?

Aquilo que vos posso dizer é que tanto o PSD, como Luís Montenegro, parecem sofrer de um efeito letárgico que nada favorece quem, num futuro que espero próximo, tenha que ir às urnas escolher um novo Governo, e um novo Primeiro-Ministro.

É triste quando o país necessita que um ex-Primeiro-ministro, e ex-Presidente da República, já octogenário, seja o único com uma voz activa o suficiente para fazer António Costa tremer nas bases. E Costa treme, treme muito. Treme de raiva por ser criticado por alguém que, quando saiu, deixou trabalho feito (ao contrário de si), treme de medo, ao sentir que o povo pode sentir nas palavras de Cavaco o estímulo necessário para mais manifestações e contestação, e treme também de ansiedade, porque não vê a hora em que o chamem da Europa, para ir ganhar um ordenado chorudo, e para poder sair enquanto o barco de se afunda, porque este barco em que navegamos, consegue estar ainda mais podre do que os da Marinha.

16
Mar23

É apenas uma questão de inclusão


Pacotinhos de Noção

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Isto não é inclusão, é idiotice.

Recentemente fiz um post criticando quem utiliza apelidos como “monhê”, “chinoca”, “escarumba”, etc., mas aqui não é o mesmo.

Adjectivar uma pessoa gorda, de gordo, ou um anão, de anão, se não existe nada mais característico que o defina, não é faltar ao respeito, é usar uma característica física que facilita a identificação do sujeito. Não digo que se vai chamar a pessoa de gordo, ou anão. Aquilo que digo, é que se está um homem preto e outro cigano, a referirem-se a um gordo que almoçava no restaurante cujo dono era anão, e nenhum deles se conhece, por isso não sabem o nome de cada um, assim como eu também não conheço o nome do homem preto e do cigano, nada mais simples do que usar essas características para identificar.

Lembro-me de quando se começou a falar desta moda da inclusão a ferros, que alguém brincava com o filme “Fugitivo”, com o Harrison Ford, em que o vilão era “O Maneta” e era assim que o protagonista do filme se referia a ele. Hoje isto não aconteceria. O vilão poderia facilmente passar pelas forças da autoridade e nada lhe aconteceria, porque a característica que o diferenciava de todas as outras pessoas, era como o Voldemort, não podia ser mencionada.

Substituir adjectivos como “gordo”, “escuro”, “anão” e “cego”, por outro menos ofensivo, faz-me lembrar umas senhoras, sempre muito simpáticas e amigáveis, que gostam de todas as pessoas, e que quando têm contacto com um bebé preto, fazem um comentário que não sendo propriamente racista, e sendo até condescendente, consegue levar o racismo a níveis estratosféricos, que é o “COITADINHO”. Nunca ouviram?

Já ouvi várias vezes. Fazem festinhas no miúdo, olham em volta para garantir que há quem veja que elas até se dão bem com aquele espécime inferior, e dizem:

“Mas ele até é girinho, coitadinho…”

Todas as pessoas com uma qualquer característica diferenciadora, sabem que a têm. O careca, o baixo, o magro, o gordo, o coxo, o gago, e o curioso é que quando é para eles próprios identificarem-se ao telefone, por exemplo, dão essa característica. Tenho exemplo disso em clientes que quando falam comigo ao telefone dizem “sou o Álvaro, aquele tipo coxo”. Como é óbvio eu quando lhe ligo não pergunto de falo com o Álvaro Coxo, mas se me for referir sobre ele a alguém, será assim que facilito a minha explanação.

A clara noção com que se fica é a de que quem tem estas ideias peregrinas, são pessoas que não desenvolveram algo tão simples como a sensatez e o discernimento. São daquelas pessoas idiotas que julgam que têm que ensinar tudo a todos, e que a sociedade só funcionará se fizerem as coisas conforme eles querem, até falar.

Isto mostra-nos que a evolução é uma mentira.

Tecnologicamente estamos mais avançados que nunca, mas os computadores e smartphones não funcionam para nos esclarecermos, informarmos, evoluirmos e aprendermos. Servem para jogos, danças no Tik Tok, filmar escaramuças fazendo comentários despropositados e ansiando que aquilo viralize na internet. Estamos reféns de uma ditadura da aparência, da falsa popularidade e de uma inclusão que não tem razão de ser porque ninguém se inclui em nada. Todos ficam fechados nas suas conchas, sofrendo em silêncio a solidão e o desconforto que é viver nesta sociedade de aparências. Uma sociedade que se preocupa muito mais se chamam o gordo de gordo ou enorme, do que se o gordo por ser gordo é menosprezado, e assim deixado num abandono emocional que o fará ser cada vez mais e mais gordo, acabando por poder vir a ser um gordo enorme.

10
Mar23

Não armo problemas com ninguém...


Pacotinhos de Noção

… nem sou conflituoso, mas após ver este vídeo, sinto que alguém devia levar nas trombas.

Depois desta tortura de cerca de 1 minuto e meio, surge em mim uma mistura de sentimentos. Se por um lado gostaria de abraçar e reconfortar aquele menino, por outro gostaria de dar umas valentes lambadas nos outros. Só para eles terem uma pequenina percepção da impotência que o colega sentiu.

Tudo está mal nesta situação, e o problema não se resume a esta escola, mas servirá como exemplo perfeito, por parecer que a bizarria foi feita à medida.

Para começar queria dizer que a javardona, de cabelo sujo, que fala no vídeo não devia nem sequer passar à porta de uma escola, quanto mais trabalhar com crianças.

Parto do princípio que será uma das Auxiliares de Acção Educativa da escola. Daquelas das que não podem andar atrás de todos os alunos.

Na escola primária onde andei, a antiga P3 de S.João do Estoril, tínhamos 3 contínuas, pois era assim que eram chamadas, numa altura em que trabalhar e cuidar dos miúdos era mais importante do que ir fumar para a porta das traseiras do refeitório, ou estar a falar mal das colegas, ou das professoras.

Eram a D.Rosa, a D.Inácia, e uma contínua grandalhona de quem nunca soube o nome.

Os portões da escola estavam sempre abertos, e não existiam os gradeamentos, estilo prisão, que hoje existem.

Sendo só 3 as contínuas, a verdade é que volta e meia estávamos a ouvir uma reprimenda para não fazer isto ou aquilo, e não era rara a vez em que meninos ficavam sem intervalo, de castigo, devido a algo que fizeram, e que as docentes toparam, durante as rondas do recreio.

Mesmo sendo só 3 ainda faziam coisas como limpar as salas e aquecerem as marmitas dos miúdos.

Na escola do meu filho (ainda está na pré-primária), além de uma educadora, há ainda uma auxiliar por cada sala, e pelo menos mais umas 4 espalhadas pela escola. Também dizem que não são suficientes, e que não podem andar atrás de todos os alunos.

A javardona do vídeo não hesita em atribuir a culpa a um presumível pai alcoólico que, segundo diz, nem alimenta em condições o filho. Aquilo que uma escola normal, com pessoas normais a lá trabalhar faria, ao saber que a criança pertence a uma família problemática, era proporcionar o conforto e a segurança que ele não tendo em casa, poderia encontrar na escola, mas não. Em vez disso temos uma retardada a dizer que o miúdo em casa come mal e que toma os medicamentos erradamente, acabando assim, por ter os seus “cheliques”.

Autismo não é “chelique”, e quando alguém se refere à doença dessa forma, só a certifica como sendo burra e ignorante, algo que não abona muito a favor do Ministério da Educação que, pelos vistos, tem uns critérios muito latos para a contratação de uma auxiliar.

Estou revoltado com a situação e muito com a atitude da auxiliar porque, vou aqui admitir, o meu filho faz uma semana que não vai à escola devido a situações, não tão graves como esta, mas que, por parte das auxiliares, a reacção e os argumentos foram exactamente os mesmos.

O meu filho tem 5 anos, e não tem nenhuma patologia, muito pelo contrário.

Como disse, está na pré-primária, mas só entrou este ano. Aprendeu sozinho aos 4 anos a ler e escrever, e já sabe somar e subtrair. É um miúdo lindo (sou suspeito para falar, mas de facto tem uma beleza fora do normal) e é altíssimo para a idade. Com 5 anos tem o tamanho de um miúdo de 8 ou 9. No entanto, tem um grande defeito que é o de ser um parvinho.

É comum roubarem-lhe o lanche, brinquedos e até tentarem bater-lhe. 

Quando falei com a educadora, e com a auxiliar, a queixar-me da situação, os argumentos foram de que “são poucas, não podem andar atrás de todos os alunos e que os meninos em questão nunca foram problemáticos e não são conflituosos”… Isto lembra algo?

É muito natural que os alunos em questão não sejam de dar problemas, ou pelo menos é natural que as funcionárias não saibam desses problemas, porque uma das coisas que elas repetem aos alunos, até à exaustão, é que NÃO QUEREM QUE ELES FAÇAM QUEIXINHAS A NINGUÉM. Ora isto, no meu entender, é muito perigoso, e completamente contrário ao que tenho ensinado ao meu filho. Se há coisa que quero que ele faça é precisamente que seja queixinhas. Que conte, de imediato, a um adulto, se alguém lhe fizer mal, ou se tiver conversas menos próprias. É assim que deve ser, numa altura tão cheia de perigos. Ainda por cima nem na escola podemos confiar, pois quando se juntam um grupo de rufias, que não têm nenhum pudor em bater num coleguinha autista, deixando-o até a sangrar, e ainda filmam o acto, então temos o caldo entornado, porque a ideia que dá é que não querem que este tipo de problemas se saibam, para que assim não tenham que agir.

Por fim, gostaria também de falar em algo que já escrevi em tantos outros textos, e que é a demissão dos pais na questão da educação.

Há pouco vimos uns bandidos, de 14, 15 e 16 anos, a bater com um pau num imigrante, e até a tentarem incendiar-lhe o cabelo. Foi outro acto de violência gratuita, por parte de jovens.

 Enquanto os pais destes meninos, que mais tarde serão homens, preferem dar telemóveis onde os miúdos afundam a cabeça, ficando alheios de tudo o que se passa à sua volta, deixando de ter contacto visual com outras pessoas e com outras crianças, em vez de lhes darem atenção, criarem bons momentos familiares, e até repreenderem quando o devem fazer, contribuem para criar seres vazios de sentimentos, com emoções e prioridades trocadas, onde a definição de empatia é apenas algo que lhes fica bem escrever nas redes sociais.

Ontem foi o dia da mulher, são seres frágeis que muitas vezes perecem às mãos dos homens com quem se relacionam, e a luta das mulheres é muito válida, mas convém dizer uma coisa... São adultas, o que à partida garante que já têm uma estrutura psicológica para perceber aquilo pelo que passam, e até a recorrer ao socorro que as pode libertar, mas uma criança! Uma criança ainda não está formada nesse sentido, e a fragilidade dela é total, o que significa que quando lhe batem, a ponto de a fazer sangrar, quando a gozam, quando lhe tiram os sapatos e os atiram ao ar, apenas para humilhar, à criança resta muito pouco mais a fazer do que aquilo que este menino fez, que é chorar, gritar e pedir que parem... Os outros são genuinamente maus e não pararam, e também não houve um único adulto que lá os fosse parar. 

08
Mar23

Dia da Mulher


Pacotinhos de Noção

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Todos acusados de violência doméstica, todos figuras públicas, todos que viveriam casamentos de sonho.

As pessoas não são uma coisa só, mas se batem a mulheres a coisa que mais sobressai é serem cobardes.

Abram os olhos, para que tipos como estes não vos os ponham negros.

Uma besta, que vos bata, mas que hoje vos ofereça flores, não significa que vos ama, significa apenas que sabe ver um calendário.

02
Mar23

Texto enorme!!! Façam greve e não leiam


Pacotinhos de Noção

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Jimmy Hoffa foi um importante líder sindical norte-americano. 

Desempenhou a sua função por cerca de 20 anos, e alguém que desempenhe qualquer função durante tanto tempo só pode significar que é bom naquilo que faz, certo?  Talvez não.

O sindicalista, a dada altura, acaba por ser preso por terem sido provadas as suas ligações à máfia, ao crime organizado, os subornos que fez, que recebeu, as inúmeras fraudes, enfim, uma longa lista de maravilhas que o mundo do sindicato permitiu-lhe viver.

Serve esta introdução para vos alertar que o maior valor que um sindicato representa, nem sempre é aquele que é propalado. Supostamente este tipo de organizações têm o intuito de representar, e defender, os direitos dos trabalhadores afectos a esse sindicato, mas a verdade não é bem essa. 

As corjas organizadas, que não vivem só na base das quotas pagas pelos trabalhadores, têm sempre associada uma agenda política, e em primeiro lugar representam os partidos a que estão ligados, e não os trabalhadores, como seria desejável.

Não estou com isto a dizer que os sindicatos em Portugal são criminosos, como os sindicatos norte-americanos, da década de 50 e 60 do século passado, mas também não consigo dizer que não o são. Aquilo que posso dizer, sem a mínima sombra de dúvida, é que os interesses que os movem não são as lutas pelos direitos dos trabalhadores, e as greves consecutivas que temos assistido, e a ser vítimas, são a prova disso mesmo.

Quem estiver atento a programas de análise política, e tiver memória da própria noite de eleições, onde o PS de António Costa ganhou a maioria absoluta, decerto que se lembrará de ter visto alguns analistas a rapidamente fazerem a previsão de que iriam começar as greves e as paralisações.

E como fizeram eles isto? Terão dons adivinhatórios, ou conseguiram ler nas estrelas? Nada disso.

A grande generalidade dos sindicatos têm, conforme disse atrás, ligações políticas, o que no meu entender é algo de desonesto, e até pornográfico, e como essas ligações são, maioritariamente, com o PCP e o Bloco de Esquerda, e como a “geringonça” acabou por ser desmantelada, estes partidos de extrema-esquerda, um bocadinho ao jeito de vingança, e para relembrar que há mais vida além da parceria com o PS, trataram de limpar as armas, e vai de começar a fazer greves, algumas delas até com reivindicações que sabem, à partida, que são impossíveis de cumprir.

Uma das perguntas que aqui deixo é se quem agora faz greves, não estava insatisfeito por altura do Governo da “geringonça”? É que já na altura, os problemas a que hoje se referem existiam, e as greves nem por isso aconteciam.

Se os professores têm razões para fazer greves? Ora, pois com certeza que têm, mas aquilo que também devem ter é uma noção da realidade, e pedir coisas que, agora, sejam exequíveis.

A questão das deslocações para mim nem é uma questão. Das duas uma, ou o Ministério da Educação paga a peso de ouro um professor que se mude da sua área de residência, para dar aulas noutro ponto do país, ou então terá que arranjar outra solução que não passe por mandar pessoas para longe de casa. Bem sei que o país sendo pequeno, e tendo pouco focos metropolitanos, haverá falta de professores noutras zonas do país que não Lisboa, Porto e mais um ou outro local, mas é como digo, para que alguém pense sequer em mudar de zona, teria que ser garantida continuidade no estabelecimento de ensino para onde vai, e receber bem pela sua deslocação definitiva. O Estado deveria ainda facilitar o acesso à residência a essas pessoas que se deslocam.

A recuperação do tempo de serviço é algo que nem sequer deveria estar em cima da mesa. É uma injustiça, é certo, mas ter-se congelado, para agora, numa situação em que o país não está substancialmente melhor, se descongelar e devolver o que se poupou, é um erro de gestão que não lembra a ninguém. Nos tempos da Troika, que relembro foi chamada por José Sócrates, houve várias pessoas que viram os seus rendimentos, as suas reformas, cortadas, e também não as reaveram na sua totalidade, mais uma vez repito, é injusto, mas estar a negar que foi necessário, é negar as evidências.

Escrever estas linhas é-me até difícil, pois parece que defendo este Governo, que diariamente nos manda abaixo, mas não é de todo o que faço. Estou só a defender que deve haver coerência, e também alguma sensatez.

Falando agora na greve da CP.

O pessoal da CP tem motivos para fazer greve? Claro que têm. Têm eles e todos os que as têm feito, mas mais uma vez digo, têm tanto direito, e até dever, como tinham já na altura do anterior Governo. O que crítico aqui é a forma de fazer greve.

Seria tão mais profícuo se no princípio do mês, os assistentes comerciais, vulgos bilheteiros, se rejeitassem a vender passes, e rejeitassem também a venda de bilhetes. Aposto que iriam logo prestar mais atenção às reivindicações.

Paralisações não afectam em nada o Governo. Afecta a arraia-miúda, as quais são o pessoal que tem que ir trabalhar todos os dias, e que chega tarde a casa, depois de um extenso dia de trabalho, já nem podendo estar tempo nenhum com os filhos, porque se atrasou imenso, na tentativa de chegar a casa. Julgam que essas pessoas se vão queixar ao Costa? Claro que não, desejosos que não os chateiem estão eles.

O povo fica ainda mais indignado com greves como a da CP, e da TAP, precisamente porque estas são duas empresas que são sorvedouros de dinheiro do Estado.

Podemos dizer que, nesta altura, temos greves para todos os gostos. Está até marcada, para dia 15 de Março, uma grave de funcionários da TVI, pois também eles exigem aumentos salariais. Aqui faço figas para que a paralisação seja total, e que o canal saia do ar por um 4 ou 5 dias. Podia até ser que determinada directora de entretenimento e ficção, fosse dar uma volta ao bilhar grande. É que desde que assumiu funções, evito o meu 4.º canal com mais veemência, do que a família Freeling, que nos anos 80 tinham o Poltergeist na televisão, que até lhes sugou a filha.

Para terminar, uma palavrinha de apoio a todos os quantos fazem as suas greves, mas uma em especial para os médicos e enfermeiros que, mesmo lutando, não deixam nunca que falhem os serviços mínimos. Isto porque para além dos seus interesses económicos, acabam sempre por colocar primeiro o interesse pela vida da generalidade das pessoas.

Mesmo numa sociedade economicamente forte, e organizada, haverá sempre motivo para uma greve. Há sempre algo a melhorar, e haverá sempre alguém que não o queira melhorar, ou porque dá trabalho, ou porque custa dinheiro, ou até porque corta o lucro. Relembro também, que muitos dos que agora fazem greve são os mesmos que votaram PS, porque tiveram receio da mudança, porque a alternativa seria um PSD que teve um bicho-papão chamado Passos Coelho.

Hoje não há Troika, hoje não há austeridade, mas há uma qualidade de vida tão má, ou ainda pior, do que durante o último Governo do PSD.

Também não tenho poderes adivinhatórios, nem vejo o futuro nas estrelas, mas garanto-vos, com 100% de certezas, que venha quem vier, a seguir a tantos anos de Governo de PS/Costa, vai ter que fazer cortes, apertar o cinto, e ter que ser impopular, porque a mão que varre o chão, nem sempre e aquela que o sujou.