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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

04
Mai22

A mulher de César é uma badalhoca


Pacotinhos de Noção

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Sempre ouvi dizer que "À mulher de César não basta ser séria, há que parecê-lo", mas se a mulher de César for uma empresa portuguesa do sector energético, então deixa de ser séria e passará a ser uma badalhoca da pior espécie.

Isto porque neste primeiro trimestre de 2022, a petrolífera Galp, conseguiu aumentar os seus lucros em 496%... Sim, senhor, não é gralha e até repito, 496%. E isto sucede devido à guerra na Ucrânia e consequente aumento dos preços. Acontece que muito provavelmente este lucro, no segundo trimestre, poderá crescer ainda mais, se tivermos em consideração que o Governo baixou o ISP dos combustíveis, que se traduziriam numa quebra final dos preços de cerca de 15 cêntimos, mas que, na prática, diminuiu apenas por volta de 8, porque as gasolineiras decidiram absorver parte dessa descida de imposto, conseguindo assim ganhar mais 7 cêntimos por litro, engordando um bocadinho mais os seus cofres.

O Governo já deu a entender que a ASAE irá fiscalizar esta situação, mas o que é verdade é que a ASAE não tem nenhum tipo de poderes para impor que determinada empresa cobre este ou aquele valor, por um produto ou um serviço que oferece. O mercado é livre e uma das características do mercado livre é essa mesma, não terem o dedo de instâncias exteriores à empresa a definirem preços.

E perguntam os meus amigos: "Mas o Governo não poderia criar leis que não permitissem este tipo de abusos?", ao que eu responderia: "Mas vocês são estúpidos?!"

Peço desculpa por esta ofensa que poderá até parecer gratuita, mas reparem apenas no seguinte para que percebam como essa pergunta não faz sentido.

Um dos vogais do Conselho de Administração da GALP é Adolfo Mesquita Nunes, ex-secretário de Estado do Governo PSD-CDS.

Até Janeiro deste ano, Carlos Costa Pina foi membro do Conselho da Administração da Galp. Outro ex-secretário de Estado, desta vez do Governo PS de Sócrates. Renunciou ao cargo ao ser acusado no processo das PPP, processo esse que demonstra que Carlos Costa Pina beneficiaria concessionárias rodoviárias nas negociações de novos contratos para as concessões das SCUT.

Aqui temos dois exemplos da GALP, mas se formos procurar na EDP, na Mota-Engil, na Efacec e em muitas outras empresas, temos uma imensidão de ex-governantes, alguns sem a mínima preparação para os cargos que ocupam, que ocupam cargos de grande relevo. E atenção que são de todos os quadrantes políticos, que aqui a democracia é mesmo democracia, todos mamam.

Mesmo o caso recente do ex-Ministro das Finanças, João Leão, que aprovou um financiamento no valor de 5,2 milhões de euros para o ISCTE, sendo depois nomeado vice-reitor da mesma instituição, mal saiu do Governo, mostra que as ofertas de emprego a ex-governantes não carecem de envio de currículo e posterior entrevista, porque as reuniões que seriam necessárias ter já foram acontecendo previamente, enquanto benefícios podiam ser atribuídos.

Claro que depois tudo não passam de patranhas, de cabalas, de mal-entendidos, que só quem esteja de má-fé é que pode acreditar, mas por mim falo, e se é má-fé que se exige, então a minha está no máximo dos máximos.

E é por isto, meus queridos leitores, que quem está no Governo, seja qual for a cor partidária, nunca vai mover uma palha para mudar seja que lei for, visto que o tipo que matar a galinha dos ovos de ouro, depois teria que comer apenas canja de galinha velha, e sopa, daquilo que me dá a perceber, é comidinha para pobres.

20
Fev22

A D.Leonor foi despedida


Pacotinhos de Noção

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Imaginem então:

D.Leonor, 65 anos, trabalhou mais de 40 numa fábrica que agora fechou. A idade da reforma é 66 anos e 7 meses. 

Recebe subsídio de desemprego, direito que se lhe assiste tendo em consideração os anos trabalhados.

É obrigada a estar inscrita no IEFP, fazer prova de procura activa de trabalho e frequentar cursos de formação profissional, sob pena de que caso não o faça perde o seu subsídio.

Isto não é ficção, são casos reais que acontecem diariamente e que muitos de nós conhecemos.

Os Institutos de Emprego e Formação Profissional, deveriam ser órgãos de apoio à procura de primeiro emprego, formação adequada e procura de novo emprego, mas não o são.

Os IEFP deste país, funcionam apenas como meios fiscalizadores e até dissuasores, com o intuito de fazer com que se falhe uma qualquer reunião, que a pessoa se recuse a fazer uma formação proposta disparatada, ou que não aceite um trabalho que nada tem que ver com a sua área profissional, e que ainda por cima será extremamente mal pago.

No caso específico da D.Leonor, e de tantos como ela, é desumano que depois de uma longa vida de trabalho, seja-lhe dito que para receber um subsídio, seu por direito, tenha que continuar a procurar trabalho, mesmo que seja em algo completamente diferente daquilo em que sempre trabalhou, ou que tenha que frequentar um curso de Animador Sócio-Cultural, ao invés de fazerem como de fossemos um país de primeiro mundo, tendo em consideração que faltando tão pouco tempo para a D.Leonor atingir a idade da reforma, que, se quiser pode procurar algo, ou então aguardar até ser reformada. Posso dar o exemplo dos Países Baixos, em que sei que isto acontece, até porque a minha sogra viu-se nesta mesma situação.

Já nos tempos idos, do nosso mui amável e saudoso Eng.José Sócrates, se engendrara um plano deste tipo. Era o chamado programa Novas Oportunidades, em que o intuito era exactamente igual ao de agora.

E perguntam-me vocês muito amofinados:

"Então, mas o que o Governo ganha com isto?"

Ganha duplamente. Se a D.Leonor os mandar dar uma grande volta, deixa de estar inscrita no Centro de Emprego, baixando assim os números de desempregados do país, dando s entender que foi criado emprego, e não foi, e ganham também menos um subsídio de desemprego que têm que pagar, porque se a D.Leonor se recusar a fazer a formação proposta, essa é logo a mais rápida consequência.

Formação obrigatória a pessoa acima de 60 anos é violência. Não que as pessoas não tenham capacidade de aprendizagem, mas, porque são pessoas que JÁ PASSARAM UMA VIDA A TRABALHAR.

Imaginem que até há uma proposta de trabalho semelhante à função que a D.Leonor desempenhava, e que precisam dela. Pois muito bem, julgo que sim, que a D.Leonor deve ocupar aquele cargo e trabalhar até à reforma, cuja idade é estupidamente alta, aliás, mas só se a proposta for completamente adequada ao perfil da senhora.

Mas como já disse isto é apenas mais uma forma encapotada de total desprezo e desrespeito pelo cidadão comum, e trabalhador que, na verdade, é aquele que sustenta esta máquina ferrugenta e balofa que é o Estado. 

Pergunto, mas de que estou eu a queixar-me? Neste microcosmos que é a minha página, estatisticamente mais de metade das pessoas votaram PS, por isso não há que reclamar. Eles são uma trampa e cheiram mal, mas fomos "nós" (entre aspas porque nós é muita gente, e eu incluo-me fora disso) que decidimos continuar a comer com eles, servidos numa travessa de porcelana caríssima, porcelana essa paga por nós.

07
Out21

Onde pára a superioridade?


Pacotinhos de Noção

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Foi hoje tomada a decisão de demitir o ex-Exmo Sr. Dr. Juiz Rui Fonseca e Castro.

Esta decisão é passível de recurso, mas passa a ter efeitos imediatos, o que significa que neste momento caem por terra os pronomes de tratamento "Exmo.", "Sr.", "Dr." e "Meritíssimo", e passa a ser só usado o "maluco", "chalupa" ou "ridículo".

Ser um juiz mediático e idiota nem sempre dá bom resultado. É possível que se consiga uns quantos retardados que sigam as alarvidades que se dizem, mas mais tarde ou mais cedo leva-se um chuto no traseiro. Quando não é da vida, que essa às vezes demora mais a castigar, é do Conselho Superior de Magistratura.

Agora o Rui já não é assim tão superior a ninguém. Na verdade é até inferior porque eu, por exemplo, posso dizer que nunca fui demitido de nenhum emprego.

Uma demissão é sempre algo que quando acontece nos faz querer dar um abraço reconfortante e alguma solidariedade para com o demitido, mas neste caso a única coisa que me apetece dar ao tolo Rui é um grande, bonito e majestoso pirete.

Gostaria de saber se vai continuar a ser negacionista contra este Governo mentiroso e que nos quer matar a todos com a vacina. Se quer mostrar como despreza estes biltres sugiro que renuncie ao Subsídio de Desemprego, caso a ele tenha direito.

Forte abraço e acho que a PSP está a recrutar. Para ter entrada directa basta ser amigo do Magina.

 

P.S.- Uma curiosidade que tem até um pouco que ver com isto.

O texto recordista para pessoas que deixaram de me seguir no Instagram foi o "SER OU NÃO SER? ELES NÃO SÃO", em que criticava os skinheads. Entre os vários que saíram havia alguns negacionistas declarados... Coincidência? Sei lá, talvez.

30
Ago21

Curriculum Virtuale


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Tive a necessidade de comprar parafusos. Sempre me foi dito que tinha falta de alguns e a altura para tratar do assunto foi esta.

Desloquei-me a uma daquelas superfícies de bricolagem que há AQUI e ali, e na dificuldade de encontrar o material que precisava decidi perguntar a quem sabe... Ou que pelo menos deveria saber... Ou que pelo menos, tendo a informação deveria partilhar sem que fosse preciso arrancar a ferros.

A falta de vontade de atender o cliente é de tal ordem que quem compra quase que se sente na obrigação de não incomodar quem arrasta os pés pelos corredores, envergando um uniforme em que houve alturas que era indicador de que "EU TRABALHO AQUI", mas que agora apenas nos mostra que "PAGAM-ME PARA ESTAR AQUI".

Gostava de ser mosca e ter assistido às entrevistas de emprego destes "calinas" laborais. O currículo nem preciso ler. Sei que são todos pró-activos, "multitasking", com facilidade na resolução de problemas e com uma capacidade de atendimento ao público, acima da média. Trabalham também todos muito bem sob pressão.

Serem utilizadores de Word na óptica do utilizador ainda lá está, mas já de nada serve, só que não se apaga porque sempre são mais umas linhas de texto para ler. São currículos pré-fabricados que se encontram pela internet.

Não sei qual o meu espanto no facto de alguém mentir no currículo. Então mas se já tivemos Ministros e Primeiros-ministros que também o fizeram, porque é que para repor artigos numa prateleira, um tipo não o pode fazer?

Se bem que no meu entender, só se mente nos currículos porque muitas das vezes a entidade patronal está mesmo a pedir que se minta.

Quando ainda estudava, um dos meus primeiros trabalhos foi precisamente um destes de arrumar prateleiras em superfícies comerciais. Não me foi pedido currículo. Tenho em crer que nem tinham ideia se eu sabia ler ou escrever, e um dos funcionários mais antigos explicou-me o porquê dessa situação. Segundo ele, só não colocavam macacos a fazer o serviço simples que nós fazíamos, porque acabava por ficar mais dispendioso ensinar os primatas. Tendo isso em consideração, passou a ser, curiosamente, mais simples e prazeroso desempenhar a minha função, pois estavam a pagar-me para fazer algo que qualquer pessoa com meio dedo de testa conseguiria fazer.

Não tenho nada contra trabalhos que não requeiram "canudo" ou curso superior. Muito pelo contrário, acho que toda a sociedade começa pela sua base e como tal tem que ser valorizada. O chato da questão é que quem compõe essa base não respeita o trabalho que faz, não respeita o dinheiro que lhe pagam, não respeita quem lhe dá o dinheiro a ganhar e não consegue perceber que havendo cada mais ofertas de serviços, se o cliente deixa de ir aquele estabelecimento, o patrão não tem dinheiro a entrar e terá que fazer cortes podendo até esses cortes chegarem ao limite de falências e insolvências, ficando o funcionário, que mostrou tanta má vontade ao ajudar-me na procura de um simples parafuso, a continuar a morar em casa dos pais no alto dos seus 35 anos.

No fundo no fundo, e para resolver questões como esta e parecidas com esta, tem que passar a haver respeito.

Respeito pelo trabalho que se faz, respeito pelo cliente que se atende, respeito pelo lugar que se ocupa e que poderia ser ocupado por outro, quem sabe até 

mais competente.

Só respeito, basta isso... E um currículo bem aldrabado.

 

14
Abr21

Felizmente não preciso de trabalhar


Pacotinhos de Noção

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Pois é... Felizmente não preciso de trabalhar, mas infelizmente trabalho porque preciso, e não gosto. Desempenho bem as minhas funções e prova disso é que trabalho não falta, mas não padeço de uma patologia que é cada vez mais comum. A de ser "workaholic".

Com sinceridade, devo aqui afirmar, que julgo não conhecer ninguém que sofra realmente deste mal. Pelo menos que se veja. Agora pessoas que dizem sofrer desse mal, essas há por ai aos pontapés.

Curiosamente todos os que não se cansam de dizer que precisam muito de trabalhar, que para eles parar é morrer, que sem trabalho não são nada, normalmente têm aquele tipo de trabalho das 9:00 às 17:00, com os fins - de - semanas de folga, feriados, pontes, greves, 13° sem duodécimos, subsídio de férias, em suma todos aqueles direitos que damos por adquiridos mas que infelizmente falham em muitas áreas profissionais do nosso país. Não me lembro de ver um trolha, um "almeida", uma empregada de limpeza a dizer que é "workaholic". Isto porquê? Não gostam ou não respeitam o seu trabalho? Ou será porque ao fim de um dia de trabalho, cuja maioria das vezes não é só de 8 horas (sem contar com o tempo de transportes públicos) este não - "workaholic" quer é ir para casa descansar e tentar carregar ao máximo as baterias para o dia seguinte?

Não sei a resposta a estas perguntas até porque não sei o que se passa na cabeça de cada um. Sei que em tanta coisa na qual eu podia ficar viciado, penso que trabalhar seria das que viria muito próximo do último lugar. Lugar esse onde todas as outras coisas estariam também, quase "ex aequo" porque ao que parece, isso de ser viciado dá muito trabalho.

 

 

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