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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

05
Mai23

E algo positivo, não há?


Pacotinhos de Noção

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Pois com certeza que há, e chegou agora o seu merecido destaque.

No meio desta enorme polémica entre Marcelo — Costa, Costa — Marcelo, onde os dois intervenientes são a prova viva de que os políticos portugueses são tudo menos recomendáveis, eis que surge um raio de luz de onde menos se espera.

Faz parte de uma classe que é, geralmente, mal tratada pela população, muito por culpa própria, também importa sublinhar, mas porque é sempre o mensageiro e, não rara é a vez, em que quem tem a cabeça cortada é o próprio do mensageiro.

A classe a que me refiro é a classe dos jornalistas.

Ricardo Costa, jornalista, director geral de informação da SIC (Grupo Impresa) e meio-irmão do Primeiro-ministro António Costa, mostrou sempre total, clareza, objectividade e isenção, nos comentários que foi fazendo à medida que se comentava a crise espoletada por Galamba.

Acredito que seja um desafio difícil, mas é isso que me transmite ainda mais admiração pelo profissional.

Houvesse mais profissionais, assim com ética, e estaríamos bem melhor.

Calha bem ainda faltar para a época natalícia porque até lá pode ser que os ânimos se tenham acalmado, caso contrário o jantar da consoada vai ficar cheio de trombas.

03
Abr23

Alexandre - O Grande (idiota)


Pacotinhos de Noção

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Quem me lê sabe que não suporto a Cristina Ferreira. Já escrevi acerca da pessoa várias vezes, e sobre os mais variados temas, mas nenhum deles foi o seu aspecto físico. Posso até dizer que a Lady Di da Malveira é uma parola a vestir, e que o seu registo constante de gritaria é cansativo e abimbalhado, mas estas são características da prova do seu mau gosto, ou da sua franca necessidade de sempre se fazer sentir, e pronto, ficamos por aqui…

A Maria Botelho Moniz nem nunca foi mencionada nos meus textos.

Como apresentadora do Curto Circuito achei que não se enquadrava, como comentadora da Passadeira Vermelha, parecia-me justa e ponderada, como apresentadora de programas de “day time” devo admitir que não faço ideia porque não vi um único episódio do programa que ela apresenta. Posso dizer que vi, há já uns anos, a sua entrevista ao Daniel Oliveira no Alta Definição, e nela a apresentadora colocava as cartas todas na mesa. Como sofria ainda pela morte repentina do noivo, como vivia os seus medos e como lutava constantemente contra o seu peso.

Gostaria só de voltar a referir que não tenho, por hábito, classificar as pessoas pela sua aparência física, mas aqui abrirei uma exceção.

Alexandre Pais.

Jornalista há quase 60 anos, é um velho porco, careca e cheio de rugas, que faz lembrar uma ameixa seca e sem sabor. Dada a sua provecta idade há-de ter os testículos a baterem-lhe nos tornozelos, utilizando a pele dos mesmos, para melhor se cobrir nas noites frias de inverno.

Faz questão de colocar na sua biografia que é pai da jornalista Teresa Pais, infelizmente já falecida. Haverá de o ter feito em jeito de homenagem, é compreensível, mas Teresa, mesmo não estando já no mundo dos vivos, é a prova de que o seu pai nem sempre olha para o seu umbigo, quando escreve as suas crónicas.

No seu último texto, Alexandre, coloca no foco Maria Botelho Moniz, criticando-a por, naquilo que é a sua interpretação, a apresentadora ter falta de cuidado na sua aparência, quer naquilo que veste, quer no peso que tem.

Quanto à roupa não tenho nada a dizer. As figuras públicas estão mais que habituadas a que a sua forma de vestir seja alvo de escrutínio, havendo até passadeiras vermelhas para mostrar os trapos que envergam, em determinada ocasião. Quanto aos quilinhos a mais, pergunto?

Maria Botelho Moniz participará nalgum triatlo, nos Jogos Olímpicos ou nos Jogos Sem Fronteiras?

A sua capacidade como apresentadora fica limitada, caso tenha peso a mais?

Alexandre Pais tem conhecimento que actualmente já existem implantes capilares?

Teresa Pais, a filha falecida do cronista, sofrendo de um claro caso de obesidade (basta ir ao site de Alexandre Pais e observar as fotos de família) tinha constantemente no seu progenitor um crítico do seu peso ou pelo contrário, “em casa de ferreiro, espeto de pau”?

Para arrematar a crítica a Maria Botelho Moniz, Pais sugere que o desleixo da apresentadora pode ter ido buscar fonte inspiracional a Cristina Ferreira, pois, ao que parece, também ela é desleixada por não frequentar ginásios, ficando assim com os seus braços flácidos…

Alexandre, Alexandre, a palavra flácido não me reporta aos braços da Cristina Ferreira. Reporta-me antes a uma sua parte pudibunda, que certamente apresenta uma flacidez fora de série, o que o deixa revoltado, tendo assim que atacar o corpo de duas mulheres que trabalham, que vêm o seu trabalho bastante mais reconhecido do que o seu, gostemos de como o fazem, ou não.

Li alguns textos de resposta à crónica deste idiota, e devo dizer que não concordo com aquilo que grande parte defende, e que é a dúvida de que se Alexandre diria o mesmo acerca do Fernando Mendes, por exemplo. Tentaram transformar isto numa luta feminista e vilipendiam todos os homens, como se fosse um dado adquirido que TODOS têm este tipo de opinião. Pois que não posso falar por todo um género masculino, mas daquilo que me vou apercebendo, Alexandre Pais há-de ter escrito este texto mais a pensar num público feminino do que num masculino, porque a grande parte dos homens ligam tanto a isso como ao tampo da sanita colocado para baixo. As mulheres são as primeiras a criticar o corpo umas das outras, às vezes da forma mais dissimulada possível, mas que é rapidamente identificada pelas outras mulheres porque, no final das contas, também elas fazem o mesmo.

Cristina Ferreira já reagiu, dizendo que ainda não sabe se agirá judicialmente contra Alexandre Pais. Ultimamente a Tininha das bifanas tem tido laivos de ditadora. Já numa entrevista com Goucha, defendeu que quem a criticava deveria ser alvo de processos judiciais, o que é, no mínimo, ridículo, pois todos temos o direito a exprimir a nossa opinião, por mais estúpida, idiota, fútil e vazia que possa ser. Depois há é que saber viver com os estilhaços da porcaria que se escreveu.

Para terminar queria também pedir para terem um bocadinho de calma com este velho porco, que avalia as apresentadoras pelo tipo de corpo que apresentam… Peço calma, pois ele até pode nem saber bem a porcaria que fez… É que grande parte da sua carreira foi feita em jornais desportivos, e se é para ser preconceituoso, eu aproveito e sou com ele, afirmando que jornalistas desportivos, nem são bem jornalistas…

15
Mar22

John Cid ou José Lennon?


Pacotinhos de Noção

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Só hoje tive conhecimento da confusão que o jornalista da CNN, Pedro Bello Moraes fez entre José Cid, Elton John e John Lennon.

Estou em crer que foi realmente uma brincadeira. Se correu bem? Não correu. O jornalista não pareceu engraçadinho, pareceu apenas confuso ou desinformado.

Confuso parece estar também o autor de Adieu, adieu, Auf Widersehen, Goodbye, John Lennon... Porra que me enganei! É o outro, o português falso, o José Cid.

Atenção, com a adjectivação de falso não me refiro à personalidade do senhor, que é do mais justo e correcto. Digo que é falso porque um tipo que tem um gato morto a fazer de cabelo, e um "guelas" a fazer de olho, 100% genuíno não é.

O cantor afirma que vai processar a CNN por esta confusão, e que se sentiu ofendido, desrespeitado e que até está traumatizado. Diz que os jornalistas da CNN enganaram-se e ao emendarem o erro riram-se.

Eu percebo o pequeno Cid. Está com 80 anos e diz-se que a velhice é uma segunda meninice. Quem nunca assistiu a um menino reclamar por ver que o outro se ria dele? No fim de contas nem estava nada, mas o menino mimado empancou com o outro...

José Cid está traumatizado, agredido e desde já avisa que desculpas não bastarão.

Se estivéssemos num país como os E.U.A, eu teria receio de deixá-lo sozinho, num qualquer quarto de hotel, todo depressivo. Provavelmente iríamos dar com ele morto, depois de uma overdose letal, mas como é o José Cid, e estamos em Portugal, se formos dar com ele nalgum lado, será numa qualquer tasca miserável, a mandar abaixo copos de 3.

No meu entender José Cid perdeu o norte. Quer montar um cavalinho de aproveitamento, sabe que a sociedade é cada vez mais "sensivelzinha" e cooperante para quem usa da vitimização e faz beicinho por "dá cá aquela palha".

Mas coloquemo-nos do lado do artista do capachinho, que de tão ofendido defende haver coisas com o qual não se devem brincar, sendo elas, e passo a citar, a sua criatividade, a sua autoria e a sua voz.

Curioso, este caso de se brincar com um assunto, e correr mal, e que me reporta a algo que se passou há uns anos, em que Nuno Markl convidou um artista bem conhecido, para um programa que tinha no Canal Q, sendo que esse mesmo artista afirmou que o pessoal de Trás-os-Montes vem em excursões a Lisboa, para ver o mar, e que seriam pessoas medonhas, feias e desdentadas.

Depois da asneira dita, este artista veio defender que tudo não passava de uma brincadeira, e que os transmontanos deveriam levar a vida com mais leveza e sentido de humor. Conselho sábio para se dar a José Cid, por alguém que foi vítima da ira, que ele agora aponta à CNN.

Queria lembrar-me do nome do artista que brincou com os transmontanos, mas não me consigo recordar. Era um tipo cheio de sentido de humor, e que como caracterização usa um gato morto na cabeça e um "guelas" a fazer de olho. 

23
Nov21

Fernanda e o seu cancioneiro


Pacotinhos de Noção

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Ontem começaram as emissões do mais recente canal informativo em Portugal, a CNN.

Já muito se falou, já muito se brincou e já muito se comparou. Eu ainda só tive oportunidade de ver alguns minutos e, azar dos azares, foi quando Dani (ex-promessa do futebol português que passou a ex antes de concretizar a promessa) discutia futebol com José Manuel Freitas... Mais do mesmo, portanto.

Hoje a CNN continuou a ser motivo de comentários, mas não pela informação que apresentou ou pela sua grelha de programação. O motivo era o penteado da Judite de Sousa.

A minha geração não é a "woke" e irrita-me bastante toda a vitimização, falta de relativismo e ofensa fácil que estes "wokianos" gostam de propalar e, devo admitir, estava até à espera de verificar se iriam pegar em situações como a sororidade, o "body shaming" ou até esta forma de exploração da imagem feminina, usando essa mesma imagem para criticar uma jornalista já com tantos anos de carreira, gostemos nós dela ou não.

Não detectei que se tivessem abordado estes assuntos e ainda bem, confesso, não há paciência para tanta mariquice e biquinhos de pés por causa destes "wokes" e as suas redes sociais.

"Então e achas bem brincarem com o penteado/imagem da Judite de Sousa?"

Acho maravilhosamente bem. É uma figura pública, a imagem com que se brinca é aquela que ela apresentou a público, e como tal acredito que sim, que se pode brincar e até criticar. Aquilo que já não acho tão bem, são aquelas tais pessoas que defendem certos e determinados direitos e valores, mas só para alguns e em situações que lhe interessem. Isto porque uma das vozes que se fez ouvir foi a de Fernanda Câncio... Quem? Muitos conhecê-la-ão como a ex-namorada de José Sócrates que nada viu, nada soube e quando o assunto veio a lume de um modo mais assertivo, tratou de mostrar que o amor vence qualquer barreira e afirmou que "Sócrates mentiu, mentiu, mentiu e deve ser persona non grata. Mentiu até aos mais próximos levando-os a defenderem-no em público e até em privado". Se o Romeu tivesse uma destas Julietas bem que tinha batido as botas em vão... Mas voltando ao assunto em questão.

Câncio, conhecida já de outras histórias, como a de criticar Lenka e a RTP, pela exploração e objectivação do corpo feminino, ou ao se insurgir contra o modo como Dina Aguiar se despedia dos seus telespectadores com um "Até amanhã, se Deus quiser", numa televisão estatal, Estado esse que se quer laico, mas que serve uma população maioritariamente católica, veio agora fazer uma piada cheia de sororidade, no pântano que é o Twitter.

Gostava de chamar-vos à atenção de que os alvos preferidos de Fernanda são quase sempre mulheres. Curioso, não?

A piada foi muito fraquinha. Fernanda Câncio questionou porque estaria Judite de Sousa vestida de Nancy Reagan. Como disse é fraco e não ofende por aí além, até porque Nancy Reagan teve a sorte de ser a Primeira Dama de um Presidente norte-americano que por vir do mundo dos filmes ninguém esperava nada, e que aos americanos deu tudo. Deu-lhes estatuto, força económica, poder, orgulho em ser americano e ainda lhes deu uma folha de serviço imaculada, sem crimes. Muito diferente da pessoa com quem Câncio trocou juras de amor, e que muita esperança deu ao seu povo, nada de proveitoso fez, acabou por nos levar à bancarrota e o verdadeiro filme está ainda por revelar. Entre vestir-se como a Primeira Dama de um grande presidente ou a ex-namorada de um pilantra da pior espécie, quer-me parecer que Judite optou pela indumentária correcta.

Fernanda Câncio comporta-se como uma Robin dos Bosques da moral e bons costumes quando, na verdade o que gosta mesmo é da lambança e encher o papo como o Frei Tuck. Será mesmo possível que alguém com tanta perspicácia e língua viperina, ainda mais tendo formação jornalística, nunca sequer desconfiou que o menino dos seus olhos vivia acima das suas possibilidades? Que gastava dinheiro que não lhe pertenceria? 

Estas são questões bem mais pertinentes, e com resposta bem mais interessante, do que aquela que Judite de Sousa poderia dar por uma má escolha que fez, e que afinal de contas foi só de roupa, não foi de namorado. Aliás, Judite de Sousa foi casada anos com um autarca que, pelo menos até aos dias de hoje, não tem nada que se lhe aponte e que é Fernando Seara. Nem todas podem dizer o mesmo, não é?

Concluindo e falando uma vez mais na CNN.

Depois de um dia de emissão houve já despedimentos, o que para mim é escandaloso. Mandaram para rua quem penteou a Judite de Sousa, e percebe-se muito bem porquê. Mas que cabelo era aquele?

06
Ago21

Foram Cardos, Voltem as prosas... Jornalísticas


Pacotinhos de Noção

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Para os mais novos que não conhecem, para os mais velhos que já esqueceram e para os que são simplesmente desmemoriados, a senhora da foto é Manuela Moura Guedes.

As primeiras imagens que me recordo dela são como locutora de continuidade e como cantora com o seu, "Foram Cardos, Foram Prosas".

Como locutora não estava mal, como cantora não estava bem.

Mais tarde passou a apresentar o Telejornal na RTP, e depois o Jornal das 9, na RTP2.

Teve na RTP um programa que eu via com apetite era ainda miúdo. "Raios e Coriscos" era o seu nome e Manuela partilhava a mesa com Miguel Esteves Cardoso e Catarina Portas.

Anos passaram e foi para a informação na TVI, e é aqui que alcança maior visibilidade.

Foi acusada de sensacionalismo, principalmente pela classe política e por colegas jornalistas. Colegas esses que muito provavelmente ainda trabalham no meio, participando em blocos de informação que perdem 10, 20 ou 30 minutos a destacar o Festival do Caracol de Castro Marim. Isso sim é informação.

É verdade que Manuela Moura Guedes tem um estilo peculiar, mas recordo que se agarrou ao caso de Sócrates como um cão a um osso e só o largou quando foi obrigada. Quando os amigos Socretinos, trataram de retirar a jornalista e o Jornal Nacional do ar. Foi um alívio para a classe política e até mesmo para a classe jornalistica, pois havia alguém a fazer jornalismo a sério e isso é coisa para dar trabalho e até trazer problemas. Decidiram antes colocar Joanas Latinos a dizer baboseiras e jornalistas, que já pareceram sérios, a fazer danças ridículas no programa da manhã da TVI, que se queria, pelo menos um pouco, noticioso.

Mas a verdadeira informação é muito incómoda. A questão não é o lucro, porque informação vende, e quando o público percebe que há ali trabalho de casa, vende bem, mas há outros lucros mais elevados que acontecem por detrás do pano e que justificam fulminar a profissão de uma jornalista.

Tenho que dar a mão à palmatória e dizer que Manuela Moura Guedes faz falta no actual jornalismo português. Faz falta ela e todos aqueles que não se verguem aos grandes grupos empresariais que controlam as televisões e que pretendem também controlar a população, e que infelizmente vão conseguindo. Aquela velha máxima de outros tempos, e que é atribuida aos romanos, vai fazendo sentido. A máxima de pão e circo para a plebe, para que assim fiquem entretidos e não incomodem. Se o pão e o circo forem então transmitidos em horários e em blocos noticiosos, que a população acredita serem sérios, está, a missão de estúpidificação de massas, a caminhar de forma galopante.

Deixo aqui um desafio.

Não às generalistas, que sei que não têm coragem, mas ao director da CMTV. Desafio que coloquem a Manuela Moura Guedes no ar. Seria uma enorme aquisição.

Outro gesto que me agradou na jornalista foi quando abandonou o programa "Barca do Inferno" que era moderado pelo Nilton que curiosamente até fazia um belo trabalho, mas que pecou quando demonstrou claramente que entre Manuela Moura Guedes e as outras três peruas, preferia as peruas. É natural, elas respeitavam mais o alinhamento encomendado.

Em relação ao retorno de Manuela Moura Guedes ao jornalismo, embora gostasse muito, não acredito que aconteça. Hoje em dia falta coragem à informação.

 

22
Jun21

ALERTA CM: Farinhera mata paio em feira de enchidos


Pacotinhos de Noção

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Calma. Este foi apenas um título sensacionalista para vos captar a atenção.
Tanto a farinheira como o paio estão de perfeita saúde e nem sei se o tipo de iniciativas como as feiras de enchidos voltaram a ser permitidos pela DGS.
Uma vez que já conto com a vossa atenção aproveito o facto e falo-vos da crise que vivemos no que a notícias diz respeito.
Numa altura em que há tanta informação mas que a população não a sabe crivar, aqueles que o deveriam fazer, para esclarecer os cidadãos, demitem-se também das suas funções, por causa da tão conhecida luta pelas audiências.
A informação quer-se imparcial, rápida, concisa e de fácil compreensão. Não é tudo notícia, e quem segue o trabalho do Nuno Markl já deverá ter ouvido a explicação do porquê a sua rubrica se chamar "O Homem que Mordeu o Cão". Uma das primeiras coisas que é ensinado a quem estuda comunicação ou jornalismo é que (e é dado este exemplo) a notícia é sempre "o homem que mordeu o cão" e não "o cão que mordeu o homem", pois isso é o que será sempre normal acontecer.
Aquilo que já há alguns anos se tem vindo a verificar é que o que cada vez mais passa a ser notícia é "o cão que mordeu o homem", porque as outras notícias, aquelas que mais poderiam interessar a quem se quer informar, dão trabalho a conseguir e muitas vezes precisam de confirmação.
Com a chegada da internet o trabalho deste novo tipo de jornalistas passou a ser muito mais facilitado. Basta-lhes visitar uma ou outra página de notícias, ou uma ou outra rede social, e começar a partir dai a construir a narrativa de um serviço noticioso.
Com isto a qualidade vai decaindo cada vez mais e para conseguir encher um bloco de informação, que poderia ser de 30 minutos, mas que acaba sempre por ser de hora e meia ou duas horas, falam acerca dos carros do Ronaldo, da feira do caracol de Vale da Azinhaga, do maior pastel de Chaves do Mundo e daquela praia da Costa Vicentina que uma revista da Cochinchina e que ninguém conhece, definiu que pertence às 17 melhores praias do Mundo para fazer nudismo apenas com o chinelo do pé esquerdo calçado.
Ainda há dias assisti a uma outra falha de um jornalista que até considero sério.
José Alberto Carvalho emitiu a sua opinião em pleno noticiário que apresenta, acerca das pessoas que criticavam os pais do Noah. Não o devia ter feito... Aliás, não o podia ter feito. Deveria apenas dizer que havia pessoas a criticar e acabou. Ou até podia nem mencionar este facto, porque a notícia neste caso concreto foi o desaparecimento, a busca, o final feliz e, talvez um dia mais tarde, a informação se alguém foi responsabilizado ou não.
Os jornalistas têm um código deontológico que contém apenas 11 pontos, mas desses 11 pontos parecem não querer respeitar nenhum.
Já no início da pandemia foi para mim sofrível verificar a falta de profissionalismo de alguns "pivots" de informação que acharam que deviam dar o seu cunho mais pessoal e aconselhar os telespectadores que estavam em casa...
Devo dizer que aos nossos pais pediram-lhes que fossem para a guerra, a nós que ficássemos em casa e aos jornalistas pede-se apenas que sejam jornalistas e informem. Se quiser uma catarse vou ao psicólogo.

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