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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

19
Mai22

Opiniões que nos definem


Pacotinhos de Noção

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Nalgumas situações as redes sociais acabam por ser como a realidade. Diariamente nos cruzamos com gente que não interessa e temos duas opções, ou engolimos, ou mandamos dar uma volta.

Não vou divulgar o "nome" da pessoa em questão porque receio que exista sempre alguém que a possa importunar, mas sei perfeitamente que ela vai ver este post, e ainda bem.

Esta é uma senhora com quem estou quase sempre em desacordo. Adora o Costa e os Governos PS. Gostos são gostos, e tal como ela, mais de 50% dos votantes tiveram a triste ideia de votar em quem enterra consecutivamente o país. A falta de gosto é ainda mais flagrante quando mostra que é das tais senhoras de meia-idade que continuam seduzidas pelos cabelos grisalhos de Sócrates. A certa altura defendia que o SNS é maravilhoso, mas pouco tempo após o proferir foi operar as cataratas à CUF, em vez de usufruir daquilo que tanto diz apreciar. Para finalizar, e para mim, foi a gota que transbordou o copo, desde que começou a guerra na Ucrânia já demonstrou não ser a favor de algumas sanções, que o Zelensky é o demónio na terra e agora insinua, como as imagens demonstram, que os ucranianos são nazis, conforme o próprio Putin defende.

Se em todos os outros assuntos posso compreender que existam opiniões diferentes da minha, neste caso da guerra não é sequer admissível que se veja o outro lado da mesma moeda. É um assunto em que não se pode ficar em cima do muro.

Quem tiver o mínimo de dúvida em condenar Vladimir Putin, mesmo não o afirmando, como no caso do PCP, aliás, das duas uma, ou é estúpido, ou é idiota, e são pessoas assim que me repugnam e deixam-me aziado, e com os quais não pretendo ter o mínimo de ligação, quer seja no dia a dia, quer seja aqui, neste mundo virtual onde o anonimato até me dá a cobarde coragem de dizer a esta senhora o quanto ela não tem noção de quão pouco humana consegue ser. E é até a amostra de que quem gosta de animais não tem que obrigatoriamente ser boa pessoa. Bem sei que aos 50/60 anos, viver com gatos nem sempre é opção, é apenas a consequência de uma vida de amargura, arrogância e estupidez, mas ainda assim fica sempre bem mostrar que se tem muito amor pelo Nóquidó e pelo Riscas.

Alguns estarão agora a perguntar-se o porquê deste destaque a alguém que é anónimo, que assim se manterá e que provavelmente não merece o tempo que gastam ao ler estas linhas. Os motivos são dois.

O primeiro é porque o Pacotinhos de Noção nasceu por causa destas pessoas. Serve de escape para falar sobre situações e elementos da sociedade, que vivem entre nós, julgam e comportam-se como se fossem a última bolacha do pacote, mas só porque não tem a noção que aquilo que defendem e aquilo que acreditam faça delas, sim senhor, a última bolacha do pacote, mas é um pacote de bolachas de Água e Sal velho e bolorento, com aquela bolacha que todos rejeitaram e está até toda esmigalhada.

O segundo é porque ao observar as fotos desta pessoa, a ideia que dá (e aqui até posso estar enganado) é a de que trabalha num estabelecimento de ensino. Não sei se como auxiliar ou professora, não é importante, mas aquilo que importa é que alguém que não consegue discernir do que é facto e do que é propaganda, do que é uma desculpa esfarrapada para invadir um país e do que é real, e que não consegue compreender que morrem pessoas, incluindo crianças, crianças com quem trabalhará e como tal até deveria haver um laço mais afectivo, no lugar do coração deve ter uma pedra e no lugar do cérebro apenas vácuo e deveria ter sido submetida a importantes testes psicotécnicos para que em vez de trabalhar com miúdos, trabalhasse com... sei la, calhaus.

29
Jan21

Quando a desgraça tenta ter graça, aumenta a desgraça


Pacotinhos de Noção

Foi hoje expulso, no programa Big Brother, um cepo com orelhas. Erradamente há quem pense que isto aconteceu porque o ex-concorrente fez a saudação nazi, mas não é verdade. Foi expulso porque fez uma saudação nazi, foi chamado à atenção por colegas e dias depois voltou a fazer o mesmo. A maneira como tentou "sacudir a água do capote", afirmando que o assunto só é tema porque o colega lhe chamou à atenção, e que não vê qualquer problema no gesto porque até há humoristas que brincam com o mesmo, e que no Carnaval também há quem se mascare de Hitler, mostra que este tipo de 40 anos só conta como experiência de vida o ter deixado de chuchar no dedo, e há-de ter sido tardiamente.

Não me choca o indivíduo não ter poder argumentativo para se defender e tentar fazê-lo com desculpas tão esfarrapadas, mas já me choca mais assistir a outras pessoas que, embora condenando o gesto, também o justificam de alguma forma e argumentam também que há "roasts", humoristas, "stand up comedians", e programas que brincam com estas situações.

Por muita piada que este concorrente do Big Brother possa achar a si mesmo, eu não acredito que exista uma pessoa com dois dedos de testa, e no pleno das suas capacidades mentais que desse meio cêntimo para o ver dizer ou fazer, piadas. Dai ele não poder sequer tentar comparar-se a alguém que faz disso vida. Mal comparado é o mesmo que na praia construir um castelo de areia e afirmar que por conseguir fazê-lo então já deverá assinar projectos da mesma envergadura que o Frank Gehry.

Já para não falar de duas das características comuns a quase toda a gente que faz humor e que são a inteligência e a cultura geral, logo ai...

"Allô, Allô", o "Grande Ditador" de Charlie Chaplin, o mais recente "Jojo Rabbit" até mesmo o "A Vida é Bela", que sendo dramático tinha os momentos em que o pai Roberto Begnini ridicularizava os nazis, são prova de que se pode perfeitamente brincar com algo, que tem ainda feridas muito abertas na história da humanidade, mas que não é por isso que não se pode tocar. Isto porquê? Porque quem soube trabalhar comicamente este assunto fê-lo pelo prisma de ridicularizar aqueles que não suportariam nunca ser ridicularizados, aqueles que tanta dor e sofrimento infligiram e que agora não passam de meros palhaços que servirão de entretenimento. As vítimas serão louvadas, os agressores ridicularizados. Já o gesto, do coitadinho do Hélder do Big Brother, não ridicularizou os nazis. Usou a saudação só porque acha o gesto engraçado. As vítimas aqui não foram louvadas nem os agressores ridicularizados. O único ridículo foi ele.