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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

15
Nov23

Quem vai casar com a Carochinha?


Pacotinhos de Noção

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A Carochinha vai para o seu quarto casamento. Não é viúva. Todos os seus "ex-" estão muito bem vivos.

Casou apaixonada, por um homem estudado e garboso. Parecia até artista de cinema e a Carochinha andava toda vaidosa. Os primeiros anos foram maravilhosos, mas depois veio a desgraça.

Aquele, que outrora fora o seu príncipe a cavalo, agora mais não era que o cavalo. Dava-lhe coices a torto e a direito, e tratava-a muito mal. Mas ela nada fazia porque achava que era amor. Levava porrada todos os dias, mas ele dizia-lhe que era assim, e que as coisas haviam de melhorar. Até que um dia chegou a polícia e trancou o bandalho do marido.

A magoada senhora não ficou sozinha muito tempo. Juntou-se a outro tipo que prometeu que trataria dela. E de facto tratou.

Curou-lhe as feridas, arrumou-lhe a casa e até a tratava bem. 

Não era romântico como o primeiro marido. Era mais para o pragmático, e não era um tipo expansivo.

Carochinha não recebia um único elogio por este marido. Dava-lhe segurança, ainda que com limitações, mas era segurança, só que as saudades do primeiro eram mais que muitas. Era um malandrão, mas era tão lindinho.

Passado pouco tempo, um dos grandes amigos do primeiro marido, começou a rondar a Carochinha. 

Não tão bonito como o seu "ex-", mas prometia mundos e fundos. Dizia tudo aquilo que ela queria ouvir e ainda por cima era bonacheirão. Foi deixando de lado o segundo marido, mas não o mandou embora de fora abrupta... Deixou que fosse este novo pretendente a fazê-lo. Juntou-se a um bando que tinha, e deu um pontapé no traseiro do segundo marido da Carochinha.

Tudo se transformou num mar de rosas.

Carochinha passou a ser tratada como uma rainha e tinha tudo o que queria, ou pelo menos se não tinha, o novo marido prometia-lhe que teria.

Passou algum tempo e a história repetiu-se. A Carochinha voltou a levar no focinho como gente grande, mas foi sempre relevando. Afinal de contas ele até é um bom marido, só lhe bate quando é preciso, quando toma um copito, ou quando quer mostrar aos amigos, que tem na Europa, que na casa dele, quem manda o macho, ou os amigos, caso queiram.

A mulher levava, e levava, e levava, mas sempre que alguém lhe perguntava ela dizia que o marido era bom. Chegaram a dizer-lhe para ter cuidado, que o marido tinha um amigo que fuma daqueles cigarros que fazem rir, mas nunca ri. Só isso já mostra como pode ser perigosa essa pessoa.

Ela não quis saber, e sempre defendeu o marido, e acobertou as trafulhices que ele fazia. Escusado será dizer que deu asneira.

Descobriu-se que o marido fazia parte de um gangue de malfeitores, e o tipo, antes dos calos apertarem, pôs-se ao fresco. Não sem antes dar mais uma saraivada de porrada à mulher, com a célebre frase "isto dói-me mais a mim do que a ti, mas é preciso".

Carochinha ficou desfeita. É uma inapta que não sabe estar sozinha e anda sempre à procura do próximo marido que a trate mal.

As ofertas agora estão mais limitadas, e alguns dos homens são do tipo que não toma banho, mas como são popularuchos, e também dizem aquilo que a mulher quer ouvir, têm subido na sua consideração. 

É então que de repente se faz luz e

Carochinha vê uma cópia do primeiro marido. Também este é um anjo grisalho, e dizem que tem um feitio difícil. A ela não lhe interessa, pois faz um vistaço e tem potencial para também lhe dizer tudo aquilo que ela quer ouvir. Se depois vai fazer ou não, é-lhe um bocadinho indiferente, desde que lhe dê umas valentes lambadas nas ventas, conforme fazia o seu primeiro homem.

Com esta história toda a conclusão a que chegamos é de que afinal a Carochinha apanhava, e apanha, mas pelos vistos até gosta, porque acaba sempre por ir parar aos braços daquele que pior a tratar. Não consigo perceber se é masoquismo, ou se é estupidez, aquilo que consigo perceber é que a Carochinha não quer ser ajudada. Está emancipada, vai em Abril fazer 50 anos, mas a verdade é que nunca chegou a ser dona de si própria, porque em 50 anos, 25 foram com homens a maltrataram. É uma burra do caraças e esta história da Carochinha já enerva, de tão repetitiva.

08
Jul22

A cair no esquecimento


Pacotinhos de Noção

O dia hoje foi carregadinho de notícias importantes. O Boris Johnson que se demitiu, o NOS ALIVE que está em alta, as temperaturas que sobem no Verão, os incêndios que advém das temperaturas, etc. Como disse, são tudo notícias com a sua importância, mas parece que a guerra na Ucrânia acabou.

Os vários blocos noticiosos, honra lhes seja feita, não abandonaram o assunto. A SIC, principalmente, continua a falar no assunto e a fazer as suas análises, mas o cidadão comum já deitou para trás das costas, já não é um assunto tão "trendy".

Para mim o lado mais negro da guerra são as mortes das crianças. Um adulto que viva na Ucrânia sabe que está num país em conflito e poderá ser uma questão de tempo até lhe rebentar um projectil em cima. Tem essa consciência, não será uma surpresa. Mas e uma criança? Uma criança inocente que sonha, chora, ri, pula, canta e brinca, e quando brinca, num jardim infantil, como ainda hoje os meus filhos fizeram, e muito provavelmente os vossos também, não espera nunca que aquela volta no cavalinho ou aquela subida no balancé, poderá ser a última. É isso mesmo que mostra o pequeno vídeo que aqui coloquei. A senhora que fala não é família, não é amiga, não tem nenhuma ligação com os miúdos, mas dá para notar na sua respiração ofegante e no seu discurso meio atabalhoado, que viu algo que nunca irá esquecer, uma criança de bruços, em cima do baloiço, onde morreu enquanto brincava.

Algo ainda mais assustador é que ao que parece o ataque foi feito por tropas ucranianas, porque a região onde isto aconteceu está já tomada pelos russos e este ataque foi uma contraofensiva conduzida por parte de tropas ucranianas. A Ucrânia não desmentiu o sucedido, apenas afirmou que "apenas ataca alvos militares".

Muito sinceramente é completamente irrelevante quem foram os indivíduos que dispararam aquele "rocket", mas se foram as tropas russas para culpabilizar a Ucrânia, isso é hediondo, mas se foram os ucranianos, numa vã tentativa de recuperar terreno, então isso além de hediondo é de uma falta de honestidade e vergonha inqualificáveis. Quantas vidas, principalmente de crianças, é admissível perder por causa de terra?

Para mim, é fácil falar, pois não sou minimamente nacionalista, de facto irrita-me bastante o slogan "O que é nacional é bom" porque há muita trampa nacional que não chega sequer a mau, quanto mais a bom. Como não beijo a bandeira, não fico doido com a selecção e nem sequer gosto de bacalhau, se me visse numa situação como a dos ucranianos, já teria pedido ao Zelensky que entregasse a chave do país ao doente do Putin. Ia perder o meu orgulho? Provavelmente, mas iria poupar em vidas.

Eu com isto não digo que concordo com a invasão, atenção, aquilo que digo é que a guerra mexe com demasiados interesses para ter um fim à vista. Recordem-se, por exemplo, que Boris Johnson só não saiu antes do cargo que ocupava, porque entretanto passou a ser uma parte bastante activa neste conflito.

Costa coloca a culpa do aumento dos preços na guerra, Macron, embora tremido, ainda conseguiu ganhar mais um vez as eleições, e o mundo do fabrico de armas voltou a sentir os cofres a encher como já há muito não sentia. É uma guerra que interessa a muitos que não acabe tão depressa, e enquanto isso vão morrendo cidadãos comuns, entre eles crianças.

24
Fev22

E VIVA O BENFICA


Pacotinhos de Noção

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Sou adepto do Benfica.

Tornei-me a 23 de Maio de 1990. Nesse dia a minha escola primária fez uma visita de estudo a Vila Viçosa, naquele que era o passeio mais aguardado do ano, o chamado "Passeio Grande". Saíamos de manhã cedo, voltávamos ao final do dia e nesse final de dia jogava-se a final da Taça dos Campeões Europeus. Era o Benfica contra o AC Milan, mas isso a mim pouco me importava. Não ligava nenhuma ao futebol, mas senhor condutor fez o favor de colocar o jogo no rádio e para mim, continuava a não ter a mínima importância. Entretanto, AC Milan marcou golo e o resultado não mais se alterou até ao final, acabando derrotado o Benfica.

Vi alguns dos miúdos da minha escola a chorar e não consegui perceber porquê, mas interessou-me o facto de alguém estar tão ligado a determinado clube que até chorava nas derrotas. 

Ganhei simpatia pelo Benfica numa derrota e a partir dai tomei este clube como o meu, e embora nunca tenha vertido uma lágrima por perderem um qualquer jogo, devo dizer que quando acontece aborrece-me e que raramente perco um jogo.

Dito isto devo também dizer que, não invalidando tudo aquilo que disse anteriormente, sinto-me bastante melindrado quando, depois de um empate do Benfica todos, repito, TODOS os canais de informação portugueses, transmitiam programação referente ao jogo que terminou há pouquíssimo tempo, e que o Benfica até nem ganhou. Mas, e mais notícias, não havia?

Estive o dia todo a trabalhar, cheguei a casa e tinha vontade de saber o que se passava no Mundo, como evoluíram os números da pandemia, sendo agora endemia, se os russos já avançaram sobre a Ucrânia, quanto irá subir o combustível amanhã, se o Cabrita vai ser Ministro dos Transportes... Todas estas pequeninas coisas, que ainda assim considero bastante mais relevantes do que saber se havia ou não grande penalidade, se o Veríssimo deu discurso motivacional ao intervalo ou não, como vão jogar eles na Holanda... Que me desculpem os que amam o futebol mais que aos próprios filhos, mas isto tudo são uma quantidade infindável de trampas sem a mínima importância.

Existem pelo menos 4 canais portugueses de informação e todos eles se vergaram à jornada europeia do Benfica. Falo aqui do Benfica, mas poderia falar de outro clube qualquer.

Aquilo que me parece é que mais uma vez as prioridades estiveram trocadas.

Estamos à beira de uma guerra entre dois países de leste que podem ter como consequência uma nova guerra mundial, conflito este que terá contornos completamente diferentes dos dois que aconteceram em 1914 e 1939, porque existem desta vez armas nucleares aos pontapés, e conforme, supostamente, disse Einstein:

"Não sei com que armas a III Guerra Mundial será lutada. Mas a IV Guerra Mundial será lutada com paus e pedras."

Por isso que se dê a devida "desimportância" ao futebol, e que informem a população daquilo que vai acontecendo na Ucrânia.

Alguns hão de dizer -"Ah e tal, mesmo que haja guerra nunca aqui há de chegar, estão lá do outro lado do Mundo… "- pois é meus queridos amigos, o coronavírus também não ia cá chegar, e também estava do outro lado do mundo, no entanto, fez o estrago que fez.

Mas não faz mal, porque o Benfica jogou, e enquanto houver circo e uma côdea de pão, fica anestesiada a população 

22
Jun21

ALERTA CM: Farinhera mata paio em feira de enchidos


Pacotinhos de Noção

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Calma. Este foi apenas um título sensacionalista para vos captar a atenção.
Tanto a farinheira como o paio estão de perfeita saúde e nem sei se o tipo de iniciativas como as feiras de enchidos voltaram a ser permitidos pela DGS.
Uma vez que já conto com a vossa atenção aproveito o facto e falo-vos da crise que vivemos no que a notícias diz respeito.
Numa altura em que há tanta informação mas que a população não a sabe crivar, aqueles que o deveriam fazer, para esclarecer os cidadãos, demitem-se também das suas funções, por causa da tão conhecida luta pelas audiências.
A informação quer-se imparcial, rápida, concisa e de fácil compreensão. Não é tudo notícia, e quem segue o trabalho do Nuno Markl já deverá ter ouvido a explicação do porquê a sua rubrica se chamar "O Homem que Mordeu o Cão". Uma das primeiras coisas que é ensinado a quem estuda comunicação ou jornalismo é que (e é dado este exemplo) a notícia é sempre "o homem que mordeu o cão" e não "o cão que mordeu o homem", pois isso é o que será sempre normal acontecer.
Aquilo que já há alguns anos se tem vindo a verificar é que o que cada vez mais passa a ser notícia é "o cão que mordeu o homem", porque as outras notícias, aquelas que mais poderiam interessar a quem se quer informar, dão trabalho a conseguir e muitas vezes precisam de confirmação.
Com a chegada da internet o trabalho deste novo tipo de jornalistas passou a ser muito mais facilitado. Basta-lhes visitar uma ou outra página de notícias, ou uma ou outra rede social, e começar a partir dai a construir a narrativa de um serviço noticioso.
Com isto a qualidade vai decaindo cada vez mais e para conseguir encher um bloco de informação, que poderia ser de 30 minutos, mas que acaba sempre por ser de hora e meia ou duas horas, falam acerca dos carros do Ronaldo, da feira do caracol de Vale da Azinhaga, do maior pastel de Chaves do Mundo e daquela praia da Costa Vicentina que uma revista da Cochinchina e que ninguém conhece, definiu que pertence às 17 melhores praias do Mundo para fazer nudismo apenas com o chinelo do pé esquerdo calçado.
Ainda há dias assisti a uma outra falha de um jornalista que até considero sério.
José Alberto Carvalho emitiu a sua opinião em pleno noticiário que apresenta, acerca das pessoas que criticavam os pais do Noah. Não o devia ter feito... Aliás, não o podia ter feito. Deveria apenas dizer que havia pessoas a criticar e acabou. Ou até podia nem mencionar este facto, porque a notícia neste caso concreto foi o desaparecimento, a busca, o final feliz e, talvez um dia mais tarde, a informação se alguém foi responsabilizado ou não.
Os jornalistas têm um código deontológico que contém apenas 11 pontos, mas desses 11 pontos parecem não querer respeitar nenhum.
Já no início da pandemia foi para mim sofrível verificar a falta de profissionalismo de alguns "pivots" de informação que acharam que deviam dar o seu cunho mais pessoal e aconselhar os telespectadores que estavam em casa...
Devo dizer que aos nossos pais pediram-lhes que fossem para a guerra, a nós que ficássemos em casa e aos jornalistas pede-se apenas que sejam jornalistas e informem. Se quiser uma catarse vou ao psicólogo.