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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

14
Set23

Regresso às aulas - P'ra esse peditório já dei


Pacotinhos de Noção

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Para mim é realmente um regresso.

Mais de 20 anos depois a rotina escolar voltará a fazer parte do meu dia a dia. Agora, sendo a personagem central o meu filho, que é quem vai iniciar-se no "incrível mundo da aprendizagem".

Quando era miúdo não gostava dos inícios dos anos lectivos. Não por nervosismo, mas porque havia uma série de professores novos, podia calhar algum que fosse uma besta, e porque no início do ano acho que é quando tudo se decide. Ou entramos muito bem, e o resto do ano flui naturalmente, ou começamos aos soluços e no final acabamos a soluçar. Mas ao que parece isso agora não acontece. Poucos são os alunos que soluçam no final do ano, e as mudanças não se ficam por aqui.

Bem sei que ser professor, e trabalhar para o Ministério da Educação, é quase tão recompensador como martelar pregos com a testa. Os professores ganham mal, são colocados a 134932 quilómetros de distância de casa, as casas para alugar estão pela hora da morte, e ainda assim tem que se morrer duas vezes. São impedidos de ensinar, pois têm um programa, imaginado por uns carolas, sentados nas suas secretárias, e não podem fugir daquilo que lhes é imposto.

Aquilo que eu desconhecia, na totalidade, era que o Ministério da Educação vive pelas ruas da amargura, e os professores, aqueles que ainda existem, têm agora que fazer o papel de pedintes.

Posso estar a incorrer numa grande injustiça, e a prática que vos vou contar ser apenas usada na escola do meu filho, mas estou em crer que não, porque a falta de vergonha na cara, que os sucessivos governos PS demonstram, parece que está sempre em modo "crescendo".

Na listinha de material que dão aos pais, no início do ano, tem o material habitual, como lápis, borrachas, canetas de feltro, alguns cadernos. Têm também alguns itens que me parece descaramento, porque, claramente, é material pedido para abastecer a escola.

DUAS RESMAS DE PAPEL - cada resma tem 500 folhas. Mesmo que todos os dias, o meu filho usasse duas na escola, para limpar o rabo, não iria conseguir dar vazão a tantas folhas. Dir-me-ão vocês que são para fichas, desenhos, e testes do meu filho. Para as fichas mandaram comprar cadernos de actividades e para os desenhos um bloco de folhas lisas. Poderia ser para os testes, se os mesmos não tivessem sido abolidos.

CANETAS PARA QUADRO BRANCO - As canetas de quadro branco são o nosso antigo giz. Não me recordo nunca de as minhas professoras pedirem para levarmos giz de casa. Aliás, não rara era a vez em que nós é que surripiávamos meio pau, para desenhar a macaca, o caracol, ou o labirinto.

Até aqui os meus amigos podem dizer que este é material para uso diário, para envio de recados aos pais, e coisas desse género, mas não deveria este material fazer parte do orçamento de cada escola? O Ministério não disponibiliza uma verba para a compra de material? Que moda é esta de pedirem aos pais dos alunos para abastecerem a escola? O passo seguinte será solicitarem o envio de rolos de papel higiénico, ou mandarem a factura da luz e da água, pela caderneta do aluno?

O último pedido é então mais ridículo pelo simples facto de ser pedido como se fosse um material qualquer, ou uma obrigação dos pais. Pedem 1 ou 2 livro para rechearem a biblioteca da escola, mas não podem ser uns livros quaisquer. Têm que ser livros abrangidos pelo plano nacional de leitura, e eles próprios admitem que é mesmo para aumentar a biblioteca da escola. As perguntas que fiz acerca do material volto a fazê-las. Não cabe ao Ministério prover para que cada escola tenha a sua própria biblioteca, o mais completa possível?

Se esta situação dos livros fosse feita em forma de pedido, e não tivessem ainda o descaramento de SÓ quererem livros do plano nacional de leitura, doaria com todo o gosto alguns livros, mas feito desta forma, como se fosse obrigação, e camuflado como material escolar, que não mais voltará, só me faz torcer o nariz.

Mas já vou ficando habituado. É o país que temos, graças aos políticos que temos, em que para mandar vir o papa rezar umas novenas, gastou-se milhões de euros, mas para resmas de papel, para a escola, não há dinheiro, e por isso que se peça aos pais.

24
Ago23

"Atrasado" - Já me chamava a minha mãe


Pacotinhos de Noção

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Sempre fui um tipo que andou atrasado, no que a modas diz respeito. Não o faço de forma consciente, são as circunstâncias que assim o ditam.

Em termos de jogos de consolas, por exemplo, os meus amigos tinham Nintendos e Super Nintendos, e eu jogava ao Monopólio ou ao Jogo da Glória. Quando finalmente comprei uma Super Nintendo, já os meus amigos tinham a PlayStation, quando comprei a PlayStation eles tinham a PlayStation 2, arranjei a PlayStation 2, e por ai fiquei, e agora até já há a PlayStation 46.

Com o Covid aconteceu-me exactamente o mesmo. Toda a gente teve, tive a família toda infectada, e o bicho nunca me pegou. Cheguei a sentir-me desprezado por ser dos poucos que não foi "covidado". Agora, que já não há pandemia, que ser um tinhoso do Corona, é até uma regressão na escala evolutiva, eis que sou brindado com a bicheza. E atacou-me forte, ou melhor, ataca-me ainda, com dores no corpo, dores de cabeça, vontades de ir à tromba de quem teve a infeliz ideia das Jornadas Mundiais da Juventude. Sim, porque os números da doença aumentaram substancialmente, logo após a anormalidade da visita do Papa. Sim senhor, foi tudo muito bonito, muito jovem alegre, muito beija na boca, nem só com os padres, às vezes até entre eles, mas a verdade é que vou pagar a factura monetária (todos vamos), mas também já estou a pagar a factura física.

Mas pronto, não me vou queixar mais. Afinal de contas estou apenas a passar por algo que muita gente já passou, o que me faz pertencer à irmandade dos infectados do Covid... Sou apenas mais um, mas juntos somos imensos e ainda havemos de organizar uma Jornada Mundial do Covidado.

Aquele abraço, parceiros, mas sempre com máscara.

26
Jul23

Qual é o melhor dia para rezar, e sofrer enorme desgosto?


Pacotinhos de Noção

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É 31 de Julho, porque depois entra Agosto, e começam as Jornadas Mundiais da Juventude.

Acho imensa piada recordar que, até há uns meses a comunicação social despejava quantidades industriais de notícias acerca dos crimes de pedofilia na Igreja portuguesa, os portugueses estavam muito indignados e queriam fazer uma nova Inquisição, mas agora aos antigos inquisidores. Ia haver cabeças cortadas e padres imolados pelo fogo.

Houve declarações vergonhosas, houve posições de altas figuras do Estado que quiseram proteger a Igreja, ainda que não o admitissem, mas regra geral alguém da Igreja teria que pagar.

Ora, houve aqui um qualquer engano porque entre o "alguém da Igreja tem que pagar" até ao "alguém tem que pagar à Igreja" vai uma grande distância, mas foi uma distância percorrida do dia para a noite.

Vamos todos pagar as Jornadas Mundiais da Juventude, sejamos crentes ou não. Vamos pagar e não é pouco, mas isso interessa pouco porque esqueçam os Coldplay, a Taylor Swift ou o Quim Barreiros, porque quem sabe fazer espectáculos é o Papa. E atenção que o homem está a cair de podre, se estivesse em plena forma, e dançasse a Macarena, havia de vir muito mais gente.

Está tudo eufórico. Lisboa vai parar, a função pública vai fazer ponte, há obras a decorrer para o Papa pensar que vem a um lugar onde tudo funciona bem, e até a cidade está a ser "desbaratizada" e os sem abrigos a ser varridos para os esgotos.

As televisões salivam e as notícias acerca das jornadas jorram com mais jactância que a fonte da água do Luso. Há peças sobre onde vai o Papa sentar o rabo, como veio o Papa Móvel, onde dorme o Papa, que roupa vai usar, o que vai comer, de onde é a porcelana da sanita que vai usar.

A comunicação social passou dos 8 aos 80 porque, entretanto, esqueceram os crimes cometidos. As vítimas continuam a ser vítimas, os agressores continuam a ser padres e catequistas, alguns até vão participar nas JMJ, mas aquilo que agora interessa é se vão vestir roupa feita com o burel da Serra da Estrela. Até neste caso a hipocrisia é elevada ao máximo, pois foram entrevistar um pastor serrano que utiliza o burel (um tipo de lá das ovelhas da Serra) para se aquecer enquanto trabalha. Um ser que, mesmo trabalhando, vive em condições próximas do miserável, mas a reportagem não falava sequer neste facto, perguntavam-lhe apenas se estava orgulhoso pelo facto de o tecido ser o escolhido para as roupas do Papa e de todo o clero, que vai estar no altar-palco. Ao homem pouco lhe importava, não ganhou nada com isso. Quem vai ganhar é uma empresa, criada para o efeito, que inventa um nome tipicamente lusitano tipo "Buriel Factory", que compra o tecido ao preço da chuva, e que depois vende a preço de milhão, apenas porque fez uma estampagem foleira e barata, mas há-de a empresa ter sido constituída pelo familiar de algum autarca, ou outro género de político 

Resumindo, estamos todos muito contentes que vem cá o Papa. Esquecemos os problemas que diariamente nos afectam, mas isto nem sequer me deixa espantado. Somos o país de Fátima, Fado e Futebol, mas Fátima não serviu para receber o Papa, e por causa disso o Fado vai-se fazer sentir quando a factura tiver que ser paga, mas está tudo bem, porque depois recomeça o Futebol e entramos em letargia outra vez.

10
Jul23

Já não há prazer na esquina


Pacotinhos de Noção

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Das várias coisas que ficam numa esquina, e da qual podemos obter alguns serviços prazerosos, aquela que escolhi para mim foi, já há algum tempo, a Padaria da Esquina.

Já visitei várias das lojas do Chef Vítor Sobral, mas a minha de eleição era a de Campo de Ourique.

Tinha os melhores pastéis de nata que já comi, rissóis de camarão divinais e tinham também uns rissóis de bacalhau de comer e chorar por mais. Os croissants Porto, recheados com doce de ovo, deixavam-me com água na boca só de olhar.

Falei nestas delícias, mas a oferta era muito variada, e parecia que não tinham fim. Havia sempre fila e às vezes desistia, pois a espera era prolongada, mas quando conseguia lugar a experiência era sempre agradável, quer pela comida, quer pelo espaço e também pela simpatia e profissionalismo dos funcionários.

Entretanto, não sei o que se passou. Não vou usar a pandemia como desculpa, porque já lá fui depois disso e a qualidade continuava a mesma, mas desde há uns tempos para cá, quase tudo mudou.

A oferta está reduzida e muita da que há, passou a ser intragável. Na 6.ª feira, ao almoço, já não havia quase nada, então comprei um pastel de massa tenra que, de tão oleoso, me deixou mal disposto para o resto do dia. 

No Domingo, ao pequeno-almoço continuava a haver pastéis de massa tenra, mas havia alguns tão queimados que só de olhar fazia impressão. Infelizmente poucas coisas mais havia e não faz sentido que num Domingo, às 10 da manhã, não exista quase nada para um pequeno-almoço.

Sentámo-nos a uma mesa suja, que tivemos que pedir para limpar, mas não sem antes termos ficado um longo período à espera, pois a loja estava vazia, mas não era só na montra da pastelaria. Estava vazia de clientes, e estava também vazia de funcionários, que estavam todos metidos lá para a copa, talvez também eles a tomar os seus pequenos almoços, pelo menos é a conclusão a que chego, tendo em consideração que quando alguém apareceu, vinha a mastigar.

Bem sei que não nos devemos guiar pelas aparências. É um erro comum e podemos estar a ser injustos, e aqui provavelmente até estarei, porque o facto de alguns funcionários terem o aspecto de terem fugido da prisão, não significa que tenham fugido da prisão, podem pura e simplesmente estar apenas em liberdade condicional.

Mesmo a maneira como se dirigem ao cliente passou a ser demasiado informal. Não quero que me tratem por doutor ou engenheiro, mas também não quero que me tratem por tu... Quer dizer, não é o "TU" que me incomoda, se for a ver bem a coisa. É a utilização de um "TU" que soa muito a reles, a ordinário. Acho que não me consigo explicar muito bem nesta matéria, mas dirigirem-se a mim com um "posso ajudar-te nalguma coisa" é muito diferente de um "então o que é que vais comer"... Não sei, aqui posso estar a ter um preciosismo que só acontece porque todo o conjunto é mau, mas realmente não me agrada.

Pedi "dois garotos frios, branquinhos, quase sem café", que eram para os miúdos, e "um abatanado menos de meia chávena" Apareceram-me dois garotos castanhos escuros, a escaldar e um balde de café a transbordar. Dei conta do engano e a primeira pergunta feita foi se eu queria que alterassem!! O cliente não tem sempre razão, não me rejo por essa bitola, mas que raio, se faço um pedido, e não vem conforme pedi, acho que não é preciso ser um mestre da dedução para presumir que quero como a princípio solicitei.

O abatanado voltou dentro dos conformes, os garotos voltaram quase tão escuros como os primeiros.

Com calma falei com a menina e expliquei que são garotos para as crianças, não podem vir a escaldar e é para ter o mínimo de café possível, quase nada.

A rapariga entrou em parafuso e disse que não sabia como fazer porque aquilo que tinha feito já era ter tirado uma italiana e depois juntou leite, por isso não dava para fazer de outra maneira. Tive que sacar do meu diploma de Harvard e dizer-lhe para despejar aqueles garotos quase até ao fim e depois encher o resto da chávena com leite. Ela fez aquele característico estalido de língua, de quem está muito chateado, e foi fazer o que lhe pedi.

Não sei se ficou com dores de cabeça, se vai ter que ficar de repouso uns dias em casa por conseguir esta proeza, mas no fim lá vieram os garotos quase como pedi.

A culpa não é destas pessoas, cujo único objectivo é conseguirem trabalhar 22 dias para receberem um ordenado ao fim do mês, e irem acumulando tempo até ser possível voltarem a receber subsídio de desemprego. A culpa é do Chef Vítor Sobral, que tinha equipas que funcionavam bem, que sabiam atender, que tinha um serviço e um produto de primeira qualidade, mas que de repente passou a permitir que quem para ele trabalhe, não tenha o mínimo de qualificações, nem sequer sociais.

Bem sei que, entretanto, abriu restaurantes que lhe poderão dar um retorno financeiro mais atractivo. Não acredito muito nisso, mas tudo bem. Agora o que isso não pode significar é que os negócios que antes tinha, e que eram de impecável qualidade, agora fiquem abaixo até ao de algumas pastelarias que existem ali à volta.

Não sei se este será um caso de "cria fama e deita-te à sombra", mas a verdade é que vou experimentar a Padaria da Esquina de Belém, e se o serviço for sofrível como na de Campo de Ourique, perdem uma família de, pelo menos, quatro clientes.

02
Jul23

Festival do "Peinda"


Pacotinhos de Noção

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Ontem fizemos um programa em família.

Algo já programado, mas que serviu de surpresa para os miúdos. O mais velho, de 6 anos, já tinha pedido várias vezes, e este ano, sem aviso, comprámos 4 bilhetes para o Festival do Panda.

18 € cada bilhete, crianças desde os 2 anos já pagam, pelo que foram 72 € os 4, mais 4 € de comissão para a FNAC. Não é o mesmo valor dos Coldplay, mas para o que foi, barato não é. Mas atenção, esta é a perspectiva dum tipo adulto, já sem os olhos de infante que outrora teve. Para os meus filhos, QUASE TUDO, foi impecável.

Não estava à espera que fosse perfeito, e em termos do festival em si posso dizer que os problemas foram mínimos. Houve algumas falhas de som, fiquei com a sensação de que as crianças não tem uma interação minimamente interessante com o Panda e os outros bonequinhos, e julgo que só se ganharia se durante o espectáculo houvessem alguns animadores a circular por entre as crianças. E isto é, como disse há pouco, um mal menor que não me toldaria negativamente o espírito, mas esqueci-me de um pequeno pormenor que, deixou de ser tão pequeno quando o senti na pele. Esqueci-me do factor humano, e da sua falta de noção. 

Estupidamente não tive em consideração que o Festival do Panda não seria só para mim e para os meus. Não é que fosse mudar grande coisa, pois não iria deixar de ir, mas podia ter-me preparado psicologicamente para o embate, coisa que não aconteceu.

Vou contar as coisas que se passaram para perceberem como, não sendo nada de demasiado grave, todas juntas corroem um pouco a paciência, o que pode levar a que um dia perca a cabeça, e depois faça um disparate que é o de não fazer absolutamente nada, pois alguém pode não gostar que eu diga ou faça algo, e ainda levo um ou dois tabefes, coisa que não me agradaria, de todo.

A primeira foi logo na fila.

Em Oeiras o Festival do Panda realiza-se dentro do Estádio Municipal Mário Wilson, ou Estádio Municipal de Oeiras, e para entrar há que chegar ao fim da fila. Íamos em sentido contrário ao da mesma, e de repente esta acaba. Vemos bem lá ao fundo pessoal das barracas a tirar "selfies", com os seus Iphones com capas com muitos brilhantes em volta, não ligámos e ocupámos o último lugar, quando de repente esse mesmo pessoal das barracas começa a gritar, histericamente, que temos que ir para o fim da fila. Fiquei com cara de parvo... perdão, com mais cara de parvo que o habitual, e deve ter dado para reparar bem, porque a labrega mor disse:

"- O fim da fila não é aqui. Agente só parámos porque agente tavamos a tirar selfies."

Coincidência das coincidências, ela tirava fotos numa esquina, e pensei, para com os meus botões, que o local não lhe deveria ser novidade, por isso não percebi a razão do registo fotográfico. Quando contornei essa mesma esquina vejo uma fila que ia para lá do sol-posto, o que me leva a indagar o que passa na mente daquele estafermo, para travar uma fila daquelas dimensões, ainda por cima para tirar uma chapa fotográfica daquele focinho, que mais parecia um acidente de choque frontal. Já aqui fiquei um bocadinho lixado, mas tentei não levar em consideração.

Uma vez dentro do recinto, o pessoal tem que se sentar no chão. Já sabia, levei mantinha, é relva sintética, nem formigas tem, então está tudo bem. O que depois deixa de já estar assim tão bem, são a quantidade de idiotas que levam os filhos nos carrinhos de bebé. Crianças pequenas é compreensível, agora putos de 5 e 6 anos, que já só lhes falta irem no carrinho a fumar um cigarro, não faz sentido.

Sim, eu percebo que sejam uma trampa de pais, e que o transporte lhes sirva de trela para os putos. Presos no carro os miúdos não têm tendência a fugir, e assim podem dar uma atenção redobrada aquilo que verdadeiramente lhes importa, que são as redes sociais, onde querem postar aquela "selfie", tirada numa qualquer esquina.

Mas se querem andar com os putos presos, como se estivessem a empurrar um tipo de cadeira de rodas, o problema não é meu, façam aquilo que quiserem, pois isso não me incomoda. O que já me incomoda é que depois tiram os miúdos dos carrinhos, mas deixam a trampa das carroças, abertas, a tapar a visibilidade para o palco.

No começo do festival os pais são instruídos a ficar sentados no chão, para que os miúdos consigam ver. É algo lógico que nem deveria ter que ser dito, pois se estamos num espectáculo que tem um palco (que, aliás, não perdia nada em ser um pouco mais alto) e é dirigido a um público que não tem mais que 115/120cm, não convém haver obstáculos que interfiram no espaço de observação da criança. Pois a verdade é que a determinada altura havia uma barreira de vários carrinhos, de famílias amigas, que até já tinham os miúdos no chão, mas que não lhes apeteceu fechar os veículos, não permitindo assim que quem estivesse atrás pudesse sequer imaginar que existia ali um palco.

Então e não é que foi necessário irmos pedir àquelas pessoas que fizessem o favor de fechar os carrinhos, e não é que tinha que haver uma besta de uma avó que tentou ali dar início a um bate-boca!

Tenho que admitir que, mais uma vez, quem esteve bem foi a minha mulher, que se virou para o estafermo e disse-lhe:

"Deixe de ser conflituosa e feche a porcaria do carrinho, que foi só isso que lhe vim pedir. De resto, não quero mais nenhum tipo de conversa consigo."

A verdade é que resultou e a conversa acabou por ali.

Mas os deuses festivaleiros dos eventos musicais não quiseram mesmo que fosse possível desfrutar daquele momento, porque a verdade é que pagámos 72 € para, pura e simplesmente, estarmos a olhar para cus. É isso mesmo. Estivemos o festival inteiro a ver cus, e aquilo nem era o festival erótico de Lisboa. Os pais decidiram que aquilo seria apenas mais um Vilar de Mouros, ou um Rock in Rio, e às 9 da manhã, ainda nem tinha começado o espectáculo, e já andavam a bebericar as suas "jolas" e punham-se em pé a dançar ao som da música do Ruca. Muitos trouxeram arcas frigoríficas de casa, para irem munidos do seu arsenal etílico pessoal, mas aqueles com mais poder de compra, foram os tais que, para se irem abastecer, andaram durante todo o evento a passear as "peindas" em frente à cara dos miúdos e dos outros pais, que nunca foram alvos de lobotomia, e como tal conseguiram perceber que os adultos tinham que ficar sentadinhos no chão.

Como mencionei, houve quem julgasse também que aquilo era o Mega PicNic do Continente, e levaram lancheiras. Escusado será dizer que não foi preciso muito para que o relvado do estádio rapidamente tivesse ficado emporcalhado, com pacotes vazios de sumos, bolachas e batatas fritas...

Para finalizar concluo que isto é como aquelas "bucket list", mas que um gajo tem que fazer antes que os miúdos cresçam. O Festival do Panda está riscado, fica a faltar um parque aquático qualquer, uma ida à Disney e muita paciência para aturar gentalha que não vale uma beata, e que ainda por cima têm filhos. 

28
Jun23

Badalhoquice, goela abaixo


Pacotinhos de Noção

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Volto hoje aos temas que realmente interessam.

Esqueçam a política, quer a nacional ou internacional, os submarinos que implodem ou o calor que de faz sentir nesta altura esquisita, a que noutros tempos chamávamos de Verão.

Falarei do quão difícil é conseguirmos bebericar ou comer algo fora de casa sem sentirmos que damos uma valente lambidela num penico.

Usando o infalível recurso das percentagens, afirmo, sem qualquer ponta de dúvida, que cerca de 80% das vezes que vou a um estabelecimento da área da restauração, tenho que pedir para me trocarem um copo, um talher ou um prato porque está mais badalhoco que uma sarjeta do Bairro Alto, em noite de santos populares.

A última situação foi hoje, em que no copo que me foi trazido à mesa, vinha uma enorme marca de batom. A princípio senti-me lisonjeado ao pensar que aquele copo sentiu que podia "rolar um clima", no almoço que ia ter comigo, e decidiu passar uma corzinha nos lábios, na tentativa de seduzir-me. Depois vi que era O copo, não era A taça, A caneca, A malga, e bem sei que actualmente o género não é o suficiente para nos catalogar, mas se é O, então é porque é masculino, tendo batom nos lábios ou não, o que me leva a conclusão de que a maquilhagem não foi uma tentativa de sedução, mas sim apenas falta de higiene de quem trabalha naquele restaurante. E atenção, não foi falta de higiene de uma pessoa só, ou um mero acaso. Acaso era aquele badalhoco copo cair ao chão, escaqueirando-se todo. A loiça teve o contacto com quem o levantou da mesa e levou à copa, teve o contacto com a pessoa que agarrou nele e o passou por água, antes de o meter na máquina - se não o fizeram deviam ter feito, e talvez o copo tivesse ficado bem limpo - depois foi retirado da máquina, pelo que mais uma pessoa teve contacto com ele, foi arrumado, depois foi desarrumado para ser usado, colocaram pedras de gelo e uma rodela de lima, para me servirem, e por fim trouxeram-no para a minha mesa. Garanto-vos que o restaurante onde fui não pertence à ACAPO (Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal), porque só assim se justificaria ninguém ter visto que aquele copo estava todo borradinho de batom. A cor estava tão bem definida que até vos posso dizer que era o Powerful Love Stunning Creamy, da KIKO.

"Ah, e tal, pedias para trocar" - Primeiro não me falam nesse tom, que estou pior que estragado por existir tanta gente porca, e depois porque estou cheio de razão!

Bem sei que posso pedir para trocar. Aliás, nem podia ser de outra forma, mas o confrangedor que é ter que fazer ver a alguém que o serviço que estão a fazer é porco, já ninguém me o tira, e passa a ser mais confranger ainda quando o funcionário faz cara de pum, e se comporta como o errado ali fosse eu. Deve ser uma falha minha porque já me senti mal variadíssimas vezes em situações em que quem estava mal não era eu.

Uma das vezes foi quando vi uma carocha enorme a passear no chão do restaurante.

Levantei-me e com subtileza disse ao funcionário que estava ali o bicharoco, ao que ele responde sem fazer questão de falar baixo: "Pot@s dum c@brã0, já e a terceira que mato hoje", e começa num sapateado alucinante, numa tentativa de pisotear a barata. Se alguém não se tivesse apercebido do bicho, no final ia bater palmas e dar uma moeda ao Sr.Silva, imaginando que ele estava numa actuação, a imitar o Fred Astaire... Quem não souber quem é o Fred Astaire, aproveitem e usem o Google. É uma ferramenta nova que vos diz tudo de tudo.

Outra situação foi um cabelo num bolo. Felizmente fiz algo que nem é frequente, parti a guloseima com a mão.

Quando o separo em duas partes sinto uma resistência anormal, e que mais não era do que um dos cabelos que cortaram ao Sansão, que não deixava separar as duas partes. Tive a mesma atitude de calmamente pedir para trocar e a menina do balcão levanta o sobrolho e diz: "Um cabelo? Isso é muito esquisito", e era mesmo, porque normalmente peço os meus bolos sem cabelo, e este tinha brinde.

Agarrou no bolo e desapareceu por uma porta, que por momentos julguei que fosse dar a Narnia, porque a moça não voltava mais. Quando regressa vinha de faca na mão e eu pensei que a minha vida acabaria ali, apenas porque pedi para trocar um bolo. A rapariga chega ao balcão e pergunta se eu sei o que foi que aconteceu!!! Senti a cabeça a andar à roda, porque embora ela tenha ido a Narnia e voltado, não tinha ideia que a viagem roubava a memória. Estava nestes pensamentos e então percebi que a faca não era para mim, e que não havia Narnia nenhuma. Aquele tempo de espera foi o necessário para que fosse feita a autópsia do bolo, que depois me foi mostrado todo esventrado. 

A conclusão a que a médica-legista de pastelaria chegou foi a de que o bolo tinha lá dentro um cabelo! Nunca tal me tinha passado pela cabeça, ou pelo menos aquele cabelo nunca passou.

Todos estes casos deixaram-me pouco à vontade e todos estes casos mostram como é cada vez mais porco o serviço que nos é prestado. Um serviço pelo qual pagamos e que é um serviço de conforto. Quando vou a um restaurante, ou a um café, vou porque não quero cozinhar, não quero lavar loiça, e se tiver sorte nem quero levar os talheres à boca, mas restaurantes em que me alimentem assim, ainda não encontrei. Mas quando pagas um serviço nestes sítios estás à espera que esteja tudo incluído, lavagem adequada da loiça, também. Se soubesse que isso era um extra, levava loiça de casa, que essa ao menos se estiver suja, sei que é porcaria minha.

É um facto que sou um tipo um bocado nojentinho. Comigo a higiene tem que ser um ponto forte, e prova disso é o meu banhinho que aos Sábados não pode falhar, mas após termos passado por uma altura em que tudo tinha que ser desinfecto e esterilizado, chegámos a uma altura em que se quiserem sentam um rabo suado no teu prato, e tu tens que comer e calar... Salvo seja.

Os anos 70 foram a época do amor livre, pois anteriormente houve uma grande repressão, e tudo parecia mal, agora, depois de tanto álcool e desinfectantes usados, chegámos à época do badalhoco livre... O amor livre deu em SIDA, este vai dar em hepatite.

14
Jun23

Trabalhadores não classificados ou desclassificados?


Pacotinhos de Noção

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Há textos que escrevo e que sei de antemão que vão ser alvo de interpretações dúbias.

Já fui apelidado misógino, de racista, de preconceituoso… Isto porque falo de tudo um pouco, e as interpretações podem ser feitas, sempre, da maneira que melhor lhes convier. Não me incomoda, não me causa embaraço. Quem me lê de forma mais regular, sabe que posso ser rezingão, reclamar com tudo, ser até um pouco negativo, pois vejo sempre o lado menos agradável das coisas, mas sabem que não serei nada daquilo de que, facilmente, acusam-me.

Falarei acerca de quem vem de fora, tentar a sorte no nosso país.

São pessoas de utilidade que, se não viessem para cá, existiriam muitos serviços que teriam falhas graves no que à questão do pessoal diz respeito.

Hoje é difícil passar um dia sem que sejamos atendidos por alguém que não é de cá. Seja num café, numa pastelaria, num hipermercado ou nos CTT. Nada contra e só lamento o estado no qual o país dessas pessoas estará, para que este nosso Portugal, com horários esclavagistas, ordenados baixos e clientes mal-educados, seja para eles considerada a melhor opção… Mas foi.

A situação que hoje testemunhamos, também já teve um sentido inverso. Nos anos 70/80, e parte dos 90, França, Suíça e Luxemburgo, eram o destino de milhares de portugueses. Não era difícil visitar estes países e dar de caras com gente nossa a trabalhar, exactamente, no mesmo tipo de serviços que agora, cá, utilizam o recurso de mão de obra estrangeira. O português era aquilo que se classificava de “mão de obra não qualificada”. Este tipo de mão de obra é assim denominado porque é o tipo de trabalho para o qual não é exigida uma especialização pré-determinada. Uma pessoa pode ingressar naquele trabalho, sem nunca ter desempenhado funções semelhantes, recebe a devida formação e passa a ter a sua profissão.

Actualmente as áreas profissionais que recorrem mais a este tipo de mão de obra são as de restauração, fabris, e alguns serviços.

Qual é o mal de se recorrer à mão de obra não qualificada? Nenhum. O grande problema, presentemente, é que existindo tanta falta de mão de obra, a partir de determinada altura, as entidades patronais optaram por deixar de recorrer à mão de obra não qualificada. Para eles passou a servir a mão de obra desclassificada. E que tipo de mão de obra será esta? - perguntam vocês. Passo a explicar.

Decerto que já se terão deparado com estes funcionários, e gostava de esclarecer, desde já, que não é uma prática comum apenas a trabalhadores de origem estrangeira. Aquilo que provavelmente acontecerá, é que tanto em pastelarias, como em lojas de roupa, hipermercados e restaurantes, ultimamente a mão de obra que tem aparecido é só a estrangeira, o que faz o número de casos estrangeiros aumentar enormemente. Não podemos negar que a grande generalidade dos portugueses se recusam a fazer determinados trabalhos. Uns preferem não os fazer porque recebem um ou outro apoio familiar, ou do Estado, o que lhes compensa mais, outros tomam a decisão de que se é para trabalhar na parte mais baixa da pirâmide laboral, então faz mais sentido ir fazê-lo no estrangeiro, onde acabam por ganhar, pelo mesmo serviço, substancialmente mais.

Sendo assim este tipo de trabalhos sobram para quem os queira... Desculpem, isto era há uns tempos, e como tal tenho que reformular a afirmação.

Sendo assim, este tipo de trabalhos sobram para quem os faça, não interessa muito bem de que forma, desde que o faça, mesmo que mal e porcamente (e sim, sei que é parcamente, mas aqui a menção suína faz todo o sentido).

Diariamente sou atendido por pessoas que além de mal preparadas, são mal-educadas, desleixadas, porcas e ordinárias.

Não rara é a vez em que entro em estabelecimentos em que cumprimento os funcionários e em que, ao que parece, o conceito de "bom dia, boa tarde ou boa noite", é negligenciado. Mais, acontece também frequentemente ficar à espera, num qualquer estabelecimento, para ser atendido porque o funcionário está numa chamada, ou numa mensagem de voz, via WhatsApp, que não pode interromper, e como tal sou eu que tenho que aguardar. Assim como tenho que aguardar que a conversa entabulada entre funcionários termine para que só então eu possa falar acerca do assunto que ali me levou, e o que me incomoda e que nunca, repito, NUNCA, a conversa se refere a trabalho, são sempre assuntos pessoais, com muita asneirada, da mais chula possível, metida pelo meio.

Outra coisa que me incomoda é dirigir-me a uma pastelaria, e ter que estar a consumir aquilo que pedi, numa altura em que quero sossego, ao som de uma qualquer musiqueta que o funcionário decidiu colocar a tocar, em alto e bom som, no player do seu telemóvel, empolgando-se com a melodia e aproveitando para cantar também. Parece que estou num daqueles episódios dos Ídolos, em que vai o pior cromo de todos. Algo que também tem sido prática comum acontecer é ser eu a levantar mesas, e até a limpar algumas, em cafés que frequento. Também acontece pedir para me fazerem o obséquio de a limparem, mas a vontade que vejo em fazerem-no é tanta, que até aposto que mais tarde ou mais cedo levo com aquele pano encharcado nas trombas.

Isto é a parte de ser atendido por pessoas cuja mão de obra é desclassificada, depois há também o lado de trabalhar com essas pessoas.

São péssimos colegas.

Faltam sem aviso, não temem gritar aos quatro ventos que odeiam o trabalho que fazem e que por isso fazem o menos possível, agem como se o patrão fosse a maior besta de todo o universo e a obrigação dele é pagar sem exigir que os objectivos mínimos aceitáveis sejam cumpridos.

É verdade que tudo isto foram exemplos que, acima de tudo, são de maus profissionais, e maus profissionais temos em Portugal aos pontapés, oh se temos, mas a verdade é que tudo isto a que me tenho referido se tem passado, maioritariamente, com estrangeiros que, pelos vistos, já não vêm para um país estrangeiro à procura de oportunidades, vêm isso, sim, apenas fazer tempo até conseguirem a nacionalidade portuguesa, para depois rumarem a outros países europeus.

Não acho que este intuito seja condenável. Compreendo perfeitamente, pois se há hipótese de terem uma vida melhor noutras partes do globo, pois bem, que façam pela vida, como, aliás, sempre fizeram. A grande diferença de antes para agora é que dantes mostravam-se profissionais, colaborantes, prestativos, e agora não. Agora o comportamento é como se estivessem obrigados a desempenhar aquela função, e nem vão disfarçar que estão a fazer um frete de todo o tamanho.

Bem sei que as condições de trabalho não são as melhores, mas que diabos, infelizmente é o que há. Que tipo de promessa de galinha dos ovos de ouro l foram vendidas a estas pessoas, nem imagino, mas se lhes venderam gato por lebre, lamento, mas o passo acertado a fazer seria mostrar o quão bom profissionais são, porque às vezes, até neste lugar de poucas oportunidades, poderá surgir uma que valha a pena, mas só surgirá a quem mostrar que é merecedor dela. Não o fazendo, só mostram que a dificuldade de terem uma vida digna, no país de origem, não é culpa do país de origem, mas sim da vossa falta de empenho, e mesmo dignidade, pois se até no país que escolheram para se melhorarem, demonstram ser preguiçosos o suficiente para não melhorarem, então não há muito que se possa fazer.

05
Jun23

Lugar dos Eficientes


Pacotinhos de Noção

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Sou um tipo, que na hora de estacionar, é dos mais cumpridores que pode existir. Estacionei uma vez em cima do passeio, fui multado → aprendi. Estacionei uma vez num lugar de estacionamento reservado só a utentes de uma farmácia, fui multado → aprendi. Com se pode ver, para aprender a respeitar os estacionamentos, não foi preciso muito, ainda assim não posso dizer que considere justo aquilo que se tem passado.

Lugares de deficientes perto de entradas de serviços, da entrada dos centros comerciais, em lugares que são, de certa forma, privilegiados, faz todo o sentido.

Lugares mais amplos para carros de famílias, em que têm miúdos, miúdos que não têm cuidado na abertura das portas, lugares que facilitam a quem tira e põe bebés na cadeirinha, que tiram e arrumam carrinhos de bebé... Esta é outra situação, com lógica.

O que me parece que já não tem tanta lógica, e tenho constatado que é algo comum em quase todos os centros comerciais, em hipermercados, em estacionamentos pagos, é a escolha para o lugar de estacionamento de carros eléctricos.

Que pacto com o demónio fizeram os donos destes carros, para conseguirem que ficasse definido que eles passariam a ter os melhores lugares de estacionamento? 

Não consigo perceber qual é o critério, e posso até estar a cair num enorme pré-conceito, mas pessoal que compra carros eléctricos, normalmente, é gente saudável, que vai imenso a ginásios, come saudável... Sendo assim têm mais é que deixar os carros longe dos locais de acesso, para poderem fazer os seus exercícios de caminhada.

Mas como disse atrás, isto não acontece só nesses parques, é algo que é comum a todos. A justificação de que é devido aos pontos de acesso não colhe, porque os pontos de acesso de electricidade foram colocados à “posteriori”, pelo que poderiam ter sido colocados noutro local qualquer.

Estamos numa época de aceitação, de inclusão, e com esta situação sinto-me excluído, e prejudicado duplamente. Primeiro porque não tenho um carro eléctrico, depois porque não tenho um lugar de estacionamento tão bom quanto os dos carros eléctricos... Tenho um lugar escuro e bafiento, lá no Cu de Judas dos parques de estacionamento.