É apenas uma questão de inclusão
Pacotinhos de Noção
Isto não é inclusão, é idiotice.
Recentemente fiz um post criticando quem utiliza apelidos como “monhê”, “chinoca”, “escarumba”, etc., mas aqui não é o mesmo.
Adjectivar uma pessoa gorda, de gordo, ou um anão, de anão, se não existe nada mais característico que o defina, não é faltar ao respeito, é usar uma característica física que facilita a identificação do sujeito. Não digo que se vai chamar a pessoa de gordo, ou anão. Aquilo que digo, é que se está um homem preto e outro cigano, a referirem-se a um gordo que almoçava no restaurante cujo dono era anão, e nenhum deles se conhece, por isso não sabem o nome de cada um, assim como eu também não conheço o nome do homem preto e do cigano, nada mais simples do que usar essas características para identificar.
Lembro-me de quando se começou a falar desta moda da inclusão a ferros, que alguém brincava com o filme “Fugitivo”, com o Harrison Ford, em que o vilão era “O Maneta” e era assim que o protagonista do filme se referia a ele. Hoje isto não aconteceria. O vilão poderia facilmente passar pelas forças da autoridade e nada lhe aconteceria, porque a característica que o diferenciava de todas as outras pessoas, era como o Voldemort, não podia ser mencionada.
Substituir adjectivos como “gordo”, “escuro”, “anão” e “cego”, por outro menos ofensivo, faz-me lembrar umas senhoras, sempre muito simpáticas e amigáveis, que gostam de todas as pessoas, e que quando têm contacto com um bebé preto, fazem um comentário que não sendo propriamente racista, e sendo até condescendente, consegue levar o racismo a níveis estratosféricos, que é o “COITADINHO”. Nunca ouviram?
Já ouvi várias vezes. Fazem festinhas no miúdo, olham em volta para garantir que há quem veja que elas até se dão bem com aquele espécime inferior, e dizem:
“Mas ele até é girinho, coitadinho…”
Todas as pessoas com uma qualquer característica diferenciadora, sabem que a têm. O careca, o baixo, o magro, o gordo, o coxo, o gago, e o curioso é que quando é para eles próprios identificarem-se ao telefone, por exemplo, dão essa característica. Tenho exemplo disso em clientes que quando falam comigo ao telefone dizem “sou o Álvaro, aquele tipo coxo”. Como é óbvio eu quando lhe ligo não pergunto de falo com o Álvaro Coxo, mas se me for referir sobre ele a alguém, será assim que facilito a minha explanação.
A clara noção com que se fica é a de que quem tem estas ideias peregrinas, são pessoas que não desenvolveram algo tão simples como a sensatez e o discernimento. São daquelas pessoas idiotas que julgam que têm que ensinar tudo a todos, e que a sociedade só funcionará se fizerem as coisas conforme eles querem, até falar.
Isto mostra-nos que a evolução é uma mentira.
Tecnologicamente estamos mais avançados que nunca, mas os computadores e smartphones não funcionam para nos esclarecermos, informarmos, evoluirmos e aprendermos. Servem para jogos, danças no Tik Tok, filmar escaramuças fazendo comentários despropositados e ansiando que aquilo viralize na internet. Estamos reféns de uma ditadura da aparência, da falsa popularidade e de uma inclusão que não tem razão de ser porque ninguém se inclui em nada. Todos ficam fechados nas suas conchas, sofrendo em silêncio a solidão e o desconforto que é viver nesta sociedade de aparências. Uma sociedade que se preocupa muito mais se chamam o gordo de gordo ou enorme, do que se o gordo por ser gordo é menosprezado, e assim deixado num abandono emocional que o fará ser cada vez mais e mais gordo, acabando por poder vir a ser um gordo enorme.