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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

16
Mar23

É apenas uma questão de inclusão


Pacotinhos de Noção

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Isto não é inclusão, é idiotice.

Recentemente fiz um post criticando quem utiliza apelidos como “monhê”, “chinoca”, “escarumba”, etc., mas aqui não é o mesmo.

Adjectivar uma pessoa gorda, de gordo, ou um anão, de anão, se não existe nada mais característico que o defina, não é faltar ao respeito, é usar uma característica física que facilita a identificação do sujeito. Não digo que se vai chamar a pessoa de gordo, ou anão. Aquilo que digo, é que se está um homem preto e outro cigano, a referirem-se a um gordo que almoçava no restaurante cujo dono era anão, e nenhum deles se conhece, por isso não sabem o nome de cada um, assim como eu também não conheço o nome do homem preto e do cigano, nada mais simples do que usar essas características para identificar.

Lembro-me de quando se começou a falar desta moda da inclusão a ferros, que alguém brincava com o filme “Fugitivo”, com o Harrison Ford, em que o vilão era “O Maneta” e era assim que o protagonista do filme se referia a ele. Hoje isto não aconteceria. O vilão poderia facilmente passar pelas forças da autoridade e nada lhe aconteceria, porque a característica que o diferenciava de todas as outras pessoas, era como o Voldemort, não podia ser mencionada.

Substituir adjectivos como “gordo”, “escuro”, “anão” e “cego”, por outro menos ofensivo, faz-me lembrar umas senhoras, sempre muito simpáticas e amigáveis, que gostam de todas as pessoas, e que quando têm contacto com um bebé preto, fazem um comentário que não sendo propriamente racista, e sendo até condescendente, consegue levar o racismo a níveis estratosféricos, que é o “COITADINHO”. Nunca ouviram?

Já ouvi várias vezes. Fazem festinhas no miúdo, olham em volta para garantir que há quem veja que elas até se dão bem com aquele espécime inferior, e dizem:

“Mas ele até é girinho, coitadinho…”

Todas as pessoas com uma qualquer característica diferenciadora, sabem que a têm. O careca, o baixo, o magro, o gordo, o coxo, o gago, e o curioso é que quando é para eles próprios identificarem-se ao telefone, por exemplo, dão essa característica. Tenho exemplo disso em clientes que quando falam comigo ao telefone dizem “sou o Álvaro, aquele tipo coxo”. Como é óbvio eu quando lhe ligo não pergunto de falo com o Álvaro Coxo, mas se me for referir sobre ele a alguém, será assim que facilito a minha explanação.

A clara noção com que se fica é a de que quem tem estas ideias peregrinas, são pessoas que não desenvolveram algo tão simples como a sensatez e o discernimento. São daquelas pessoas idiotas que julgam que têm que ensinar tudo a todos, e que a sociedade só funcionará se fizerem as coisas conforme eles querem, até falar.

Isto mostra-nos que a evolução é uma mentira.

Tecnologicamente estamos mais avançados que nunca, mas os computadores e smartphones não funcionam para nos esclarecermos, informarmos, evoluirmos e aprendermos. Servem para jogos, danças no Tik Tok, filmar escaramuças fazendo comentários despropositados e ansiando que aquilo viralize na internet. Estamos reféns de uma ditadura da aparência, da falsa popularidade e de uma inclusão que não tem razão de ser porque ninguém se inclui em nada. Todos ficam fechados nas suas conchas, sofrendo em silêncio a solidão e o desconforto que é viver nesta sociedade de aparências. Uma sociedade que se preocupa muito mais se chamam o gordo de gordo ou enorme, do que se o gordo por ser gordo é menosprezado, e assim deixado num abandono emocional que o fará ser cada vez mais e mais gordo, acabando por poder vir a ser um gordo enorme.

30
Dez22

Devia ter recusado a viagem


Pacotinhos de Noção

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Na altura não falei no assunto, propositadamente.

Sabia que o tempo ia mostrar ao artista que um taxista se recusar a levar clientes a determinados sítios, a determinadas horas do dia, não é racismo, é medo, é preservação, e não perceber isso, ou fingir que não se percebe, é querer aproveitar uma situação para se auto-promover e para se vitimizar.

Portugal É um país racista, e é-o cada vez mais, mas utilizar situações de quotidiano para acenar a bandeira do racismo, é vergonhoso.

O motorista assassinado era brasileiro. Não sei qual o pantone da sua tez, mas se calhar não era de mau tom o Mamadou Ba perceber se houve aqui racismo ou não... Se calhar não houve, se calhar foi só um drogado que queria dinheiro. Daqueles drogados que atacam taxistas de madrugada e que vão para a Cova da Moura.

27
Out22

Gipsy Things


Pacotinhos de Noção

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É comum vermos André Ventura insurgir-se contra os ciganos. Não romantizo a etnia e admito que a sua marginalização, face à sociedade, muitas das vezes imposta por eles mesmo, serve de desculpa fácil para poderem ser catalogados como bandidos.

Muitas das suas tradições não fazem o menor sentido, e existem algumas até bizarras, como a de prometer crianças em casamento a homens já adultos. Para mim não há tradições que possam ter mais peso do que a lei e a justiça, e às vezes é o que parece que acontece.

Dito isto, gostaria de dar o meu testemunho pessoal, relativo ao contacto mais recente que tenho com pessoas (crianças) ciganas.

Na escolinha do meu filho existe uma comunidade cigana com bastante relevância. Na turma do meu filho existem alguns ciganos, e de há uns dias para cá têm havido problemas.

Pois é, senti deste lado os pensamentos preconceituosos de algumas pessoas, mas têm que me deixar acabar.

Os problemas não são provocados por nenhum destes meninos ciganos, os problemas vêm de um menino rico, netinho de uma das professoras. Não interessa o que ele faz ou deixa de fazer, não vem ao caso, o que interessa é que sei que mesmo que cresça como um bandidozinho, uma vez que é loirinho, e de famílias com posses, nunca ouviremos o retardado do André Ventura a insurgir-se ou recriminar.

Existem problemas nas comunidades ciganas? Existem, com certeza, mas também existem problemas mentais nos militantes do CHEGA, e ninguém os interna.

Era só isto.

14
Set22

Pequena Sereia - Inclusão a martelo


Pacotinhos de Noção

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Para quem não está ao corrente, a Disney estreará, em 2023, o filme com personagens reais da "Pequena Sereia". Logo aqui a coisa já começa a azedar. Não gosto de transições de desenhos animados para filmes com personagens de carne e osso. Isto é um gosto pessoal, e como tal percebo quem não partilhe dele, contudo um filme que se quer real, mas que tem quase mais recurso ao trabalho de computadores, com a técnica CGI, do que o antigo, de animação, nem sei bem se se pode chamar de "live action", mas tudo bem.

Este filme gerou polémica porque a Disney optou por colocar, para desempenhar a personagem da Sereia Ariel, uma atriz de raça negra. 

Este tipo de situações não é virgem, pois não surgiu só com a Pequena Sereia. Relembro que já se falou de um 007 de saias, o novo filme do Pinóquio também optou por uma fada madrinha negra, e em 2021 foi feita uma adaptação do conto "Cinderella", em que a latina Camila Cabello, era a protagonista, e a fada madrinha era um homem, negro e gay.

Sei que existe uma forte probabilidade de haver quem não perceba a minha opinião, mas vou tentar explicar o melhor que consigo, para que não se tirem conclusões erradas.

Para mim esta atitude da Disney é patética, populista, hipócrita, e revela que a empresa se verga perante as pressões que algumas minorias exercem.

O facto de a Ariel, ou a Fada Madrinha do Pinóquio, serem negras, acrescentam algo de novo, ou positivo à história? 

Não, a história não fica melhor nem pior, devido à cor da pele da personagem, agora a história da Disney, contada anos a fio, perde toda a sua magia quando serve de porta-estandarte a afirmações políticas, de identidade ou de género. A história originalmente escrita já tem uma moral, não tem que se acrescentar uma nova, que só existe porque há pressões.

Aliás, se para o bom decorrer da história, fosse crucial que a personagem fosse, preta, branca, amarela, alta, baixa, gorda ou magra, essa característica seria apontada na sua versão original. A Branca de Neve é descrita como tendo a pele clara e imaculada, daí ser a Branca de Neve.

Os tipos com quem ela foi morar eram anões, e sendo os anões uma minoria, há vozes que agora se erguem, afirmando ser um abuso, uma usurpação e até uma forma de os ridicularizar, quando utilizam personagens anãs para enriquecerem uma história infantil. Ameaçam com processos para que a mesma seja alterada. Ridículo.

Depois temos a moda da apropriação cultural. A personagem da Ariel e da Fada Madrinha são negras, mas não poderá haver alguém que torça o nariz, e que afirme que o uso de atrizes negras para reproduzir um desenho animado, é apropriação cultural?!

É-se preso por ter cão e preso por não ter.

Atenção, acho que o contrário também se aplica. Não faria sentido nenhum que a personagem "Blade - O Caçador de Vampiros", ou o "Shaft", que na sua origem são negros, tivessem sido interpretados por actores brancos. Nem é pela cor da pele, mas porque não foi assim que a personagem foi criada.

Este fenómeno de passar a mão no pêlo das minorias, não se traduz só na cor da pele. Chamo a atenção para o recente filme "Monstros Fantásticos - O Segredo de Dumbledore".

Em nenhum dos filmes do Harry Potter, ou até nos livros, se faz menção ao facto do feiticeiro Dumbledore ser gay ou não. Não se fala porque de facto é um tipo de personagem assexuado. A sua orientação sexual não muda em nada o curso da história e como tal não faz sentido referi-la. Mesmo neste "Monstros Fantásticos", o tema da homossexualidade de Dumbledore é metido a martelo porque, de facto, agora é o que vende. É primordial que todo e qualquer filme tenha uma "mensagem", e a simples vitória do bem contra o mal já não chega.

Eu se quiser receber mensagens que me façam evoluir como pessoa, não vou ver um blockbuster a um cinema NOS, procuro noutro lado. Ali quero passar bons momentos e não quero que usurpem uma história, só porque sim.

Tudo é politizado, tudo é passível de ser cancelado se não for de encontro aos cânones e às doutrinas daqueles que se sentiram a determinada altura à margem, e que para que tal não se repita não hesitam em manter à margem quem deles seja diferente.

Devo dizer que acho até que estas tentativas forçadas de tentar colocar minorias em local de destaque nas histórias, é bastante mais humilhante do que nem ter essas personagens. Soa a esmolhida, a caridade social, que é dada a alguém que não pediu essa esmola.

O que é que se vai mudar a seguir?

O Pateta deixa de ser trapalhão, porque vai haver quem se lembre de dizer que a Disney goza com quem tem atraso mental?

Zé Carioca terá que deixar de existir porque personifica o velho hábito carioca de gostar de praia, do "Está tudo bem" e do "Deixa andar que as coisas se resolvem" e do não gostar de trabalhar? É UMA CARICATURA...

Este tipo de situações reportam-me sempre as quotas obrigatórias de mulheres em Governos ou em cargos de direcção em empresas. Não interessa a capacidade, a competência e a justeza de quem ocupa determinado cargo. Interessa, isso, sim, que há uma quota que é preciso preencher, e por isso mete-se lá seja quem for, desde que tenha um pipi.

A mais forte luta pela igualade, seja em que área for, não é a imposição e sim a normalização.

Quando era miúdo a minha mãe tentava obrigar-me a comer camarão e cogumelos e o resultado foi que lhes ganhei asco. So mais tarde, depois de adulto e de não ter alguém a tentar enfiar-me aquilo pela goela abaixo, é que fui provando e passei a gostar. Hoje vejo que perdi demasiado tempo a não gostar de camarão e cogumelos.

Para terminar gostaria de fazer uma crítica à Disney e dizer que se queriam ser inclusivos, além colocarem uma atriz negra, a fazer de Pequena Sereia, deveriam ter contratado uma atriz negra, obesa, careca, anã, lésbica e apoiante do LIVRE. Assim não falhava nada.

27
Jul22

Dr. Venturanstein


Pacotinhos de Noção

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Este post é particularmente dedicado à Irma Ribeiro, ao AGIR, à Carolina Deslandes e a toda uma geração "woke" que tem a sua motivação nas lutas bacocas que só servem para sentirem que o sangue corre-lhes nas veias. Afinal de contas são a geração que tem já a papinha toda feita e que, acabando o último nível do GTA, fica sem grande coisa para fazer. Quando se tem 13 ou 14 anos, ainda se pode dar o benefício da dúvida, e tapar o sol com a peneira dizendo que "quando crescerem entram nos eixos", mas temos aqui já pessoas adultas e com filhos, que servem até de influenciadores de malta mais nova.

O que me leva a escrever isto é a mais recente polémica acerca da música interpretada pela Irma, escrita pelo AGIR, cuja ideia surgiu numa conversa da intérprete com a Carolina Deslandes, e que no final foi dançada pela Rita Pereira, acusada de apropriação cultural, porque o fez usando umas tranças africanas... 

Só abordo este assunto dada a importância que tem e o contributo que pode dar para a nossa sociedade actual - NENHUM.

Deixem de ser idiotas.

Percebo que, por exemplo, o AGIR tenha uma herança pesada, ou não tenha sido o "Depois do Adeus", do seu pai, que serviu de senha para despoletar o 25 de Abril, mas isso não significa que a vida de todos tenha que ser uma luta, ou pelo menos uma luta a cada instante.

Enquanto perdem tempo com parvoíces como a apropriação cultural, a identidade de géneros ou uma emancipação feminina levada a níveis de ridículo, o verdadeiro perigo vai crescendo a olhos vistos, como se de um cancro se tratasse, e um daqueles malignos que espalha metástases para tudo o que é sítio.

Os assuntos que falei atrás  são - não assuntos-. A apropriação cultural é das coisas mais estúpidas de sempre. Se eu gostar de tranças não posso usar porque são africanas, se gostar de kizomba também não posso dançar porque não sou preto? Isso é estar a colocar a cultura africana num nicho que não se quer. Então se durante anos se lutou, a sério, para que deixasse de ser um nicho, agora quer-se voltar atrás? A cultura não tem donos, a cultura pertence a todos, e quem a usa homenageia, não se apropria. Por essa ordem de ideia só os ingleses poderiam jogar futebol, críquete e basquete, porque foram eles que inventaram. Se outros o fizerem, então é apropriação cultural. E já agora o Chuck Norris tem que ser cancelado, porque em todos os filmes, e séries, que fez utilizava artes marciais que, como sabemos, são orientais... Apropriação cultural, claro está.

Enquanto perdemos tempo à procura de cabelos em ovos temos no parlamento um partido que já foi de um só homem, que é agora de 12, e segundo as últimas sondagens poderá aumentar, e muito.

André Ventura e o seu CHEGA, já deixaram de ser o bobo da corte para serem aquele oficial da Casa Real que está bem perto do Rei, na esperança de mais cedo ou mais tarde conseguir espetar a sua faca, e tomar o poder.

Não se iludam, que André Ventura não é o monstro inútil que muitos idealizam, e sim o Dr.Frankenstein que cria o monstro, e lhe dá vida. O monstro, esse, está entre nós. Andava envergonhado e adormecido, à espera da descarga eléctrica que necessitava para se erguer e balbuciar os seus grunhidos, e é isso que acontece. Basta ver nas redes sociais, e até no dia-a-dia, em que encontramos cada vez mais acéfalos racistas, xenófobos, machistas, preconceituosos e homofóbicos, e que se assumem sem vergonhas. Alguns até são juízes e professores universitários…

Eu tenho que admitir que em tempos até já admiti que Portugal não era um país racista, mas hoje não consigo fazer a mesma afirmação com tanta certeza como outrora. Assim como não me arrisco a dizer não haver homofobia.

Alguns dirão que estes sentimentos retrógrados surgem precisamente porque existe uma geração "woke", que quer à viva força fazer com que aceitemos tudo obrigatoriamente.

Não sei se será isso. Acho, isso sim, que este tipo de animal sempre existiu, mas tinham vergonha de abrir o bico porque julgavam ser uma minoria, mas com o surgimento de um CHEGA, e de coisas como a pandemia, que fez com que grande parte das pessoas não queira deixar para amanhã o que pode ofender hoje, meteram as manguinhas de fora. A Maria Vieira é uma prova disso mesmo. Uma pessoa que tantos tão bem-queriam, que se embeveciam pelo facto da senhora tratar dos seus cães como elementos da família, e agora ela mostra que é alguém com uma mente completamente desequilibrada, e que de simpática tem muito pouco.

Voltando ao assunto do "woke" devo dizer que sim, são uns chatos do caraças, é um facto. Parecem aquela velha que quer sempre levar a dela avante, e está sempre a falar das maleitas que tem, mesmo quando o assunto é outro, e até mais importante, e tal como a essas velhas, também não os suporto, mas há-de passar, espero.

Acabo agora como comecei, dirigindo-me às mesmas pessoas do princípio, que sendo elas figuras públicas, conseguem ter um alcance que um simples anónimo não terá. Coloquem a mão na consciência e vejam o perigo que têm pela frente e com o qual, mais tarde ou mais cedo terão que lidar, e julgo que o ideal é que lidem o mais cedo possível. Não sou alarmista, é um perigo real e o caso do Putin e da Ucrânia é o exemplo perfeito de como ignorar o óbvio nunca dá bom resultado. Ventura com o poder nas mãos será a ruína deste país, conforme agora o conhecemos. O retrocesso será catastrófico, e o racismo, a homofobia, o machismo e o nacionalismo tóxico vão atingir níveis incomportáveis. Deixem-se de lutas menores, de tentativas de afirmação que, perante aquilo que nos ameaça, serão apenas migalhas. Temos que garantir o básico e o essencial da convivência humana. Que cada um ame quem quiser, que o Governo do país trate todos os que cá estão de igual forma, e que ter quem nos governe não seja sinónimo de ter quem nos agrilhoe. Acreditem que já estivemos bem mais longe disso, e parte dos portugueses são culpados, sem sequer imaginarem que também poderão sofrer às mãos, daqueles que hoje defendem, e julgam ser um salvador da nação e dos bons costumes.

13
Mai22

Mamadou Ba, onde estás tu, pá?


Pacotinhos de Noção

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Na madrugada de 5ªfeira, 12 de Maio, a PSP abateu a tiro um indivíduo alemão que, munido de facas, agrediu e sequestrou um homem. Ao que parece este tipo era bastante grande e ainda conseguiu ferir um polícia. Foram feitas várias tentativas para que a resolução fosse pacífica, mas acabou por não ser possível, e a PSP foi obrigada a agir.

Perdeu-se a vida de alguém que ameaçava a vida de outrem. Para mim a PSP agiu em conformidade e de forma sensata... MAS, e nestas situações há sempre um enorme "MAS", e se o agressor, em vez de alemão fosse um indivíduo de raça negra?

Será que já teria vindo a público o grande defensor das causas raciais, Mamadou Ba?

O facto da pele do indivíduo que morreu ser clara não lhe dá o direito que a associação SOS Racismo venha dizer que foi um crime de ódio, ou desnecessário, ou que a polícia utilizou de força excessiva disparando primeiro e falado depois? Ou o SOS Racismo discrimina consoante a cor da pele e não defende brancos, ou hispânicos, ou chineses?

Não me interpretem mal, eu não penso que tenha sido cometido qualquer erro por parte da PSP, aquilo que faço é aproveitar esta notícia para sublinhar a incoerência e a hipocrisia de Mamadou Ba, de partidos como o Bloco de Esquerda, e da SOS Racismo. É que os argumentos que lancei atrás não foram inventados por mim, são argumentos que já vi utilizados pelo dirigente da SOS Racismo.

Tenho plena consciência de que em Portugal existe mais racismo do que aquele que o cidadão comum imagina, mas não tanto como Mamadou Ba quer fazer crer.

E isto acontece porque tem mesmo que existir racismo, ou pelo menos é assim que as figuras da associação esperam que se mantenha, porque se não houverem números expressivos que justifiquem manter-se aberta uma associação deste tipo, então acabam-se os financiamentos.

Não se iludam, Mamadou Ba e a SOS Racismo são como os sindicalistas e os seus sindicatos. Fazem barulho, muita das vezes, não porque seja necessário, mas, porque têm que se mostrar, visto que há cotas que têm que se cobrar.

Este é um assunto que tem sempre que ser mexido com pinças, porque há pessoas com susceptibilidades muito frágeis e aproveitam logo para começar a disparar acusações de racismo para tudo o que é lado.

Como é habitual, nos posts que coloco no Instagram, faço questão de mencionar as pessoas visadas no texto. Mamadou Ba não será excepção, e caso o senhor leia isto e tenha a infeliz ideia de dizer que sou racista, eu terei então que utilizar da minha forte capacidade argumentativa e dizer um magnífico "quem diz é quem é", e neste caso, mesmo sendo a afirmação infantil, é a mais acertada que poderia fazer, na hipótese de essa situação vir a acontecer.

22
Nov21

Hoje sinto-me um imbecil


Pacotinhos de Noção

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Quem me lê há-de ter reparado que super e hipermercados são microcosmos que frequentemente utilizo para mostrar exemplos da quão ranhosa é esta nossa sociedade. Isto acontece por estas superfícies serem frequentadas por toda a categoria de gente. Mesmo o mais eremita precisa de mantimentos e é lá que se abastecerá.

Hoje desloquei-me a uma loja Minipreço e a cena com que lá me deparei abalou as minhas convicções. Agora, algumas horas passadas, tenho o discernimento para perceber que a unidade não é um todo, mas no imediato da situação não é com essa a sensação com que se fica.

Defendo que Portugal não é um país racista. Tem, como todos os países terão, elementos medíocres que por serem tão barulhentos até podem parecer que são muitos, mas a verdade é que não são. Mas quando atacam, ao atacado dói tanto como se fossem mais, e o que realmente interessa é isso. Vamos então ao relato da situação.

Entrando no supermercado que referi, ouço uma senhora a falar alto com a menina da caixa, que por acaso é brasileira. Não sei qual seria o motivo nem quem ali tinha a razão, mas sei quem rapidamente a perdeu.

O primeiro argumento que me acertou como um murro no estômago foi o bom e velho — "mas você não sabe que o cliente tem sempre razão?" — a resposta foi um educado -"talvez na sua perspectiva, mas na minha não". Como as pessoas que gostam de falar alto não lidam bem com quem lhes responde baixo e com educação, aproveitam logo para mostrar o jogo todo pondo as cartas na mesa, e o trunfo jogado foi lançado todinho de uma vez. Parecia uma avalanche de idiotice, estupidez e trampa que a tal senhora vomitou, e esta porcaria toda, para mim que nem tinha nada que ver com o assunto, em vez de voltar-me a acertar no estômago, acertou-me com toda a força nas trombas deixando-me até sem reacção. Esta senhora, a quem agora faço questão de apelidar de vaca, virou-se para a rapariga e metralhou-a com -"mas quem julga você que é? Vem para o país dos outros a dar ares de quem manda? Vá, mas é para a sua terra"...

O "vá, mas é para a sua terra" tem em mim o mesmo efeito que ver um animal atropelado na estrada. Sabemos que acontece, ocasionalmente vemos um, mas sempre que por ele passo, até sinto um arrepio na espinha.

Agora sei que deveria ter intervindo. Deveria ter chamado à atenção aquele saco de estrume e disponibilizar-me para servir de testemunha à funcionária ofendida. Não o fiz e sinto-me um imbecil por isso. 

Nesta situação não deveria ter tido pudores de ter sido até deselegante com tão desprezível pessoa, mas de facto não tive reacção. Reacção teve a ofendida que se retirou e foi-se fechar no W.C. a chorar. Estou certo que o fez não só pela ofensa mas também por não ter tido quem a defendesse e até por se ter sentido traída por colegas que não tomaram as suas dores, apenas porque ficaram com receio da cliente. Percebo que o nervoso tenha-lhes toldado o discernimento. Se me aconteceu e não era nada comigo, imagino como terá sido difícil para eles engolir esta ofensa. Até porque também eles são brasileiros.

Aquilo que posso apenas dizer é que me sinto envergonhado.

Sinto-me envergonhado por assistir a isto e não ter reagido. Não vou aqui afirmar que "sou isto e aquilo" e "que faço e aconteço", mas hoje podia ter sido só um bocadinho "daquilo" para fazer "acontecer" e o acontecer aqui até podia ter trazido o bónus de ter feito uma "tuguinha" ranhosa sentir-se humilhada por ser chamada à atenção por outro "tuguinha", que foi ranhoso por não intervir. E ser "tuguinha" é isto... É muito provavelmente ter familiares a trabalhar no estrangeiro, é afirmar que já se sofreu de preconceito por um ou outro motivo, é sublinhar que quanto mais conhece as pessoas mais gosta de animais, mas que mal tem a sua oportunidadezinha de espezinhar alguém não hesita e fá-lo com os dois pés, e até com botas da tropa, para saber que calcou bem e sentir orgulho numa nação que trata assim quem nela mora. Mas mais uma vez afirmo, e não me deixo ir ao engano, por assistir a este triste espectáculo não mudo a minha opinião. Não somos um povo racista, mas temos por cá muita porcaria, que curiosamente até por cá nasceu.

03
Out21

Ser ou não ser? Eles não são


Pacotinhos de Noção

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Há algumas personalidades que me irritam particularmente. Duas delas são Joacine Katar Moreira e o suposto humorista, Diogo Faro.

Irritam-me porque são pessoas, uma delas até com um cargo político de relevo, que aproveitam a sua mediatização para lutas propagandeadas como essenciais, mas que depois mostram que usam grandes espingardas que apenas disparam tirinhos de fulminantes.

Os exemplos são imensos, mas aquele de que quero falar é apenas um. O racismo.

Tanto um como outro enchem a boca para afirmar que existe racismo no país, que as pessoas são catalogadas pela cor da pele e que tal não é admissível em pleno século XXI.

Se existe ou não racismo no país, não posso afirmar. Posso afirmar que temos uma grande percentagem da população que é ignorante. Uns são ignorantes e têm falta de educação, proferindo por vezes comentários que poderão ser considerados racistas, derivado a esses dois atributos.

Exemplo disso é, em conversa com alguém que nem conhecem bem, referirem-se a António Costa como o "monhé", ou que foram à loja dos "chinocas", pensando que ao falar desta maneira estão a ser hilariantes. No seu âmago nem se estão a referir com o intuito de ofender porque "em casa, com a família, até falam assim na brincadeira" mas a verdade é que não estão casa, não estão com familiares e até podem mesmo estar a ofender. Mas isto é a ignorância aliada à falta de educação, como disse atrás, e também misturada com algum preconceito, que as pessoas limitadas inevitavelmente têm.

Depois temos os ignorantes do outro lado da barricada. Os activistas de causas emprestadas, que de próprio não têm nem os argumentos. Aqueles que pegam em qualquer situação para fazer um festival contra a opressão do povo branco contra minorias, mesmo quando as minorias não se revêem naquilo que eles estão a defender. Os activistas que querem deitar abaixo monumentos, espartilhar toda uma sociedade, obrigar a uma inclusão que é feita de uma forma que tem tudo menos o ser natural, e apagar o passado enquanto acendem o lume de uma fogueira ateada à base de livros do Tintin, do Astérix e do Lucky Luke.

Estas pessoas irritam-me porque deixam de parte o que verdadeiramente importa, e que é a luta contra os que realmente são perigosos. Os que já cometeram crimes de ódio, tornaram a cometer e têm orgulho em demonstrar que o vão continuar a fazer.

Dia 1 de Outubro faria 54 anos Alcindo Monteiro. Faria mas não fez. Na realidade deixou de fazer anos aos 27, quando foi morto numa visita ao Bairro Alto, a 10 de Junho de 1995. Para nós, o dia de Portugal, para ele o seu último dia, para os assassinos, o dia da raça

Pelo nome quase ninguém sabe de quem estou a falar, mas se eu disser que Alcindo Monteiro é o rapaz preto que foi morto no Bairro Alto, pelo grupo liderado pelo skinhead Mário Machado, os Hammerskins, já grande parte se lembrará.

Vamos lá ver, Alcindo teve na verdade um azar do caraças, e estava mesmo a pedi-las.

Primeiro era preto, logo ai estava mesmo a pedi-las, e depois teve azar porque a grupeta das cabeças rapadas bateu em tanta gente naquele 10 de Junho, sendo que mais ninguém morreu, por isso foi só azar.

Alcindo foi morto porque era preto. Todas as outras pessoas que foram agredidas naquele dia foram-no por serem pretas, e não morreu mais ninguém por mero acaso. Os Hammerskins têm um currículo de agressões qie mais parece uma bíblia, de tantas páginas que tem. Desde agressões com recurso a armas brancas, tacos de basebol, murros, pedradas e pontapés. Está lá tudo.

Houve condenações neste caso. As mais altas de 18 anos, as mais baixas de 2 e meio. Mesmo que tivessem cumprido toda a pena (que não cumpriram) já estavam cá fora, como estão, e estando já voltaram a cometer crimes da mesma tipologia. Se bem que agora a escolha é variada. Agridem pretos, chineses, indianos, ciganos, paquistaneses, homossexuais e até pessoas que se intrometam nas agressões que eles perpetram.

As autoridades têm conhecimento que existe esta organização, o Governo também. Não se escondem e têm páginas nas redes sociais. Aliás, a possibilidade de vir a ser invadido e ofendido por comentários destes acéfalos é grande, porque o esgoto da sociedade parece que tem radares. Quando falam deles acabam sempre por ficar a saber e, por incrível que possa parecer, há sempre alguém que por acaso até está de acordo com algumas ideias que eles apresentam, "mas não concordam com as agressões".

Isto não existe. Concordar com uma vírgula, de algo que organizações como a Hammerskin defenda, é estar a validar tudo aquilo que fazem.

Estes são os verdadeiros crimes de ódio que devem ser julgados e cujas penas deveriam ser exemplares. 18 anos para quem tira a vida a outro, sem nenhum tipo de justificação!? Isto foi matar pelo simples prazer de o fazer, e como tal deveria haver excepções à lei e aplicar prisão perpétua, sem hipóteses de recurso. Não me venham com a desculpa de que errar é humano. Estes tipos não são humanos. São monstros que andam entre nós. Camuflam-se por entre claques de futebol, pois é outra forma de validar pancadaria, e quando não há futebol vão à procura das suas vítimas que hoje há-de ter sido alguém, mas amanhã podes ser tu ou um outro alguém, mas que seja da tua família.

É por isto que os tais activistas da esquerda caviar me dão nervos. Apelidam tudo de racismo ou crimes de ódio, e quando há estes que são MESMO crimes raciais e de ódio, a sociedade acaba por não estigmatizar os criminosos, com tanta força como deveria fazer.

De que me interessa ter vergonha no passado. Não posso ter vergonha de algo que não fiz. É passado e lá ficará. Aquilo que tenho é vergonha do presente e temor pelo futuro, porque se de um lado temos os extremismos bacocos de políticos e figuras públicas como a Joacine Katar Moreia e Diogo Faro, do outro temos verdadeiros extremistas que já provaram que para eles matar é mais simples do que conjugar o verbo "Ser". Até porque Ser, eles não são nada.

21
Set21

Não tenho causas por causa das causas


Pacotinhos de Noção

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Todos têm causas.

Seja a sororidade, a igualdade de género, a defesa dos animais, a sustentabilidade do planeta, a pegada ecológica ou a luta contra o uso de plástico, na verdade não interessa qual a causa que se diz que se defende, nem tão pouco se ou como se defende. É preciso é fazer muito barulho para que todos percebam que se é uma pessoa de causas.

Pois no meio de tantas causas e causinhas devo dizer que eu não sou uma pessoa de causas. Pelo menos dessas todas que estão na moda.

Motivos? Tenho vários, mas os principais são porque sou preguiçoso e se me propusesse a defender algo, certamente que teria que fazer mais do que apenas fazer partilhas em redes sociais. Defender uma causa não é feito apenas no mundo da internet.

A grande parte destes novos defensores só afirmam que o fazem porque têm de alguma forma preencher o enorme vazio que os rodeia. Um vazio que ainda por cima é moral. Não é por acaso que é na geração Z que moram a maior parte destes activistas de causas sem efeitos.

Nos anos 70 foi preciso lutar pela liberdade, nos anos 80 havia o flagelo da droga e a SIDA era uma sentença de morte, a partir dos 90 as coisas começaram a acalmar mas ainda assim os estudantes tiveram as suas lutas contra as propinas, e agora tem que se inventar alguma coisa para que não sintam que a sua existência se está a transformar num enorme nada.

 Mas depois são mais uma vez hipócritas, quando reclamam da pegada ecológica mas não abdicam das suas viagens de avião por mero lazer e capricho de poder dizer que estiveram aqui e ali. 

Quem morar perto de uma escola e de um supermercado, como comigo acontece, percebem o quão incongruente é esta geração Z, que defende como é criminoso usar plástico mas que depois o usam e até o deixam espalhado pelas ruas, quando até existem ecopontos nas imediações da escola.

Não me importo de ser apontado como alguém que não tem causas que queira defender, até porque não é verdade. As minhas causas são é minhas. Não tenho a pretensão de conseguir mudar o mundo de forma imediata. Vou, por exemplo, educando os meus filhos de forma a que sejam pessoas como devem ser e digo desde já que me parece que estou a fazer um bom trabalho. Isto aquece ou arrefece a sociedade? Para já poderá em nada alterá-la, mas se eu criar uma criança, que um dia mais tarde venha a ser um bom cidadão, julgo que a causa que escolhi para mim estará já ganha.

Ganha gostos e seguidores nas redes sociais?! Não. Mas dá-me enorme paz de espírito e satisfação pessoal.

Se me perguntarem se tenho algo contra a geração Z...

Sou um "Millenial", logo o meu estado normal é arreganhar o dente para os Z... Assim como a geração X ainda é aquela que vai patrocinando grande parte dos Millenials e dos Z's.

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