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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

21
Out21

Post das lamentações


Pacotinhos de Noção

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Ontem foi morto um tipo na estação do metro das Laranjeiras.

Não foi um jovem, não foi um menor, não foi um estudante, conforme se foi noticiando.

Não foi um crime passional, não foi um crime racial, não foi um assalto, como também já vi algumas pessoas a especularem.

Aquilo que já se vai sabendo é que o rapaz que foi morto, o Rafael, pertencia a um gang. Sim um gang, daqueles que se juntam para roubar, destruir, amedrontar, bater e em último caso matar. Daqueles que combinam encontros na internet para depois fazerem autênticas batalhas campais, acabando por vezes até a causar estragos em propriedade que lhes é alheia, como por exemplo em carros que possam estar estacionados nos sítios para onde foram combinadas as lutas.

Tratando-se de um ajuste de contas entre gangs tenho apenas a lamentar todos os danos colaterais que foram causados a quem nada com isto tem que ver.

Lamento por quem estava na estação e assistiu a esta selvajaria, lamento pelos pais do Rafael que por muito que tenham errado na educação do filho certamente quê nunca desejaram que ele tivesse este fim.

Lamento até por quem viu a sua vida atrasada pelo motivo do metro ter ficado várias horas com a estação fechada.

Lamento também que os agressores ainda não tenham sido apanhados e lamento muito caso algum seja menor de idade, pois dessa forma não terá a punição justa e adequada.

Outro dos lamentos grandes que tenho é que estas situações vão sendo cada vez mais frequentes. Há cerca de um ano mataram, também à facada, um rapaz de 16 anos numa estação de comboios na Amadora. Novamente luta de gangs. A meio de Setembro deste ano mataram um rapaz de 20 anos, no Cais do Sodré, com dois tiros na cabeça... Aqui não há a certeza de que tenha também sido um ajuste de contas entre gangs, mas tudo aponta para que sim.

A violência atinge limites fora do normal e chega a pessoas com idades cuja principal preocupação deveria ser se têm ou não uma nova borbulha, se a Jéssica Vanessa está apaixonada por ele, se consegue passar o nível naquele jogo da PlayStation ou se sempre conseguirá aquele primeiro emprego. Nalguns casos a preocupação deveria ser até se vai conseguir ter nota para entrar no ensino secundário ou não. Alguns destes tipos não deviam sequer andar sozinhos na rua, no entanto andam com facas e revólveres no bolso.

Urge ser dado um passo para tentar mudar algo, porque da forma que está não dá para continuar. É demasiado perigoso.

A minha sugestão vai no sentido de acabar com tretas como as Polícias Municipais, por exemplo, que mais não são do que homens armados, mal preparados e que na sua essência servem apenas para multar carros mal estacionados e servirem de polícias sinaleiros em locais com trabalhos na via, e formar algo como uma polícia musculada de Giro, que circularia pelas ruas e pelos transportes com o fim de evitar estes confrontos e apartando toda e qualquer escaramuça que pudesse surgir.

Alguns vão dizer que seria como dar início a uma guerra, mas tenho uma novidade... A guerra já começou e estamos desarmados, bem no meio dela, e não temos quem nos defenda.

Acho que este deveria ser um dos primeiros passos a dar, para que os lamentos que hoje fiz não sejam repetíveis incessantemente, em maior escala e com vítimas que nada tenham mesmo que ver com estas situações.