Ide todes dar uma curve
Pacotinhos de Noção
O binário de um motor, simplificando, é a força de rotação que determinada parte do motor faz sobre o próprio eixo. Anda ali às voltas, todo maluco.
Já o José Carlos Malato assumir-se como não binário não faz muito sentido. Mesmo a definição de não binário é também muito pouco acertada, pois o não-binário deveria ser a definição de alguém que também não se decide se é gato, se é peixe, se gosta de gato ou de peixe, tal como o motor, anda ali às voltas, todo maluco, e não é. É exactamente o oposto.
Admito que ridicularizo um pouco esta situação, mas apenas porque de facto a sinto como ridícula.
Não tenho nenhum tipo de preconceito, no que à orientação sexual diz respeito. Acho que ser-se hetero ou homossexual não é uma opção. Assim como eu não optei por gostar de mulheres, alguém que goste de pessoas do mesmo sexo não o opta, sente-o apenas. E basicamente é disto que se fala, de sentimentos.
O sentimento que tenho por todo aquele que se sente bem consigo mesmo, e com a sua orientação, e que não utiliza destes argumentos para se vitimizar, ou servirem de propaganda, e arma de arremesso, têm em mim um apoiante.
Não tenho nada que ver com o facto de se alguém é homossexual ou não. Já disse várias vezes que não teria nenhum pudor ou problema, se daqui a uns anos, um dos meus filhos disser-me que descobriu ser homossexual, agora se me vier com histórias de que é não binário, ou adepto do poliamor, ai já me perguntarei onde terei errado na sua educação.
No meu entender isto não são orientações, não são modos de vida, são apenas maneiras de se tentarem destacar dos demais para chocar e ser diferente.
O José Carlos Malato estava morto para o mundo do audiovisual. Falou neste assunto e ficou na ordem do dia... ou quase.
Até há umas semanas o assunto da moda foi o poliamor, e das pessoas que se intitulavam de "poliamorosas", quase todas tinham um projecto comercial, ou uma banda, que aproveitaram para promover, enquanto falavam do facto de andarem com o Chico e com o Zé, mas que o Zé e o Chico nem se conhecem, e se quiserem também têm a liberdade de andar com a Rebeca e com a Mónica, que por sua vez, podem andar com o Paulo e com o Fernando... Isto é um esquema em pirâmide das DST, ou estarei enganado?!
Alguém que não consegue definir se é homem ou mulher, exige que o respeitem nesta mesma condição, mas, simultaneamente, quer impor que toda uma sociedade seja obrigada a alterar até a sua forma de escrever, ou de falar, para que eles se sintam incluídos... "incluides", neste caso.
Porque raio tem que ser uma maioria a esforçar-se para a inclusão de uma minoria, que só existe para mostrar que é diferente? Uma minoria que existe por capricho, e que nem é estigmatizada pela sociedade, porque a sociedade não quer saber destas neo-denominações, e dos seus protagonistas, mas mesmo que quisesse nem podia, porque as suas convicções são tão fortes que num momento são não binários, e passado pouco tempo já não. Temos o caso da Demi Lovato, por exemplo, que surpreendeu quando se assumiu como deste género, nesse distante ano de 2021, e em 2022 já voltou ao que era dantes.
Voltando ao Malato. Ele teve a preocupação de se definir, mas para mim, as coisas estavam já bem definidas, desde a altura em que ele foi visto naquela discoteca [espacinho devido às cacofonias] gay, sem a parte de cima da roupa.
Estava definido que fosse o que fosse que ele lá estivesse a fazer, nós nada tínhamos que ver com isso. Foi uma imagem difícil de apagar da memória, concordo, mas não era nada connosco.
Estava definido que existia um Malato antes de começar a falar da sua vida pessoal, e um depois. Antes parecia uma pessoa ponderada, recatada, que não procurava as luzes da ribalta e que apenas fazia o seu trabalho. Gostava dele como radialista, com a sua voz inconfundível, e até com o seu humor, que não sendo fantástico era divertido, e adorava, no princípio dos anos 90, as suas narrações nos desenhos animados da SIC, Tic Tac Toons.
Depois temos o Malato apresentador de televisão, que não conseguiu perceber que "entrar na casa das pessoas" pela televisão, não é fazer com que as pessoas façam parte da sua vida particular. Ainda para mais quando é apenas para servir como espalha-brasas, dizer algo que não acrescenta nada de novo a ninguém, a não ser a quem inventa uma definição de binário, ou não binário, só para dizer que tem dentro da cabeça uma confusão dos diabos.