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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

23
Jul22

Não existe título que emoldure isto


Pacotinhos de Noção

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Volto a tocar neste assunto, e quem não estiver interessado tem sempre a opção de não o ler.

Aqui não falo sobre a guerra, sobre a invasão de um país pelo vizinho, nem se há armas enviadas ou não enviadas. Agora estou apenas a colocar-me na pele deste homem e a sentir os pêlos da nuca arrepiados.

Sim, bem sei que esta é uma notícia que já não é fresca, mas se eu ler uma notícia, ou vir uma foto, de um pai a segurar a mão do filho morto, mesmo que essa notícia ou essa foto tenham 50 anos, a sensação que terei será exactamente a mesma, porque me coloco no lugar deste pai.

Esta imagem não vale por mil palavras, não vale nem por um milhão, porque por mais palavras que se digam, estas não chegarão para justificar a morte de um filho, nem para confortar o coração deste pai. Não consigo, nem quero imaginar a dor que ele estará a sentir. Coloco-me no seu lugar mas não o quero fazer. É injusto bem sei, assim até parece que o abandono na sua dor, mas só de me imaginar na mesma situação julgo que não viveria nem mais um segundo, pois o meu coração bate pelos meus filhos e sem eles não existiriam razões para bater. Mas não estamos aqui para falar de mim, nem sequer estamos para falar no pai do Dmytro. Reparo agora que nem percebo bem porque estamos aqui, eu a escrever e vocês a ler. Talvez por solidariedade com este pai, talvez para sublinhar mais uma vez a estupidez de uma guerra sem justificação e que vai ceifando cada vez mais vidas, em que doendo todas, as de crianças doem ainda mais forte.

Há mais guerras noutras partes do Mundo? Haverá certamente, e se houver imagens difundidas das mesmas, a tristeza que sentirei será a mesma. Não sou director de nenhum canal de informação e como tal não tenho a responsabilidade de falar de todos os conflitos que possam existir. Falo apenas daqueles sobre os quais me chegam informações e penso ser assim com todos nós. Claro que os meios de comunicação divulgam apenas aquilo que mais vende, mas eu não acredito que o principal objectivo seja o do lucro e da venda fácil. Dentro de uma qualquer redacção poderá existir um mentecapto cuja língua que fala é a dos cifrões, mas o grande núcleo de repórteres e jornalistas são pais como nós, e também terão sentido esta notícia como um murro no estômago.

Suporto cada vez menos as pessoas. De dia para dia demonstram que pouco valem e valores são coisas que não têm. Ainda assim não lhes quero mal, mas depois há uma franja de idiotas que ficam a dever muito ao ar que respiram. Falo obviamente de Putin, a quem a morte será o menor dos males, e em que a mesma será festejada um pouco por todo Mundo, e depois acrescento também pessoas que defendem Putin e a sua invasão, apenas porque se lembraram que o que lhes dá tempo de antena, é sempre contrariar o grosso da sociedade, quer seja na política, problemas sociais, gestões de pandemias, e neste caso concreto. Falo agora de pessoas como a execrável Maria Vieira, em que o papel que melhor desempenhou até hoje, é o de pessoa estúpida e idiota, que cada vez que abre a boca, o que de lá sai faz uma ETAR parecer um jardim com flores frescas, e de Alexandre Guerreiro, um suposto ex-espião que provavelmente o que mais lhe proveu espiolhar, foram as ceroulas com que Putin dorme, para poder copiar e usar iguais. A vontade que este homem demonstra em defender todos os passos dados pelo ditador russo, tornam isto até num caso claro de paixão cega, do Alex pelo Vladi. Desconfio que Guerreiro poderá até sonhar com o urso russo, cavalgando em tronco nu por entre bosques e vales, em direcção ao estuporado comentador português que, quando está mesmo prestes a levar um repenicado beijo do "czar wanna be", acorda sobressaltado lembrando-se que na Rússia não há cá dessas mariquices de homens com homens... É crime e dá direito a prisão.

Sei que todos têm o direito à sua opinião, é um direito que se lhes assiste, mas quando a opinião é abominável, penso que esse direito deixa de fazer sentido. Não se deve amordaçá-los porque de outra forma não ficaríamos a conhecer quem são, afinal, os malucos, mas já que estão tão do lado do Putin, deportava estes débeis para o centro do conflito na Ucrânia, pois assim poderiam melhor perceber o terror que passam aquelas populações. Mas isto se calhar era ser pior que eles, contudo sempre ouvi dizer que "Quem com ferro mata, com ferro morre."

02
Nov21

Finaram-se a vergonha e a educação


Pacotinhos de Noção

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Ontem, dia 1 de Novembro, comemorou-se o Dia de Todos os Santos. Hoje, dia 2, será o Dia de Finados, dia em que normalmente se visitam as campas de entes queridos relembrando-os ainda mais do que noutros dias.

Como dia 1 é feriado e dia 2 não, é comum que as pessoas aproveitem o Dia de Todos os Santos para irem ao cemitério. Desde a morte do meu pai que este passou a ser um hábito, se bem que a visita à sua campa é bem mais frequente, pois sendo eu um agnóstico (por vocação e não por vontade própria) o único sítio onde consigo sentir que estou mais perto do meu pai é precisamente perto da cova onde foi deixado. É que fisicamente ele ainda está lá e para quem em nada acredita, não existe a situação de que depois de morta a pessoa está connosco. Para mim coisas como a alma, e a vida depois da morte são fabulações católicas, nas quais gostaria mesmo de acreditar, pois facilitar-me-ia muito a vida, mas não consigo. No entanto espero estar enganado e ter uma excelente surpresa quando o meu tempo acabar.

O cemitério estava cheio de gente que aproveitou este dia para limpar as campas, trocar as flores, rezar ou apenas estar lá, acreditando cada um naquilo em que acredita, seja diferente dos demais ou não, mas tendo todos em comum o respeito pelo momento que ali se vive...

Todos não. Quase todos.

O que vou escrever agora vai fazer com que seja conotado de xenófobo, racista, um pupilo do Ventura (personagem que não me diz nada e que acho que é mesmo apenas uma personagem que se não tiver tempo de antena tenderá a desaparecer) mas não é por receio dessas conotações que o deixarei de fazer.

Como referi o cemitério estava cheio, e não sei porquê as pessoas que se apresentavam em maior número eram ciganos. Mas em larga escala. Se houvesse 200 pessoas no cemitério 160 eram ciganas.

As mulheres estavam vestidas como se fossem numa qualquer saída nocturna e os homens em amena cavaqueira como se fosse um churrasco de Domingo.

A cada esquina do cemitério encontravam-se também ciganas carpideiras mais velhas que faziam o espectáculo habitual das carpideiras. Espectáculo que assim rapidamente como começava, também rapidamente terminava.

Até aqui tudo bem, tudo o que referi não me incomodava, eram apenas análises de situações e atitudes com as quais posso até nem me identificar mas que não me importunam, e por isso nem as devia sequer referir. Mas é agora que a situação muda.

Aos poucos o cemitério mais parecia um parque infantil, pois os miúdos ciganos decidiram que aquele seria o sítio indicado para brincarem.

A partir de determinada altura saltavam por cima das campas, corriam derrubando vasos, iam contra pessoas que estavam ali para repousar um pouco com quem desfruta do repouso eterno.

Os mortos, caso conseguissem, agarravam nas suas coisinhas e iam penar para outra freguesia, já que para chatear estavam ali aqueles putos charilas.

Mais chocante ainda foi ver os adultos a instruírem as crianças para irem incomodar as pessoas introspectivas com o famigerado "Pão por Deus", exigindo-lhes dinheiro.

Já é uma chatice quando vêm bater à porta. Situação que não gosto mas que ainda se tolera. Agora, fazer isto no cemitério e numa altura em que há ali pessoas que estão sensíveis.

Para piorar ainda mais destratavam quem não lhes dava nada, ou se as moedas fossem de valor inferior a 0,50€.

Entretanto os grupos de homens, com tanta conversa e tanta alegria, já se começavam a desentender e a falar alto uns com os outros e com cara de poucos amigos. Dava para perceber claramente que aquilo mais tarde ou mais cedo ia descambar, e como gosto pouco de confusões decidi "dar corda aos sapatinhos".

Na entrada do cemitério há uma casa que é o florista. Florista esse que já deitava as mãos à cabeça, porque os miúdos que não estavam a pedir "Pão por Deus" ou a saltar em cima das campas, lembraram-se que queriam flores para colocar nas campas dos familiares, mas pagar não estava nos seus planos e então tentavam roubar as flores ao homem.

Corajoso florista, devo dizer, pois até ameaçou dar uma palmada a uma das crianças, sujeito depois a levar um ensaio de porrada.

Agora gostaria de indagar o seguinte. Haverá aqui uma única alma que me consiga dizer que este tipo de comportamento é aceitável ou tem justificativa? Vão usar o argumento de que é a cultura "deles"?

O problema está neste "deles". É que embora tenham uma etnia, eles não são "eles". Eles são parte de nós e deveriam ter que se comportar como nós. O cartão de cidadão português que possuem não tem mais ou menos valor que o meu e a educação, essa então, é um valor que não olha a credos, raças ou etnias.

Em relação à cultura.

Touros de morte em Barrancos também é cultura. É para continuar? Se uma cultura é para manter porque é que a outra não? Porque numa se faz sofrer o animal? Tudo bem, dou de barato que este exemplo não seja bem escolhido, mas então e o casamento de miúdos de 14 e 15 anos? É cultura ou pedofilia? Os casamentos são arranjados, logo é como se fosse um negócio.

Um homem bater numa mulher é crime público, e muito bem, mas neles não. Neles é a cultura que assim o permite. Permite bater e fazer da mulher um boneco sem vontades nem votos na matéria. Podem até gritar muito alto e parecerem mulheres muito decididas, mas se "o meu homem me mandar dançar o vira, eu danço. O meu homem mandou."

Como vem sendo habitual começo os meus textos com um tema completamente diferente daquele com o qual vou acabar, mas até acho mais dinâmico desta forma porque assim falo de mais assuntos.

Fico agora a aguardar os polícias do politicamente correcto que venham criticar aquilo que escrevi.

Analisando assim de repente não me parece que exista nada que permita fazer interpretações enviesadas, mas isso sou eu que não leio os textos com a lupa da inquisição.