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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

24
Jan23

Nem dá para rir, para não chorar


Pacotinhos de Noção

O "'Isto é gozar com quem trabalha" é um óptimo exemplo daquilo que poderia ser comédia, mas que até acaba por deprimir. Neste caso temos maluquinhos, mas depois há o Ministro da Saúde com justificações ridículas, os professores que têm que ter quatro empregos para sobreviver, e o que mais me causa angústia é que no meio disto tudo, o que realmente interessa ao Zé-Povinho é se a Georgina usa decotes ou não.

Por falar em Zé-povinho, aposto que se fosse hoje o Bordalo Pinheiro não faria uma personificação do Povo, e o falo das Caldas. Para quê gastar barro, quando apenas uma das estatuetas definia bem ambas as coisas? !

O nosso povo está cada vez mais burro e idiota, e não tem noção disso, o que é demasiado exasperante. 

Está palhaçada do riso só interessa porque há a quem interesse, e digam agora o que disserem, a verdade é que no dia houve imensas partilhas por ser o "Dia Mundial do Riso". A coisa está tão má que até tem que haver um dia mundial, para nos ensinar e obrigar a rir.

Mas o povo é estúpido mesmo, e isso vê-se nos Cristina Talks, recentemente acontecidos, e nos futuros que já esgotaram. 

Um congresso de banha da cobra onde pagas para ser enganado, e só hoje fiquei a perceber que a charlatã não é só a Cristina Ferreira, mas também os seus convidados, como, por exemplo, o Fred Canto e Castro, que mais não é que um adulto de 28 anos, mas que ainda gosta de ser chamado de miúdo, que teve na família rica a sua principal fonte de rendimento, mas que não se coíbe de ainda assim ter a sobranceria de ser "coach" de uma quantidade de mentecaptos, que precisam que lhes ensinem a viver. Se quiserem ser como ao Fred, para melhorar a vossa vida, peçam dinheiro à avó. Assim como assim, a velha vai bater a bota, e no túmulo não precisa da pasta. Mas a piada está nisto mesmo, este tipo vende cursos para vos ensinar a viver, conseguindo assim ele viver à grande, porque engana uns otários. Quem cai nestas tretas não merece o meu respeito. Aqui há uns anos havia uma coisa parecida nas revistas. Era o conto do vigário da Maria Duval.

Pesquisem e vão ver...

06
Mar22

Um TABU de que se deve falar


Pacotinhos de Noção

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Estreou ontem o novo programa do Bruno Nogueira, TABU.

Relembro-vos há uns meses ter escrito o quão desiludido fiquei com o programa "Princípio, Meio e Fim", porque se assemelhava a uma reunião confusa de amigos, que decidiram que haveriam de se juntar todos, filmar, e depois mostrar o que dali resultou.

Muitos colocaram no programa o epíteto de genial, e que só os mais requintados poderiam gostar, que era preciso aprender a apreciar por ser muito fora da caixa, mas a verdade é que se um programa de comédia precisa de instruções para fazer rir, então não é um programa de comédia, é só um programa.

A verdade é que começou em glória, não cativou a grande generalidade do público e terminou sem deixar nenhum tipo de saudades.

Não critiquei uma única vez a capacidade humorística de Bruno Nogueira, pois não era com aquele programa que tinha que prestar provas. As provas necessárias já foram dadas anos antes, com outros formatos e outros estilos, e no "Princípio, Meio e Fim houve apenas a concepção de algo que não foi tão bem conseguido, quanto o haviam pretendido.

Aquilo que se destaca, ao observar o percurso de Bruno Nogueira, é a vontade de sempre fazer diferente, de aproveitar um espaço que, de certa forma, ninguém teve a ousadia, o discernimento ou o vislumbre de pegar. Se o "Princípio, Meio e Fim" era uma reunião de amigos, que não transparecia para o público qualquer tipo de afecto ou simpatia, TABU é uma reunião de desconhecidos que partilham entre eles (e também connosco) parte das suas histórias de vida, mas que corre muito bem, pois não existem piadas pré-concebidas e humores gastos e requentados metidos a martelo. Pelo contrário, existem ali pessoas em conversa onde, de uma maneira ou de outra, a piada surge, sendo aproveitada, para o programa, e funciona muitíssimo bem. Depois temos a parte de "stand up" do Bruno, que mata um pouco as saudades do tempo em que frequentava o "Levanta-te e Ri", mas que o súpera em muito. Temos agora alguém mais maduro, com menos manias de miúdo rebelde, uma inteligência mais acutilante, e que lhe é até exigida, tendo em atenção os assuntos focados.

Este programa não nos mostra como a vida pode ser perfeita mesmo que se tenha limitações. Mostra-nos, isso sim, que no meio da imperfeição que é a vida, existe espaço para momentos perfeitos em que nos conseguimos rir de motivos que normalmente nos levariam a chorar.

TABU é uma lufada de ar fresco por vir meter a mão de forma abrupta e indelicada, em assuntos que são normalmente mexidos com pinças, e com uma dose cavalar de cautela, que só assim acontece devido aos grupos crescentes de "canceladores" que julgam que o humor, o cinema, a televisão, a escrita e o teatro, se devem reger por regras por eles definidas, e que têm uma elasticidade elevada a zero, obrigando a que todos tenham que andar dentro de uma linha por eles definida.

Nogueira passa essa linha por vontade própria, e fê-lo de maneira exímia, pois tratou todos os protagonistas do programa de ontem, sem "coitadismos", ouvindo as suas histórias, mas brincando com o que havia para brincar. Não sendo o mesmo formato, assemelho muito este programa ao "Som de Cristal", em que Bruno brincava com os artistas da música popular portuguesa de uma forma divertida, mas nunca ofensiva, mostrando por eles um respeito que não existe normalmente nem nalguns anfitriões de programas que vivem tanto na base destes artistas, e que até fazem Festas e Domingãos inteiros, com a música por eles comercializada.

Se este programa mostrou a genialidade de Bruno Nogueira?

Não mostrou este, assim como não mostrou o "Princípio, Meio e Fim". A genialidade do artista não se constrói com um ou outro programa. Constrói-se com uma carreira de sucessos e insucessos, altos e baixos, louvores e polémicas, mas sempre com a constante de dar algo de novo e interessante a quem vê. No panorama humorístico nacional actual existe apenas um génio, e é Herman José, que tem carreira, vida, história e que foi ousando.

Sei que existe também quem considere Ricardo Araújo Pereira um génio, e aqui não poderia estar mais em desacordo. Não querendo comparar os dois, mas já comparando, Bruno Nogueira já caminhou por vários estilos e não teme a mudança, RAP está preso à comédia política, e parece de lá não querer sair, tansformando-se assim num Jon Stewart de Carnaxide, o que nem é desprimor nenhum, e o ex-Gato Fedorento e bastante bom naquilo que faz, mas ficando muito preso a um estilo, poderá deixar de saber fazer todos os outros. Já Bruno gradualmente vai construindo o tal caminho para um dia poder acalentar a ser

um génio, não comparável ao Herman, mas que terá também lugar de destaque.

Parabéns ao Bruno Nogueira, à SIC e aos protagonistas do primeiro episódio do TABU. Fico, ansioso, a aguardar os próximos episódios.

02
Set21

Os directores ladram e a caravana passa


Pacotinhos de Noção

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Carlos Vaz Marques não é um mero apresentador de televisão. Não é um homem do entretenimento e não é um popularucho das redes sociais. Peço desculpa pelo que vou dizer caso leia estas palavras, mas também não é uma carinha bonita da televisão e não é apenas um locutor de rádio.

Carlos Vaz Marques é um jornalista, um homem das palavras, quer escritas quer faladas, com um percurso profissional que alguns invejam, muitos não imaginam e uns poucos não respeitam. Ora o azar acontece quando nesses poucos que não respeitam calham a estar no lugar dos que definem os caminhos de uma rádio, que já foi referência, mas que aos poucos vai ficando mais difícil de ouvir. Quer pela falta de respeito que demonstra por quem sempre dignificou as três letras da Telefonia Sem Fios, quer pela pouca qualidade que a frequência vem demonstrando. Cada vez é mais difícil sintonizá-la.

31 anos de entrega são anos que compõem uma vida. Não respeitar isto é cuspir num prato onde se comeu e no fim ainda se lambeu os beiços. A TSF, e todas as rádios, são feitas por quem nela trabalha, e se quem nela trabalha se entregar como Carlos Vaz Marques o fez, a rádio passa a ser de referência, como a TSF foi durante muito tempo.

Grupos empresariais que dominam meios de comunicação são cancerígenos. Neste momento os detentores da TSF são os tubarões da Global Media Group, que acharam por bem deitar fora uma das que seria a personalidade com mais história e currículo na casa. Porquê? Segundo aquilo que se percebe, apenas por uma questão de cortes orçamentais porque estes novos directores e administradores preferem perder em qualidade e ganhar em estupidificação, em pessoas que têm a cultura geral de um cepo, mas que tratam os entrevistados por "TU" e afirmam que o que está ali a acontecer não é uma entrevista, é uma conversa, o que a mim me parece apenas uma boa desculpa para justificar uma falta de, ou errada, preparação para a entrevista.

O jornalista de que vos falo e que foi remetido para trabalhos menores, já entrevistou figuras também elas menores, como o Dalai Lama e o Xanana Gusmão, mas também entrevistou personalidades de relevo como o Bruno Aleixo, por exemplo.

Esta diversidade demonstra a inteligência de alguém com sentido de humor. É por isso também que idealizou um programa como o "Governo Sombra" que consegue fazer aproximar assuntos políticos, normalmente tão cinzentos e taciturnos, de uma franja bem maior da sociedade do que aquilo que poderia ser considerado normal.

Até isso os fabulosos directores da TSF desrespeitaram, tendo há pouco tempo registado o título como propriedade sua, ignorando ridiculamente que aquilo que faz um programa não é o título, são os protagonistas.

Com os protagonistas do antigo "Governo Sombra" podiam até chamar ao programa "As aventuras e desventuras do babuíno de rabo rosa" que eu ia ver com o mesmo gosto e atenção... e ficar sempre à espera da intervenção do babuíno, mas isso seria um extra.

Fico a aguardar pela sessão desta semana do novíssimo "Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer", com a consciência de que vou estar a ver e a perceber que aquilo é muito, mas mesmo muito parecido com um outro programa que via às 6ªs feiras à noite na SIC Notícias, mas que lhe falta algo que parecendo que não pode mudar muita coisa.

Um director idiota.

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