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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

18
Jun22

Um dia de doidos


Pacotinhos de Noção

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Saúde mental... Um tema em que é sempre preciso falar com cuidado porque há sempre alguém que teve, tem, terá ou é maluco, e não suporta que se fale do assunto.

Logo neste parágrafo hão-de ter havido leitores que sentiram vontade de se insurgir por utilizar o adjectivo maluco, mas como é dessa ramificação específica da falta de saúde mental de que vou falar, então julgo que devo tratar os bois pelos nomes. No dicionário Priberam definem da seguinte forma:

 

MALUCO

(origem controversa) → TAL COMO EU DISSE

adjectivo e nome masculino

1. Que ou quem não tem o juízo todo; que ou quem perdeu a razão ou tem distúrbios mentais. = ADOIDADO, DOIDO, LOUCO

 

2. Maníaco; cismático.

 

3. Que ou quem é estouvado ou extravagante. = ESTROINA

 

Pois bem, e ontem foi um dia de trabalho cheio de malucos. Não vos vou contar as histórias especificamente, mas de facto foi um dia em que cada cliente que me aparecia, se não era fugido de um qualquer estabelecimento psiquiátrico, julgo que mais tarde ou mais cedo lá vai parar. 

Tenho que admitir que não me sinto à vontade com malucos. Assustam-me pessoas que não dominam o seu discernimento mental, e que são instáveis. Poderá ser um preconceito da minha parte, afinal de contas todos terão o seu preconceito de estimação, e este pelos vistos é o meu, mas poderão vocês afiançar que alguém com um desequilíbrio, não pode num qualquer momento tentar tirar-me o olho com uma esferográfica? Nem sequer podem garantir-me que não serão vocês o agressor da BIC, quanto mais meter a mão no fogo por alguém que há partida já tem um problema do foro psicológico. É que estas questões da mente não são passíveis de diagnóstico prévio, e podem acontecer subitamente, sem sequer se saber qual foi o gatilho que tudo despoletou. E hoje foi assim, tive contacto com vários malucos, e ainda para mais malucos daqueles maus, que não se contentam em falar sozinhos ou em serem o Napoleão. Visitaram-me aqueles que têm distúrbios, e que querem à viva força desequilibrar as pessoas com quem contactam.

Malucos houve das mais variadas espécies. Uns são dos tais que precisam urgentemente de ser internados, e não brinco, são pessoas passivo-agressivas que sentem raiva até da própria sombra. São os que mais assustam mas também são os que mais facilmente nos deixam de pé atrás, tal é a atitude, sendo assim até mais fáceis de identificar.

Depois temos aqueles que não sendo agressivos gostam de moer a paciência ao próximo. Repetem uma situação até à exaustão, não conseguem compreender quando são inconvenientes, ou então conseguem, mas estão-se completamente nas tintas. São o tipo de pessoa que faz questão de soltar o seu valente traque vocal, dizendo o que querem, e quando mal o fazem, desaparecerem, deixando no ar o fétido cheiro por eles expelido. Bem sei que esta é uma analogia demasiado escatológica, mas é perfeita para emoldurar aquilo que acabei de dizer.

O facto de não me sentir à vontade com malucos tem dois condões. O primeiro é de que parece que sentem esta minha falha e aproximam-se automaticamente, como se eu estivesse magnetizado, o segundo é o de também eu passar por maluco, porque infelizmente não tenho aquele filtro que a maioria das pessoas tem, que é o de conseguir ignorar as conversas dos malucos. Às vezes dou por mim a responder-lhes e até a dar corda, corda essa com que me podem vir a enforcar.

Não será a coisa mais bonita de se dizer, mas acredito que quem é maluco tem que ser internado, tanto para sua segurança como para de todos os outros. Costumamos relativizar, mas quantas vezes há uma relativização que acaba num ataque num espaço público ou, como recentemente aconteceu nos E.U.A, numa escola cheia de crianças?

Os malucos que ontem me visitaram não posso afirmar serem loucos perigosos, mas conforme disse atrás, também não meto a mão no fogo por eles. Posso, isso sim, dizer que conseguiram transformar o meu dia num pequeno inferno. Não sei se foi uma conjunção de astros, se foram as areias africanas, ou a fase da lua, o que é certo é que já há muito tempo que não tinha que lidar com tanto maluco, desde aquele dia em que fiz uma visita de estudo à Assembleia da República.

Este tipo de patologias mentais incomodam-me, e até me assustam tanto, que devo dizer que não acho piadinha nenhuma quando existem pessoas que gostam de se afirmar como "uns grandas malucos" ou que "X é maluco, mas eu consigo ser mais maluco que ele".

Eu não sou maluco e não tenho orgulho nenhum se me confundirem com um. Não quero ser nem considero que os níveis de maluqueira possam ser correlacionados com o quão "fixe" se consegue ser. Gosto de ter consciência das minhas capacidades e faculdades mentais, e espero manter-me assim por muitos e longos anos, de preferência a vida toda. Se tal não acontecer, se começar a comer terra e a cal das paredes, então peço desde já que me internem, porque se eu não responder por mim, não estou à espera que alguém se prejudique e o faça.

16
Fev22

Carta escancarada para Bruno de Carvalho


Pacotinhos de Noção

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Caro Bruno,

 

Após a carta aberta escrita por uma activista cuja maior actividade é fazer barulho no Instagram, a Francisca Magalhães Barros, da Carolina Deslandes e a Mariana Mortágua te apontarem o dedo sem qualquer tipo de vergonhas ou pudor, e a Pipoca Mais Doce e o Flávio Furtado terem tido o despautério de terem dado as suas opiniões como se fossem pagos para isso, resolvi escrever esta carta que mais que aberta é escancarada, pois, é um rascunho que não tem medo de ir contra a corrente daquilo que a maior parte da sociedade portuguesa teima hoje em afirmar, e que são os teus alegados crimes de abuso sobre a Liliana.

Tenho que admitir que te dirijo hoje esta minuta com um pouco mais de conhecimento de causa, não porque tenha andado para trás na box ou, porque tenha feito uma aprofundada pesquisa, mas sim por ouvir o Extremamente Desagradável, da Joana Marques, em que foi reunido um maravilhoso "Besta Off" dos grandes laivos de amor que foste tendo ao longo da tua estadia no programa.

Sendo assim aproveito para te pedir desculpa em nome da Carolina, da Mariana e de todos quem, injustamente, te acusaram de seres criminoso quando, afinal, eras apenas uma vítima.

Sim, eu sei que esta minha afirmação não será a mais agradável de se ler por aqueles que te querem mal, mas tenho certeza que todos concordarão comigo quando digo ser passível de acção criminal toda e qualquer pessoa que dê início a um relacionamento amoroso com um indivíduo que claramente padece de uma forte desvantagem mental. Aliás, esta discussão gerou-se toda à volta do assunto da violência doméstica quando, na verdade, se devia ter focado antes noutro assunto muito actual que é a falta de saúde mental.

E é com isto que estou preocupado Bruno. Preocupa-me muito a tua saúde mental, que ao que parece nunca foi muita, mas que está agora pelas ruas da amargura.

A tua saúde está doente, pinga do nariz e não tem lenços com que se assoar.

Um ponto que o demonstra é a fraca capacidade de discernimento em distinguir entre alguém que está apaixonado por ti e alguém que precisa de se aguentar dentro de um programa de televisão e que para isso aproveita o primeiro patego que lhe aparece para fazer de par romântico. Poderia tentar justificar que te deixaste engabelar por teres falta de amor-próprio, mas estaria a mentir, porque amor-próprio é algo que não te falta. Só isso justifica pensares que alguém, que cá fora tinha um relacionamento lésbico, com todas as lutas que isso significa e que hoje ainda se tem que travar na sociedade, para viver esse mesmo amor, ia deitar tudo cano abaixo só pelos teus lindos olhos e o teu magnífico romantismo, vomitado pela tua maviosa voz. É atitude de herói, tenho que reconhecer, herói esse que admito até que possas ser. Para mim tu és o Hulk. És verde, descontrolado e quando falas não se percebe nada... Uns calções roxos e podias até ir fazer parelha com os outros Vingadores.

Para terminar queria fazer menção a alguns "prints" que circulam pelas redes sociais, em que se lê o quão bem te defendes quando alguém te ataca de forma vil e despropositada. Vi aquele giríssimo da senhora que te aconselha a procurar ajuda psiquiatra e em que o meu querido Bruno, simpático, cortês e prestável como só tu sabes ser, perguntas à senhora qual o tamanho de dildo prefere que lhe dês, se o S, M ou L.

Ao ler isto fiquei com dúvidas nalgumas coisas. A primeira é porque é que tens uma colecção de dildos tão impressionante, e a segunda é porque é que omitiste o dildo XL e o XXL? Não estarás aqui a ser um pouco invejoso, ao querê-los só para ti?

E pronto, haveria muito mais para dizer, mas não tenho tempo.

Espero que leias esta carta com todo o amor e carinho com que a escrevi, e que ela te encontre bem, pelo menos fisicamente, porque mentalmente sabemos que a coisa já viu melhores dias.

Forte abraço e por este abraço não precisas de dizer que me amas.

22
Out21

É tudo uma questão de saúde mental


Pacotinhos de Noção

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Gentinha, vocês cada vez me metem mais nojo.

Então depois de há pouco tempo, no dia 10 de Outubro para ser mais preciso, se ter comemorado o Dia Mundial da Saúde Mental, e todos terem andado a apregoar a importância do dia, logo na primeira oportunidade que tinham de estender o braço a alguém que de vocês precisava, mostram o quão egoístas conseguem ser!?

Temos um senhor septuagenário que, recordo, esteve em prisão domiciliária, confinado numa pequenina casa em Cascais. Pouco ou nenhum sol foi apanhando, porque a área ajardinada dessa casa é mínima, há-de ter-se andado a alimentar à base de enlatados porque a vida está cara e como se sabe o homem agora não tem rendimentos, só reforma e todos nós sabemos como são as reformas Portuguesas, não dão nem para sobreviver, por isso está mais que justificado que Ricardo Salgado esteja a ficar cheché, com tantos problemas que o assoberbam.

Imaginem só como o ex-banqueiro se iria mais abaixo ainda se tivesse investido as suas poupanças em papel comercial de um qualquer banco e o dono desse banco seria um bandido e o papel comercial teria tão pouco valor que nem para papel higiénico serviria. Mas isto é apenas um suponhamos, porque neste jardim à beira mal plantado não há gatunos, não há pilantras, não há mafiosos.

Disso não temos, mas temos muitos casos de falta de saúde mental, de facto.

Como se sabe os advogados do ex-Dono Disto Tudo alegam que o homem sofre de Alzheimer. Foi um Alzheimer galopante que surgiu de rompante quando se começou a aproximar a data do julgamento. Se eu quisesse agir de má-fé diria que quem também padece de um qualquer problema de saúde mental, seriam os advogados do Sr. do BES, ao imaginarem que também os juízes estariam loucos e até toda uma população não estaria a bater bem da bola caso pensasse sequer em acreditar nesta repentina doença.

Que vergonha é coisa que não abunda, para quem se deu ao trabalho de roubar e corromper tanta gente, já ninguém duvidava e como tal também não causa espanto. O que já causará mais espanto é conseguir perceber como é que alguém, com a capacidade para engendrar planos e esquemas tão complexos que lhe permitiu chegar a ser muito, mas mesmo muito, milionário, com o dinheiro dos outros, admitiu a hipótese de os advogados poderem atirar para cima da mesa este argumento tão estúpido.

Quem por estes dias se tem sentido muito estúpido, segundo espéculo eu aqui e agora, é o próprio do Ricardo Salgado que, segundo fontes fidedignas que não existem, exclamou "Então era só fazer isto!" quando tomou conhecimento da fuga do seu muito estimado amigo, João Rendeiro.

Os juízes já avisaram que não aceitam o possível Alzheimer de Ricardo Salgado como desculpa para adiar o julgamento, e eu acho mal. Como se sabe o Alzheimer é tipo dor de cabeça, é uma coisa passageira que se trata com um ou dois Ibuprofeno, ou um antibióticozinho naqueles casos que são um pouco mais graves, e é por isso que o pedido de adiamento faz todo o sentido. 

O homem agora está mal, mas para a semana pode estar melhor.

Eu estou até desconfiado que este Alzheimer foi alguma coisa estragada que o homem há-de ter comido ou uma virose que apanhou em qualquer lado.

Eu, apenas por precaução, quero deixar aqui bem claro que não pretendo ir passar umas férias pomposas à Sardenha porque imagina que a virose anda lá pelos ares do Mediterrâneo e me ataca! Eu já não sou grande coisa da cabeça, mas não quero ficar lelé da cuca, sujeito a ter que pedir o adiamento de um qualquer julgamento a que esteja sujeito.