Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

03
Abr23

Alexandre - O Grande (idiota)


Pacotinhos de Noção

png_20230403_023234_0000.png

Quem me lê sabe que não suporto a Cristina Ferreira. Já escrevi acerca da pessoa várias vezes, e sobre os mais variados temas, mas nenhum deles foi o seu aspecto físico. Posso até dizer que a Lady Di da Malveira é uma parola a vestir, e que o seu registo constante de gritaria é cansativo e abimbalhado, mas estas são características da prova do seu mau gosto, ou da sua franca necessidade de sempre se fazer sentir, e pronto, ficamos por aqui…

A Maria Botelho Moniz nem nunca foi mencionada nos meus textos.

Como apresentadora do Curto Circuito achei que não se enquadrava, como comentadora da Passadeira Vermelha, parecia-me justa e ponderada, como apresentadora de programas de “day time” devo admitir que não faço ideia porque não vi um único episódio do programa que ela apresenta. Posso dizer que vi, há já uns anos, a sua entrevista ao Daniel Oliveira no Alta Definição, e nela a apresentadora colocava as cartas todas na mesa. Como sofria ainda pela morte repentina do noivo, como vivia os seus medos e como lutava constantemente contra o seu peso.

Gostaria só de voltar a referir que não tenho, por hábito, classificar as pessoas pela sua aparência física, mas aqui abrirei uma exceção.

Alexandre Pais.

Jornalista há quase 60 anos, é um velho porco, careca e cheio de rugas, que faz lembrar uma ameixa seca e sem sabor. Dada a sua provecta idade há-de ter os testículos a baterem-lhe nos tornozelos, utilizando a pele dos mesmos, para melhor se cobrir nas noites frias de inverno.

Faz questão de colocar na sua biografia que é pai da jornalista Teresa Pais, infelizmente já falecida. Haverá de o ter feito em jeito de homenagem, é compreensível, mas Teresa, mesmo não estando já no mundo dos vivos, é a prova de que o seu pai nem sempre olha para o seu umbigo, quando escreve as suas crónicas.

No seu último texto, Alexandre, coloca no foco Maria Botelho Moniz, criticando-a por, naquilo que é a sua interpretação, a apresentadora ter falta de cuidado na sua aparência, quer naquilo que veste, quer no peso que tem.

Quanto à roupa não tenho nada a dizer. As figuras públicas estão mais que habituadas a que a sua forma de vestir seja alvo de escrutínio, havendo até passadeiras vermelhas para mostrar os trapos que envergam, em determinada ocasião. Quanto aos quilinhos a mais, pergunto?

Maria Botelho Moniz participará nalgum triatlo, nos Jogos Olímpicos ou nos Jogos Sem Fronteiras?

A sua capacidade como apresentadora fica limitada, caso tenha peso a mais?

Alexandre Pais tem conhecimento que actualmente já existem implantes capilares?

Teresa Pais, a filha falecida do cronista, sofrendo de um claro caso de obesidade (basta ir ao site de Alexandre Pais e observar as fotos de família) tinha constantemente no seu progenitor um crítico do seu peso ou pelo contrário, “em casa de ferreiro, espeto de pau”?

Para arrematar a crítica a Maria Botelho Moniz, Pais sugere que o desleixo da apresentadora pode ter ido buscar fonte inspiracional a Cristina Ferreira, pois, ao que parece, também ela é desleixada por não frequentar ginásios, ficando assim com os seus braços flácidos…

Alexandre, Alexandre, a palavra flácido não me reporta aos braços da Cristina Ferreira. Reporta-me antes a uma sua parte pudibunda, que certamente apresenta uma flacidez fora de série, o que o deixa revoltado, tendo assim que atacar o corpo de duas mulheres que trabalham, que vêm o seu trabalho bastante mais reconhecido do que o seu, gostemos de como o fazem, ou não.

Li alguns textos de resposta à crónica deste idiota, e devo dizer que não concordo com aquilo que grande parte defende, e que é a dúvida de que se Alexandre diria o mesmo acerca do Fernando Mendes, por exemplo. Tentaram transformar isto numa luta feminista e vilipendiam todos os homens, como se fosse um dado adquirido que TODOS têm este tipo de opinião. Pois que não posso falar por todo um género masculino, mas daquilo que me vou apercebendo, Alexandre Pais há-de ter escrito este texto mais a pensar num público feminino do que num masculino, porque a grande parte dos homens ligam tanto a isso como ao tampo da sanita colocado para baixo. As mulheres são as primeiras a criticar o corpo umas das outras, às vezes da forma mais dissimulada possível, mas que é rapidamente identificada pelas outras mulheres porque, no final das contas, também elas fazem o mesmo.

Cristina Ferreira já reagiu, dizendo que ainda não sabe se agirá judicialmente contra Alexandre Pais. Ultimamente a Tininha das bifanas tem tido laivos de ditadora. Já numa entrevista com Goucha, defendeu que quem a criticava deveria ser alvo de processos judiciais, o que é, no mínimo, ridículo, pois todos temos o direito a exprimir a nossa opinião, por mais estúpida, idiota, fútil e vazia que possa ser. Depois há é que saber viver com os estilhaços da porcaria que se escreveu.

Para terminar queria também pedir para terem um bocadinho de calma com este velho porco, que avalia as apresentadoras pelo tipo de corpo que apresentam… Peço calma, pois ele até pode nem saber bem a porcaria que fez… É que grande parte da sua carreira foi feita em jornais desportivos, e se é para ser preconceituoso, eu aproveito e sou com ele, afirmando que jornalistas desportivos, nem são bem jornalistas…

05
Fev23

Tabu


Pacotinhos de Noção

Polish_20230205_002202421.png

Colocando as brincadeiras de lado, sabem o que penso acerca de pessoas que não têm a mesma orientação que eu?

Que sejam felizes, isso é que interessa, e já é muito, pois com a sociedade fechada que temos, conseguir ser feliz é um feito.

Fechada e ignorante, como prova o vídeo que anda por ai a circular, do idiota que diz que até se afasta dos homo sapiens, e que de tivesse um filho assim, o repelia. Espero que repelido seja ele, por ser um burro, estúpido e ignorante, que na sofreguidão de apontar o dedo, e repelir, nunca deu uso a nenhum dos seus neurónios, deixando que calcificassem, e nem Calgon o vai safar.

20
Jan23

Tanta gente junta


Pacotinhos de Noção

png_20230120_223024_0000.png

Quantos ordenados ganhará a Sara Matos?

E se não conseguir sair das personagens, o Pedro Teixeira  aceita ser marido das outras? 🤔

E sabiam que se pesquisarem "Sangue Oculto", no Google Imagens, a primeira pesquisa automática que aparece é "sangue oculto nas fezes"? Será o título da 2ªtemporada?

Tanta pergunta sem resposta... Hoje não vou conseguir dormir.

08
Jan23

Ninguém teve que morrer


Pacotinhos de Noção

png_20230108_020006_0000.png

Estreou neste Sábado a segunda temporada do programa do Bruno Nogueira, TABU.

Para quem não conhece, não é apenas um programa de humor. É um programa de humor que nos leva a conhecer, a pensar, a entender e a perceber, vidas e situações que nos serão sempre desconhecidas ou pelas quais ainda não passámos.

Fazer rir com assuntos como as deficiências físicas, as doenças incuráveis, dependências, obesidade ou doenças mentais (temas abordados na primeira temporada) só seria possível, e até podemos dizê-lo, permitido, a alguém como Bruno Nogueira, que não se coíbe de fazer as suas piadas, mas não sem antes ter passado quatro dias com os visados, criando assim uma cumplicidade e uma simpatia que depois permite que todos se riam com o que o Bruno diz, e dos problemas dos quais padecem.

Tendo gostado bastante dos episódios da primeira temporada, devo dizer que tenho no meu preferido este primeiro episódio da segunda. Tivemos um Bruno Nogueira solto e divertido, que colocou os participantes à vontade e que, dá ideia, conseguiu com eles criar um ambiente de cumplicidade.

Desta feita o tema foi a velhice, mas a idade não se fez sentir, pois o programa correu sobre rodas.

Como nos bons perfumes, o frasco deste programa é também de tamanho reduzido. Teremos mais uma vez uma temporada de 5 programas que, estou em crer, nos saberão a pouco, mas se há coisa com a qual Bruno Nogueira sempre soube jogar, foi com as suas aparições fugazes, para conseguir fazer com que o público não se canse de si.

Não se pode dizer que tenha sido uma aposta ganha por parte da SIC, porque aposta implica sempre algum risco, e TABU já havia sido testado, com resultados bem positivos.

Bruno Nogueira, durante o programa, sugeriu que um dos convidados morresse antes da estreia do mesmo, para conseguir assim bons níveis de audiências. Não sei como ficaram os níveis de audiência, mas acredito que tenham sido bastante bons, e no final das contas, ninguém teve que morrer.

04
Jul22

Tanto talento, e nenhum na TV


Pacotinhos de Noção

png_20220704_005627_0000.png

Acabaram hoje os Ídolos... Finalmente.

O "Uma Canção para ti ainda não acabou... Infelizmente.

Para começar, e justificar a imagem que emoldura o texto, gostaria de referir que a maneira como os apresentadores, e até dos júris, são vestidos, define bem estes programas. Uma parolada. Joana Marques, o Elvis manda dizer que quer a roupa de volta.

Não aprecio especialmente estes "talent show" mas também não penso que devem deixar de existir. Defini-los como "talent show", quando o talento é algo que por ali não passa, é que já me parece demasiado.

Portugal é um país pequenino, é natural que não consiga produzir um Paul Potts ou uma Susan Boyle, mas a verdade é que mesmo que aparecesse alguém do mesmo género destes dois, dificilmente iriam ganhar, porque não teriam "star quality", e porque não se encaixam no estilo "pop" que a parolice portuguesa tanto procura.

Os Ídolos já tiveram várias temporadas, Nuno Norte, Sérgio Lucas, Filipe Pinto, Sandra Pereira, Diogo Piçarra e João Couto foram os anteriores vencedores. Fora Diogo Piçarra, nenhum dos outros alcançou uma carreira de sucesso.

Existem alguns participantes que ficaram conhecidos, como a Luciana Abreu, Salvador Sobral ou a Carolina Torres. Tudo pessoas que, me parece, ficam a dever tanto para o mundo da música, como para a sanidade mental, ou educação, como recentemente Carolina Torres mostrou, ao abandonar, de forma prematura, o palco dos Ídolos, para o qual foi convidada. Quem vier com o argumento de que o Salvador Sobral ganhou a Eurovisão, chamo só a atenção de que este ano ganhou a Ucrânia, porque está em guerra, não tem nada que ver com música, já ganhou uma mulher barbuda, ou um barbudo vestido de mulher, e uma tipa vestida de galinha, só por ser israelita.

Voltando, e terminando o assunto "Ídolos", gostaria só de sublinhar que os jurados perdem toda e qualquer credibilidade, quando no lote de finalistas existem vozes paupérrimas, mas ainda assim todos os júris se desfazem em elogios. Posso apenas ser eu que sou duro de ouvido, mas há casos bastante evidentes de participantes que nem em karaokes se safariam.

O caso do "Uma Canção para ti" já é diferente.

A qualidade continua a ser nula, os jurados são 50% de elementos que não percebem nada de música, por muito que o Manuel Luís Goucha defenda a Rita Pereira, arranjando justificação para o facto de ela ali estar, e acho também uma certa piada que elementos do PAN façam burburinho pela exploração de animais para entretenimento popular, mas que não façam chegar nenhuma queixa junto das autoridades, pelo facto de às 00:30 haver miúdos nas cantorias da TVI. Apenas falo nisto devido à falta de coerência, e porque de facto a TVI ganha bom dinheiro com o uso destas crianças. Isto só acontece porque há imensas pessoas a assistir ao programa, pessoas que elevam a voz para reclamar o direito de tudo e mais um pouco, mas ver os meninos a cantar, até tão tarde, dá-lhes alegria.

Sinceramente falando, faz-me confusão a mim? Sim, faz alguma. Nem tanto pelos miúdos ou pelo programa, porque os miúdos até se deverão estar a divertir, e o programa cumpre a sua função que é a de tentar entreter as pessoas em casa, mas não tiro da cabeça que por detrás de cada uma daquelas crianças poderão estar uns pais, para quem faz sentido que os filhos fiquem a cantar até de madrugada, apenas porque assim podem vir a ter uma carreira... Não sei porquê, mas só me consigo lembrar dos pais do Saúl Ricardo.

Só mais uma pequena curiosidade, que reparei agora, enquanto acabo este texto.

A SIC está a transmitir o concerto da Anitta, no Rock in Rio, o que confirma que saber cantar não é o critério por eles escolhido, para hoje aparecer na televisão.

26
Mai22

O trabalho do Milhazes


Pacotinhos de Noção

1x1.jpeg

Esta informação poderá ser toda recolhida e confirmada na internet, mais especificamente na Wikipédia.

José Milhazes rumou à União Soviética em 1977. A ideia inicial seria a de estudar e voltar ao seu país de origem, mas logo após se formar, em 1983, acabou por casar e ficou pelas terras dos czars. Voltou em definitivo a Portugal em 2015, o que significa que passou 38 anos pelas terras de Tolstoi, autor, aliás que Milhazes traduziu para português, por entre outros tantos, em que também fez o mesmo trabalho.

Ao longo das décadas passadas na Rússia, Milhazes tornou-se jornalista e, consequentemente, colaborador, e correspondente para rádios e jornais como a TSF, o Público, Agência Lusa, RDP e mais tarde a SIC.

Lançou mais de uma dúzia de livros, variados artigos científicos e tem também já uma extensa carreira como historiador.

Ultimamente era visto semanalmente, como comentador, no programa da SIC Notícias, Invasões bárbaras, apresentado por Iryna Shev, e em que partilhava mesa com Olivier Bonamici e Giuliana Miranda.

Como podem agora observar, o título "O trabalho do Milhazes" não tinha o intuito de ser um trocadilho para brincar com a tradução feita pelo jornalista no Jornal da Noite, deixando Clara de Sousa escandalizada, Nuno Rogeiro divertido, e todo um país que reclama para si um intelecto superior, ao afirmar que não vê programas como o Big Brother, por exemplo, por não gostar do que representa e daquilo que por lá se diz, mas que vai aos píncaros da emoção por haver uma constatação do Milhazes ao afirmar que os jovens russos num concerto, em plena Rússia, repetem que "A guerra que vá para o c@r@Ih0", ignorando que José Milhazes o fez para sublinhar a coragem daqueles jovens, perante as forças policiais comandadas por um ditador que, até agora, não tem tido qualquer pudor em bater, invadir, prender, matar.

Esta mensagem de Milhazes foi remetida para segundo plano, e aquilo que gerou memes e transformou o jornalista no novo herói português foi a reprodução de um palavrão no horário nobre na SIC.

Para alguém com uma carreira tão rica e tão extensa como a de José Milhazes, ser reconhecido e vangloriado apenas devido a um palavrão, haverá de ser muitas coisas, sendo que a principal será a frustração. 

Força Milhazes, és bem mais que aquilo que agora te querem imputar, e se por acaso continuarem a chatear-te com essa treta, manda, mas é toda a gente para o...

10
Abr22

Por mim não passa


Pacotinhos de Noção

20220409_235713_0000.png

Estreou hoje a nova temporada dos Ídolos.

Admito que não sou apreciador deste tipo de programas, os chamados "talent show", principalmente porque, e peço desculpa aos mais susceptíveis, mas penso que Portugal tem muito pouco talento.

O talento é como a nossa dentição. Não nascemos com ela, vai aparecendo, mas se não a cuidarmos, rapidamente se estraga, e o que acontece é que temos a convicção de que o talento é algo com que se nasce e que não desaparece... Errado, acho eu.

Reparem no Cristiano Ronaldo. Tinha o talento, mas quando estava no Sporting não se adivinhava chegaria ao patamar onde chegou, e tal aconteceu porque trabalhou, e ainda trabalha, para conseguir manter o seu talento acima da média.

De qualquer das formas, e não apreciando o conceito, tive sempre o hábito de ver os episódios iniciais para poder testemunhar aquilo que tantos espectadores prende no Mundo todo, e que acabou por dar fama ao programa, os Cromos.

Acontece que, nesta nova temporada, parece que a aposta não vai tanto no sentido de mostrar os Cromos. Não sei se é a moda do politicamente correcto, se porque a sociedade agora é uma florzinha de estufa, que desata a fazer queixas à Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) quando há uma piada que não se gosta, se alguém canta uma nota acima, se alguém é vesgo, se aparenta não ter tomado banho... enfim, não interessa o porquê, interessa é que se façam queixas e que se comportem todos como super-heróis, de vítimas que não pedem para ser salvas, e que por vezes até criam um boneco de forma a conseguir os seus 5 minutos de fama. Aconteceu com o rapaz que tinha "Star quality", com o do "Tá forte, tá, eles não gostam de mim..." e com tantos outros que eram o que dava grande parte da graça ao programa.

Algo que também perdeu a graça foram os comentários dos júris e a apresentação.

Sinto falta do enfado de Pedro Boucherie Mendes. Joana Marques parece-me um tanto ou quanto pouco à vontade. Também acontece comigo, que nem os parabéns consigo cantar de forma aceitável, ficar confrangido quando estou num ambiente onde outros cantam. Percebo que a ideia seria a de que fosse extremamente desagradável, mas uma coisa é sê-lo para aqueles que estão mesmo a pedi-las, outra coisa é sê-lo para pessoas que, por mais inconscientes e sem noção que sejam, têm um sonho, que poderá ali ser destruído.

A apresentação só teve a perder com o não retorno de João Manzarra, que nos seus diálogos com os participantes dava bastante ritmo ao programa, coisa que agora não acontece, sendo mesmo até aborrecido. A culpa não é de Sara Matos, que provavelmente será uma figura mais acolhedora para os participantes, mas são estilos muito diferentes e este, a mim, não me agrada.

Mas posso até afirmar que a escolha de Sara Matos terá feito todo o sentido se tivermos em consideração que a génese do programa mudou radicalmente.

Dantes era um "talent show" que tinha uns Cromos engraçados que nos divertiam, agora parece mais um "reality show", com todas as historietas de superações, de avós que morreram, de problemas psicológicos como depressões e bipolaridades. Parece mais que a fila é para uma sala de terapia e não para uma audição. Não faz sentido o ecrã com a aparição de amigos e familiares com mensagens de apoio. Parece tudo demasiado forçado para ficar mais sentimental, mas apenas fica mais aborrecido e insosso.

Em relação às vozes que apareceram hoje, como já afirmei, para mim, é um pouco secundário, mas também posso dizer que não ouvi nenhuma claramente agradável e ouvi uma que nada valia, mas que até levou um cartão dourado. O pragmatismo leva-me a entender que apenas tal aconteceu porque na próxima fase também há alguns que têm que ficar pelo caminho.

Visto que a parte que me interessa no programa deixou de existir, por mim está feito, não vejo mais, e se quiserem fazer a final já para a semana, por mim tudo bem.

06
Mar22

Um TABU de que se deve falar


Pacotinhos de Noção

20220306_201312_0000.png

Estreou ontem o novo programa do Bruno Nogueira, TABU.

Relembro-vos há uns meses ter escrito o quão desiludido fiquei com o programa "Princípio, Meio e Fim", porque se assemelhava a uma reunião confusa de amigos, que decidiram que haveriam de se juntar todos, filmar, e depois mostrar o que dali resultou.

Muitos colocaram no programa o epíteto de genial, e que só os mais requintados poderiam gostar, que era preciso aprender a apreciar por ser muito fora da caixa, mas a verdade é que se um programa de comédia precisa de instruções para fazer rir, então não é um programa de comédia, é só um programa.

A verdade é que começou em glória, não cativou a grande generalidade do público e terminou sem deixar nenhum tipo de saudades.

Não critiquei uma única vez a capacidade humorística de Bruno Nogueira, pois não era com aquele programa que tinha que prestar provas. As provas necessárias já foram dadas anos antes, com outros formatos e outros estilos, e no "Princípio, Meio e Fim houve apenas a concepção de algo que não foi tão bem conseguido, quanto o haviam pretendido.

Aquilo que se destaca, ao observar o percurso de Bruno Nogueira, é a vontade de sempre fazer diferente, de aproveitar um espaço que, de certa forma, ninguém teve a ousadia, o discernimento ou o vislumbre de pegar. Se o "Princípio, Meio e Fim" era uma reunião de amigos, que não transparecia para o público qualquer tipo de afecto ou simpatia, TABU é uma reunião de desconhecidos que partilham entre eles (e também connosco) parte das suas histórias de vida, mas que corre muito bem, pois não existem piadas pré-concebidas e humores gastos e requentados metidos a martelo. Pelo contrário, existem ali pessoas em conversa onde, de uma maneira ou de outra, a piada surge, sendo aproveitada, para o programa, e funciona muitíssimo bem. Depois temos a parte de "stand up" do Bruno, que mata um pouco as saudades do tempo em que frequentava o "Levanta-te e Ri", mas que o súpera em muito. Temos agora alguém mais maduro, com menos manias de miúdo rebelde, uma inteligência mais acutilante, e que lhe é até exigida, tendo em atenção os assuntos focados.

Este programa não nos mostra como a vida pode ser perfeita mesmo que se tenha limitações. Mostra-nos, isso sim, que no meio da imperfeição que é a vida, existe espaço para momentos perfeitos em que nos conseguimos rir de motivos que normalmente nos levariam a chorar.

TABU é uma lufada de ar fresco por vir meter a mão de forma abrupta e indelicada, em assuntos que são normalmente mexidos com pinças, e com uma dose cavalar de cautela, que só assim acontece devido aos grupos crescentes de "canceladores" que julgam que o humor, o cinema, a televisão, a escrita e o teatro, se devem reger por regras por eles definidas, e que têm uma elasticidade elevada a zero, obrigando a que todos tenham que andar dentro de uma linha por eles definida.

Nogueira passa essa linha por vontade própria, e fê-lo de maneira exímia, pois tratou todos os protagonistas do programa de ontem, sem "coitadismos", ouvindo as suas histórias, mas brincando com o que havia para brincar. Não sendo o mesmo formato, assemelho muito este programa ao "Som de Cristal", em que Bruno brincava com os artistas da música popular portuguesa de uma forma divertida, mas nunca ofensiva, mostrando por eles um respeito que não existe normalmente nem nalguns anfitriões de programas que vivem tanto na base destes artistas, e que até fazem Festas e Domingãos inteiros, com a música por eles comercializada.

Se este programa mostrou a genialidade de Bruno Nogueira?

Não mostrou este, assim como não mostrou o "Princípio, Meio e Fim". A genialidade do artista não se constrói com um ou outro programa. Constrói-se com uma carreira de sucessos e insucessos, altos e baixos, louvores e polémicas, mas sempre com a constante de dar algo de novo e interessante a quem vê. No panorama humorístico nacional actual existe apenas um génio, e é Herman José, que tem carreira, vida, história e que foi ousando.

Sei que existe também quem considere Ricardo Araújo Pereira um génio, e aqui não poderia estar mais em desacordo. Não querendo comparar os dois, mas já comparando, Bruno Nogueira já caminhou por vários estilos e não teme a mudança, RAP está preso à comédia política, e parece de lá não querer sair, tansformando-se assim num Jon Stewart de Carnaxide, o que nem é desprimor nenhum, e o ex-Gato Fedorento e bastante bom naquilo que faz, mas ficando muito preso a um estilo, poderá deixar de saber fazer todos os outros. Já Bruno gradualmente vai construindo o tal caminho para um dia poder acalentar a ser

um génio, não comparável ao Herman, mas que terá também lugar de destaque.

Parabéns ao Bruno Nogueira, à SIC e aos protagonistas do primeiro episódio do TABU. Fico, ansioso, a aguardar os próximos episódios.

24
Out21

Terra Nossa do c@r@1h0


Pacotinhos de Noção

Polish_20211024_012804073.jpg

Começo esta m€rd@ deste post duma maneira que vos poderá f*d*r o juízo, mas c@gu€i.

Acharam bonito a introdução que hoje escolhi?

Pois, também me pareceu que não. É vulgar e despropositada.

Não sou um menino de coro nem sequer andei numa escola de padres.

À verborreia conheço-a toda, e até uso com mais frequência do que aquela de que gostaria, mas apenas com quem me sinto à vontade, e só me sinto à vontade com pessoas que me são muito próximas, e raramente o faço na forma escrita. Não sei porquê mas uma asneira escrita parece-me sempre mais sonora do que falada.

Introduzo este tema depois de assistir a mais um episódio do programa Terra Nossa, com o César Mourão.

Não vou criticar o programa, do qual gosto bastante e que é uma fórmula ganhadora, principalmente se forem episódios novos como agora acontece, e não 359 repetições, como a SIC andava a fazer, e essa fórmula ganhadora fica a dever-se quase na sua totalidade à grande capacidade do César Mourão agarrar nos cromos que lhe aparecem, que nos vamos apercebendo que cada vez são mais comuns, arriscando até a que só nos calhem repetidos, e transformando-os naqueles especiais, que todos querem, e que têm até uma moldura prateada todo em volta.

Mas de entre aqueles cromos repetidos, que de tanto saírem até já enjoam, estão os cromos que são as velhas desbocadas que fazem da asneira gratuita e da ordinarice o seu cartão-de-visita.

O problema aqui está no facto de que parece tudo muito forçado. Houve uma primeira dessas senhoras que falou como um tipo das obras, ficou em êxtase quando reparou que a sala se ria e depois foi quase impossível controlar. A seguir a esta pioneira do palavrão, tem havido quase sempre uma velha destas, que em cada frase lança duas ou três pérolas da linguagem chula, que fariam corar até o próprio Bocage.

Não rara é a vez em que estas senhoras ainda não acabaram o "-lho" e já estão a olhar em volta, na procura de gargalhadas que validem a piada que tão bem elaborou.

Percebo que a produção aproveite o momento para colocar no programa, e sei também que não tenho pergaminhos para sugerir ou afirmar se deveriam ou não colocar essas senhoras, porque na verdade o intuito deste texto nem é esse.

Gosto imenso do programa, adoro a maneira como o César Mourão o faz e não mudaria nada, apenas o utilizo porque foi o que despoletou a que escreva este texto que visa criticar um tipo de linguagem que vai cada vez mais sendo corriqueiro e que utiliza despudoradamente o palavrão, ainda para mais o palavrão de "carga pesada".

Quem vier com o argumento que no Norte o palavrão é vírgula, eu apenas coloco dois exemplos que confirmarão se é realmente vírgula ou não.

1º No Norte, quando o pessoal tem uma dor e vai ao médico, para se queixarem dizem, "Sr.Dr. tenho uma dorzinha aqui que me incomoda" ou "tenho uma dorzinha aqui que me está a deixar f***do?"

E quando falam com o Padre da paróquia dizem "Venho-me confessar porque pequei" ou "Venho-me confessar porque fiz m€rd@"?

Mas regionalismos à parte.

Vivo na linha do Estoril, zona reconhecida por ter os betos de Cascais, os meninos e as meninas de bem (tios) e pessoal com educações e formações superiores. Os rapazes são filhos dos actuais administradores de empresas multinacionais e como tal futuros administradores dessas mesmas multinacionais, e as raparigas são as "Tichas" as "Patis" as "Tetés" que vão casar com esses administradores, e a linguagem que mais tenho ouvido ultimamente, utilizada por estes elementos, é de passar pedra-pomes na língua.

Curiosamente até são as raparigas que agora mostram maior orgulho em dizer asneirada e fazem-no com sobranceria, em alto e bom som, sem quererem saber onde estão e quem poderá estar presente, porque elas são "da best" e não devem respeito a nada nem ninguém, e ai de alguém que lhes tente dizer alguma coisa porque "se nem o meu pai me diz como devo falar..." E se calhar é mesmo aqui que mora o problema.

Com tudo isto, aquilo que quero na realidade dizer é que desde as senhoras velhas a dizer asneiras na televisão, (e não só) até às betas de Cascais a ter comportamentos semelhantes, mas sem ser em televisão, com muita pena delas, é-nos permitido chegar à conclusão que o uso deste tipo de linguagem não tem que ver com idade, estrato social ou região. Tem apenas que ver com educação ou falta dela e com noção ou falta dela.

O Fernando Rocha, que sempre foi tão criticado pelas asneiras que tanto utiliza, já apresentou e participou em programas de "day time" e mostrou que sabe, e consegue, falar com todas as vírgulas e pontos nos i's sem ter que no fim dizer "é pró bujão... Mai nada", pois tal não se adequava.

E o Herman, que durante anos foi perseguido por pessooal que dizia que ele era ordinário porque dizia asneiras, asneiras essas que se resumiam a um "cocó", nos dias actuais.

Bem, eu expus aquilo que pensava. Se concordarem concordam, se não concordam vão mas é todos para o...