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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

17
Mai23

Sobre a lei do tabaco...


Pacotinhos de Noção

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Começo com uma declaração de interesses.

Não fumo, nunca fumei, posso garantir que nunca fumarei, pois não tenho o apelo. Odeio o fumo do tabaco, o cheiro e o facto de o fumo me magoar o nariz.

O meu pai morreu com cancro nos pulmões, que geraram metástase para o cérebro.

A minha mãe continua a fumar cerca de 2 maços de tabaco por dia…

O mais simples seria regozijar-me com esta lei ditatorial, que o governo PS vomitou cá para fora.

Para alguém que não suporta tabaco, e que vê num fumador aquele porco que deita as beatas para o chão, e que nas esplanadas esborracha a beata na vazia chávena de café, esta proibição faria todo o sentido, mas a verdade é que não.

Sou contrário a algumas proibições.

Para mim era liberalizarem tudo. Tabaco, álcool, drogas leves, drogas pesadas, tudo… Quem se quiser ir envenenando lentamente tem toda a legitimidade para o fazer. Tarde, ou cedo, arcará com as consequências, mas essas consequências são suas, não são de mais ninguém.

O argumento de que doentes oncológicos, vítimas do tabaco, são caros para o Estado, é um argumento fácil de rebater. Um tipo que fume grande parte da vida paga, em cada maço de tabaco, uma batelada em imposto. Em princípio será um trabalhador e também faz os seus descontos, sendo que parte deles serão canalizados para o SNS, idealmente. Isto significa que este tipo trabalhou para o cancro, mas também trabalhou para que depois o tentem salvar.

Este Estado autoritário, e paternalista, tem que acabar. Não me parece nada bem que tentem obrigar a que o cidadão seja um mero fantoche nas mãos de quem decide.

Já tiraram o sal do pão, o açúcar das bebidas, as máquinas de “vending” nos hospitais tem que ser de snacks saudáveis, e temos que contribuir para a visita de um Papa, que nem sabem quem o quer cá ou não. Mais grave ainda! Até o bolo Pirâmide, deixou de ser feito com o resto de todos os outros bolos, para ter uma massa própria, que junto da antiga, não tem pilhéria nenhuma.

Este género de “orientações” por parte do Governo, só nos mostra a desconsideração, que têm pelo povo. Segundo eles, seremos todos burrinhos e parvinhos. Não sabemos bem como se pensa e por isso precisamos das diretrizes de Costa, e da sua cambada.

Esta seria uma lei para só entrar em vigor no ano de 2025, mas como, entretanto, surgiu um escândalo da TAP, um escândalo de um Ministro João Galamba, um escândalo de um adjunto que teve o SIS a bater-lhe à porta, há que arranjar uma forma de virar as atenções.

Quando há muito barulho num sítio, o que fazemos para sobressair?

É gritar mais alto e chamar a atenção para outro lado. É o que o Governo faz.

Para terminar gostaria de sublinhar que muitas destas pessoas, que agora se insurgem contra a proibição do tabaco, são as mesmas que bateram palmas à medida que o Governo tomou há uns tempos.

A medida de taxar as bebidas açucaradas, ou de fazer com que os pacotes de açúcar, nos cafés, mudassem dos 8 gr para 6 gr.

Curiosamente um dos argumentos utilizados, por estes apreciadores da medida, era de que a obesidade, e as doenças a ela associadas, custam imenso dinheiro ao Estado. 

Curioso, não? O mesmo argumento para assuntos tão distintos, o que mostra que algum do pessoal que fuma, não olha pelos seus pulmões, mas olha muito para o seu umbigo.

19
Ago21

É proibido comer, diz o artigo que eu li


Pacotinhos de Noção

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Em 1964 Roberto Carlos lançou uma música cujo refrão era "É proibido fumar, diz o aviso que eu li". Quase 60 anos depois a música poderia ser alterada para o título que encabeça este texto.

É curioso que, numa altura em que todos gritam por liberdade, ninguém admite nem permite que lhes digam o que fazer e até apregoam serem donos dos seus narizes, venha o Governo e proíba determinados alimentos nas escolas, demonstrando que tem laivos de totalitarismo, achando até que pode contar as calorias que cada um pode ingerir.

Curioso é também que passa a ser proibido venderem aos miúdos nas escolas rissóis, chamuças e croquetes, mas é permitido que fumem. E não estou só a falar no ensino secundário, pois assisto com frequência miúdos a fumar nas entradas das E.B 2+3, antigas preparatórias. Outra coisa que assisto com frequência é que hoje em dia os miúdos pouco ou nada comem nas escolas, por variadíssimas razões.

A primeira é porque têm demasiado dinheiro na carteira. Com a idade deles, rara era a vez que tinha 1€, quanto mais cartão bancário.A segunda é porque tendo essa capacidade económica, preferem ir até ao supermercado mais próximo e comprarem lá bolos e refrigerantes que depois consomem, ou nas imediações do supermercado ou nas da escola, mas seja qual o ponto escolhido para a comezaina o resultado final é sempre o mesmo. São porcos e deixam as latas e embalagens espalhadas pelo chão, ou então nos parapeitos de janelas de pessoas que vivem na zona. Até parece impossível, uns jovens tão preocupados com o ambiente, e que até fizeram festa quando veio cá a Greta Thunberg, mas na prática são uns javardolas.

Terceira, mas não menos importante razão é porque a comida que há nas escolas é uma autêntica bodega. Já quase não existem escolas com refeitórios que preparem as suas refeições. A comida vem de fora, de empresas de catering que ganharam um qualquer concurso público em que para que a margem de lucro seja maior, obviamente que não vão gastar muito em produtos de qualidade.

Como a comida não presta os miúdos viam alternativa nos bares das escolas, mas com as novas proibições deixa de ser permitido que esses bares vendam aquilo a que os miúdos estavam habituados e a consequência é a procura de outros bares, pelos jovens.

E encontram. Encontram snacks-bar, geralmente de má fama, onde a comida é barata e a clientela rasca e onde os meninos, que não podem comer comida de plástico, aproveitam e até fazem corridas de imperiais.

"Ah, mas os miúdos comem muitas porcarias e depois ficam obesos."

Pois que o Ministério da Educação aposte mais no desporto extracurricular. A escola não serve só para formar o intelecto, também pode ajudar a moldar o carácter e porque não o físico?

Este tipo de proibições, e indicações de como cada um deve viver a sua própria vida, são características próprias de Estados socialistas. Para quem não percebe o conceito vou tentar simplificar.

O socialismo é como aqueles pais que tentam opinar sobre tudo na vida dos filhos, mesmo quando eles já são maiores, casados, têm casa própria e filhos, mas uma vez pediram 30€ aos pais e dessa forma deram margem para que eles tenham uma opinião sobre tudo. Deu para perceber.

Uma vez que este é um Estado que tem uma palavra a dizer sobre tudo eu queria perguntar se para limpar o rabo, o papel higiénico de folha tripla da Colhogar é o adequado ou também poderá ser proibido?

É o branquinho, não é o cor-de-rosa perfumado.

Aguardo rápida resposta.