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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

13
Jul22

Vira o disco e toca o mesmo


Pacotinhos de Noção

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Ia começar uma dissertação de como chegou o Verão, com o calor que tantos pediram e tal, mas não. Vou directo ao ponto. E o ponto é:

VOLTARAM OS INCÊNDIOS, E DE QUEM É A CULPA?

Há vários, mas os principais são todos, menos aqueles que têm responsabilidades no país, e é isso que importa reter, esse não têm a culpa nunca.

Depois dos grandes incêndios de 2017, com a morte de cerca de 100 pessoas, António Costa, já Primeiro-ministro na altura, conseguiu empurrar as responsabilidades para o anterior Governo, para o clima, e até para os donos dos terrenos, que não os limpavam, sendo essa a justificação para o fogo avançar de forma galopante. Como bom aspirante a ditador que é, passou a obrigar que todo aquele que tenha um terreno gaste, todos os anos, centenas, e nalguns casos até milhares de euros para fazer essa limpeza. Caso não a façam é-lhes aplicada coima pesadíssima. Curioso é saber que terrenos, pertença do Governo, normalmente não procedem a esta limpeza.

Na altura a cabeça que rolou, foi a da incompetente Ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa. Aquela que até argumentou que não se demitiria, ainda que lhe desse jeito, para poder tirar férias.

Foi prometido investimento em guardas florestais, equipamento para os bombeiros, vigilância, equipamentos adequados para a prevenção dos fogos. Hoje percebemos que o investimento foi muito bem feito, ao ouvirmos os bombeiros queixarem-se de que não têm condições, que lhes faltam braços e equipamentos. Os aviões Canadair têm que vir de Espanha, não sei se não seria uma boa ideia vender um ou outro submarino, embora nos possam fazer muita falta, dado o nosso enorme poder como força naval, mas o dinheiro de um desses veículos subaquáticos pagavam quantos Canadair, e quantos anos de manutenção? Ainda por cima seria algo que teria uso practico todos os anos.

É verdade que está muito calor, mas isso não explica tudo. Há mão criminosa, há descuido de quem atira uma beata de cigarro pela janela, pode até haver um cabo de alta-tensão a embarrar nas copas das árvores, vejam lá vocês. Mas havendo isso tudo tem também que haver apoio ao combate aos incêndios, não pode haver um lavar de mãos, ou uma desculpabilização com as circunstâncias. Estamos no oitavo ano de governação de António Costa, e tal como em quase todos os outros assuntos, na prevenção de incêndios não houve melhorias. Há a tentativa de imputar responsabilidades às próprias vítimas, como é o caso de quem vê as suas casas queimadas, e vem um engravatado dar palmadinhas no ombro e dizer -"pois, isto é tudo muito triste, mas o senhor evitava isto limpando o seu terreno"-. Assim como foi culpado o desgraçado atropelado, serão culpadas as pessoas que ficarem doentes em Agosto, ou caso comam Bacalhau à Brás, e culpados são também os que andam de comboio em horas de maior calor.

A política de Costa tem já laivos ditatoriais. Habituou-se a manter todos em casa devido ao vírus e então agora, havendo calor, sugere que não se saia de casa e proíbe festivais. Qualquer dia, tendo em conta a baixa natalidade, vai obrigar a que cada casal tenha 3 ou 4 filhos... ai não, esperem lá, não pode ser porque as urgência obstétricas dos hospitais até estão fechados...

O vira o disco e toca o mesmo não é pelo facto de voltarem os incêndios, porque isso é uma fatalidade de quase todos os anos. Curiosamente até baixaram durante a época de confinamentos, o que nos leva a pensar que, de facto, o Homem não acrescenta muito ao planeta, só prejudica, refere-se, isso sim, às fracas desculpas, ou justificações, que os Governos de António Costa deitam cá para fora.

08
Jul22

A cair no esquecimento


Pacotinhos de Noção

O dia hoje foi carregadinho de notícias importantes. O Boris Johnson que se demitiu, o NOS ALIVE que está em alta, as temperaturas que sobem no Verão, os incêndios que advém das temperaturas, etc. Como disse, são tudo notícias com a sua importância, mas parece que a guerra na Ucrânia acabou.

Os vários blocos noticiosos, honra lhes seja feita, não abandonaram o assunto. A SIC, principalmente, continua a falar no assunto e a fazer as suas análises, mas o cidadão comum já deitou para trás das costas, já não é um assunto tão "trendy".

Para mim o lado mais negro da guerra são as mortes das crianças. Um adulto que viva na Ucrânia sabe que está num país em conflito e poderá ser uma questão de tempo até lhe rebentar um projectil em cima. Tem essa consciência, não será uma surpresa. Mas e uma criança? Uma criança inocente que sonha, chora, ri, pula, canta e brinca, e quando brinca, num jardim infantil, como ainda hoje os meus filhos fizeram, e muito provavelmente os vossos também, não espera nunca que aquela volta no cavalinho ou aquela subida no balancé, poderá ser a última. É isso mesmo que mostra o pequeno vídeo que aqui coloquei. A senhora que fala não é família, não é amiga, não tem nenhuma ligação com os miúdos, mas dá para notar na sua respiração ofegante e no seu discurso meio atabalhoado, que viu algo que nunca irá esquecer, uma criança de bruços, em cima do baloiço, onde morreu enquanto brincava.

Algo ainda mais assustador é que ao que parece o ataque foi feito por tropas ucranianas, porque a região onde isto aconteceu está já tomada pelos russos e este ataque foi uma contraofensiva conduzida por parte de tropas ucranianas. A Ucrânia não desmentiu o sucedido, apenas afirmou que "apenas ataca alvos militares".

Muito sinceramente é completamente irrelevante quem foram os indivíduos que dispararam aquele "rocket", mas se foram as tropas russas para culpabilizar a Ucrânia, isso é hediondo, mas se foram os ucranianos, numa vã tentativa de recuperar terreno, então isso além de hediondo é de uma falta de honestidade e vergonha inqualificáveis. Quantas vidas, principalmente de crianças, é admissível perder por causa de terra?

Para mim, é fácil falar, pois não sou minimamente nacionalista, de facto irrita-me bastante o slogan "O que é nacional é bom" porque há muita trampa nacional que não chega sequer a mau, quanto mais a bom. Como não beijo a bandeira, não fico doido com a selecção e nem sequer gosto de bacalhau, se me visse numa situação como a dos ucranianos, já teria pedido ao Zelensky que entregasse a chave do país ao doente do Putin. Ia perder o meu orgulho? Provavelmente, mas iria poupar em vidas.

Eu com isto não digo que concordo com a invasão, atenção, aquilo que digo é que a guerra mexe com demasiados interesses para ter um fim à vista. Recordem-se, por exemplo, que Boris Johnson só não saiu antes do cargo que ocupava, porque entretanto passou a ser uma parte bastante activa neste conflito.

Costa coloca a culpa do aumento dos preços na guerra, Macron, embora tremido, ainda conseguiu ganhar mais um vez as eleições, e o mundo do fabrico de armas voltou a sentir os cofres a encher como já há muito não sentia. É uma guerra que interessa a muitos que não acabe tão depressa, e enquanto isso vão morrendo cidadãos comuns, entre eles crianças.