Vira o disco e toca o mesmo
Pacotinhos de Noção
Ia começar uma dissertação de como chegou o Verão, com o calor que tantos pediram e tal, mas não. Vou directo ao ponto. E o ponto é:
VOLTARAM OS INCÊNDIOS, E DE QUEM É A CULPA?
Há vários, mas os principais são todos, menos aqueles que têm responsabilidades no país, e é isso que importa reter, esse não têm a culpa nunca.
Depois dos grandes incêndios de 2017, com a morte de cerca de 100 pessoas, António Costa, já Primeiro-ministro na altura, conseguiu empurrar as responsabilidades para o anterior Governo, para o clima, e até para os donos dos terrenos, que não os limpavam, sendo essa a justificação para o fogo avançar de forma galopante. Como bom aspirante a ditador que é, passou a obrigar que todo aquele que tenha um terreno gaste, todos os anos, centenas, e nalguns casos até milhares de euros para fazer essa limpeza. Caso não a façam é-lhes aplicada coima pesadíssima. Curioso é saber que terrenos, pertença do Governo, normalmente não procedem a esta limpeza.
Na altura a cabeça que rolou, foi a da incompetente Ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa. Aquela que até argumentou que não se demitiria, ainda que lhe desse jeito, para poder tirar férias.
Foi prometido investimento em guardas florestais, equipamento para os bombeiros, vigilância, equipamentos adequados para a prevenção dos fogos. Hoje percebemos que o investimento foi muito bem feito, ao ouvirmos os bombeiros queixarem-se de que não têm condições, que lhes faltam braços e equipamentos. Os aviões Canadair têm que vir de Espanha, não sei se não seria uma boa ideia vender um ou outro submarino, embora nos possam fazer muita falta, dado o nosso enorme poder como força naval, mas o dinheiro de um desses veículos subaquáticos pagavam quantos Canadair, e quantos anos de manutenção? Ainda por cima seria algo que teria uso practico todos os anos.
É verdade que está muito calor, mas isso não explica tudo. Há mão criminosa, há descuido de quem atira uma beata de cigarro pela janela, pode até haver um cabo de alta-tensão a embarrar nas copas das árvores, vejam lá vocês. Mas havendo isso tudo tem também que haver apoio ao combate aos incêndios, não pode haver um lavar de mãos, ou uma desculpabilização com as circunstâncias. Estamos no oitavo ano de governação de António Costa, e tal como em quase todos os outros assuntos, na prevenção de incêndios não houve melhorias. Há a tentativa de imputar responsabilidades às próprias vítimas, como é o caso de quem vê as suas casas queimadas, e vem um engravatado dar palmadinhas no ombro e dizer -"pois, isto é tudo muito triste, mas o senhor evitava isto limpando o seu terreno"-. Assim como foi culpado o desgraçado atropelado, serão culpadas as pessoas que ficarem doentes em Agosto, ou caso comam Bacalhau à Brás, e culpados são também os que andam de comboio em horas de maior calor.
A política de Costa tem já laivos ditatoriais. Habituou-se a manter todos em casa devido ao vírus e então agora, havendo calor, sugere que não se saia de casa e proíbe festivais. Qualquer dia, tendo em conta a baixa natalidade, vai obrigar a que cada casal tenha 3 ou 4 filhos... ai não, esperem lá, não pode ser porque as urgência obstétricas dos hospitais até estão fechados...
O vira o disco e toca o mesmo não é pelo facto de voltarem os incêndios, porque isso é uma fatalidade de quase todos os anos. Curiosamente até baixaram durante a época de confinamentos, o que nos leva a pensar que, de facto, o Homem não acrescenta muito ao planeta, só prejudica, refere-se, isso sim, às fracas desculpas, ou justificações, que os Governos de António Costa deitam cá para fora.