Colocar os pontos nos i's
Pacotinhos de Noção
Não afirmo com convicção que será a última vez que falo acerca do COVID, da vacinação, de negacionistas e de tudo a que este assunto está inerente porque infelizmente é um assunto da actualidade e como tal, por mais que não queira, de vez em quando terei que o abordar. Mas admito que é algo que já me enfada um pouco, porque a realidade é que é sempre "vira o disco e toca o mesmo".
Mas desta vez vou clarificar algumas questões que se prendem com afirmações que faço nas coisas que escrevo e que podem causar alguma confusão.
Comecemos com a minha pouca tolerância para com os negacionistas, ainda que concordando com um ou outro ponto.
Negar que o COVID existe é uma parvoíce.
Existe, mata e tem que ser combatido. Para já a melhor forma de o combater é com vacinação, que para mim não é uma escolha, é um dever cívico. Alguém que não se vacine não se está só a colocar em risco a si e está quase que a perpetuar esta luta com uma pandemia que, embora mais fraca, continua a existir.
Concordar com a vacinação é uma coisa, mas isso não significa que concorde com todas as medidas tomadas por quem toma decisões.
Não concordo com a divisão de pessoas de primeira e pessoas de segunda, apenas porque umas estão vacinadas e outras não.
Se a pessoa não está vacinada apenas por sua vontade, então a consequência, caso seja infectada, deveria ser o ter que suportar a totalidade das custas do seu tratamento. As pessoas que não estão vacinadas por impedimentos de saúde ficariam excluídas desta obrigação.
Concordo com o ponto em que afirmam que neste momento o COVID já serve de desculpa para tudo. Temos tido mortes na casa das 10/11/12 pessoas por dia. Outras doenças têm matado mais que isso, mas como a prioridade é o vírus, há pessoas com cancro, diabetes e outras doenças que passam mal e acabam por não resistir por não terem o seguimento adequado.
Concordo que os testes são um negócio.
Se a prioridade é testar, testar, testar, então os testes deveriam ser comparticipados, se não a 100%, numa percentagem muito próxima disso.
Não concordei com o alargamento do último confinamento e com a tortura que foi para grande parte dos negócios estarem fechados tanto tempo. A propaganda política falou em apoios, mas a verdade é que efectivamente os apoios foram parcos e por isso é que não custou tanto a este Governo socialista, prolongar tanto o confinamento. Não lhes estava a sair do bolso.
Concordo que os números agora apresentados deixam muito a desejar. Uma das notícias que hoje vi foi a de que um idoso morreu num lar com COVID. O senhor tinha 101 anos. Uma pessoa com 101 anos morre repentinamente, esteja infectado ou não. Acho que tudo serve para aumentar os números para que a coisa seja mais mediática. A pergunta que deixo é:
Se um indivíduo se dirige no seu carro para um hospital, para ser internado por estar contaminado, despista-se e morre. O óbito vai referir acidente ou COVID19? A ideia com que fico é que seria COVID.
Resumindo e concluindo. Aquilo que quero dizer é que aqueles que pensamos estarem certos nunca o estão a 100% e aqueles que julgamos estarem errados também, muitas das vezes, têm algo para nos ensinar.
Para terminar queria também afirmar que ser negacionista não pode ser sinónimo de vândalo e bandido. Destruir centros de vacinação é atitude cobarde e de egoísmo. Quem não se quiser vacinar está a errar, mas tem esse direito. O que tem que perceber é que também tem que deixar que os outros exerçam o direito de se vacinarem, se assim o desejarem.