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Pacotinhos de Noção

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

A noção devia ser como o açúcar e vir em pacotinhos, para todos tomarmos um pouco...

Pacotinhos de Noção

25
Ago22

Seis meses de carne para canhão


Pacotinhos de Noção

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Temos visto nas notícias que passaram seis meses desde o início da guerra na Ucrânia.

Uma guerra, que não é guerra, nem sequer invasão. É apenas a desnazificação de um país, ordenada por alguém que parece seguir à letra todos os compêndios que ensinam como desnazificar, sendo nazi.

Mas no meio desta tragédia não vou falar de motivos, de Putin, das estratégias, do marketing e da propaganda... Vou antes falar do quão confortável se transformou uma frase, que é cada vez mais usual, e que faz com que se me enricem os pêlos da nuca.

Tem muitas variantes, mas o núcleo da questão é o mesmo:

- "Se a Ucrânia perder esta guerra, todo o ocidente sai derrotado."

ou

- "A Ucrânia não se defende só a ela, defende todo o Ocidente."

A génese é:  - quem é invadida, bombardeada, saqueada, com militares, cidadãos e crianças mortas, é a Ucrânia, para que depois, no final, caso ganhem, todo um ocidente festeje, e caso não ganhe, todo um ocidente se sinta derrotado, porque, no final das contas, a Ucrânia não conseguiu fazer mais.

A pergunta que fica no ar, e que sei que não é fácil de fazer, porque a resposta não é agradável em nenhuma das suas formas, é: - SE O OCIDENTE SE SENTE TÃO AMEAÇADO, PORQUE RAIOS E QUE NÃO FAZ UMA INTERVENÇÃO MUSCULADA?-

Dir-me-ão que tal não pode acontecer porque legitimavam a que Putin pudesse atacar outros países, mas se o receio é precisamente o de que o anão russo domine a Ucrânia, e que siga depois  com os seus intentos mais para ocidente, então não se deveria tentar travar este lunático o quanto antes?

Poderão argumentar que o ocidente ajuda a Ucrânia com equipamentos militares, e até treino especializado, mas a verdade é o povo ser quem realmente sofre.

Enquanto se vão fazendo jogadas políticas, com Guterres, Von der Leyen, e outras figuras importantes, fazendo as suas viagens turísticas a Odessa, ou Zelensky e a esposa a serem capa da Vogue, num marketing quase pornográfico, a população sofre e vai servindo como escudo humano, para fazer as tropas russas perderem tempo e força, dando assim alguma hipótese aos militares ucranianos.

Bem sei que definir que o ocidente deveria entrar no conflito, seria quase que abrir portões a uma Terceira Guerra Mundial, coisa que quase ninguém quer. Digo quase porque há malucos para tudo, e também porque a guerra dá muito dinheiro a ganhar, mas nós, o típico cidadão comum, não quer certamente um conflito mundial, e não é com esse intuito que escrevo estas palavras. Aquilo que penso, e acho que se devia parar de fazer, era esta demagogia barata, esta tentativa de frases motivacionais e de citações de Facebook.

A Ucrânia não defende o ocidente. Estão a defender-se a si, e aos seus, e não precisa que lhes sejam colocados nos ombros responsabilidades que em nada ajudam na luta que travam.

O povo ucraniano borrifa-se se a Finlândia, a Suécia ou a Polónia estão em risco. Não por egoísmo ou por qualquer tipo de maldade, mas sim porque não querem, nem podem querer, saber dessas minudências, já que lutam para conseguir viver, para não verem morrer os seus habitantes.

Enquanto isso o ocidente afirma que esta luta, já tão desigual, precisa de ser mais desigual ainda, porque às costas da Ucrânia encavalita-se toda uma Europa, todo um E.U.A. e toda uma N.A.T.O.

A única imagem que  agora me surge do ocidente, é o de um tipo javardo, todo sujo, com a sua camisola de cava, sentado, todo suado, na sua poltrona surrada, em frente à sua televisão, vendo um conflito em directo, e afirmando que com a sua força, os ucranianos hão-de conseguir vencer, mas quando de repente tocam à porta, o bezerro sudorífero, nem levanta os glúteos da poltrona, porque lhe dará muito trabalho. Prefere gritar por alguém, para ir à porta por ele.

Deixem-se de "nós isto, nós aquilo". São eles que combatem, são eles que morrem, serão eles que, na pior das hipóteses perderão, são eles que na menos má das hipóteses ganharão. O ocidente que se preocupe em perceber que existe mais para além do seu próprio umbigo, e que mesmo esse, que está ali tão perto, merece uma limpeza profunda, para tirar camadas e camadas de cotão.

 

28
Jul22

Atrás de um grande homem...


Pacotinhos de Noção

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Atenção, grande homem mas também não sou cego. Consigo ver todo o marketing que Zelensky tem à volta, acho ridículo as t-shirts com mensagens como se fossem as do "Rock in Rio - Eu Vou". Percebo que seja para manter os holofotes em cima do conflito, para que o Ocidente não se esqueça daquilo pelo que a Ucrânia passa, mas seria mesmo necessário ser a capa da Vogue?

A mulher está deslumbrada com a fama, e cada vez que abre a boca lembra-nos que calada é uma poetisa. Com tanta gente morta, e tantas crianças a sofrerem, afirmar que agora o sonho do filho de 9 anos, é pertencer ao exército ucraniano, mostra que é péssima mãe, pois o que deveria tentar fazer era tirar essa ideia do miúdo, porque a probabilidade, de alguém que vai para uma guerra, morrer, é altíssima.

Sem pesquisar no Google, alguém se lembra quem era a esposa do senhor Churchill? Não?! Então está tudo certo, pois é assim mesmo que deveria ser.

08
Jul22

A cair no esquecimento


Pacotinhos de Noção

O dia hoje foi carregadinho de notícias importantes. O Boris Johnson que se demitiu, o NOS ALIVE que está em alta, as temperaturas que sobem no Verão, os incêndios que advém das temperaturas, etc. Como disse, são tudo notícias com a sua importância, mas parece que a guerra na Ucrânia acabou.

Os vários blocos noticiosos, honra lhes seja feita, não abandonaram o assunto. A SIC, principalmente, continua a falar no assunto e a fazer as suas análises, mas o cidadão comum já deitou para trás das costas, já não é um assunto tão "trendy".

Para mim o lado mais negro da guerra são as mortes das crianças. Um adulto que viva na Ucrânia sabe que está num país em conflito e poderá ser uma questão de tempo até lhe rebentar um projectil em cima. Tem essa consciência, não será uma surpresa. Mas e uma criança? Uma criança inocente que sonha, chora, ri, pula, canta e brinca, e quando brinca, num jardim infantil, como ainda hoje os meus filhos fizeram, e muito provavelmente os vossos também, não espera nunca que aquela volta no cavalinho ou aquela subida no balancé, poderá ser a última. É isso mesmo que mostra o pequeno vídeo que aqui coloquei. A senhora que fala não é família, não é amiga, não tem nenhuma ligação com os miúdos, mas dá para notar na sua respiração ofegante e no seu discurso meio atabalhoado, que viu algo que nunca irá esquecer, uma criança de bruços, em cima do baloiço, onde morreu enquanto brincava.

Algo ainda mais assustador é que ao que parece o ataque foi feito por tropas ucranianas, porque a região onde isto aconteceu está já tomada pelos russos e este ataque foi uma contraofensiva conduzida por parte de tropas ucranianas. A Ucrânia não desmentiu o sucedido, apenas afirmou que "apenas ataca alvos militares".

Muito sinceramente é completamente irrelevante quem foram os indivíduos que dispararam aquele "rocket", mas se foram as tropas russas para culpabilizar a Ucrânia, isso é hediondo, mas se foram os ucranianos, numa vã tentativa de recuperar terreno, então isso além de hediondo é de uma falta de honestidade e vergonha inqualificáveis. Quantas vidas, principalmente de crianças, é admissível perder por causa de terra?

Para mim, é fácil falar, pois não sou minimamente nacionalista, de facto irrita-me bastante o slogan "O que é nacional é bom" porque há muita trampa nacional que não chega sequer a mau, quanto mais a bom. Como não beijo a bandeira, não fico doido com a selecção e nem sequer gosto de bacalhau, se me visse numa situação como a dos ucranianos, já teria pedido ao Zelensky que entregasse a chave do país ao doente do Putin. Ia perder o meu orgulho? Provavelmente, mas iria poupar em vidas.

Eu com isto não digo que concordo com a invasão, atenção, aquilo que digo é que a guerra mexe com demasiados interesses para ter um fim à vista. Recordem-se, por exemplo, que Boris Johnson só não saiu antes do cargo que ocupava, porque entretanto passou a ser uma parte bastante activa neste conflito.

Costa coloca a culpa do aumento dos preços na guerra, Macron, embora tremido, ainda conseguiu ganhar mais um vez as eleições, e o mundo do fabrico de armas voltou a sentir os cofres a encher como já há muito não sentia. É uma guerra que interessa a muitos que não acabe tão depressa, e enquanto isso vão morrendo cidadãos comuns, entre eles crianças.

23
Jun22

Espectáculo de aberrações


Pacotinhos de Noção

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Quem for leitor habitual do que escrevo saberá serem algumas as vezes em que abordo assuntos tratados no programa Extremamente Desagradável. Tendo eu um blog, e página de Instagram, com o nome "Pacotinhos de Noção", e sendo os visados daquela rubrica de rádio, personalidades que necessitam de doses cavalares de noção, julgo que esta parceria abusiva, da minha parte, acaba por ser natural.

Nos programas de 2.ª e 3.ª feira, ouvi algo que pensei estar banido já há muitos anos. Os espectáculos de aberrações. Aqui não há o homem elástico nem a mulher barbuda, apenas um homem parvo e uma mulher estúpida. Pelos epítetos aplicados até poderiam chegar lá, mas como um dos intervenientes não é assim tão famoso, o melhor é dizer-vos quem são. Falo de Maria Vieira, a "Parrachita", a Marilyn Monroi do André Ventura, a meia leca que é louca e meia.

E falo também de Sérgio Tavares... Quem?! Perguntarão vocês, ao que vos respondo que não sei, mas estive a pesquisar um pouco, e entre o NADA e o MUITO POUCO lá está este grandioso comunicador do mundo actual, que ninguém conhece, mas que, ao que parece, tem muito sucesso nas redes sociais, principalmente a ser bloqueado pelas mesmas, por dizer tanta estupidez e barbaridade.

Como um maluco a falar sozinho é apenas um maluco a falar sozinho, Sérgio convidou a Parrachita para serem comentados assuntos da actualidade e passou assim a existir uma conversa de malucos.

Deram uma lambidela por todas aquelas que são algumas das mais populares teorias da conspiração. Desde as vacinas do Covid, o próprio Covid, a Nova Ordem Mundial, a criação da guerra na Ucrânia por parte da NATO, a de que é o marido da Maria Vieira que lhe escreve os posts, o Grupo Bilderberg, enfim, tudo e mais alguma coisa.

Mais uma vez dá para perceber que estes conspiracionistas estão de mal com o mundo, e querem à viva força fazer o sangue correr-lhes nas veias, mas tenho más notícias. É que as alforrecas não têm sangue, são apenas uma massa gelatinosa, muito incómoda, e que têm uma curiosidade comum ao Sérgio, à Maria Vieira e a todos os outros como eles, e que é a de que o mesmo orifício que serve de boca também serve de ânus, o que confirma aquilo que tantos dizem, e que é o célebre "quando abrem a boca, ou entra mosca, ou sai..." E vamos então a algumas dessas saídas, para perceberem o calibre de retardados com que lidamos.

Não vou parafrasear "ipsis verbis", mas o contexto é exactamente o que descreverei. Foram ditas coisas como:

 "— Adoro o meu Bolsonaro"

"— Castração química não, deviam era cortar logo tudo"

"— Agora até já é possível casar homens com homens"

"— Os epidemiologistas da Covid mereciam morrer"

"— A varíola dos macacos é transmitida pelo rabo"

"— Já só falta legalizar a pedofilia e não estamos longe disso quando permitirem casamentos entre adultos e crianças como nos países muçulmanos"

"— O Milhazes mandou todos para o c@r@1h0 e é um aldrabão porque o Putin é apenas um conservador, nacionalista, contra a eutanásia, e contra a ideologia de género..."

"— Portugal manda dinheiro para a Ucrânia e os nossos pensionistas vivem debaixo da ponte"

"— A verdade acerca da varíola dos macacos é que só existe devido aos homossexuais"

"— Uma vez apanhei uma parada gay na rua e até fiquei doente "

Admitam lá que estão maravilhados com estas pérolas que vos dou.

Isto não é um qualquer bloco humorístico, são mesmo duas pessoas desprezíveis à conversa e que, infelizmente, são uma amostra da população que se vai alargando mais, o que é bastante assustador. É assustador imaginar que temos um partido com assento parlamentar e com reais perspectivas de crescimento para as próximas eleições. Houve uma altura em que todos riram e acharam divertido ver no André Ventura o palhacinho que não era para considerar, mas a percepção que tenho é que existe muita gente inconsequente que votou, e pondera votar nesse palhacinho.

Aquilo que posso desejar é apenas que a outrora acarinhada Maria Vieira, agarre nesta Maria Vieira podre e azeda, e faça mais espectáculos degradantes como aquele em que cantou o "Happy Birthday ao André Ventura. É que não foi só a Marilyn Monroe que andou as voltas na tumba, os estômagos de todos os portugueses também, e pode ser que cause um asco tal, que na hora de votar até se afastem do quadradinho do CHEGA.

05
Abr22

Recreio do demónio


Pacotinhos de Noção

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Tenho tentado não falar acerca da guerra.

Não por casmurrice ou pudor, não porque a queira esquecer nem fingir que não existe. Evito fazê-lo porque me custa genuinamente escrever sobre algo em que tenho a noção que não consigo fazer passar, por palavras, toda a ansiedade, toda a mágoa toda a impotência que sinto nesta situação. Não sou ninguém, na verdade, e peço desculpa por dizer-vos de forma tão crua, mas também vocês não são.

Podemos reunir bens, medicamentos, tudo e mais alguma coisa para enviar para a Ucrânia, mas o nosso peso na continuação ou não deste conflito, é nula. As decisões que realmente importam estão nas mãos duma pequena franja de gente, e mesmo esses estão dependentes da anuência de um doente, de um ser que julgávamos mais não existir, dum criminoso, dum ser nojento, dum autêntico filho da p*t@. Não é o tipo de linguagem que prefiro utilizar quando escrevo, mas neste caso é mesmo o que mais se adequa.

Diariamente temos acesso a notícias horríveis dos hediondos actos que têm sido perpetrados na Ucrânia. Desde casos de crianças atingidas por bombas, que lhes rebentaram ao lado, mas que ainda assim tiveram a sorte de sobreviver, a outros casos de crianças que não tiveram essa mesma sorte. Famílias inteiras chacinadas e outras que foram violentamente amputadas de um pai, uma mãe ou de um filho.

Vemos imagens do ataque deste fim de semana, em Bucha, onde foram mortos centenas de civis que já não viviam, apenas sobreviviam, mas nem isso os deixaram fazer. Fizeram da cidade um autêntico recreio do demónio, sendo que o pior deles todos mantém-se sentado, na sua cadeira de veludo, no Kremlin.

Qual é a justificação de nojentos como o Putin e o Lavrov, quando vemos imagens de civis mortos na estrada. São civis sem qualquer sombra para dúvidas, pois não envergavam nenhum tipo de camuflado, deslocavam-se em bicicletas, por exemplo, tentavam fazer o seu dia-a-dia comum, por muito pouco normal que isso possa parecer, dado que estavam em cenário de guerra, mas não tiveram outra hipótese. Não quiseram, não conseguiram ou não puderam fugir, apostaram as suas vidas e a aposta foi perdida, sem ninguém ter saído a ganhar.

O Kremlin, pela voz de Lavrov, já veio dizer que o ataque de Bucha, e outros alegados crimes de guerra, são mentira. São encenações. Este tipo deveria ter as entranhas puxadas para fora pela própria boca. Violência gera violência, e o mínimo que desejo agora para Putin, Lavrov, e todos aqueles que rodeiam e apoiam o iniciador desta guerra é que mais tarde ou mais cedo seja feita justiça e que seja, de preferência, popular, para eles poderem temer a ira daqueles a quem mais fizeram sofrer, porque se calha a serem julgados num tribunal de guerra é muito provável que nada de mais lhe aconteça, e sim, para mim se estes tipos apanharem perpétua e morrerem de velhos na prisão, isso será "nada de mais", pois não sofreram o suficiente.

Por incrível que vos possa parecer a verdade é que ainda assim existem pessoas que apoiam o Putin. Vi há uns dias um vídeo com 4 ou 5 velhas russas que, orgulhosamente, se vangloriavam de ser pró-Putin, considerando-se até tropas dele e que o defenderiam até à morte... Pois, que o defendam, e defendam bem, e que a morte chegue-lhes cedo, pois ao defender alguém que comete as atrocidades que ele comete, não são melhores que ele.

Tal como imaginava no princípio este texto não esclarece, este texto não informa, este texto não apazigua. Transparece a revolta que vou sentindo, que vai crescendo e que de nada vale. Não tenho crenças e fé em divindades, se existissem já teriam mandado um raio que rachasse ao meio o trampas do Putin. Durante anos eu afirmava que era no Homem que acreditava.

Um Homem evolutivo, pensador, bondoso, benevolente, um Homem que preza a paz... Mas esse Homem não existe. Poderão existir alguns homens e mulheres assim, e embora sendo eles grandes, GIGANTES até, o que é um facto é que são poucos e todos juntos não conseguem colocar um H maiúsculo na palavra Homem, porque a Humanidade está conspurcada, está violada, oprimida e amordaçada por líderes políticos que de líderes não têm nada e que são fruto duma sociedade cada vez mais mesquinha, violenta, oportunista e sem empatia.

Não desejo uma Guerra Mundial, mas desejo a morte. Desejo a morte daquele que tantas tem causado. Bastava que houvesse a alma caridosa que lhe desse um tiro na testa, e o Mundo ficaria melhor.

Lamento por estas linhas tão lúgubres e funestas, e que nada trazem de positivo, mas servem-me de desabafo.

Tenho mulher, tenho filhos, tenho amor, sou feliz... Tantos que podiam afirmar isto, até há bem pouco tempo, e que agora nada têm. Não quero ser essa pessoa, e o facto de estarmos aqui metidos num dos cantos da Europa pode ser benéfico para nós, mas estando o Mundo a arder, mesmo ficando Portugal salvaguardado, como iríamos viver? Espero não vir a saber.

01
Mar22

Separar o trigo do joio


Pacotinhos de Noção

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É costume dizer-se que até do mau se consegue tirar algo de bom, mas eu gostaria de reformular esta afirmação dizendo que a maior parte das vezes do mau se consegue tirar algo que não presta e que não interessa a ninguém.

Já fomos testemunhas deste fenómeno com a problemática da pandemia. Surgiram várias teorias da conspiração, mas acima de tudo, o que surgiram foram personagens a fazer tristes figuras que andaram contra corrente apenas e só porque desta forma dariam mais nas vistas, chamariam mais à atenção.

Foram chamados de negacionistas, chalupas, maluquinhos, eles até se intitulavam de informados e esclarecidos, já eu acho apenas que eram iluminados. Iluminados por essa sabedoria superior que só contempla aqueles seres quase celestiais que veem mais adiante, que não se deixam enganar e que colocam a nu todas as fragilidades das cabalas que eles tão bem souberam deslindar.

A técnica é simples e agora, com a guerra na Ucrânia, já começa também a acontecer.

De repente surgiram todos aqueles, que não sendo Pró-Putin, acrescentam um "MAS", afirmando que isto tudo não passa de um plano maravilhosamente orquestrado por esses demónios na terra que são os americanos.

Nem eles próprios acreditam no que dizem, mas dizem-no, e isto é feito porque um carro em contra mão chama muito mais à atenção do que um que segue no sentido correcto.

Não é fácil o lugar em que se colocam. Defender o indefensável é trabalho dos mais complicados. São adeptos do "MAS".

— "A vacina ajuda, MAS aumenta a hipótese de miocardites".

— "Após vacinação, morreram menos pessoas, MAS o que irá acontecer a longo prazo?"

— "O que fazem à Ucrânia é mau, MAS de facto a Ucrânia já fez parte da União Soviética, e Putin até avisou antes de atacar".

Com tanto, mas, mas, mas, também eu agora pergunto: "MAS quando é que começaram a comer cocó, para terem a triste ideia de que serão mais interessantes se forem contra tudo e contra todos, apenas porque querem destoar?