Um tanto ou quanto desiludido
Pacotinhos de Noção
Aguardava com alguma expectativa o novo trabalho do Bruno Nogueira. Gosto do facto de que a cada programa que imagina haja sempre algo de inovador. Nisso o "Princípio, Meio e Fim não desilude. Até agora não se tinha visto nada igual e aquando do montar do texto pelos 4 guionistas (Nogueira, Markl, Melo e Martinha) com o passar dos minutos vamos sentindo alguma excitação e angústia, receando que a história chegue ao final sem ter um final... Mas a verdade é que mesmo que isso aconteça, a ideia que me dá é que nem faz mal, porque a piada do programa mora também na imprevisibilidade daquilo que sairá do texto e se sair algo sem final então será assumido, sem qualquer tipo de problemas.
A parte onde fico um tanto ou quanto desiludido é porque no desenrolar do programa as "private jokes" e as situações em que só os intervenientes é que percebem a piada, como por exemplo o Mercúrio Retrógado, fazem com que o espectador se sinta um pouco à parte.
Bem sei que haverá quem diga que para perceber algumas piadas deveriamos ter seguido o "Como é que o Bicho Mexe", mas importa referir que grande parte dos espectadores televisivos não são pessoas que tenham por hábito seguir directos no Instagram, e o conceito televisivo é muito mais lato que o da internet, não tirando o mérito ao da internet, mas tendo por convicção de que os directos do "Como é que o Bicho Mexe" tiveram os números astronómicos que tiveram porque há uma secreta esperança de quem vê que, sendo o Instagram uma rede social consiga, de uma forma ou outra, socializar um pouco com os protagonistas. É aquela falsa sensação de proximidade.
Mas cingindo-me apenas ao programa que estreou no Domingo. O mal pode ser meu, e com certeza que será. Esperava um bocadinho mais de comicidade e talvez até de "nonsense", que esteve lá, mas que não foi surpreendente.
Aguardo pelo próximo Domingo para que possa ter a confirmação de que estou errado. Não estando não considero que isto seja um mau programa, apenas acho que é para um nicho, que vai sendo cada vez maior, mas que não são a grande generalidade das pessoas que assistem os canais generalistas.